6 de maio de 2024 04:03

Sindicato defende afastamento de policiais acusados de assédio por escrivã

Servidores foram transferidos para delegacia de Conselheiro Lafaiete, onde trabalha uma escrivã citada pela vítima em áudios

O Sindicato dos Escrivães de Polícia de Minas Gerais (SINDEP/MG) emitiu uma nota nesta terça-feira (27/6) defendendo o afastamento do delegado e do investigador citados pela escrivã Rafaela Drummond, que tirou a própria vida no dia 9 deste mês.

O delegado Itamar Claúdio Netto e o investigador Celso Trindade eram os principais alvos das denúncias de Rafaela, que os acusava de assédio moral e sexual. Na última sexta (23/6), eles foram transferidos para a Delegacia de Conselheiro Lafaiete, na região Central do estado. 

O novo posto de trabalho dos servidores é o mesmo onde está lotada uma outra escrivã, citada por Rafaela em um dos áudios. “Acreditamos que possa haver o risco dessas transferências causarem constrangimentos a eventuais testemunhas que possam ser arroladas nas investigações”, diz a nota do sindicato.

“Por ora, consideramos que seria razoável o afastamento preliminar dos investigados até a conclusão do procedimento instaurado, pois evitaria constrangimentos a eventuais vítimas ou testemunhas durante as investigações em curso”, completa a nota.

Relembre o caso

Rafaela Drumond, de 32 anos, foi vítima de suicídio. No último dia 9, ela estava na casa dos pais, na cidade de Antônio Carlos, na região do Campo das Vertentes, quando tirou a própria vida.

A escrivã trabalhava em uma delegacia em Carandaí. Nos últimos meses, Rafaela teve mudanças em sua personalidade, passando a ficar mais retraída e calada. O fato chegou a incomodar os pais que, após uma conversa com ela, foram informados de que ela estava estudando para um concurso da instituição. 

Semanas antes do ocorrido, Rafaela chegou a denunciar casos de assédio moral e sexual dentro da delegacia em que era lotada. Imagens e áudios que circulam nas redes sociais mostram relatos da policial que, em alguns deles, detalha os assédios que sofria. Ela também reclamava das escalas de trabalho e da falta de folgas.

“Ele ficava dando em cima de mim. Teve um povo que foi beber depois da delegacia, pessoal tinha mania disso de fazer uma carne. Ele começou a falar na minha cabeça, e eu ficava com cara de deboche, não respondia esse grosso. De repente ele falava que polícia não é lugar de mulher. No fim das contas, ele me chamou de piranha”, disse ela em um dos áudios.

FONTE ESTADO DE MINAS

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