Concurso PM MG: editais de Soldado e Oficial; 3.282 vagas

Concurso PM MG: após cancelamento do certame anterior, Polícia Militar de Minas Gerais irá formar profissionais para 2025.

Foram publicados dois novos editais do concurso PM MG (Polícia Militar de Minas Gerais), com objetivo de preencher 3.282 vagas imediatas com profissionais de nível superior. As oportunidades se destinam às carreiras de Soldado e Oficial.

A Diretoria de Recursos Humanos (DRH), por meio do Centro de Recrutamento e Seleção (CRS) da corporação, é responsável pela organização do certame.

Este concurso público terá validade de 60 dias, podendo ser prorrogado uma única vez e por igual período, contados da data da homologação do resultado do certame.

Concurso PM MG edital nº 9: vagas Oficiais

Serão preenchidas 180 vagas para o curso de Formação de Oficiais. As vagas serão destinadas, após o curso, para preenchimento de cargos das Unidades da PMMG, por todo o estado de Minas Gerais.

Para concorrer a uma das vagas de Oficial, é preciso atender uma série de requisitos, dentre os quais estão:

  • Possuir título de bacharel em Direito;
  • Ter entre 18 e 30 anos de idade;
  • Possuir Carteira Nacional de Habilitação válida, pelo menos na categoria “B”;
  • Ter altura mínima de 1,60m.

A remuneração básica inicial para o Cadete do 1ª Ano do CFO está atualmente fixada em R$ 7.175,30. Após a formatura, a carga horária semanal de trabalho será de 40 horas.

Concurso PM MG edital nº 10: vagas Soldados

Serão preenchidas 3.102 vagas para ampla concorrência, sem divisão por sexo, para admissão junto ao curso de formação de Soldados. As oportunidades estão distribuídas por diferentes regiões do estado.

Para disputar uma das vagas, será preciso atender uma série de requisitos, dentre os quais estão:

  • Ter nível superior de escolaridade;
  • Ter entre 18 e 30 anos de idade;
  • Possuir Carteira Nacional de Habilitação válida, pelo menos na categoria “B”;
  • Ter altura mínima de 1,60m.

A remuneração básica inicial para o Soldado de 2ª Classe está atualmente fixada em R$ 4.360,83. Após a formatura, a carga horária semanal de trabalho será de 40 horas.

Concurso PM MG: veja como participar

Os interessados em participar do concurso PM MG para a carreira de Oficial deve solicitar participação no período previsto de 17 de julho a 17 de agosto de 2024, por meio deste endereço eletrônico. A taxa de inscrição custa R$ 220,00.

Já para disputar uma das vagas de Soldado será preciso se inscrever no período de 1º de agosto a 1º de setembro de 2024, a partir desta página disponibilizada pela Diretoria de Recursos Humanos. O valor cobrado como taxa de participação é de R$ 101,00.

Em ambos os casos, em condições estabelecidas no edital de abertura, será possível solicitar a isenção do pagamento.

Concurso PM MG: seleção dos candidatos

Edital Oficial

Inicialmente, os candidatos inscritos no concurso PM MG farão uma prova objetiva, fase de caráter eliminatório e classificatório, prevista para ser aplicada em 15 de setembro de 2024.

Serão 50 questões objetivas de múltipla escolha, que estará distribuída da seguinte maneira:

  • 7 questões de Direito Constitucional;
  • 7 questões de Direito Administrativo;
  • 6 questões de Direito Penal;
  • 6 questões de Direito Processual Penal;
  • 5 questões de Direito Civil e Direito Processual Civil;
  • 6 questões de Legislação Extravagante e Direitos Humanos;
  • 4 questões de Língua Portuguesa;
  • 4 questões de Raciocínio Lógico-Matemático;
  • 5 questões de Noções de Língua Inglesa.

Na mesma data haverá a aplicação de redação, que possui caráter eliminatório e classificatório, em que serão avaliados os critérios de ortografia, morfossintaxe, pontuação e conteúdo.

Haverá também a fase de Avaliação Física Militar (AFM), composta pelo Controle Fisiológico (CF), exigido dos candidatos que já sejam militares da PMMG (inclusão definitiva), ou Avaliação Médica (AM), exigida dos demais candidatos, e do Teste de Capacitação Física (TCF). Os candidatos serão avaliados também em exames de saúde e avaliação psicológica.

A terceira fase do concurso PM MG Oficiais compreende uma prova oral, de caráter eliminatório, e prova de títulos com caráter classificatório.

Edital Soldado

Os candidatos inscritos no concurso PM MG Soldado serão avaliados a partir da realização de provas objetivas, fase com caráter eliminatório e classificatório, previstas para serem aplicadas no dia 20 de outubro de 2024.

Elas serão compostas por 50 questões objetivas de múltipla escolha, que estarão distribuídas da seguinte maneira:

  • 20 questões de Língua Portuguesa, incluindo estudo e interpretação de texto;
  • 5 questões de Literatura;
  • 5 questões de Noções de Língua Inglesa;
  • 10 questões de Noções de Direito E Direitos Humanos;
  • 10 questões de Raciocínio Lógico-Matemático.

A segunda fase do certame será composta por avaliações psicológicas e exames de saúde, enquanto a terceira fase será uma Avaliação Física Militar (AFM).

Editais PM MG

Para saber mais detalhes sobre o concurso PM MG, como o conteúdo que será abordado na fase de provas objetivas, é importante ler o edital de abertura de interesse. Os documentos podem ser localizados no site da Polícia Militar do estado de Minas Gerais.

Havendo qualquer dúvida, existe a possibilidade de entrar em contato com a instituição, a partir da seção “contato” disponível no link informado anteriormente, utilizando sua conta Gov.br.

 

FONTE CONCURSOS NO BRASIL

Amanhã (28), PM e parceiros promovem Ação cívico-social (ACISO) em Lafaiete (MG)

Na manhã do dia 28 de Abril de 2024, das 8h às 12h, ocorrerá uma Ação Cívico-Social na Praça Barão de Queluz, município de Conselheiro Lafaiete/MG.

Serão realizadas ações de conscientização sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher, pela equipe de Prevenção a Violência Doméstica e Familiar (PPVD), da 61ª Companhia de Polícia Militar.

Com apoio especial da UNIMED e CDL, o evento contará com:

Orientações e dicas sobre nutrição especializada com a HEMOLAB.

Saúde animal com a equipe de discentes do curso de Veterinária da UNIPAC.

Saúde em movimento com a equipe de discentes do curso de Educação Física da UNIPAC.

Haverá feira de adoção, orientações diversas e agendamento para castração de cães pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

Avaliação de glicose e aferição de pressão pela equipe de Enfermeiras da Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete.

Assessoria Jurídica com equipes da OAB Cidadão e Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL).

Distribuição de água mineral para consumo pela COPASA.

Exposição de Artesanato pelo grupo SOLIDARTE.

Atividade Física promovida pela equipe eMulti.

Apresentação da Banda de Música Santa Cecília.

A ACISO contará, também, com a participação de equipes do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Militar de Meio Ambiente.

Para o público infantil, voltado para brincadeiras e muita diversão, ainda haverá participação do Leão do Proerd, PM Amigo e Amiga Legal, grupo Desbravadores, Cama elástica, distribuição de algodão doce, pipoca e muito mais.

Participem!
31º BPM: GUARDIÃO DA ESTRADA REAL

PM e parceiros promovem Ação cívico-social (ACISO) em Conselheiro Lafaiete (MG)

Na manhã do dia 28 de Abril de 2024, das 8h às 12h, ocorrerá uma Ação Cívico-Social na Praça Barão de Queluz, município de Conselheiro Lafaiete/MG.

Serão realizadas ações de conscientização sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher, pela equipe de Prevenção a Violência Doméstica e Familiar (PPVD), da 61ª Companhia de Polícia Militar.

Com apoio especial da UNIMED e CDL, o evento contará com:

Orientações e dicas sobre nutrição especializada com a HEMOLAB.

Saúde animal com a equipe de discentes do curso de Veterinária da UNIPAC.

Saúde em movimento com a equipe de discentes do curso de Educação Física da UNIPAC.

Haverá feira de adoção, orientações diversas e agendamento para castração de cães pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

Avaliação de glicose e aferição de pressão pela equipe de Enfermeiras da Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete.

Assessoria Jurídica com equipes da OAB Cidadão e Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL).

Distribuição de água mineral para consumo pela COPASA.

Exposição de Artesanato pelo grupo SOLIDARTE.

Atividade Física promovida pela equipe eMulti.

Apresentação da Banda de Música Santa Cecília.

A ACISO contará, também, com a participação de equipes do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Militar de Meio Ambiente.

Para o público infantil, voltado para brincadeiras e muita diversão, ainda haverá participação do Leão do Proerd, PM Amigo e Amiga Legal, grupo Desbravadores, Cama elástica, distribuição de algodão doce, pipoca e muito mais.

Participem!
31º BPM: GUARDIÃO DA ESTRADA REAL

Briga, confusão e agressão em bar

Por volta de 01:00 da manhã de domingo (21) a PM de Barbacena (MG) foi acionada pelo 190 para responder a relatos de uma briga generalizada em um estabelecimento comercial na área central da cidade. Após a rápida resposta das equipes no local, constatou-se que a situação havia se acalmado, porém o proprietário do estabelecimento, informou às autoridades sobre o ocorrido.

Segundo a vitima de 27 anos, se encontrava no local e ao realizar o pagamento de sua comanda em um dos box, questionou a divisão dos valores entre os amigos e relatou a um funcionário do box que estava havendo um cobrança indevida o que gerou uma discussão; logo apos isto, ao se afastar do box foi agredido por um individuo que não foi capaz de identificar, informou que foi atingido por um soco no rosto e que veio a cair ao solo. Relatou que foi informado por conhecidos que um dos autores se tratava de um funcionário do local porem não foi identificado.

A vítima foi prontamente encaminhada ao Hospital Regional, onde recebeu atendimento médico e permaneceu sob observação. Durante este período, um familiar compareceu ao hospital e posteriormente se dirigiu ao estabelecimento em busca de informações adicionais, incluindo imagens das câmeras de segurança para esclarecer o incidente porém as imagens das câmeras de segurança nao foram fornecidas.

PM prende autor de feminicídio

PM prende autor de feminicídio em Ponte Nova

Um homem, de 32 anos, suspeito de cometer um feminicídio contra a ex-companheira, foi preso em flagrante pela Polícia Militar, em Ponte Nova, na Zona da Mata.

O crime ocorreu na manhã de quarta-feira (17/4), no Bairro Triângulo, naquela cidade. Testemunhas contaram que o suspeito chegou à residência da vítima, de 36 anos, sob efeito de drogas.

Ele iniciou uma discussão com a ex sobre os cuidados com a filha que tem deficiência. Nesse momento, o homem sacou um revólver calibre 32 e efetuou dois disparos, que atingiram o tórax e o braço da mulher.

A vítima não resistiu aos ferimentos. Com o autor, os policiais encontraram a arma utilizada no crime, além de munições. Ele foi preso e conduzido à delegacia de Ponte Nova.

Testemunhas relataram aos policiais que o autor tentou atirar antes na mulher, mas outra mulher tentou impedir o crime. A criança fica agora sob os cuidados de familiares da vítima.

FONTE ESTADO DE MINAS

Prefeitura de Congonhas entrega quatro novas viaturas para Polícia Militar

O Governo de Congonhas realizou a entrega de quatro novas viaturas para Polícia Militar, adquiridas com recursos próprios. Os novos veículos fazem parte de um pacote de investimentos de quase R$6 milhões de reais realizados com objetivo é apoiar o trabalho dos diversos agentes de segurança do município em favor da população.

“A entrega destes veículos foi um gesto de reconhecimento, gratidão e respeito pelo trabalho que a Polícia Militar faz por todos nós, sete dias por semana. E o município vem se preparando cada vez mais para passar a sensação de segurança para a população com outros investimentos como a modernização da iluminação pública por lâmpada de LED, videomonitoramento nas escolas, renovação de frotas e outras ações”, comentou o prefeito Cláudio Antônio de Souza.

O tenente-coronel Jardel Eduardo do 31º Batalhão da Polícia Militar de Conselheiro Lafaiete recebeu as chaves das mãos do prefeito e ressaltou que Congonhas é o único município da região a repassar de uma só vez quatro novas viaturas para a PM. “Isso reflete a sensibilidade e o compromisso com a segurança pública e o bem-estar da população no sentido de disponibilizar recursos e, além disso, ajudar na renovação da nossa frota para melhor atendermos as demandas da população”, frisou o tenente.

“As viaturas chegam num momento extremamente importante para a nossa atividade operacional da Polícia Militar e essa aquisição representa um importante suporte para a segurança pública do município”, ressaltou o capitão Marcos Jacó da 73ª Companhia da Polícia Militar de Congonhas.

Nos últimos anos foram adquiridas cinco novas viaturas para a Guarda Civil Municipal (GCM), novos capacetes, kits de dispositivo de descarga elétrica para incapacitação momentânea e sprays de pimenta e gás lacrimogêneo, rádios de comunicação, treinamento para os agentes, instalação de monitoramento por câmeras nas escolas e prédios públicos e a contratação de monitores de trânsito e vigilantes desarmados.

 

Por Reinaldo Silva / Fotos: Daniel Silva

Militar reformado atira em jovem que estava escondido em banheiro da casa da neta há 8 dias

Caso aconteceu no bairro Califórnia, na região de Vianópolis, em Betim, na Grande BH; segundo o jovem, a família não aprovava o namoro

Um militar reformado de 72 anos atirou em um jovem de 20 anos, que estava há oito dias escondido em banheiro da casa onde o avô mora com a mulher e a neta, no bairro Califórnia, na região de Vianópolis, em Betim, na Grande BH. O caso aconteceu nesse domingo (31), por volta das 22 horas.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), o rapaz namorava a neta do idoso, de 15 anos, “às escondidas”, já que a família não aprovava o namoro. Segundo ele, os dois se conheceram em uma igreja próxima à região.

Ainda em depoimento a Polícia Militar (PM), o jovem disse que estava sua namorada teria desligado as câmeras de segurança para ele entrar na casa. Durante todos esses dias, o jovem relatou que ficou em um cômodo acima do banheiro da casa, onde fica uma caixa d’água. A adolescente levava comida e roupa para ele.

Ainda segundo do BO, na noite desse domingo (31), por volta das 23 horas, o jovem desceu para um quarto de hóspedes para carregar o celular, quando a esposa do militar reformado viu o jovem escondido debaixo da cama e gritou por socorro.

Após a situação, o idoso teria pegado sua arma, um revólver calibre 38, registrado, e atirado contra o jovem que se escondeu no quarto de sua neta. O disparo atingiu o pé do garoto.

A perícia da Polícia Civil (PC) e Corpo de Bombeiros foram acionados.

O jovem de 20 anos está sendo medicado e está sob escolta dos militares, por ter fugido para a casa ao lado após ser alvejado.

 

FONTE ITATIAIA

Ponte Rio-Niterói: mortes, atrasos, tentativa de CPI e explosão de custos da ‘obra do século’ da ditadura

“Graças à visão ampla de estadistas que a Revolução de Março de 1964 ofereceu ao Brasil, podemos hoje, no mês em que comemoramos seu décimo aniversário, festejá-la com legítimo orgulho, mediante essa magnífica estrada sobre as águas que liga, por sobre a Baía de Guanabara, as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói.”

A declaração é do ministro dos Transportes à época, coronel Mário Andreazza, no discurso de inauguração da ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio-Niterói, há 50 anos, em 4 de março de 1974.

O discurso evidencia a dupla finalidade do ousado empreendimento, então a terceira ponte mais longa do mundo, com seus 13,2 km de extensão: conectar as duas cidades e funcionar como peça de propaganda da ditadura militar, algo que, de certa forma, se mantém até hoje, com a controversa manutenção do nome em homenagem ao seu segundo presidente.

A ditadura foi instalada no país há 60 anos, com um golpe militar iniciado em 31 de março de 1964 que derrubou o presidente João Goulart.

Obras grandiosas de infraestrutura foram um marco do regime autoritário, como a estrada Transamazônica, as hidrelétricas de Itaipu e Balbina, as usinas nucleares de Angra dos Reis e a própria Ponte Rio-Niterói.

Celebradas como símbolos de um “Brasil grande”, com acelerado crescimento econômico, foram também polêmicas pelos atrasos e orçamentos estourados, impactos ambientais e condições precárias de trabalho.

A Rio-Niterói é simbólica em todos esses aspectos, vista como um marco da engenharia e exaltada como “obra do século” pelo governo, como mostram jornais da época.

Seu vão principal, com uma estrutura em aço inglês de 300 metros de extensão, é até hoje o maior do mundo em viga reta contínua.

Esse tipo de construção é pouco usado em grandes vãos, mas foi escolhido devido à proximidade de dois aeroportos, Santos Dumont e Galeão. Outras técnicas de engenharia, como ponte pênsil ou estaiada, teriam comprometido a passagem dos aviões.

“Se você um dia passar na ponte Rio-Niterói, no ponto mais alto, lembre-se que você está a 130 metros de onde estão cravadas as fundações da ponte na rocha”, explica o engenheiro Carlos Henrique Siqueira, que há 52 anos trabalha na ponte.

Siqueira começou em 1972, aos 24 anos, como engenheiro mais jovem na supervisão da obra e permanece até hoje, como consultor da Ecoponte, concessionária responsável pela operação da via.

“Se você pegar a largura desse vão de 300 metros e essa altura de 130 metros, você coloca três estádios do Maracanã ali embaixo.”

A grandiosidade do projeto impressiona, mas por outro lado sua construção ficou marcada por acidentes fatais, atraso na obra e críticas à má-qualidade dos materiais usados. A ponte virou alvo de uma tentativa de CPI.

O regime foi obrigado a trocar o consórcio responsável e passou a tocar a obra em ritmo frenético a fim de atender “prazos políticos”.

Os custos explodiram, e, embora não existam dados oficiais a respeito, estima-se que o preço final tenha ficado até quatro vezes o valor original.

Ponte Rio-Niterói vista de baixo
Com 13,2 km, a Ponte Rio-Niterói era a terceira maior do mundo quando foi inaugurada

O fracasso inicial

Antes da ponte, a viagem entre Rio de Janeiro e Niterói levava mais de duas horas, seja por balsa, incluíndo o tempo de espera, seja contornando a Baía de Guanabara, em um trajeto de cerca de 100 km que cruzava o que hoje são outros cinco municípios da Baixada Fluminense.

A ideia de ligar as duas cidades por uma ponte ou por túnel submerso era debatida há mais de um século e ganhou força na ditadura sob o argumento de que a obra era de interesse nacional, porque integraria também a BR-101, estrada que desce o litoral do país de norte a sul.

Em fevereiro de 1965, o presidente Castello Branco criou um grupo de trabalho sobre o tema que, dois meses depois, optou pela ponte, alternativa mais barata e com tecnologia que o Brasil dominava melhor.

Foram mais quatro anos de estudos, elaboração de projetos e processos de licitação. A ponte começou a ser construída, de fato, no início de 1969.

O Brasil atravessava naquele momento o endurecimento da ditadura com a edição do Ato Institucional número 5 (AI-5), medida mais extrema do regime, que autorizava o presidente a fechar o Congresso Nacional, cassar mandatos parlamentares, intervir em Estados e municípios, suspender os direitos políticos e civis.

A ousada previsão inicial de entrega era março de 1971, e a execução do orçamento inicial foi acelerada para dar conta do prazo. Mas só 20% da obra havia sido construída até janeiro do ano previsto, como reconheceu o governo.

Também foram feitas muitas críticas de engenheiros à qualidade dos métodos de construção, equipamentos e materiais.

Alguns desses problemas ficaram evidentes em acidentes fatais, o mais grave deles em 24 de março de 1970, quando parte do empreendimento literalmente afundou.

Naquele dia, foi feito um teste das fundações, aplicando uma técnica para fundações profundas de concreto com uma plataforma que sustentava 34 tubulões, cada um com 22 metros de comprimento, que seriam preenchidos com água.

“Trinta e três tubulões já estavam cheios, e faltava apenas um, quando se ouviu um estrondo violento, e a plataforma desabou”, descreveu a reportagem do jornal O Globo no dia seguinte ao acidente.

“Os que trabalhavam na proximidade foram arrastados pela sucção das duas mil toneladas dos tubulões cheios de água”. Três engenheiros e cinco operários morreram no acidente.

A situação da construção da ponte a essa altura era tão delicada que, naquele mês, o regime decidiu trocar o consórcio responsável pela maior parte da obra — a exceção foram os vãos centrais, que seriam executados por um consórcio inglês.

O grupo formado pelas empreiteiras Construtora Brasileira de Estradas (CCBE ), Ferraz Cavalcanti, Servix e Empresa de Melhoramentos e Construção (Emec) tinha oferecido o menor lance da licitação, quase metade do segundo colocado.

O consórcio perdedor acabou chamado para concluir a ponte — entre as novas empresas, estavam Camargo Corrêa e Mendes Júnior, que décadas depois foram alvo da Operação Lava Jato, acusadas de pagamento de propinas em troca de favorecimentos em contratos da Petrobras.

Reprodução de reportagem do jornal O Globo de 1970 sobre acidente na construção da ponte Rio-Niterói
‘Se ouviu um estrondo violento, e a plataforma desabou’, relatou a reportagem do jornal O Globo de 25 de março de 1970

A tentativa de CPI da Ponte

Foi nesse contexto que o MDB, único partido de oposição autorizado a atuar no país entre 1966 e 1979, tentou criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI da Ponte.

O objetivo seria “apurar as causas que levaram o governo à desapropriação (do primeiro consórcio) e possíveis prejuízos ao erário”, noticiou o Jornal do Brasil, em 2 de fevereiro de 1971.

A tentativa foi barrada pelo Arena, partido governista com maioria no Congresso. O então líder do governo, deputado Geraldo Freire, acusou o MDB de agir por interesses políticos, “pretendendo criar em torno dela (a construção da ponte) não a imagem de obra do século, mas de escândalo do século”, registrou o Jornal O Globo, em 27 de maio do mesmo ano.

Entre os documentos citados no pedido de CPI, estava um relatório de novembro de 1970 produzido pelos engenheiros que haviam projetado a ponte e supervisionavam a obra.

Eles diziam que “o andamento lento decorre de muitas modificações desnecessárias do projeto, resultando no abandono de obras previamente executadas; de um planejamento e sequência das operações de construção inapropriadas; e de atrasos causados pela baixa qualidade da execução”.

Um trecho alertava que “diversos tubulões e alguns blocos de coroamento (estrutura que transfere a carga dos pilares para as fundações profundas) estão consideravelmente defeituosos”.

O documento ainda apontou sobre as fundações que “a qualidade do concreto estava tão ruim que este material não poderia ser propriamente considerado como sendo concreto”.

O MDB citava também, na justificativa para a CPI, uma carta ao Ministro dos Transportes enviada pelo engenheiro Fernando Lobo Carneiro em julho de 1970.

Carneiro era chefe do programa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tinha desenvolvido um método para calcular a resistência dos concretos à tração, aplicado mundialmente e conhecido como “Brazilian Test”.

Na carta, ele criticava técnicas usadas na construção, em especial a decisão de concretar a laje superior em duas camadas, em vez de uma só. Esse método vinha provocando rupturas em construções nos Estados Unidos, no Canadá, na África, e mesmo no Brasil, na adutora de Ribeirão das Lajes.

O problema de realizar em duas etapas, explicou Carneiro na carta, é que isso comprometeria a eficiência e segurança da construção da ponte.

O engenheiro argumentou que o método usado envolvia o uso de cabos dentro da estrutura de concreto para aumentar sua resistência e que a forma mais adequada para que isso fosse feito era a concretagem em uma única etapa.

“Certas técnicas construtivas que se pretendem adotar na execução da ponte Rio-Niterói, e que têm em vista, fundamentalmente, a redução de custo e do prazo de execução, estão muito longe de terem sido comprovadas pela prática”, criticou.

Estrutura da ponte Rio-Niteróis sendo transportada para construção do empreendimento
Vão central foi construído por firmas inglesas, exigência do acordo para empréstimo de 31 milhões de libras

O engenheiro Benjamin Ernani Diaz foi responsável por projetar a maior parte da ponte com Antônio Alves de Noronha Filho. Ele aponta à BBC News Brasil dois fatores principais para o difícil andamento inicial da obra.

O primeiro, afirma Diaz, foi a compra de equipamentos fracos para a perfuração do solo, e o outro, a opção por concretar a laje em duas etapas — ambas atribuídas ao consórcio responsável.

Profissional renomado em sua área, Diaz foi pioneiro no uso de computadores na engenharia civil brasileira e pela introdução no país de uma tecnologia mais moderna de colagem de aduelas (estruturas pré-fabricadas de concreto armado), no projeto da ponte.

“O que aconteceu é que compraram equipamento muito fraco, barato, para fazer a fundação, e a máquina que perfurava o solo não atingia profundidades adequadas”, lembra Diaz, que foi também chefe de projeto da Usina Nuclear de Angra 2, professor da UFRJ e, hoje, atua como consultor.

Já o consórcio construtor dizia que o estudo de viabilidade da obra, que constava do edital de licitação, trazia informações erradas sobre a profundidade da baía para a fixação das fundações da ponte.

Isso exigiria a importação de equipamentos de perfuração mais caros do que os previstos inicialmente.

O governo acabou sendo alvo de críticas também. O Clube de Engenharia divulgou um relatório em maio de 1971 condenando os “prazos políticos para conclusão de obras públicas”.

Segundo uma reportagem do Jornal do Brasil, a carta citava a Ponte Rio-Niterói como exemplo de empreendimento em que a definição inicial de prazos curtos e orçamentos baixos pelo governo comprometiam a segurança da obra.

Em um editorial de 13 de janeiro de 1971, o próprio Jornal do Brasil também condenava a “pressa” no lançamento do projeto.

“A ponte, que esperou cem anos ou mais, poderia esperar mais algum tempo para sair um projeto perfeito, baseado em cálculos exatos, em pesquisas detalhadas, previstas todas as consequências”, dizia o editorial.

Por decisão política, o regime militar não demoliu dois vãos construídos com os métodos criticados, conta Carlos Henrique Siqueira.

Em vez disso, foram projetados reforços para essa estrutura, que correspondiam aos dois primeiros vãos sobre o mar, na margem do Rio de Janeiro.

“Aquilo que havia sido feito, pensou-se derrubar. Destrói tudo e faz de novo. Porém, o governo brasileiro disse que ia ser uma coisa muito dramática. A sociedade aí é que não ia acreditar mesmo (na construção da ponte)”, recorda.

‘Pau na máquina’

Com a troca de consórcio, o governo passou a gerenciar diretamente o empreendimento por meio de uma estatal, pagando 9% dos custos como remuneração às empreiteiras, e imprimiu um ritmo acelerado.

Andreazza dizia que a ponte precisava ser entregue logo porque seria a cobrança de pedágio que pagaria os empréstimos que bancaram a obra.

Mas havia também o desejo do ministro e do presidente Emílio Médici de concluir a obra antes do fim do seu mandato, que de fato acabou apenas onze dias após a inauguração da ponte.

Para Claudio Frischtak, ex-economista do Banco Mundial e presidente da consultoria Inter.B, o coronel Andreazza, ministro dos Transportes, tinha pretensões presidenciais, mesmo não sendo general (a mais alta patente militar). Ele de fato tentou disputar pelo PDS a eleição indireta de 1985, que marcou o fim do regime militar, mas acabou preterido.

“Era um cara relativamente jovem na época, boa pinta, (perfil de) executivo, e extremamente ambicioso. Queria colocar sua a marca, não só em termos de rodovias, como talvez na ópera máxima dele, que seria essa ponte”, dizia a reportagem.

“Aí ele fez uma coisa comum em países autoritários, que era: ‘pau na máquina!’ Então, é um ‘pau na máquina’ que você não sabe exatamente qual foi o custo humano e nem tampouco o custo financeiro, quanto custou essa ponte, ao fim e ao cabo”, ressalta.

O engenheiro Ernani Diaz lembra-se da pressa nessa segunda etapa: “(O orçamento subiu) porque o segundo consórcio começou a cobrar equipamento para manter o prazo do governo. Se for fazer uma ponte em quatro anos em vez de dois, precisa de menos equipamento. Aí, para fazer mais rápido, começou a exigir outras duas treliças (para içar os pedaços da ponte)”.

Carlos Siqueira também se recorda do ritmo frenético. “O governo tinha ciência da magnitude do projeto. Eu trabalhava na supervisão da ponte e, se eu quisesse trabalhar 24 horas por dia, era permitido, porque a minha empresa ganhava um percentual em cima do meu salário. A obra deslanchou”, conta.

A construção acelerada favorecia os acidentes de trabalho em meio à falta de equipamentos adequados se segurança. No seu auge, 10 mil pessoas trabalhavam na ponte.

Em maio de 1971, durante uma visita da imprensa à obra, o coronel João Carlos Guedes, administrador da empreitada, disse que o governo já tinha distribuído “1,2 mil pares de sapatos, pois só no mês passado 170 trabalhadores furaram os pés com pregos”.

“Como têm um prazo de seis dias para tratamento, isso vinha produzindo prejuízos consideráveis ao andamento da obra”, disse ainda.

Acidentes mais graves causaram dezenas de mortes. Não há números oficiais, mas as pesquisas de Siqueira apontam para cerca de 40.

Operários trabalhando na construção da Ponte Rio-Niterói
No auge da construção da ponte, havia dez mil trabalhadores atuando

Custos altos e incertos

As informações sobre a evolução dos custos da obra não são precisas. Registros oficiais e da imprensa indicam que o projeto teria saído de um orçamento inicial de 344 milhões de cruzeiros — considerando os contratos de 1968 com os consórcios brasileiro e inglês — para ao menos 1 bilhão de cruzeiros, impactado por fatores como alterações no projetos, novas vias a serem construídas nos acessos e reajustes inflacionários.

Uma estimativa do MDB divulgada durante a tentativa de CPI, em maio de 1971, previa gastos de mais de 1,8 bilhão de cruzeiros, englobando custos com projetos, desapropriação, obras e a troca dos consórcios.

Também há informações sobre a evolução dos valores em dólares. Segundo uma reportagem de 12 fevereiro de 1971 do Jornal do Brasil, o estudo de viabilidade da obra feito em 1967 estimava um custo de US$ 100 milhões.

No início de 1971, o primeiro consórcio já previa o custo final em US$ 250 milhões.

“Antes mesmo da concorrência, os dirigentes do (primeiro) Consórcio sabiam que o custo previsto no estudo de viabilidade econômica era insuficiente para a construção da ponte. Confiavam em reajustamentos, usuais em obras públicas e que por certo não faltariam na Ponte Rio-Niterói, obra considerada como de importância econômica e promocional pelo Governo Costa e Silva”, dizia outra reportagem do Jornal do Brasil de fevereiro de 1971.

“As dificuldades surgidas com as fundações (da ponte na Baía) ampliaram a margem de erro original. As últimas análises mostraram que o custo final seria 2,5 vezes maior que o calculado”, continuava a reportagem.

O saldo final da obra teria ficado na casa de US$ 400 milhões, segundo o engenheiro Carlos Henrique Siqueira, pesquisador da ponte.

“Foi o valor que encontramos ao final da obra, no fechamento do orçamento. Hoje, não se constrói (ponte similar) por menos de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões)”, estima, atribuindo o custo maior à disparada de preços de insumos como gasolina e aço e regras mais rígidas com meio ambiente e segurança.

“De fato, os jornais da ocasião criticavam muito. Havia um determinado jornal que todo dia dizia ‘elefante branco, não vai servir para nada, jogar dinheiro fora’, quando não queriam dizer que algum dinheiro ia ser desviado”, lembra Siqueira.

“Vejam como essas vozes da discórdia estavam erradas. Quem pode imaginar hoje Rio e Niterói sem essa ponte? Quando ela fica engarrafada, ela para literalmente o trânsito nas duas cidades”, defende.

Não há denúncias concretas de corrupção envolvendo a ponte, e os engenheiros que atuaram na obra ouvidos pela reportagem dizem não acreditar nisso.

Para o historiador Pedro Campos, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a falta de denúncias não é garantia de que não houve corrupção.

Autor do premiado Estranhas Catedrais, livro em que analisa a relação do regime autoritário com empreiteiras, Campos diz que pagamentos de propinas e contratos direcionados eram comuns, mas dificilmente eram revelados devido à repressão.

“Os mecanismos de fiscalização e controle não estavam devidamente operacionais, porque a ditadura censurava os veículos de comunicação, a oposição política, dentre outros segmentos e agentes sociais que poderiam fazer acusações”, diz.

As denúncias ficaram mais fortes ao final do regime e atingiram ministros do regime, como Delfim Neto (Fazenda, Agricultura e Planejamento) e Andreazza (Transportes e Interior), como registrou, inclusive, um telegrama secreto da embaixada dos Estados Unidos no Brasil para Washington, revelado pelo jornal O Globo em 2018.

Metrô e troca de nome: debates que não avançam

Engarrafamentos na Ponte Rio-Niterói
Em média, 150 mil veículos passam pela Ponte Rio-Niterói diariamente

Em média, 150 mil veículos trafegam diariamente pela cinquentenária ponte Rio-Niterói, transportando cerca de 400 mil pessoas por dia, segundo dados da concessionária Ecoponte.

Engarrafamentos são comuns pela manhã, no sentido Rio-Niterói, e no fim da tarde, no sentido contrário.

Para Claudio Frischtak, o principal problema da obra foi priorizar apenas o transporte rodoviário, ou seja, sem estrutura para metrô ou trem, seguindo o modelo que predominava no país desde os anos 1950.

“Foi uma obra importante, mas com problema de desenho, porque não deu opção ferroviária. Hoje nós temos um problema gravíssimo de conexão do Rio para Niterói e São Gonçalo, um município dormitório (que a população deixa durante o dia para trabalhar), pobre e muito populoso”, analisa.

“E o mais pobres se deslocam como? Com sorte, com van. Se não, com ônibus apertados”, continua.

Também crítico da ponte exclusivamente rodoviária, o historiador Pedro Campos atribui esse tipo de problema ao fato de a população não ter voz na ditadura.

“Essas grandes obras não eram submetidas ao escrutínio popular para que as pessoas pudessem escolher se queriam um hospital ou uma estrada no meio da região Amazônica. Se queriam melhores escolas, ou maior hidrelétrica do mundo”, destaca.

“São projetos feitos à revelia da população, (decididos) por pouquíssimos agentes, um círculo restrito a oficiais militares e grandes empresários, e marcados pela exploração intensa da força de trabalho”, acrescenta.

Embora se discuta a construção de um túnel de metrô submerso para ligar Rio e Niterói, não há qualquer previsão concreta para a obra. Outra questão controversa da ponte sem previsão de mudanças é seu nome.

Já foram apresentados projetos de lei para alteração na Câmara dos Deputados, e o Ministério Público Federal pediu o mesmo à Justiça Federal do Rio de Janeiro em 2015, mas nenhuma iniciativa prosperou.

“Ninguém a conhece pelo nome do general sei lá o quê. Eu fui chefe de projeto da Ponte Rio-Niterói. É perda de tempo (mudar o nome oficial)” avalia o engenheiro Ernani Diaz.

O historiador Pedro Campos discorda. “Isso expressa bem a dificuldade que a gente tem de desenvolver uma política de memória que de fato avance no processo pedagógico de mostrar à população o que foi ditadura, os crimes bárbaros que foram cometidos naquela época”, crítica.

“Infelizmente, a ausência dessa política de memória é um terreno também fértil para o desenvolvimento de uma certa extrema-direita que vai ser saudosa da ditadura”, acredita.

FONTE BBC NEWS BRASIL

PF indicia 40 agentes da PRF e policiais militares por 26 mortes em cidade mineira

Em outubro de 2021, 26 pessoas foram mortas em dois sítios; policiais foram indiciados por homicídio qualificado, tortura e fraude processual.

A Polícia Federal (PF) indiciou 40 policiais por participação numa operação que deixou 26 mortos em uma chacina em Varginha (MG) em 31 de outubro de 2021.

Do total de indiciados, 24 são do grupo de elite da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 16 atuam no Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Minas Gerais.

Os 40 policiais foram indiciados por homicídio qualificado, tortura e fraude processual.

A CNN teve acesso ao relatório da PF. Nele, o delegado do caso narra o dia do crime: “por volta das 5h:00, ao alvorecer, aguardando o primeiro sinal de luz solar, o dispositivo policial já colocado – atiradores de precisão posicionados em locais privilegiados, militares alinhados no lado direito do imóvel, PRF próximo ao muro defronte a rua – e já decidido pelo assalto ao imóvel iniciam-se as manobras de entrada. Primeiramente, uma caminhonete da PRF derruba o portão principal do Sítio”.

O investigador continua: “logo após equipe tática inicia entrada no perímetro alvejando as janelas frontais da edificação. Fração da tropa caminha até a entrada principal e arromba a porta da sala. Um grupo adentra ao imóvel e inicia a visualização dos que ali estavam e que, a essas alturas, corriam recém-despertos, desorientados e em desespero sem entender o que ocorria. Todos eram alvejados”.

“Quem passa pela mira dos policiais é alvejado. Final da ação: 26 mortos. Nenhum policial ferido. Aproximadamente 500 disparos efetivados pelos agentes do Estado. Aproximadamente 300 cartuchos deflagrados encontrados pela perícia. Somente 20 disparos atribuídos às armas dos roubadores. Neste computo, há de se ressalvar aquelas para as quais as evidências apontam para tiro simulado perpetrado pelos próprios policiais”, detalhou a PF, no documento enviado à Justiça Federal.

A Polícia Federal também destaca possível fraude processual e diz que em 14 de maio de 2023, dois anos após a ocorrência dos fatos investigados, a defesa técnica dos policiais rodoviários federais requereu, sem justificar o porquê, a juntada aos autos de vídeos supostamente produzidos às vésperas da ação. O conteúdo dos vídeos são imagens aéreas produzidas por drone – supostamente controlado por um dos policiais que atuou na investida policial e revelam os chamados sítio 1 e Sítio 2 antes da morte dos suspeitos.

“Em verdade, a oferta extemporânea das referidas imagens revelou, ressalvado melhor juízo, sério descompromisso da Polícia Rodoviária Federal com a presente investigação. Qual a razão de dito material não ter sido prontamente entregue à autoridade policial já no dia dos fatos? Qual a razão de todos os policiais rodoviários federais terem sido perquiridos em sede administrativa e em sede policial e terem olvidado tão relevante informação? Onde estava esse material nos últimos dois anos? Quem dele tinha conhecimento?”, indagou o delegado do caso.

Relembre o caso

Em 31 de outubro de 2021, 26 pessoas foram mortas em dois sítios de Varginha em uma operação da PRF e da PMMG. A operação teve o objetivo de combater a investida de um grupo de assaltantes de banco. Segundo a apuração na época, o grupo roubaria um banco no dia seguinte.

Os criminosos eram de seis unidades da federação (Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Pará, Rondônia e São Paulo).

À época, a PRF – responsável por rodovias – considerou a operação um sucesso contra o crime organizado, mas a reconstituição pericial mostra que algumas das pessoas mortas estavam desarmadas ou deitadas e escondidas embaixo de mesas.

Outro lado

A CNN procurou a PRF e a PMMG para comentar o caso. A Polícia Rodoviária Federal respondeu em nota que “combateu um grupo criminoso dedicado à tomada de cidades para cometimento de ilícitos, prática de banditismo comumente conhecida como ‘Novo Cangaço’”. E que, “na ocorrência, um farto armamento foi apreendido: metralhadora .50, fuzis de grosso calibre, pistolas, dezenas de quilos de explosivos e grande quantidade de carregadores e de munições”.

“A PRF destaca o compromisso com os limites constitucionais e a defesa do estado democrático de direito, incluídos o princípio da presunção de inocência dos agentes, a garantia ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. A Polícia Rodoviária Federal colabora com os órgãos competentes para esclarecimento de todos os aspectos da ocorrência. No âmbito administrativo, a Corregedoria-Geral da PRF reabriu procedimento apuratório ainda em 2023 frente ao surgimento de novas evidências”, finaliza a nota.

FONTE CNN BRASIL

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