CSN reduz nível de emergência de 2 para 1 em barragem na mina de Fernandinho

Barragem B2 da mina de Fernandinho teve o nível de emergência elevado em 11 de janeiro, por causa das chuvas que atingiram a região

Barragem teve nível de emergência reduzido de 2 para 1

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) comunicou os investidores de que vai retomar a produção de minério de ferro, nos próximos dias, na mina de Fernandinho, localizada no município de Rio Acima, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

De acordo com uma carta assinada pelo Diretor Executivo de Relações com Investidores da CNS, Marcelo Cunha Ribeiro, a barragem B2, que faz parte do complexo, teve o protocolo de emergência reduzido do nível 2 para 1, “após implementar melhorias significatiavs de segurança na sua estrutura”. 

O comunicado ainda informa que a companhia está realizando reparos de contenção por causa das fortes chuvas registradas na região no início do mês de janeiro e que “espera retornar nos próximos dias ao nível 0 de emergência”. 

“Assim sendo, a mina de Fernandinho, de titularidade da controlada Minérios Nacional S.A, representando parcela pouco relevante do total de minério extraído pelo grupo, terá sua produção gradualmente restabelecida nos próximos dias”, diz o ofício. 

Emergência

O protocolo de emergência da barragem B2, da mina de Fernandinho, teve o nível elevado de 1 para 2 em 11 de janeiro deste ano, por causa das chuvas que caíram na região. 

Técnicos da empresa estiveram no local na ocasião e a CSN informou que não há moradores vivendo na Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem. 

A pior das enchentes: Congonhas (MG) tem quase 6 mil moradores atingidos; barragem da CSN segue com segurança

Vários pontos foram atingidos, praticamente em todas as regiões de Congonhas (MG), entre ocorrências envolvendo deslizamento de terra e alagamento. Com o fim das chuvas, nesta quarta (12), a água dos rios já abaixou bem, o que praticamente acabou com as indundações. Os principais bairros atingidos foram: Novo Rosário, Alvorada, Boa Vista, Fonte dos Moinhos e Jardim Profeta.

No total, cerca de 5.900 pessoas foram atingidas e tiveram que deixar suas residências, ainda que momentaneamente. No momento, 182 pessoas estão desabrigadas. Todas estão alojadas em escola municipais. A lista está abaixo. Em relação aos desalojados, não temos o número, porque as pessoas voltaram para casa à medida em que as águas baixaram, desde que não se encontrassem em área de risco, é claro.

  • Rosália Andrade da Glória – 34 pessoas
  • João Olynto – 7 pessoas
  • Dona Maria Olívia Castanheira – 20 pessoas
  • Oscar Weinschenck – 15 pessoas
  • Senhor Odorico Martinho da Silva – 5 pessoas
  • Lucas Estevão Monteiro – 13 pessoas
  • Pingo de Gente – 88 pessoas
    Total – 182 pessoas
Congonhas ficou comprometida com muitas quedas de encostas como no Dom Oscar/HUGO CORDEIRO REPRODUÇÃO

Providências tomadas pela Prefeitura

Mesmo antes das chuvas, a Prefeitura se mobilizou para evitar perdas de vidas e prejuízos materiais. Publicamos em nossas redes sociais, na quinta-feira (06), um vídeo da Defesa Civil orientando os moradores sobre locais de risco e procedimentos a tomar durante as chuvas. O prefeito Cláudio Antônio de Souza criou uma força-tarefa envolvendo praticamente todas as Secretarias Municipais, com o objetivo de preparar ações preventivas e organizar o poder público para minimizar perdas humanas e materiais.

Após as chuvas, a Prefeitura trabalhou 24 horas por dia, com todas as equipes envolvidas no resgate de pessoas e animais, no acolhimento das vítimas, no monitoramento de áreas de risco e no controle do trânsito. Mesmo com todo o caos, não tivemos feridos nem mortos em Congonhas.

Como ajudar com doações?

A Prefeitura está pedindo quem quiser fazer doações para se dirigir ao Ginásio Poliesportivo, principalmente com materiais de limpeza. A solidariedade dos congonhenses fez com que uma quantidade suficiente de roupas e calçados já fosse coletada.

Qual a situação das barragens?

A Defesa Civil da Prefeitura de Congonhas e a Agência Nacional de Mineração (ANM) estão monitorando as barragens de Congonhas, e todas seguem dentro da normalidade. Houve um vazamento em um dique próximo à barragem da Mina Casa de Pedra, da CSN, causada pelo excesso de chuvas, mas que em nada afeta a barragem. Algumas Fake News se espalharam, o que gerou um começo de pânico na cidade, mas que durou pouco, após as vistorias que confirmaram a normalidade do funcionamento dos equipamentos.

Justiça autoriza prefeitura a fiscalizar segurança de barragem em Congonhas

A Justiça de Conselheiro Lafaiete autorizou a Prefeitura de Congonhas, na região Central de Minas Gerais, a fiscalizar a segurança da estrutura da Barragem Casa de Pedra, que pertence à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), e que tem deixado moradores receosos, com medo de um eventual rompimento, sobretudo devido ao volume de chuvas que caem na região nos últimos dias. 

A prefeitura precisou entrar com uma ação para que pudesse entrar no terreno. De acordo com a decisão judicial, “informações trazidas aos autos dão conta de que as empresas requeridas teriam obstado o trabalho de fiscalização da “Defesa Civil” de Congonhas-MG, o que acaba sugerindo negligência capaz de ocasionar agravamentos desnecessários e risco à população. Presente, também, o risco de dano”, diz trecho da decisão. O juiz José Aluísio Neves da Silva também estabeleceu multa de R$ 1 milhão caso a mineradora volte a impedir a entrada dos fiscais no local e autorizou o uso da força, por meio da Polícia Militar, caso isso ocorra novamente. 

“Não há dúvidas, portanto, de que os órgãos de proteção, defesa civil e segurança têm direito e dever de fiscalizar as empresas, notadamente em períodos de chuva, onde o risco é aumentado”, afirma o juiz. 

Liliane Camargo/REPRODUÇÃO

Temor

Moradores de Congonhas temem que as chuvas que caem na região há vários dias, possam comprometer estruturas da barragem Casa de Pedra, que pertence à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Nos últimos dias foram registrados escorregamentos em parte da estrutura e imagens feitas diariamente por pessoas que vivem na região mostram que há água descendo de um dique. A empresa garante que a estrutura é estável.  

A barragem Casa de Pedra tem cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério, quase quatro vezes mais do que a da barragem do Córrego do Feijão, que se rompeu em janeiro de 2019, matando 270 pessoas. Além disso, de acordo com informações do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), dois bairros – Residencial Gualter Monteiro e Cristo Rei – seriam atingidos em cerca de 30 segundos.

A empresa afirma que os escorregamentos foram registrados em um terreno natural “e não na barragem Casa de Pedra”. No entanto, o diretor da União de Associações Comunitárias de Congonhas (Unacom), Sandoval de Souza Pinto Filho, que acompanha a situação da estrutura, diz que o terreno citado pela CSN é o Dique de Sela, que faz parte da barragem.

“Eles estão tratando a ombreira do Dique de Sela como se fosse componente isolado da barragem Casa de Pedra, mas de acordo com o TAC assinado a ombreira do Dique de Sela é tão importante quanto as do maciço principal, que fica voltado para o Residencial [Gualter Monteiro, bairro que seria afetado caso houvesse rompimento da barragem]. A CSN está brincando com a cara do povo, infelizmente”, afirma. Sandoval se refere ao Termo de Ajustamento de Conduta assinado pela empresa e o Ministério Público em outubro de 2017. 

Liliane Camargo/REPRODUÇÃO

De acordo com o documento, a empresa deve manter atenção redobrada com relação ao monitoramento e à manutenção sobre o sistema de rejeitos Casa de Pedra. O TAC também recomenda que haja programa detalhado, incluindo a realização de sondagens, para garantir entendimento do comportamento da estrutura. 

Situação de emergência

A Prefeitura de Congonhas decretou situação de emergência em todo o município por conta das chuvas que atingem a região nos últimos dias. Com o volume da precipitação, diversas regiões da cidade correm risco de deslizamentos. 

Confira a nota da CSN na íntegra: 

A CSN MINERAÇÃO segue recebendo todos os órgãos fiscalizadores e reafirma que a barragem é segura e estável. Hoje estiveram presentes no local a Agência Nacional de Mineração, Polícia Ambiental e Defesa Civil Municipal de Congonhas. (Itatiaia)

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