Sindicato defende afastamento de policiais acusados de assédio por escrivã

Servidores foram transferidos para delegacia de Conselheiro Lafaiete, onde trabalha uma escrivã citada pela vítima em áudios

O Sindicato dos Escrivães de Polícia de Minas Gerais (SINDEP/MG) emitiu uma nota nesta terça-feira (27/6) defendendo o afastamento do delegado e do investigador citados pela escrivã Rafaela Drummond, que tirou a própria vida no dia 9 deste mês.

O delegado Itamar Claúdio Netto e o investigador Celso Trindade eram os principais alvos das denúncias de Rafaela, que os acusava de assédio moral e sexual. Na última sexta (23/6), eles foram transferidos para a Delegacia de Conselheiro Lafaiete, na região Central do estado. 

O novo posto de trabalho dos servidores é o mesmo onde está lotada uma outra escrivã, citada por Rafaela em um dos áudios. “Acreditamos que possa haver o risco dessas transferências causarem constrangimentos a eventuais testemunhas que possam ser arroladas nas investigações”, diz a nota do sindicato.

“Por ora, consideramos que seria razoável o afastamento preliminar dos investigados até a conclusão do procedimento instaurado, pois evitaria constrangimentos a eventuais vítimas ou testemunhas durante as investigações em curso”, completa a nota.

Relembre o caso

Rafaela Drumond, de 32 anos, foi vítima de suicídio. No último dia 9, ela estava na casa dos pais, na cidade de Antônio Carlos, na região do Campo das Vertentes, quando tirou a própria vida.

A escrivã trabalhava em uma delegacia em Carandaí. Nos últimos meses, Rafaela teve mudanças em sua personalidade, passando a ficar mais retraída e calada. O fato chegou a incomodar os pais que, após uma conversa com ela, foram informados de que ela estava estudando para um concurso da instituição. 

Semanas antes do ocorrido, Rafaela chegou a denunciar casos de assédio moral e sexual dentro da delegacia em que era lotada. Imagens e áudios que circulam nas redes sociais mostram relatos da policial que, em alguns deles, detalha os assédios que sofria. Ela também reclamava das escalas de trabalho e da falta de folgas.

“Ele ficava dando em cima de mim. Teve um povo que foi beber depois da delegacia, pessoal tinha mania disso de fazer uma carne. Ele começou a falar na minha cabeça, e eu ficava com cara de deboche, não respondia esse grosso. De repente ele falava que polícia não é lugar de mulher. No fim das contas, ele me chamou de piranha”, disse ela em um dos áudios.

FONTE ESTADO DE MINAS

Gentrificação afasta moradores do centro histórico de Tiradentes

Essa é a principal conclusão de diagnóstico feito por estudantes do curso de Turismo, que vão propor ações para ajudar a Prefeitura local a revisar seu plano de marketing turístico

Estudantes do quarto período do curso de Turismo realizaram um diagnóstico acerca do desenvolvimento e do potencial de marketing para o turismo em Tiradentes, cidade histórica mineira. O trabalho, que faz parte das atividades da disciplina Marketing de serviços e destinos turísticos, obrigatória no curso de Turismo, mostrou que o município vem sofrendo com a gentrificação, fenômeno que transforma e valoriza determinada área urbana, afastando moradores locais mais antigos e de menor renda.

O diagnóstico indicou que Tiradentes passa por um processo intenso de gentrificação, “uma vez que o aumento da presença de turistas ocorre ao mesmo tempo que a população do município se distancia do centro histórico da cidade e das atividades culturais. É como se tudo ali fosse dos visitantes, dos turistas, e não deles também”, explica a professora Ana Paula Guimarães, do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IGC), responsável pela disciplina.

De acordo com Ana Paula, a pesquisa de campo mostrou que esse afastamento do morador local do centro histórico de Tiradentes não alcançou a dimensão religiosa, visto que o tiradentino continua frequentando a região para participar de atividades nesse campo. “Ele pode ter deixado de morar no centro histórico, mas continua presente ali para participar dos eventos religiosos. A gentrificação é complexa porque o tiradentino não pode achar que a cidade é do turista. Além disso, o turismo não deve servir apenas para gerar empregos e renda. O morador precisa estar integrado às atividades locais”, diz.

Além da gentrificação, os estudantes também perceberam a força cultural do município, materializada nos projetos que vêm sendo desenvolvidos em diversos campos, como o da gastronomia. O Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes, por exemplo, atraiu cerca de 60 mil pessoas ao centro histórico do município em sua última edição, em agosto deste ano.

Estudantes do curso de Turismo se reúnem com membros da prefeitura de Tiradentes
Estudantes do curso de Turismo se reúnem com profissionais da Prefeitura de TiradentesFoto | Muriel Bernardo Cabral

Propostas geram mudanças
Para a produção do diagnóstico, os estudantes passaram três dias em Tiradentes, coletando dados e conversando com a comunidade, gestores públicos municipais, empreendedores e turistas. “A intenção era buscar informações para pensar ações para o marketing do destino, considerando que nossa abordagem no curso de graduação em Turismo é preocupada com o social e com a comunidade local. Todo o trabalho foi feito de forma a conceber propostas para que o turismo proporcione retornos à comunidade”, conta Ana Paula Guimarães.

Depois da coleta de dados e entrevistas, os alunos elaboraram as propostas de ações de marketing que serão apresentadas nesta quinta-feira. Segundo a professora, as propostas podem servir de ferramenta para que o município de Tiradentes revise o plano de marketing que a cidade acabou de contratar. “Durante todo o trabalho, contamos com o apoio da prefeitura. Eles terão acesso a todo o material que os alunos produziram e poderão utilizá-lo para a elaboração de ações na cidade.”

Os estudantes do curso de Turismo já produziram diagnósticos semelhantes em várias cidades mineiras, como Cordisburgo, Sete Lagoas, Lagoa Santa e São José da Lapa. Nesta última, cidade sem muita expressão turística, o trabalho de campo dos estudantes inspirou mudanças.

“Estive com o secretário municipal de turismo de São José da Lapa, e ele contou que o trabalho realizado pelos estudantes em 2019 deu origem a projetos relacionados ao turismo. Além disso, o trabalho gerou parcerias como a firmada com a empresa júnior do curso de Turismo, que está em tratativas com a prefeitura para desenvolver o inventário turístico da cidade, instrumento básico para dar início ao processo de planejamento territorial com foco nessa área”, conclui Ana Paula Guimarães.

O diagnóstico sobre Tiradentes será apresentado nesta quinta-feira, dia 15, a partir das 9h, no auditório do Instituto de Geociências, no campus Pampulha.

Luana Macieira

FONTE UFMG

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