União rejeita usar recursos de Mariana para abater dívida de Minas Gerais

A utilização da verba, uma das alternativas sugeridas pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), não deve fazer parte de um eventual acordo para renegociar o passivo de R$ 162 bilhões

A transferência à União dos recursos da repactuação do acordo de reparação ao rompimento da barragem da Mina do Fundão, em Mariana, em 2015, deve ficar de fora das contrapartidas para abater parte da dívida de cerca de R$ 162 bilhões do Estado de Minas Gerais. O entendimento foi admitido pelo Ministério da Fazenda aos deputados do bloco de oposição ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em Brasília nesta segunda-feira (4/3).

Conforme apurou O TEMPO, a rejeição à utilização dos recursos, sugerida pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), para abater parte da dívida, teria sido orientada pela Advocacia Geral da União (AGU). O primeiro obstáculo seria a ausência de um acordo de repactuação. As negociações estão suspensas pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) desde dezembro de 2023, quando a Vale e a BHP Billiton propuseram R$ 42 bilhões para a reparação.

O valor foi avaliado como aquém pela União e pelos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, já que é apenas 13% superior aos R$ 37 bilhões do acordo para a reparação do rompimento da Barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 2019. A expectativa no Estado era de que os valores se aproximassem àqueles da indenização pela explosão de uma plataforma de petróleo no golfo do México, em 2010, que foi de US$ 20,7 bilhões – R$ 102 bilhões hoje.

O segundo obstáculo é a avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que os recursos deveriam ser aplicados no local atingido. Quando propôs a utilização dos recursos, Pacheco chegou a sugerir uma cláusula para garantir que o montante fosse aplicado “no âmbito do Estado de Minas Gerais e seus municípios”. Dos R$ 37 bilhões do acordo de reparação de Brumadinho, R$ 1,5 bilhão foi distribuído entre todas as 853 cidades do Estado, não só entre aquelas da Bacia do Rio Doce.

A utilização dos recursos não foi a única sugestão de Pacheco para abater parte da dívida do Estado com a União. Além de propor a federalização da Codemig, da Cemig e da Copasa, o presidente do Congresso Nacional sugeriu a utilização dos R$ 8,7 bilhões que Minas tem a receber da União até 2037 fruto de um acordo firmado com a União em 2020 para compensar as perdas com a Lei Kandir – Lei Complementar 87/1996. A lei previa a renúncia fiscal para exportação de produtos primários e semielaborados ou de serviços.

Apesar da rejeição à utilização dos recursos de Mariana, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, garantiu aos deputados do bloco de oposição a Zema que cumprirá o prazo de 31 de março para dar um parecer sobre a viabilidade de uma proposta alternativa à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). A data-limite foi pedida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando recebeu a sugestão das mãos de Pacheco. 

Mais cedo, Pacheco, após receber os deputados no Senado, disse que, neste mês de março, a dívida de Minas será “objeto de intensa dedicação e trabalho por parte de todos os envolvidos, até que possamos resolver esse problema definitivamente”. No último dia 21, o presidente do Congresso Nacional já havia dito que neste mês haveria “boas novas” ao projetar o avanço das discussões em uma reunião que terá com Haddad e técnicos da Fazenda. 

A União e o Estado de Minas Gerais precisam encontrar uma alternativa à adesão ao RRF para renegociar a dívida até 20 de abril, quando se esgota a carência do pagamento. A data-limite, que, a princípio, se esgotaria em 20 de dezembro de 2023, foi prorrogada até lá em decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido foi feito por Zema e pelo presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB).

FONTE O TEMPO

10º Encontro de Mulheres da Arquidiocese de Mariana será realizado em Lamim

Acontece neste fim de semana, dias 1º e 2 de março, na cidade de Lamim (MG), o 10º Encontro de Mulheres da Arquidiocese de Mariana.

Acolhido pela primeira vez pela Região Mariana Centro, são aguardadas 200 mulheres, advindas das cinco regiões pastorais, para celebrarem as conquistas, as lutas e refletirem sobre os desafios que a sociedade de hoje apresenta.

O encontro que tem como tema “Mulheres, presença forte em defesa da vida”, que é fixo, e o lema “O abraço entre as mulheres é um ato de resistência e solidariedade”.

“Um ato de resistência porque, em todas as frentes, seja na Igreja, no trabalho, na família ou na sociedade de forma geral, as mulheres são sempre as primeiras, as que erguem a bandeira.  São as mulheres que estão presente nas horas difíceis, mas são também as mulheres que cuidam da família, que cuidam da casa comum. O encontro quer trazer os desafios, não ficar com os problemas, quer também trazer esperança. Para isso, vamos trabalhar em cima dos depoimentos de mulheres que superaram as dificuldades e hoje dão exemplo de superação”, afirma Silene Gonçalves, Representante Leiga da Dimensão Sociopolítica e integrante da Comissão de Mulheres.

Confira a programação do evento:

1º de março

  • 17h: Chegada e credenciamento
  • 19h: Celebração Eucarística
  • 20h: Abertura
  • 20h30: Cortejo
  • 21h: Jantar festivo
  • 23h: Descanso

2 de março

  • 8h: Oração
  • 9h: Conferência
  • 12h: Almoço
  • 13h: Animação
  • 13h30: Mesa de Depoimentos
  • 15h: Visita aos Painéis
  • 16h30: Celebração de Envio
  • 17h: Encerramento

Texto e imagem: 10º Encontro de Mulheres/Divulgação

Nova ação internacional busca levar Vale a julgamento por rompimento da barragem de Mariana

Moradores de Minas Gerais e Espírito Santo atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana em 2015 podem participar de uma nova ação internacional contra a Vale.

Em outubro de 2024, um tribunal inglês julgará a BHP e a Vale por causa do rompimento. A ação foi movida por mais de 600 mil pessoas, incluindo 200 mil de Governador Valadares.

A nova ação, coordenada pela Ações do Rio Doce, visa levar a Vale a julgamento de forma individual. A organização se diz independente do governo brasileiro e representará os interesses dos atingidos pelo desastre.

A justificativa para tal ação se dá após a Justiça inglesa acolher o pedido da BHP de incluir a Vale no processo que será julgado ainda este ano na Inglaterra. A partir disso, se viu a abertura de precedente para criar uma nova ação, entretanto, com foco na Vale.

A iniciativa deste novo processo é da Ações do Rio Doce. A proposta é representar os interesses (coletivos) das partes afetadas pelo impacto do rompimento da barragem ao entrar com uma ação contra a Vale e a Samarco. O Pogust Goodhead, escritório de advocacia inglês que já representa os atingidos na ação contra a BHP, também será responsável por coordenar e aconselhar a Ações do Rio Doce.

“A Ações do Rio Doce convidou o escritório inglês para representar nesta ação que acontecerá contra a Vale, só a Vale. Porque lá [no julgamento da Inglaterra] quem chamou a Vale para compor a lide* foi a BHP. Então a ideia é que a Vale responda sozinha nesse processo”, explicou Adilson Domiciano, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Governador Valadares.

Os interessados em entrar nesta nova ação têm até o dia 1º de março para se inscrever. “Nossa orientação da OAB é que os interessados procurem o seu advogado de confiança para explicar sobre essa possibilidade. Se você não está na ação da Inglaterra você pode ingressar nesta ação que vai acontecer em um tribunal do exterior. A Ações Rio Doce ainda não definiu onde, mas o processo será no exterior, provavelmente em algum país da Europa”, informou Adilson Domiciano.

Julgamento na Inglaterra

O processo na Inglaterra contra a Vale e a BHP por causa do rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015 – a maior tragédia socioambiental do Brasil – tem previsão para o início do julgamento em outubro deste ano. De acordo com Adilson Domiciano, a Corte inglesa decidiu em dezembro do ano passado como será o procedimento da audiência. A partir disso, é esperado que a decisão final da Justiça inglesa sobre o processo envolvendo as empresas de mineração aconteça até dezembro de 2024. Serão, ao menos, 14 audiências até o resultado da sentença.

Segundo o presidente da OAB em Valadares, ao todo mais de 600 mil pessoas ingressaram na ação que será julgada pelo tribunal inglês. Destas, aproximadamente 200 mil são de Governador Valadares.

Por que o caso está sendo julgado na Inglaterra?

A ação foi levada à Inglaterra por causa da BHP ser uma empresa anglo-australiana. A lei inglesa permite que réus ingleses sejam julgados em seus tribunais, mesmo em relação a acusações feitas no exterior. Em 2022, a corte inglesa confirmou que o caso poderia ser julgado na Inglaterra, e a BHP pediu para que a Vale também fosse incluída no processo.
As duas empresas eram as controladoras da Samarco, responsável pela operação da barragem de Mariana. O julgamento na Inglaterra está previsto para começar em outubro de 2024 e a decisão final deve sair até dezembro.

Rompimento da barragem

O rompimento da barragem do Fundão em 5 de novembro de 2015 causou a morte de 19 pessoas e é considerado a maior tragédia ambiental da história do Brasil. O Rio Doce foi contaminado por lama tóxica, afetando 230 cidades em Minas Gerais e Espírito Santo.

*É o termo jurídico que se refere ao motivo da existência do processo, a razão pela qual a parte autora decide acionar o Judiciário

FONTE DRD

Duarte toma posse como deputado Federal nesta terça-feira (27) e região ganha mais um representante em Brasília

Hoje (27), Duarte Júnior (Republicanos) , ex-prefeito de Mariana, tomará posse como deputado federal em Brasília. Ele assume a vaga deixada pelo deputado Euclydes Pettersen (Republicanos) , que se licenciou para liderar o processo eleitoral em Minas Gerais.

Com uma expressiva votação de 40.826 votos, sendo 11.029 em Mariana e 7.223 em Ouro Preto, Duarte Júnior, do mesmo partido do antecessor, está pronto para representar a região no Congresso Nacional.

Duarte toma posse como deputado amanhã (27); Juliano apresenta demandas de Mariana

A posse está marcada para a terça-feira, e as expectativas são grandes. Nas redes sociais, o irmão de Duarte Júnior, Juliano Duarte (Cidadania), já anunciou os pedidos feitos ao novo deputado. Entre eles, destaca-se a busca por recursos para a saúde de Mariana, visando melhorias significativas no setor. Juliano também solicitou a atenção de Duarte Júnior para a implementação do sinal 5G de telefonia celular na região, projetando reuniões com autoridades no Ministério das Telecomunicações e na Secretaria do Estado de Minas Gerais.

O papel do deputado é crucial em nossa política, e Duarte Júnior estará em Brasília de terça a quinta-feira, participando das sessões da Câmara Federal e também de comissões. Nos demais dias da semana, inclusive aos finais de semana, ele se dedicará aos municípios, à nossa região e à nossa cidade, desempenhando suas responsabilidades na base eleitoral, partidária e política“, disse Juliano nas redes sociais.

DUARTE JÚNIOR FORA DA DISPUTA ELEITORAL EM OURO PRETO?

A atuação de Duarte Júnior não terminou após o final do pleito de 2022. O ex-prefeito de Mariana assumiu o cargo de  secretário executivo do Fórum de Prefeitos do Rio Doce, atuando como liderança das cidades que buscam reparação após o rompimento da barragem de Fundão em 2015. Desde então, se posiciona como porta-voz do fórum, promovendo encontros nas cidades atingidas e mobilizando documentos para anexar nos processos.

Contudo, mais recentemente ele direcionou as suas ações políticas para Ouro Preto, focando em ganhar espaço com seu capital político.

No final do ano passado, Duarte colocou seu nome a disposição para disputar a prefeitura da antiga Vila Rica. Com isso, o jogo político começou na cidade, com peças se movimentando nos bastidores para viabilizar uma chapa. O partido Republicanos, que tem a maior bancada de vereadores na cidade, perdeu a vice-prefeita, que  alegou divergências internas e falta de diálogo. De acordo com ela, a decisão foi motivada pela aproximação de Duarte Júnior, ex-prefeito de Mariana, da sigla.

O atual deputado estadual Leleco Pimentel (PT) criticou Duarte duas vezes publicamente. Na primeira, o acusou de oportunismo político, além de criticar duramente a posição do ex-chefe do executivo marianense pós crime ambiental de 2015. Duarte declarou à época que não entendeu  o tom do parlamentar do PT. Na segunda vez, de maneira mais enfática, Leleco deu uma forte declaração acusando o ex-prefeito de Mariana, de trair Angelo Oswaldo, o atual prefeito de Ouro Preto. O agora deputado federal se defendeu afirmando que Angelo Oswaldo declarou apoio tanto a ele quanto a Leleco Pimentel, destacando o prestígio percebido nesse apoio. Ele ainda destacou o fato de ter recebido o dobro de votos de Leleco em Ouro Preto.

Com a ida de Duarte para Brasília, o jogo fica ainda mais interessante. Não se sabe ao certo quanto tempo Euclydes terá de licença, porém, a chapa com Duarte encabeçando ou sendo vice, neste momento, sai dos holofotes. Entretanto, ainda existem muitas peças que podem se movimentar e o ano eleitoral está apenas começando.

FONTE JORNAL GALILÉ

Duarte Júnior, ex prefeito de Mariana, assumirá como Deputado Federal

Nesta semana, Duarte Júnior, ex-prefeito de Mariana e figura destacada na disputa eleitoral em Ouro Preto, está prestes a assumir uma cadeira como deputado federal. O político do partido Republicanos conquistou expressivos 40.826 votos, sendo 11.029 em Mariana e 7.223 em Ouro Preto.

Em uma mensagem compartilhada em seu perfil oficial no Instagram, Duarte Júnior agradeceu as inúmeras mensagens de apoio e carinho que recebeu após a confirmação de sua vitória nas urnas. Ele explicou que, devido a uma longa viagem de mais de 10 horas, ainda não pôde responder a todas as mensagens e esclareceu que discutiu brevemente com a direção do partido sobre a data de sua posse.

Duarte Júnior expressou sua satisfação e honra por vivenciar esse momento e ressaltou seu compromisso em manter seus seguidores informados sobre os próximos passos. Ele mencionou que, embora não haja uma certeza absoluta, a posse pode ocorrer tanto nesta semana quanto na próxima.

“Oi gente, tudo bem, gravando aqui primeiro para agradecer as mensagens de carinho e dizer que eu não tinha feito nenhuma gravação na minha página. Porque também tem algumas dúvidas aqui, sabe, a gente está conversando, chegamos, viemos de carro ontem, eu, Cecília, e a Regiane, somando mais de 10 horas de viagem, por isso que algumas mensagens eu não respondi. Conversamos ontem à noite rapidamente com a direção do partido e ainda não há convicção, a certeza se será hoje ou na próxima semana.

Mas a partir de agora a gente vai mostrar um pouquinho do que a gente está fazendo aqui, vivenciando nesse momento. Agradeço demais o carinho, né? Nós somos mais de 40 mil. Muito obrigado a todos aí pelas mensagens de carinho, de apoio. Eu tô muito orgulhoso e honrado por estar vivendo esse momento pelos nossos amigos, por nossa região. Nós vamos mantendo vocês informados aqui, tá bom? Tomara que seja hoje, mas se não for hoje, vai ser semana que vem, valeu.”

O aguardado momento da posse de Duarte Júnior como Deputado Federal está cercado de expectativas, e sua trajetória política promete continuar sendo um tema de interesse na região.

VAI SER CANDIDATO EM OURO PRETO?

Duarte Jr, ex prefeito de Mariana, assumirá como Deputado Federal
Foto: Instagram/Duarte Júnior

A questão que fica em aberto com sua ida à Brasília é a sua postura quanto às eleições em Ouro Preto. Desde o final do ano passado, o político tem colocado o seu nome a disposição em uma chapa para concorre ao cargo de prefeito.

Nos bastidores, algumas movimentações já ocorreram, como a saída da vice-prefeita Regina Braga do partido Republicanos, agora liderado por Duarte. As cenas dos próximos capítulos reservam grandes histórias na região dos Inconfidentes.

Enquanto isso, seu irmão, Juliano Duarte, busca viabilizar seu nome em Mariana, mesmo com denúncias feitas pela prefeitura em seu nome.

FONTE JORNAL GALILÉ

Enredo da Viradouro, campeã no Rio, foi inspirado em livro de coautoria de pesquisador marianense

“Essa é a importância do enredo: é mostrar a beleza dessa história, a beleza do culto Vodum, a riqueza e a complexidade desse culto, que é de uma religião aberta, agregadora à África e dinâmica. Ela tem um ensinamento belíssimo, pela tolerância religiosa e pelo respeito com outras manifestações religiosas. É importante dar visibilidade a essa herança africana”explica Moacir Maia, doutor marianense.

O livro “Sacerdotisas Voduns e Rainhas do Rosário” (Editora Chão), de autoria do marianense Moacir Maia – doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – e do professor Aldair Rodrigues – do Departamento de História do IFCH Unicamp -, inspirou o enredo “Arroboboi, Dangbé” da Unidos do Viradouro. A escola de samba de Niterói foi campeã do Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro 2024.

A Viradouro foi vitoriosa bem no ano em que o Sambódromo da Marquês de Sapucaí comemora o 40ª aniversário. A escola teve o melhor desempenho entre as 12 escolas de samba carioca do Grupo Especial: 270 pontos. Foi o terceiro título da escola, já que o segundo havia sido em 2020.

Moacir Maia

O Galilé conversou com o autor marianense Moacir Rodrigo de Castro Maia sobre a vitória. Ele é historiador, pesquisador associado ao NPHED/UFMG. Doutor em História Social pela UFRJ e especialista em História da África, da diáspora africana e História do Brasil Colonial.

Ao tratar sobre a importância do enredo, que tratou de sacerdotisas africanas, dos povos e costumes trazidos para o Brasil, ele destacou a representação da cultura Vodum, que veio ao país com a migração forçada.

Moacir Maia | Foto: Foca Lisboa

“É importante porque ainda é muito invisibilizado, esse passado, essa história africana, essa herança africana, que é tão importante e que faz parte da história e formação brasileira. Ela é muito desconhecida. É preciso desmistificar todo aquele universo negativo que foi criado ao longo dos séculos pela opressão contra os povos africanos e pelo processo cruel da escravização. É preciso desmistificar tudo aquilo do racismo religioso, que condena as religiões de matriz africana”relata.

Vodum

De acordo com o historiador, o enredo se inspira no livro, que trata sobre um reposicionamento de Minas Gerais na história, na tentativa de mostrar a grande presença dos povos do Golfo do Benim, da cultura Vodum e de outras culturas religiosas no estado. Em respeito ao culto, para que o enredo pudesse ser levado à avenida, foram jogados os búzios e houve autorização da entidade para a realização da homenagem.

Os voduns serpentes, como Dangbé – vodum homenageado no enredo – representam a força vital, a prosperidade, a riqueza, a fertilidade e, principalmente, o espírito da transformação e da continuidade da vida. Esse espírito é representado na figura da serpente que morde a própria cauda, mostrando um círculo de vida, que tem início, meio e fim: um eterno reconheço que está sempre em movimento e transformação.

Há dois séculos, o Reino de Daomé, atual Benin, na África Ocidental, tinha como proteção a força de uma elite de guerreiras. Assim, o enredo fala também das guerreiras do Daomé, o exército feminino. No culto, havia um ritual de sagração dessas guerreiras pelos voduns. Além disso, esse exército inspirou a representação de mulheres guerreiras nas telonas do cinema, como no filme “A Mulher Rei”, estrelado por Viola Davis.

Intolerância religiosa e racismo

Moacir ressalta a necessidade de políticas públicas para que a sociedade possa avançar e se tornar antirracista. Ele fala sobre o papel do Carnaval e das escolas de samba como espaços de sociabilidade, encontro e manifestação das artes de comunidades periféricas.

“O Carnaval tem uma função muito especial, não só o Carnaval especificamente, mas a escola de samba. Porque, se pensarmos, na fundação de várias dessas escolas, por exemplo, do Rio de Janeiro, elas surgem algumas décadas após a abolição da escravidão no Brasil e se localizam nas periferias do Rio de Janeiro. Elas se tornam um ponto de sociabilidade e de encontro daquela população que estava sendo colocada à margem pela sociedade brasileira daquele momento. Principalmente a população mais empobrecida, periférica; é essa a população que vai construir a escola de samba e a maior parte dessa população é negra, muitos são de origem africana. São afro-brasileiros, em sua maioria, que fundam a escola de samba”discorre.

Para o historiador, a escola de samba cumpre um papel social essencial em diversos níveis. Os enredos retratam questões importantes da vida brasileira e passam a desmistificar e “desdemonizar” temas, religiões e assuntos. “A escola de samba nos ensina […]. Mostra a complexidade da vida, a heterogeneidade, a diversidade e a importância do respeito ao outro: ao que é igual ou ao que professa alguma coisa que você não professa. É o respeito, é uma sociedade que evolui a esse outro espaço”, Moacir reforça.

Livro de Moacir (Arquivo Nacional) que deu origem à pesquisa inicial dos enredos

Considerado o maior espetáculo da face da terra, o Carnaval do Rio de Janeiro sempre traz temas relevantes e discussões interessantes. Além disso, os compositores e enredistas sempre procuram valorizar as diversas formas de conhecimento, como história e antropologia. Ocorre, anualmente, a valorização da ciência e da arte na brasilidade em um só espetáculo. Pensando nisso, Moacir agradece pela valorização de seu trabalho.

“Como historiador, como profissional da história, para mim e para o Aldair, é uma alegria muito grande perceber como esse livro que publicamos encantou e inspirou uma escola de samba a olhar para uma cultura africana, para essa herança que temos no Brasil, para esse passado e presente brasileiro. E poder, então, tocar a partir desse desfile, tantas outras pessoas”destaca Moacir.

FONTE JORNAL GALILÉ

Mariana: Justiça inglesa mantém julgamento em outubro de 2024 e amplia duração em 3 semanas

Ação na Inglaterra é movida por cerca de 700 mil atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, que pedem indenização de aproximadamente R$ 230 bilhões.

A Justiça inglesa negou o pedido de Vale e BHP e manteve em 7 de outubro de 2024 o início do julgamento da ação contra as mineradoras pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais.

Segundo o escritório de advocacia Pogust Goodhead, que representa os autores do processo, as empresas tinham solicitado o adiamento da data.

A juíza do caso, Finola O’Farrell, concordou com a ampliação do julgamento em três semanas – agora, serão 14, no total, e a conclusão está prevista para 2025.

Ainda de acordo com o escritório, a magistrada requisitou a apresentação de documentos relativos à participação da BHP no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado em 2016, que levou à criação da Fundação Renova, responsável pela reparação dos danos.

Além disso, cobrou da mineradora a revisão e a divulgação de mais de 2,3 milhões de documentos até 29 de fevereiro.

g1 entrou em contato com Vale e BHP e aguarda retorno.

Entenda

A ação na Inglaterra é movida por cerca de 700 mil atingidos pelo rompimento da barragem, incluindo moradores, municípios, empresas e instituições religiosas, que pedem indenização de aproximadamente R$ 230 bilhões.

O processo foi movido inicialmente apenas contra a BHP. No entanto, em agosto do ano passado, a Vale foi incluída na ação, após a anglo-australiana reivindicar que, em caso de condenação, a mineradora brasileira contribua com no mínimo 50% do valor a ser pago às vítimas.

As duas empresas são controladoras da Samarco, responsável pela barragem de Fundão, que rompeu em novembro de 2015. A tragédia causou 19 mortes, destruiu comunidades e contaminou o Rio Doce.

FONTE G1

Vale consegue prorrogar julgamento sobre crime de Mariana até 2025

Após oito anos do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, a Vale solicitou à Justiça da Inglaterra que o julgamento referente à indenização das famílias e comunidades atingidas tenha prorrogação de mais três semanas. A juíza responsável pelo caso atendeu ao pedido que, na prática, fará com que o julgamento da ação só termine em 2025. Vale lembrar que a previsão de conclusão do caso era para este ano, já que grande parte dos atingidos segue sem indenização e não houve prisões pela tragédia.

De acordo com representantes da mineradora, a solicitação para extensão do prazo teve como objetivo a possibilidade de ouvir mais testemunhas e experts sobre o tema. Portanto, o pedido ocorreu na audiência da última quarta-feira (31). Nela havia indígenas, quilombolas e moradores do distrito de Bento Rodrigues, além de prefeitos e procuradores de 15 municípios atingidos.

Julgamento da Vale

O início do julgamento está previsto para o dia sete de outubro. Ele tinha um prazo estimado de duração inicial de 11 semanas, o que faria com que a conclusão do processo ocorresse em dezembro deste ano. Com a prorrogação de três semanas, o desfecho acontecerá somente em 2025.

Atualmente, o processo – que é considerado a maior ação coletiva ambiental do mundo – pede uma reparação de U$S 44 bilhões, o que equivale a mais de de R$ 230 bilhões. Assim, o valor é muito superior às quantias já destinadas pela Fundação Renova, entidade criada pelas mineradoras.

A Justiça Federal em Minas Gerais condenou a Vale, BHP e Samarco no dia 25 de janeiro. Pela falta de resposta das mineradoras, mesmo após oito anos do desastre, a Justiça condenou-as ao pagamento de R$ 47,6 bilhões. O valor age como forma de indenização por danos morais coletivos causados à população afetada pela tragédia. 

“A Vale informa que participa das audiências nesta semana em Londres, no processo movido por diversos requerentes relacionados ao rompimento da barragem de Fundão contra a BHP Group. Em razão da ação de contribuição proposta pela BHP Group contra a Vale em 2022, a empresa também acompanha este caso, na condição de terceira interessada. É importante esclarecer que não haverá qualquer discussão ou decisão de mérito ao longo desta semana. O objetivo das audiências é definir questões relacionadas ao cronograma e marcos processuais de condução dos dois processos, que correm em paralelo e possuem etapas compartilhadas”. Nota da Vale sobre a audiência de quarta-feira.

FONTE JORNAL GALILÉ

Inscrições abertas: Escola de Ofícios de Mariana destaca a Capacitação Feminina na Construção Civil para o Novo Semestre

Com ênfase em construção, empreendedorismo, inovação, autonomia e criatividade, os cursos Pedreira – Mulheres na Construção, Carpintaria, Cantaria, Forjaria e Pintura recebem inscrições de 01 a 19 de fevereiro.

A Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana, em operação desde 2019, inicia um novo semestre oferecendo diversas oportunidades gratuitas de aprendizado e crescimento. Ao longo de sua trajetória, a instituição já capacitou mais de 400 alunos em cinco áreas específicas de qualificação: Alvenaria (taipa, adobe e pau a pique), Carpintaria (madeira), Forjaria (forja artística), Cantaria (pedra) e Pintura (cal, óleo, estêncil e pátinas), além de realizar oficinas especializadas e mais de 20 visitas técnicas e encontros de arte e educação.

A grande novidade deste semestre é o curso “Pedreira – Mulheres na Construção”, um curso que proporcionará aulas teóricas e práticas, visitas técnicas, excursões, palestras e debates sobre os saberes, as artes e as condições sociais atuais. Com isso, o curso visa formar profissionais femininas aptas a utilizar os conhecimentos adquiridos para construir ou intervir em suas moradias, assim como ingressar no mercado de trabalho como empregadas, empregadoras ou autônomas.

Os conteúdos abordados no curso incluem temas fundamentais como segurança no trabalho, planejamento e acompanhamento de obras, leitura e interpretação de projetos, manuseio de máquinas, ferramentas e equipamentos, conhecimento das características dos materiais, processos de construção de estruturas em concreto armado, elevação de paredes e muros em alvenarias, reboco, assentamento de pisos cerâmicos e azulejos, instalação de marcos de portas e janelas, formas simples de madeira, entre outros.

Além desta novidade, a escola ainda oferece seus cursos tradicionais, Carpintaria, Cantaria, Forjaria e Pintura, além de diversos minicursos que serão divulgados ao longo do semestre.

As aulas terão início no dia 05 de março e vão até o dia 05 de julho, totalizando um período de quatro meses, onde os alunos matriculados terão acesso gratuito a vale-transporte e lanche.

A Escola de Ofícios Tradicionais de Mariana é uma iniciativa do Instituto Pedra, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e apoio da Prefeitura de Mariana. A instituição é dedicada à preservação e promoção das técnicas tradicionais de construção, oferecendo cursos práticos e teóricos em diversas áreas, capacitando indivíduos para atuarem no setor da construção civil de maneira sustentável e inovadora.

Serviço:

ESCOLA DE OFÍCIOS TRADICIONAIS DE MARIANA

LINK DE INSCRIÇÃO: https://www.escoladeoficios.org.br/seletivo/

Endereço: Rua Cônego Amando, 278, Bairro Chácara – Mariana – MG.

CEP: 35426-060

Telefone: (31) 3560-2108 | Whatsapp: (31) 98741-8050

Site: www.escoladeoficios.org.br

Instagram e facebook: @escoladeoficiosdemariana

Museus de Mariana e Boulieu abrem as festividades do carnaval  na Região dos Inconfidentes

Hoje e amanhã, as cidades de Mariana e Ouro Preto convergem em mais uma celebração da riqueza cultural brasileira, desta vez, em um encontro com a festança pré-carnavalesca única, onde a tradição se entrelaça com a diversão.

O mês de fevereiro se aproxima e, com ele, a efervescência carnavalesca toma conta dos Museus de Mariana e Boulieu. Nos dias 2 e 3 de fevereiro, a partir das 19h, uma festa pré-carnavalesca repleta de energia, embalada pela vibrante sonoridade da banda Candonguêro e do DJ Pátrida, invade a Primaz de Minas e a antiga Vila Rica. No Museu Boulieu, o evento ainda contará com a participação animada do Bloco do Mesclado.

O Candonguêro, banda originada em Ouro Preto, chega com tudo nessa experiência, proporcionando uma imersão nostálgica nos carnavais de tempos passados. Em suas apresentações musicais, o Candonguêro prestará homenagem a personagens, escolas de samba e blocos tradicionais de Ouro Preto, ressuscitando a atmosfera da antiga Vila Rica, além da apresentação de suas animadas músicas autorais.

O DJ Pátrida, por sua vez, é produtor musical e cultural ouropretano, e estará presente na abertura da folia, conduzindo sua versatilidade pelos palcos e proporcionando uma seleção musical que abrange diversas vertentes da música brasileira e global.

Já o Bloco do Mesclado, com 27 anos de tradição, estará presente no palco do Museu Boulieu, trazendo uma experiência singular aos amantes da boa música, escapando dos tradicionais ritmos carnavalescos e transformando o aquecimento do Carnaval em uma celebração que mescla ritmos, culturas e emoções.

Os ingressos para os foliões já estão disponíveis nas bilheteiras dos museus, por meio do programa Ingresso Solidário, e podem ser adquiridos mediante a troca por 1 kg de alimento não perecível. Além disso, os ingressos também podem ser adquiridos pela plataforma Sympla, com a entrega dos alimentos programada para o dia do evento.

O Museu de Mariana conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, gestão do Instituto Cultural Aurum e realização da Prefeitura de Mariana e Governo Federal Brasil: União e Reconstrução via Lei Rouanet.

O Museu Boulieu conta com o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, apoio da Prefeitura de Ouro Preto e realização da Aurum Produção e Eventos e do Governo Federal Brasil: União e Reconstrução via Lei Rouanet.

Serviço:

Museu de Mariana

Endereço: Rua João Pinheiro, 20, Centro, Mariana – Minas Gerais, Brasil

Como chegar: https://maps.app.goo.gl/fSy8PkBjiq8obKGb6

Horário do evento: 19h

Ingressos: Pré-Carnaval do Museu de Mariana com Candonguêro em Mariana – Sympla

Instagram/Facebook/YouTube: @museudemariana

Museu Boulieu

Endereço: Rua Padre Rolim, 412, Centro, Ouro Preto – Minas Gerais, Brasil

Como chegar: https://maps.app.goo.gl/t8yMByy6PEazsrW17

Horário do evento: 19h

Ingressos: #BoulieuNaFolia com Candonguêro – Pré-Carnaval do Museu Boulieu em Ouro Preto – Sympla

Instagram/Facebook/YouTube: @museuboulieu

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