Adutora de represa de usina hidrelétrica se rompe

Segundo primeiras informações do bombeiros, não há registro de pessoas feridas nem de ilhadas e desabrigadas

Uma das adutoras da represa da Usina de Ilhéus, uma pequena central hidrelétrica particular localizada no distrito de Faria, pertencente a Barbacena, na região Central do Estado, se rompeu na noite desta quarta-feira (28). Segundo as primeiras informações do Corpo de Bombeiros, não há registros de pessoas feridas ou ilhadas na região.

Uma equipe da corporação está se deslocando para o local e a Defesa Civil dos municípios de Barbacena e Barroso já foram acionadas e acompanham a situação. Os bombeiros informaram também que não há relatos de que a represa tenha se rompido, mas apenas uma das adutoras.

https://youtu.be/Zsh3gDAy4-Y

Os militares também trabalham para verificar se há moradores ribeirinhos no curso do rio da Morte, porém afirmam que, devido ao período de estiagem, o rio está a um metro abaixo do nível médio.

FONTE O TEMPO

“Não há documentos que apontem risco de rompimento”, confirma secretário de meio ambiente; deputados promovem debate em Congonhas

Na semana passada,  o arquiteto e urbanista independente Frederico Lopes Freire, de Colatina (ES), que comparou imagens do período de 2002 a 2018, apontou que a área da barragem de Casa de Pedra, da CSN, em Congonhas, estaria completamente tomada por uma mistura de água e resíduo de mineração. “O encharcamento dos resíduos funciona como um gatilho para uma possível liquefação estática, que leva uma barragem a se romper”, disse Freire, referindo-se a Mariana e Brumadinho.

O Secretario de Meio Ambiente Neylor Aarão contestou estudos de arquitetos e confirmou que não há riscos de rompementos de barragem/DIVULGAÇÃO

O processo de erosão e o acúmulo de água, que exerce pressão sobre os rejeitos secos, segundo ele, já podia ser visto em 2011, quando foi concluída a primeira fase da barragem Casa de Pedra. A comparação das imagens de satélite obtidas por meio do aplicativo Google Earth indicavam que nessa época já não havia mais o córrego ou canal natural de drenagem.

Hoje, dia 20, o Secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Congonhas, Neylor Aarão, contestou através de nota, o estudo. “A Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, avalia todas as informações que lhes são encaminhadas com relação à segurança das barragens existentes no Município. A primeira avaliação feita deste relato específico é cercada de muita cautela, porque, do ponto de vista técnico, é improvável que alguém consiga apontar possíveis riscos de uma barragem tendo como base fotos de satélite no Google Earth. Não foram apresentados neste caso elementos técnicos suficientes para que uma análise mais aprofundada possa ser feita. E o autor do documento em questão não relata ter estado em Congonhas para elaborar ou complementar estes seus estudos em campo ou com dados mais precisos.

A Defesa Civil Estadual informou em nota publicada em 12 de março de 2019 que “não houve elevação do nível de emergência da barragem, nem tampouco a apresentação de qualquer documento que indique risco de seu rompimento”.

A exemplo do órgão do Governo do Estado, o Ministério Público de Minas Gerais, que também já realizou vistorias por meio de seu corpo técnico na Barragem Casa de Pedra, tem como procedimento, antes de emitir laudo, ir até o local, conferir indicadores físicos e instrumentais como os piezômetros, além de avaliar outros aspectos que devem ser considerados antes de emitir pareceres acerca da estabilidade ou de análise de riso.

Este é um momento de muitas manifestações relativas às barragens de rejeitos de minério. Neste momento, a Prefeitura de Congonhas precisa se amparar nas informações de órgãos competentes, como é o caso da Defesa Civil Estadual, o Ministério Público Estadual e a Agência Nacional de Mineração (ANA).

Mas a Prefeitura também tem tomado suas medidas, sendo a principal delas a construção e consolidação de uma Política Municipal de Segurança de Barragens. Em outubro de 2018, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente encaminhou cópias do Plano Municipal de Segurança das Barragens, construído de forma suplementar e complementar às de responsabilidades diversas, às empresas que possuem estruturas de alto dano potencial que estejam localizadas no Município ou a ele podem oferecer algum risco.

A despeito de ser a responsabilidade originária da Agência Nacional de Mineração (ANM) no que diz respeito às barragens de rejeito e da Agência Nacional das Águas (ANA) no caso de barragens de contenção de água, as questões que envolvem segurança de barragens merecem atenção especial por parte dos municípios, onde de fato estas estruturas estão localizadas e exercem influência direta.

Neylor Aarão afirmou que não houve elevação do nível de emergência da barragem, nem documento que aponte riscos de rompimento/DIVULGAÇÃO

Com a criação da Secretaria de Meio Ambiente, em 2017, uma das primeiras medidas tomadas foi o início de um levantamento e análise criteriosa das barragens que estão localizadas em Congonhas, uma vez que o tema é de relevante interesse público e cada vez mais crescente a preocupação que se estabeleceu em torno do assunto, após as recentes rupturas e os consequentes danos que têm sido verificados nos últimos anos, suscitando dúvidas e incerteza em relação à estabilidade das estruturas, segurança e modo de lidar com os desafios que insurgiram.

Recentemente, um série de negociações está sendo desenvolvida entre as empresas, o poder público e o Ministério Público, na busca de entendimento para que se possa conferir maior segurança à população que, por ventura, possa ser afetada por qualquer evento negativo que poderia ocorrer nestas estruturas”.

A CSN não quis comentar o estudo do arquiteto.

Debate

Com requeri,mento do deputado federal, Padre João (PT), a Comissão Externa da Câmara dos deputados que acompanha e fiscaliza as barragens no Brasil, realize nesta manhã, às 10:00 horas, na Quadra Dom Oscar, em Congonhas, um debate público sore os danos e riscos de empreendimentos de Casa Pedra, da CSN, a maior da América Latina em área urbana com quase 100 milhões m³ de rejeitos.

Às 15:00 horas, a Comissão  e representantes diversos da comunidade visitam a barragem Casa de Pedra.

 

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Imagens de satélite indicam rachadura em barragem da CSN em Congonhas

 

Imagens de satélite indicam rachadura em barragem da CSN em Congonhas

Imagens de satélite obtidas por meio do aplicativo Google Earth indicam rachadurase grandes manchas de umidade na barragem Casa de Pedra, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Congonhas. O reservatório de rejeitos de mineração da empresa privatizada em 1993 é cinco vezes maior que o do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho, que se rompeu em 25 de janeiro, matando pelo menos 308 pessoas, sendo que 203 corpos já foram resgatados e há 105 desaparecidos.

Vista geral da região de Congonhas. As linhas vermelhas indicam o perímetro da barragem Casa de Pedra, conforme imagem de 12 de fevereiro de 2018

Na quarta-feira (12), o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) emitiu recomendação para que a CSN remova 600 famílias moradoras dos bairros Cristo Rei e Residencial Guarter Monteiro, no entorno da barragem. E que garanta o pagamento emergencial de aluguel de casas no valor de R$ 1.500 por mês em bairros com infraestrutura e oferta de creches e escolas, até que se tenha um plano de compensação para essas pessoas que já moravam nas imediações quando o empreendimento foi instalado.

Uma análise do arquiteto e urbanista independente Frederico Lopes Freire, de Colatina (ES), que comparou imagens do período de 2002 a 2018, aponta que a área da barragem (imagem a seguir) está completamente tomada por uma mistura de água e resíduo de mineração. “O encharcamento dos resíduos funciona como um gatilho para uma possível liquefação estática, que leva uma barragem a se romper”, disse Freire, referindo-se a Mariana e Brumadinho.

O processo de erosão e o acúmulo de água, que exerce pressão sobre os rejeitos secos, segundo ele, já podia ser visto em 2011, quando foi concluída a primeira fase da barragem Casa de Pedra. A comparação das imagens mostra que nessa época já não havia mais o córrego ou canal natural de drenagem.

Imagens de 2013 indicam reforços e reparos. Mas a obra de ampliação da barragem, em 2015, não resolveu o problema da erosão. Houve tentativas de controle do processo, conforme o arquiteto, que não obtiveram êxito, conforme imagens de 2017. Tanto que a mancha de umidade e a erosão aumentaram.

Imagens da mesma barragem. Foto da esquerda indica erosões, lago e solo completamente encharcado

Independente, isenta de preconceitos ou tendências subjetivas, como definição de responsabilidades ou possíveis culpados, como Freire fez questão de ressaltar, sua análise tem como objetivo ajudar a evitar a ocorrência de novos desastres, a exemplo de Brumadinho, que o levou a pesquisar imagens de satélite e constatar deformações e rachaduras que serão tema de outra reportagem.

Ele passou a analisar imagens das barragens de Mar Azul, em Nova Lima, Pontal, em Itabira, e Casa de Pedra, em Congonhas, todas em Minas Gerais. “Sabemos que a liquefação estática leva ao colapso da barragem. Não há dúvidas. Então, a imprevidência quanto aos seus efeitos, sem um planejamento das consequências a longo prazo, traz a perspectiva de mais um acontecimento funesto”, disse.

A boa notícia, segundo o arquiteto, é que existem alternativas ao desmonte das barragens ou retirada dos rejeitos, que podem desestabilizá-las e até contribuir para outro tipo de liquefação, a dinâmica. Entre as tecnologias, a estabilização elétrica e eletroquímica, que consiste na descarga elétrica no solo em tensões específicas conforme as características e objetivos. “É preciso que os responsáveis pelas mineradoras se conscientizem de que não há um caminho fácil para uma solução, mas a ação tem de ser imediata”.

Desde a primeira análise, de Brumadinho, Freire tentou, sem êxito, contato com os grupos empresariais proprietários dos empreendimentos e a Prefeitura de Congonhas. No entanto, seus estudos foram recebidos por especialistas da organização internacional de pesquisa World Mine Tailings Failures, que mantém um banco de dados sobre falhas e eventos adversos significativos na deposição e armazenamento de rejeitos minerais, de fundições e refinarias.

Segundo a entidade, de 1990 para cá é crescente o número de falhas, cada vez mais graves. Os especialistas do World Mine defendem mudanças na legislação e regulamentação, nas práticas da indústria e em novas tecnologias mais seguras. Diante das condições atuais, as estimativas são de pelo menos 19 graves desastres até 2027.

A reportagem tentou contato com a CSN e com a Prefeitura de Congonhas, mas não obteve nenhum posicionamento até o fechamento desta reportagem. Em sua página oficial, a mineradora e siderúrgica mantém uma mensagem. Afirma lamentar “profundamente o ocorrido em Brumadinho” e que a “barragem de Casa de Pedra, com método de construção a jusante, é segura”. Diz ainda que “a empresa está na vanguarda do tratamento de rejeitos, com investimento de R$ 250 milhões na tecnologia de empilhamento a seco, que já cobre 40% do volume de seus rejeitos, o maior empreendimento do tipo já feito no Brasil”.

E que até o fim de 2019 estará processando “100% do seu minério a seco, descartando a utilização de barragens para o processo produtivo”. “A população de Congonhas pode ficar tranquila”.

  • RBA

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Comunidade denuncia ao MP nove barragens ‘escondidas’ em Congonhas

Empreendimentos acima da barragem Casa de Pedra (na foto ao fundo, à direita): moradores de Congonhas querem vistoria em estruturas que não são visíveis da cidade
(foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)

Nas vizinhanças de comunidades marcadas pela mineração, o desconhecimento em relação ao risco  representado por barragens que se erguem acima de cidades e povoados alimenta medo e desconfiança. Em Brumadinho, onde a catástrofe da Vale arrasou áreas da própria mineradora e propriedades, em uma tragédia que já contabiliza 165 pessoas mortas e 155 desaparecidas, a preocupação agora é com uma companhia próxima, que fica a menos de dois quilômetros em linha reta do povoado de Córrego do Feijão, a Mineração Ibirité Ltda.. Já em Congonhas, cercada por 24 depósitos de rejeitos, a União das Associações Comunitárias (Unaccon) entregou ao Ministério Público pedido para acompanhamento da segurança de nove represas do tipo considerado mais arriscado, escondidas por montanhas e matas fechadas. Em relação à represa mais visível da cidade, a da Mina Casa de Pedra, em mais uma reunião ontem à noite moradores cobraram novamente solução para o empreendimento, instalado praticamente dentro da área urbana.

O requerimento da Unaccon, que deve ser analisado ainda hoje pela promotoria local, diz respeito a estruturas de contenção de rejeitos, minério e água de três empresas, entre barragens, diques, baias e similares, cuja área de drenagem segue em direção a Congonhas. De propriedade da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), fazem parte da lista as barragens de Lagarto, do Engenho, dois diques da Pilha Vila II e a represa formada ao lado das barragens B4 e B5 – vertente Bairro Praia/ Fazenda Palmital. Da Vale, estão na mira os empreendimentos de Baixo João Pereira, Barnabé, Alto Jacutinga e Gambá. Da empresa Ferro + Mineração, a preocupação é com o Dique da Pilha Sul.

A situação de medo vem provocando a mobilização dos moradores

O pedido de instauração de procedimentos visa, além de acompanhamento das condições de segurança, à verificação das condições legais e técnicas dos barramentos. Os moradores cobram também a aferição da efetividade dos planos de emergência e contingência em caso de rompimento das estruturas, todas localizadas na sub-bacia do Córrego Santo Antônio, acima dos bairros Praia e vizinhos, com dezenas de milhares de habitantes. Segundo o requerimento, a área responde por 60% das captações de água para Congonhas, o Parque da Cachoeira (local de recreação pública onde a lotação atinge a marca de 3 mil usuários) e a Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas (UPA da Praia), sem contar escolas, igrejas, centros de saúde e quadras esportivas, entre outros equipamentos públicos.

“Essas barragens não são de acesso público e estão atrás de Casa de Pedra, que é a que vemos. Mas, do outro lado, mora um grande perigo também. É preocupante e queremos que o Ministério Público acompanhe essa situação. A população de Congonhas está temerosa”, afirma o diretor de Meio Ambiente e Saúde da Unaccon, Sandoval de Souza Pinto Filho. O promotor de Justiça da comarca de Congonhas, Vinícius Alcântara Galvão, está com o documento em mãos e deve analisá-lo hoje para definir eventuais providências.

A preocupação não é sem motivo. Do

total de empreendimentos na cidade, 54% têm dano potencial associado considerado alto. O levantamento é da Secretaria de Meio Ambiente de Congonhas, em relatório que mostra também o que ocorreria caso as represas se rompessem. A cidade histórica seria praticamente varrida do mapa em qualquer situação, afetando comunidades locais e até mesmo de outros municípios.

DANOS

Parque da Cacheira pode ser afetado por rompimento de barragem

As barragens estão incluídas na categoria de risco considerado baixo (mesma em que se enquadrava a que se rompeu em Brumadinho), mas 13 delas têm potencial associado considerado alto. O risco mede os níveis de problema que a estrutura tem, incluindo a probabilidade de ruptura. Já o potencial associado indica os danos (ambientais, sociais e econômicos) que podem ocorrer. Sete têm potencial médio e o restante, baixo. O relatório afirma que o perigo oferecido pelas barragens não pode ser subestimado ou diminuído, “devendo ser encarado como real, mas reconhecendo que pode ser minimizado com o conhecimento detalhado das reais consequências que possam vir a acontecer numa situação de ruptura”.

Um dos cenários analisa as consequências de um eventual rompimento na Barragem do Barnabé. Localizada acima da Cachoeira de Santo Antônio, um eventual rompimento inundaria o Parque Ecológico da Cachoeira por completo. Com milhares de turistas, a estimativa é de que pouco adiantariam alertas sonoros nas zonas de autossalvamento (ZAS), como são consideradas as áreas muito próximas, em que possíveis atingidos teriam de escapar por conta própria, diante da falta de tempo hábil para ação do poder público. “As pessoas não saberiam como proceder, além de não existir atualmente nenhum plano de contingência ou alerta para o local”, adverte o relatório.

Fonte: EM

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Fantasma: risco de rompimento em barragem faz Vale evacuar 500 pessoas

Cerca de 500 pessoas de comunidades de Barão de Cocais, na região Central de Minas Gerais, deixaram suas casas, na madrugada desta sexta-feira (8). Isso porque uma sirene tocou, de modo preventivo para alertar os moradores que moram próximos a uma barragem na região. “Atenção, isso é uma emergência, isso não é um treinamento, é uma situação real de emergência de rompimento de barragem. Abandonem imediatamente duas residências”, soava a sirene.

Mina de Congo Soco da Vale em barão de Cocais

Segundo a Polícia Militar (PM), o disparo aconteceu proveniente da mina Gongo Soco, na região de Socorro, comunidade de Barão de Cocais. A população foi levada e orientada para poliesportivo. A Defesa Civil e o comandante e subcomandante Polícia Militar da cidade e de Itabira acompanham a comunidade. A prefeitura está em reunião com a Defesa Civil neste momento, para levantar mais informações. Em texto divulgado pela Prefeitura de Barão de Cocais, por meio do Facebook, foi informado que há o risco de rompimento da barragem é de nível 2 e que há um desnível na estrutura.

Por meio de nota, a Vale confirmou a ação preventiva. Confira a nota na íntegra: Vale informa sobre barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG) A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou a evacuação de área à jusante da barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), depois de ser informada pela Vale que a empresa estaria dando início ao nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM). A Vale ressalta que a decisão é preventiva e aconteceu após a empresa de consultoria Walm negar a Declaração de Condição de Estabilidade à estrutura. A ação teve início na madrugada de hoje (8/2) e vai abranger cerca de 500 pessoas nas comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, todas situadas na cidade de Barão de Cocais, distante 100 km de Belo Horizonte. Como medida de segurança, a Vale está intensificando as inspeções da barragem Sul Superior. Também será implantado equipamento com capacidade de detectar movimentações milimétricas na estrutura. A Vale está trazendo consultores internacionais para fazer nova avaliação da situação no próximo domingo (10/2).

Lama da Vale mata mais um lafaietense

Felipe José de Oliveira Almeida, morador de Lafaiete/Reprodução

Depois de 11 dias, mais uma vítima entre os 134 identificadas, mas ainda há 199 desaparecidos. A dor e tristeza aos poucos vão consumindo centenas de famílias, entre as quais dezenas na região.

Hoje Felipe José de Oliveira Almeida, morador de Lafaiete, tinha 28 anos, mas natural de Rio Espera, foi identificado como uma das vítimas da tragédia. Até agora são 7 mortos e ainda 6 desaparecidos de vítimas da região. Felipe será enterrado ainda hoje em Rio Espera. Ele deixa uma esposa e dois filhos, de 7 e 11 anos.

Estão ainda desaparecidos, Pedro Sena e Edson Rodrigues dos Santos, oriundos de Lafaiete. Em Congonhas: Miramar Antônio, Rodney Oliveira, Luiz Carlos da Silva Reis.

O engenheiro de Minas, o ouro-branquense, Vinicius Henrique Leite Ferreira, 40 anos, está a lista dos funcionários da Vale ainda não encontrados.

Vale apresenta estudos que garantem que não há riscos na barragem Lagoa do Ipê no Morro da Mina

Barragem Lagoa do Ipê está sendo descaracterizada, cujo projeto já foi apresentado a Feam/Reprodução

Em resposta a nossos questionamentos sobre barragens da Vale no Morro da Mina, em Lafaiete, o Ministério Público esclareceu que em abril de 2016 o Estado de Minas Gerais e a Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM ajuizaram uma ação civil pública em face da Vale Manganês S/A, tendo em vista que a barragem de rejeitos de mineração denominada “Lagoa do Ipê”, situada no Município de Conselheiro Lafaiete, teve sua condição caracterizada como de estabilidade não garantida por fiscalização do órgão ambiental.

Foi requerida tutela de urgência, a fim de que a Vale: a) apresentasse um plano de emergência prevendo instalação de sistemas de alarme sonoro, procedimentos de evacuação populacional e treinamento de funcionários e população; b) implementasse medidas estruturais preventivas, necessárias e suficientes para garantir a estabilidade física do maciço.

A tutela de urgência foi deferida pelo então Juiz da 2ª Vara Cível, José Leão Santiago Campos, tendo o mesmo determinado que as ações mencionadas fossem adotadas pela Vale no prazo de 30 dias. Contra essa decisão a Vale interpôs agravo de instrumento, pedindo ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais a reforma da decisão.

No curso do processo, a Vale argumentou que contratou uma empresa especializada em projetos e realizou medidas de reconformação de taludes, alteamento da crista da barragem, execução de dreno invertido no pé da barragem e implantação de um novo sistema extravasor.

Em razão disso, contratou os serviços de outra empresa de engenharia, a qual elaborou relatório de inspeção de segurança regular e laudo técnico de segurança da Barragem Lagoa do Ipê. Tal laudo, elaborado pela empresa Leme Engenharia a partir de inspeção, atestou condições de segurança física e hidráulica da barragem. A empresa auditora, assim, emitiu a Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem Lagoa do Ipê.

Em razão dos documentos apresentados pela Vale, o TJMG deu provimento ao recurso interposto e revogou a decisão que determinara à empresa a elaboração do plano de emergência.

Em nova manifestação processual, datada de 06/06/2018, a Vale declarou nos autos que dera início às obras de descaracterização da Barragem Lagoa do Ipê, cujo prazo de conclusão estaria previsto para setembro de 2018. O projeto de descaracterização foi apresentado à FEAM. A empresa declarou que, desta forma, estaria eliminado qualquer risco de acidentes no local.

O processo foi, então, suspenso pelo prazo de seis meses, em decisão datada de 30/08/2018, a fim de que a Vale apresentasse o resultado do trabalho de descaracterização da barragem.

Considerando as circunstâncias da tragédia ocorrida em Brumadinho, o Ministério Público, que acompanha o processo na condição de fiscal da lei, peticionará ainda hoje pleiteando ao atual Juiz titular da 2ª Vara Cível, Dr. Antônio Carlos Braga, que designe audiência de urgência, convocando para comparecimento as partes envolvidas, Estado de Minas Gerais, FEAM, Vale e Ministério Público, com a finalidade de serem apresentados os resultados dos trabalhos de descaracterização da barragem e rediscutida a necessidade de elaboração de plano de emergência para o local.

Reunião

Hoje a noite, a partir das  19:00 horas, na Capela do Morro da Mina, os moradores se reúnem para discutir a situação da barragem da Vale. No dia 31, quinta feira, eles se encontram com o Ministério Público.

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Moradores vão cobrar informações da Vale sobre barragens em Lafaiete

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Vale possui três barragens situadas no Morro da Mina em Lafaiete/Reprodução

Moradores do Morro da Mina e bairros adjacentes se reúnem hoje a noite para discutir um plano de ação e buscar informações sobre três barragens da Vale situadas perto da antiga mina de manganês. Segundo a coordenação, a tragédia em Brumadinho alertou os moradores sobre os riscos do empreendimento perto de residências. “Sabemos que existem barragens porém não temos nenhuma informação sobre sua capacidade, se há plano de segurança e outros quesitos. Já procuramos a Vale mas não obtivemos informações. A comunidade está muito preocupada e insegurança”, disse um dos coordenadores da reunião. Os moradores também vão acionar o Ministério Público para discutir a situação da barragem.

Um estudo foi feito a partir do inventário da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) apontou a existência de 50 barragens sem garantia de estabilidade, nem todas de rejeitos.  Entre elas está a barragem 2 e 3, da Vale Manganês, em Lafaiete, no Bairro Morro da Mina. O estudo foi feito em 2017.

Nossa reportagem entrou em contato com a mineradora Vale e aguarda informações sobre a situação das barragens, nas quais não há tratamento de minério, o que não gera rejeitos.

Tensão:sirines são acionadas com risco de novo rompimento de barragem em Brumadinho

Depois de técnicos informarem que há risco do rompimento de uma nova barragem em Brumadinho, na região metropolitana, o Corpo de Bombeiros anunciou que fará a evacuação dos moradores que vivem no entorno de onde ocorreu a tragédia. Por volta das 5h30 da madrugada deste domingo (27), o alarme soou na cidade, assustando os moradores e orientando que a população se desloque para locais mais alte Brumadinho. A informação foi confirmada pela Vale.

Acionamento ocorreu por volta das 5:30 horas deste domingo e suspenderam as buscas

Após acionamento de sirene na madrugada deste domingo, em Brumadinho, bombeiros interromperam as buscas por sobreviventes e trabalham para evacuar parte da cidade. “A barragem não se rompeu, mas os técnicos apresentarem risco iminete de rompimento. Eles acionaram as sirenes de evacuação. Estamos com a tropa toda em condições de iniciar a evacuação da comunidade do entorno. O local onde a igreja fica é seguro e está a 120 metros acima da cota. Então estamos em uma situação confortável. Estamos só aguardando o chefe de segurança chegar para iniciar a evacuação para os pontos de auto salvamento”, informou o tenente coronel Eduardo Ângelo Gomes, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres.  Ainda segundo os Bombeiros, desde sábado (26), está sendo feito um trabalho de retirada de água na barragem identificada como B6, que corre risco iminente de se romper. A estrutura conta com 4 milhões de litros de água e, em caso de rompimento, teria capacidade de aumentar a velocidade do deslocamento da lama e impactar seriamente a bacia do Paraopeba. Ela fica exatamente ao lado da estrutura que se rompeu.

Veja as imagens da tragédia em Brumadinho

Uma força-tarefa do Estado de Minas Gerais já está no local do rompimento da barragem em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para acompanhar e tomar as primeiras medidas. O Corpo de Bombeiros por meio do Batalhão de Emergências Ambientais, e a Defesa Civil também já estão no local da ocorrência trabalhando e há cinco helicópteros sobrevoando a região e fazendo o atendimento às vítimas. O Governo de Minas Gerais já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações. Assim que houver mais informações, o Governo de Minas Gerais emitirá novos comunicados.

As informações são de que a tragédia provocou muitas vítimas, já que o refeitório ficava abaixo da barragem, quando também prédios administrativos ficaram soterrados.

 


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