Nuvem de poeira volta a cobrir céu de Congonhas (MG) e cidade cria força-tarefa para minimizar impactos na qualidade do ar

Mais uma vez, na tarde de ontem (29), por volta das 14:30 horas, moradores de Congonhas (MG) voltaram a registrar uma “nuvem de poeira” espalhando partículas que podem ser inaladas pela população. Nossa reportagem flagrou o evento situado abaixo da maior barragem em área urbana da América Latina está no município. Uma preocupação com a saúde dos moradores e um incômodo que virou rotina. A Mina Casa de Pedra, localizada na serra de mesmo nome, pertence à CSN Mineração.

Nuem de poeira cobriu o céu de Congonhas nesta tarde de quinta-feira (29)/Sandoval Souza

Reunião e discussão

Por ironia, o evento, já ocorrido em outubro e agosto do ano passado, e já registrado ao menos há mais de 10 anos, ocorreu no Museu de Congonhas, em meio ao II Encontro Brasileiro quando lideranças, a prefeitura, Governo de Minas, ambientalistas e empresas discutiam um força-tarefa, iniciativa ainda inédita de melhoria da qualidade do ar e redução da poeira/poluição

Foi assinado um convênio entre a Prefeitura e Universidade Federal de Minas (UFMG) para um estudo de caso, o primeiro do Brasil, para levantamento e diagnóstico das causas da poluição minerárias e mitigação de seus efeitos na saúde da população.

Em junho de 2017, foi criado o Centro Supervisório de Monitoramento do Ar com o objetivo de monitorar as concentrações de poluentes atmosféricos devido a intensa atividade minerária.

Em 2019 foi criada a Rede de Monitoramento do Ar, com a instalação de 13 estações de monitoramento do ar em Congonhas em nos bairros Matriz, Basílica, Jardim Profeta, Pires, Plataforma e Lobo Leite, além de sete nas áreas das mineradoras CSN Mineração, VALE, Ferrous, Ferro+ e Gerdau, graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público Estadual e as empresas. A Prefeitura segue com a função de monitoramento e fiscalização, juntamente com a FEAM através da Gerência de Monitoramento da Qualidade do ar e Emissões.

Projeto piloto

Desde então a rede revelou padrões insatisfatórios de material nocivo à saúde humana como ao patrimônio histórico, em especial aos profetas de Aleijadinho, gerando em 2021, o Programa de Controle Ambiental Municipal com o objetivo de executara medidas de controle e proteção ambiental, envolvendo a iniciativa privada, o poder público e o terceiro setor.

No Distrito de Lobo foi criado um projeto piloto que consistiu em um plano de ação com a participação de empresas instaladas ao redor e a comunidade que surtiram feitos positivos na qualidade do ar, o que não ocorria desde 2017.

O encontro

No II Encontro Brasileiro, a Secretária Municipal de Meio Ambiente, Ana Gabriela (foto), citou a iniciativa pioneira em favor da qualidade do ar em uma ação conjunta entre Prefeitura, empresa, MPMG, órgãos ambientais do Estado e comunidade.  Ela citou a importância e papel da universidade para mitigação do problema e os desafios pelas suas complexidade logística e geográfica.

A representante da UFMG citou que os eventos de nuvens podem estar ligados a questão climáticas e meteorológicas, mas sem ainda uma assertiva de suas causas. “Este evento por ser uma anomalia dos ventos, mas descubramos suas origens para ações mitigadoras. Dados ainda não nos permitem uma solução. Aqui estamos em uma união de esforços e Congonhas é um estudo de caso único que servirá de modelo para o Brasil”, assinalou, citando  que outras universidades do Brasil integram o projeto.

“Congonhas é uma ilha cercada por mineração com reflexos econômicos e sociais.  Estamos diante de uma obra grandiosa de Aleijadinho e a poeira interfere nos profetas. Estamos com um problema de múltiplas facetas. Mas ao certo precisamos dar efetividade aos dados da rede de monitoramento e transforma-los em mais qualidade de vida e na promoção da saúde. Não é uma tarefa fácil, este é o nosso desafio e requer um esforço conjunto. Estamos diante da imagem histórica e como tal não pode ser imunda de poeira”, concluiu o Promotor Vinicius Alcântara Galvão.

O Promotor Vinicius Alcântara Galvão elogiu os esforços pela qualidade do ar em Congonhas/ DIVULGAÇÃO

UFMG e o CAM

A assinatura do convênio prevê a condução de Estudos e Desenvolvimento de Metodologias, visando enfrentar um dos maiores desafios locais: a poluição atmosférica, com foco especial na redução da concentração de poeira.

Desde 2020, a prefeitura tem dedicado esforços significativos para abordar as preocupações com a emissão de material particulado (poeira) e a estagnação na melhoria da qualidade do ar em nossa região. Reconhecemos que essa questão é de extrema importância para o bem-estar de nossos cidadãos e para a preservação do meio ambiente. O Projeto Controle Ambiental Municipal (CAM) foi concebido como uma iniciativa abrangente, envolvendo múltiplas reuniões, eventos com especialistas de diversas partes do Brasil e ações nas comunidades locais.

Assinatura do convênio entre PMC e UFMG/Prefeiura de Congonhas/DIVULGAÇÃO

 A análise meticulosa dos dados provenientes das redes de monitoramento da qualidade do ar evidenciou a necessidade de intervenções específicas e direcionadas. “Nesse contexto, estabelecemos uma valiosa parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), uma das principais instituições de ensino e pesquisa do país, para condução de Estudos e Desenvolvimento de Metodologias, com especial enfoque na redução da concentração de poeira”, afirmou Ana Gabriela.

Em Congonhas, Kalil detona Zema e chama seu adversário de covarde

O candidato ao governo de Minas Gerais Alexandre Kalil (PSD) chamou de covarde o seu adversário político, o candidato à reeleição a governador Romeu Zema (Novo). A fala foi feita em discurso para partidários e alidos em agenda realizada na manhã deste sábado (30) na cidade de Congonhas.

“São medrosos, são covardes, como esse governador que na pandemia escondeu de baixo da mesa e foi para o microfone falar para que cada prefeito que se virasse. Indecentemente fez uma propaganda que Minas Gerais foi o Estado que menos matou. A única coisa que o governo de Minas fez foi papel A4 dizendo que nós tinhamos que obedecer as ondas verde, azul, amarela”, disse Kalil.

Em seguida o ex-prefeito de Belo Horizonte ressaltou que não obedeceu orientações de Zema, pois, para ele, seria pior. “Claro que o prefeito que tinha trabalhado, lutado, investido, não obedeceu nada porque obedecer esse governador era caminhar para o abismo e para a morte”.

Kalil acredita que a campanha eleitoral, que começa no dia 16 de agosto, será o momento para mostrar e comparar a sua gestão à frente da prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e suas propostas para Minas, com o que está sendo feito pelo atual governo. “Ao contrário do outro, eu falo só a verdade, eu não falo mentira. Perderam completamente o rumo da verdade (em referência à gestão de Zema). Agora ele está de novo no pé de Bolsonaro porque sabe que vai perder a eleição, ele sabe que a eleição está perdida porque ele não tem o que mostrar”.

Estiveram no evento os pré-candidatos: Zilda Helena (PT), Manoel Vespúcio (PT), Leleco (PT), Padre João (PT) e Marco Paulo (PSD). Marcou presença a ex-deputada federal Manuela D’Ávila, coordenadora da campanha de Kalil/Quintão. Ainda na sexta-feira (29), Kalil e comitiva visitaram Ouro Preto (MG).

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