Mineradoras têm 20 dias para apresentar planos emergenciais em Congonhas

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu 20 dias a cinco mineradoras que atuam em Congonhas, na Região Central de Minas, para apresentar um plano de trabalho com medidas que possam diminuir danos em caso de rompimento de barragem, ou mesmo evitar uma catástrofe. As ações tocam diretamente nos Planos de Ação de Emergência e no plano municipal de controle de situação das represas. A decisão, tomada em reunião ontem entre a Promotoria da comarca da cidade, a prefeitura, a Defesa Civil do município e representantes das empresas, é um desdobramento da pressão que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem feito sobre as companhias desde o ano passado.

Congonhas abriga 23 barragens de rejeitos de mineração e uma de acumulação de água, distribuídas entre Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Vale, Gerdau e Ferrous. Para o promotor Vinícius Alcântara Galvão, as mineradoras devem comprovar medidas que certifiquem a efetividade do Plano de Ações Emergenciais de Barragem de Mineração (PAEBM). Entre elas, estão a integração no treinamento de todas as pessoas que são elementos chave no organograma do plano, aprimoramento da resolução dos mapas de inundação (usando resolução na qual seja possível a identificação, inclusive, da zona de autossalvamento), bem como as interferências da onda de ruptura. A medida obriga as empresas a fazer treinamentos e simulações, estabelecer rotas de fugas e pontos de encontro e implantar de sinalização no campo, para indicar esses dois itens.

Reunião entre Município, MP e mineradoras encaminham medidas para devolverem a tranquilidade a Congonhas/DIVULGAÇÃO

O MPMG quer garantir ainda a implantação do sistema de alerta, o cadastramento de residências e outras edificações existentes na zona de autossalvamento, identificação e cadastramento da população portadora de necessidades especiais (incluindo idosos e crianças moradoras dessa área), definir estratégias para evacuação e resgate da população com dificuldade de locomoção, entre outras. Essas ações visam facilitar e pôr em prática a execução do plano, em caso de necessidade.

Pela determinação do MP, deverão ser inseridas também no PAEBM as sugestões da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, como o mapa com plotagem de todas as moradias e edificações, sirenes que estão na mancha de inundação, informando o número de imóveis e de pessoas afetadas, mapa por pontos de encontro (informando a rota de fuga e o número de pessoas esperadas em cada ponto), da existência de edificações sensíveis (escolas, hospitais, postos de saúde, creches etc.), além de vias que deverão ser interditadas.

No dia 27, vai ocorrer a primeira reunião para definir, dentro da política municipal, o que é mais imediato. O secretário municipal de Meio Ambiente, Neylor Aarão, destacou a implantação do Plano Integrado de Barragens de Congonhas. A proposta é que os municípios construam sua própria política de segurança. Ano passado, a secretaria impôs às empresas 11 medidas de aplicação imediata, que não foram cumpridas. Entre elas, estão a análise, avaliação e integração de todos os mapas de inundação; avaliação de todos os planos emergenciais; realização de inspeção de segurança em todas as estruturas; unificação dos processos de treinamento, capacitação, sinalização e comunicação.

Isso levou a pasta a multar em R$ 2 milhões cada uma das quatro companhias (CSN, Vale, Gerdau e Ferrous) dias antes da catástrofe em Brumadinho. No dia da tragédia, em 25 de janeiro, optou-se por medidas mais enérgicas. A pasta deu 30 dias para aderir ao plano, sob pena de multa diária. O descumprimento das ações foi avisado ao Ministério Público, Defesa Civil e Bombeiros.

Mina Casa de Pedra em Congonhas está a poucos metros acima das primeiras moradias da cidade/DIVULGAÇÃO

COMPROMISSO 

Na reunião, a Gerdau informou que sobre a Barragem de Soledade, de água, aplicará somente a legislação específica para esse tipo de empreendimento, se comprometendo com as medidas de segurança e a apresentação das informações à Defesa Civil de Congonhas. A Ferro + ressaltou que tem apenas um dique de contenção de sedimentos no município de, que não se enquadra na Política Nacional de Segurança de Barragens. De acordo com Neylor Aarão, a estrutura é pequena e a participação da empresa foi apenas para dar uma contribuição. Já a Ferrous disse ter apenas um conjunto de baias, que também não se enquadram na política nacional. A Vale, em conjunto com outras mineradoras, apresentará à Defesa Civil do Município de Congonhas um plano de trabalho integrado, de modo a otimizar e racionalizar as ações relacionadas ao Plano Integrado de Ação Emergencial.

Maior mina será retomada

A Justiça autorizou a retomada de atividades na Barragem de Laranjeiras, em Barão de Cocais, e que fica localizada no Complexo Minerário de Brucutu. A estrutura é de propriedade da Vale e está localizada na Região Central de Minas Gerais. No ano passado, ela foi taxada pela mineradora como barragem com “risco severo de rompimento”. Na decisão, o juiz da 1ª Vara da Fazenda Estadual, Michel Curi e Silva, aceitou os documentos da mineradora que atestavam a estabilidade da barragem. Além disso, o magistrado concordou com o argumento utilizado pela Vale de que a Agência Nacional de Mineração (ANM) autoriza o método construtivo convencional de barragem, sem alteamento. Esse método é utilizado em Laranjeiras. O juiz ainda levou em conta o argumento da mineradora de que as atividades nas estruturas garante a manutenção de empregos na empresa e o pagamento de impostos à Minas Gerais.

Fonte: Estado de Minas

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Abaixo do maciço de 84 metros de altura que represa 21 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, uma população de milhares de pessoas passou o dia de ontem inquieta, buscando informações, imaginando formas de escapar e até falando em revolta e vandalismo. Assim foi o dia tenso dos 4,8 mil habitantes dos bairros Cristo Rei, Eldorado, Residencial Gualter Monteiro e Royal Park, depois que o Ministério Público de Minas Gerais, na comarca de Congonhas, expediu recomendação para que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) providencie moradias provisórias para habitantes de aproximadamente 600 casas, onde vivem cerca de 2,5 mil pessoas diretamente ameaçadas pela Barragem Casa de Pedra, da CSN, considerada uma das maiores represas em área urbana do mundo. Caso a advertência do MP seja cumprida, a remoção de moradores será mais de duas vezes maior que a soma das seis evacuações feitas em seis localidades desde a tragédia de Brumadinho (cerca de 1,2 mil pessoas).

Foto aérea mostra posição da Mina Casa de Pedra em relação a bairros de Congonhas/DIVULGAÇÃO

 “O pesadelo voltou. Tinham dito que a barragem estava segura. A gente estava voltando a viver nossas vidas. E agora vem (o MP) e diz que temos de sair. Queremos sair então, porque não queremos morrer igual às outras pessoas morreram (nos rompimentos de barragens em Mariana, em 2015, e Brumadinho, em janeiro deste ano)”, disse Paola Cristiane dos Santos Neta, de 18 anos, que mora na chamada zona de autossalvamento (ZAS) do Residencial Gualter Monteiro com a filha de 11 meses e o marido. A ZAS é uma área de tão crítica exposição que a pessoa só tem tempo para se salvar usando os próprios meios, já que não há tempo para ação de autoridades e os atingidos podem morrer caso tentem auxiliar outras pessoas. Segundo o promotor Vinícius Galvão, que expediu a recomendação, o bairro, que tem as primeiras moradias a cerca de 500 metros do topo da barragem, poderia ser atingido em cerca de 30 segundos após um eventual rompimento.

“Eles vão evacuar a gente quando? Quando a barragem romper? A gente estava se acomodando, achando que o perigo tinha passado. Agora, voltou essa tragédia. Mais noites sem dormir, mais choro, mais medo? Nosso psicológico está abalado. Pede para o prefeito ou o pessoal da CSN vir morar aqui com as famílias, se tiverem coragem”, protestou a dona de casa Rita Maria dos Santos, de 51, também moradora do Residencial Gualter Monteiro. De acordo com ela, se uma solução definitiva não for alcançada, a população pode se revoltar. “Falaram (a CSN) que a gente queria botar fogo em ônibus, fazer vandalismo. Nunca fizemos isso. Agora, se for preciso, vamos fazer. Podem chamar a polícia, podem chamar quem eles quiserem, porque isso é um desrespeito com a comunidade”, critica.

A recomendação atinge cerca de 2,5 mil pessoas que devem ser retiradas das moradias, embora a remoção seja voluntária – ou seja, não é obrigatória a saída, caso o morador não concorde com ela. A CSN afirmou que não vai se manifestar, por ora, sobre a recomendação. Já o secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Congonhas, Neylor Aarão, declarou ao MPMG que a mineradora não fornece informações precisas ao município sobre a barragem, o que prejudica o plano de evacuação. Já a Defesa Civil Municipal corrobora a avaliação de que, em caso de ruptura, os primeiros imóveis podem ser atingidos em cerca de 30 segundos.

Segundo a recomendação do MP, a CSN terá 10 dias para fazer a retirada dos moradores. Caso não o faça, o promotor informou que vai ingressar com uma ação civil pública contra a mineradora. “A solução definitiva seria ou aquisição de imóveis para essas pessoas ou a construção de outros dois bairros. O que não dá é as pessoas viveram sob esse risco iminente. Lembrando que essa mesma barragem já apresentou risco de rompimento em 2013 e em 2017”, afirmou.



INSEGURANÇA 

O medo de moradores de Congonhas já provocou mudança na rotina. Em 15 de fevereiro, a prefeitura da cidade, por meio da Secretaria de Educação, paralisou temporariamente as atividades de uma creche, devido à sensação de insegurança das famílias em relação à Barragem de Casa de Pedra. Alunos de uma escola municipal também foram remanejados.

Por meio de nota, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) informou que não foi identificado risco de rompimento da Barragem Casa de Pedra. “Cabe destacar que não houve elevação do nível de emergência da barragem, nem tampouco a apresentação de qualquer documento que indique risco de seu rompimento”, informa o órgão.

Na recomendação do MP, ao qual o Estado de Minas teve acesso, a promotoria de Congonhas recomenda que a CSN retire os moradores dos bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro, “que assim desejarem”, forneça aluguel no valor de R$ 1,5 mil para cada núcleo familiar, além de arcar com todas as despesas das mudanças.

A mineradora deverá ter um plano para remoção voluntária dos moradores dos dois bairros, “seja por meio da compra de imóveis em Congonhas/ou outra cidade; ou mediante a criação de bairros, com toda infraestrutura prevista em lei, e/ou mediante a indenização dos proprietários”. Na avaliação dos imóveis, a promotoria também recomenda que não seja considerada a desvalorização devido aos rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho.

A empresa terá, ainda, que apresentar, em caráter emergencial, solução para o fechamento da Creche Dom Luciano e a transferência da Escola Municipal Conceição Lima Guimarães. A recomendação é de que sejam alugados imóveis que comportem as instalações das unidades de ensino. Além disso, a companhia deverá “arcar com todas as despesas de mudança e ajustes dos prédios aos enquadramentos técnicos necessários”.

Fonte: Em.com

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Vereadora sugere piscinão na Barragem da CSN e vira piada na internet

Zelinho: Foi uma irresponsabilidade autorizar a construção da Barragem Casa de Pedra perto dos moradores

CSN repete erro da Vale e mantém trabalhadores abaixo de barragens

Passados mais de 20 dias do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) mantém escritório, refeitório e sala de treinamento funcionando abaixo das barragens do Vigia e Auxiliar do Vigia, em Ouro Preto (MG).

A reportagem teve acesso a fotografias feitas na última quarta-feira (13), que mostram o funcionamento das unidades construídas ao pé das barragens, em um distrito de Ouro Preto, distante 20 quilômetros do centro de Congonhas.

As unidades em azul, construídas abaixo da barragem (à direita), são o refeitório, escritório e o centro de treinamento da CSN.

“Os trabalhadores estão apavorados”, afirma o funcionário da CSN Alípio Santos da Silva, que é diretor do sindicato dos metalúrgicos da região (Metabase Inconfidentes). O pânico dos funcionários, segundo Silva, ficou maior depois do desastre com a barragem da Vale, que que matou 166 pessoas, sendo que outras 147 permanecem desaparecidas. “Depois do que aconteceu em Brumadinho pedimos uma reunião, mas a CSN não retornou o ofício que enviamos e nem atende nossas ligações”, afirma o presidente do Metabase Inconfidentes, Rafael Ávila.

A maior parte das vítimas em Brumadinho foi de trabalhadores que estavam no restaurante e no escritório da empresa – construídos ao pé da barragem de Córrego do Feijão – e não tiveram nenhuma chance de escapar. Os rejeitos de minério, a uma velocidade de quase 100 km/h, atingiram em menos de um minuto os dois centros administrativos da Vale.

Na divisa entre Ouro Preto e Congonhas, o refeitório da CSN tem capacidade para 200 pessoas, outras 20 trabalham no escritório localizado abaixo das barragens e há uma sala de treinamento, usada frequentemente, com capacidade para 30 pessoas, segundo informações do Metabase. Procurada pela Repórter Brasil, a CSN não respondeu aos questionamentos.

A segurança das duas barragens da CSN em Ouro Preto “não traz tranquilidade”, segundo técnicos do Ministério Público de Minas Gerais que as fiscalizaram em julho de 2018. A Repórter Brasil teve acesso ao relatório de 41 páginas, que destaca o risco das barragens e contesta a análise do auditor independente contratado pela CSN e que garantiu a estabilidade de ambas.

CONSTRUÇÕES AMEAÇADAS

Rompimento em duto da barragem do Vigia, em março de 2008. Rejeitos provocaram cheia em rios e córregos e inundaram três bairros de Congonhas, deixando 40 famílias desabrigadas/Sandovol Souza

Em caso de ruptura das duas barragens da CSN, seriam atingidas 19 edificações e seis pontes rodoviárias e a área de operação da mina. As informações constam no PAEBM (Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração), documento obrigatório para toda barragem e que prevê o impacto que um rompimento pode causar, que a reportagem teve acesso.

O plano foi elaborado pela empresa DAM em setembro de 2016 e considera duas hipóteses de rompimento: a primeira com o galgamento, quando o rejeito passa por cima do dique; e a segunda por erosão interna, processo chamado de pipping. As barragens Vigia e Auxiliar do Vigia estão fora da área urbana e foram construídas montante, mesmo método construtivo das duas barragens que romperam em Minas Gerais em pouco mais de três anos: de Fundão (Mariana) e de Córrego do Feijão (Brumadinho). O método a montante é considerado o mais instável e, por isso, é proibido em outros países, como no Chile. Em Minas Gerais, esse método é proibido desde 2016.

Assim como a mina da Vale, em Brumadinho, a unidade da CSN fica no Quadrilátero Ferrífero, na região central de Minas Gerais, de onde são extraídos 258 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Somente em Congonhas, são 24 barragens na bacia hidrográfica da cidade. Algumas, como Vigia e Auxiliar do Vigia, estão em cidades vizinhas, mas o impacto, em caso de rompimento, afetaria a cidade histórica famosa pelas obras de Aleijadinho. O foco maior da atenção do poder público é a barragem Casa de Pedra, também da CSN, que está na área urbana e tem capacidade para 75.476.000 m³, maior que a barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, que rompeu em 2015 e tinha volume de 50.000.0 m³.

 Na sexta-feira (15), a prefeitura de Congonhas remanejou estudantes de uma creche e uma escola municipal que fica localizado no bairro próxima a barragem Casa de Pedra.  Já as barragens de Vigia e Auxiliar do Vigia deixaram de receber rejeitos em 2015 e o Ministério Público recomenda que a CSN faça descaracterização das barragens rapidamente. Isto é, que retirem os rejeitos e, posteriormente, plantem vegetação no local. A CSN se comprometeu, em ofício assinado junto ao Ministério Público, em agosto do ano passado, a descaracterizar a barragem de Auxiliar do Vigia, mas não definiu um cronograma. Porém,  afirmou que quer manter a barragem do Vigia ativa para “conter sedimentos e clarificar água”.

AMBIENTALISTA E MINERADOR

As unidades em azul, construídas abaixo da barragem.

O principal problema apontado na fiscalização do MP é que os extravasores que compõem o sistema de disposição de rejeitos não estão adequados à passagem de cheias. Outra falha é a análise de estabilidade, que não foi desenvolvida seguindo a recomendação técnica oficial.

Apesar de ficar em Ouro Preto, um rompimento das barragens do Vigia e Auxiliar do Vigia afetaria a cidade de Congonhas. “O plano subdimensionado não permite nem pensar em salvar as pessoas. Não é dada a chance da pessoa conhecer o risco que ela corre”, afirma o secretário de Meio Ambiente.

O secretário foi candidato a vereador em 2016 e declarou, à época, ser proprietário de 99% das cotas da GNX Mineração e 33% dos direitos de lavra de um requerimento de pesquisa mineral. Aarão declara ser ambientalista e consultor ambiental, com serviços prestados para mineradoras. “Algumas empresas na hora do pagamento não têm dinheiro e pagam com participação”, explica. Ele diz que vendeu o patrimônio ligado às atividades minerárias e não vê conflito de interesse.

  • – Fonte UOL

Aulas são suspensas em Congonhas por medo de rompimento de barragem

A Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Educação, anunciou que vai paralisar temporariamente as atividades de uma creche devido à sensação de insegurança das famílias em relação à barragem de Casa de Pedra. Alunos de uma escola municipal também serão remanejados. O prefeito Zelinho e a secretária da pasta, Maria Aparecida Resende, se reuniram-se com os profissionais de educação nesta sexta-feira e tomaram a decisão.

O prefeito Zelinho comunicou ao aos pais a decisão

De acordo com a nota divulgada pela administração municipal, as atividades da Creche Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida serão interrompidas. Lá, estão 130 alunos, com idade entre 0 a 5 anos. Assim, sendo possível a realocação para outra instituição de ensino já que para atendê-los é necessário “estrutura diferenciada, com lactário, espaço para as crianças dormirem, entre outras especificidades.”

Já os estudantes e profissionais da educação da Escola Municipal Conceição Lima, que atende 120 crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental Ano Iniciais (1° ao 5° ano), serão realocados para o CEMEI Pingo de Gente. Na próxima semana, a equipe definirá os horários das aulas e, em seguida, se reunirá com pais e responsáveis para apresentar as mudanças e esclarecer dúvidas.

As aulas dos alunos transferidos terão início no dia 25 de fevereiro. As das demais instituições da rede municipal de ensino começarão na próxima segunda-feira, dia 18.

Sob a Barragem, prefeitura de Congonhas transfere alunos do Residencial

A prefeitura atendeu solicitação dos moradores /DIVULGAÇÃO

O Governo Municipal, por meio da Secretaria de Educação, vai paralisar, temporariamente, as atividades da Creche Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, no Residencial, devido à sensação de insegurança das famílias em relação à barragem de Casa de Pedra. Já os alunos da Escola Municipal Conceição Lima Guimarães serão remanejados para o Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) Pingo de Gente, que funciona no bairro ao lado, o Dom Oscar. O prefeito Zelinho e a secretária da pasta, Maria Aparecida Resende, se reuniram com os profissionais de educação nesta sexta-feira, 15.

As atividades da Creche Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida serão interrompidas, já que, para atender os 130 alunos, com idade entre com idade entre 0 a 3 anos e 11 meses, é necessária uma estrutura diferenciada, com lactário, espaço para as crianças dormirem, entre outras especificidades, não sendo possível a realocação para outra instituição de ensino. Os profissionais serão remanejados para outras escolas.

As creches Rosa Cordeiro de Freitas, em funcionamento no bairro Consolação, e a Maria Iris Coelho de Souza Ferreira, que será inaugurada na próxima segunda-feira, dia 18, no Jardim Profeta, já possuem o número máximo de crianças cadastradas, não podendo receber alunos da unidade do Residencial.

Os alunos da Escola Municipal Conceição Lima Guimarães serão remanejados para o Centro Municipal de Educação Infantil/DIVULGAÇÃO

Já os estudantes e profissionais da educação da E.M. Conceição Lima, que atende 120 crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental Ano Iniciais (1° ao 5° ano) serão realocados para o CEMEI Pingo de Gente. Na próxima semana, a equipe definirá os horários das aulas e, em seguida, se reunirá com pais e responsáveis para apresentar as mudanças e esclarecer dúvidas.

As aulas dos alunos transferidos terão início no dia 25 de fevereiro, enquanto as das demais instituições da rede municipal de ensino começarão na próxima segunda-feira, dia 18.

Contra o medo e o pesadelo, lideranças defendem que CSN retire moradores atingidos pela barragem; assembleia de Minas e Câmara dos deputados farão audiências públicas

Mais de 400 moradores lotaram o ginásio do Dom Oscar, em Congonhas / CORREIO DE MINAS

Aos pés da polêmica barragem de Casa de Pedra, com quase 50 milhões de m³ de rejeitos, mais de 500 moradores dos Bairros Residencial, Cristo Reis e adjacentes promoveram ontem à noite na Quadra Dom Oscar mais uma reunião de mobilização e resistência em torno de propostas que visam a tranquilidade da população atingida pelo empreendimento. A iniciativa é de moimentos sociais entre os quais, igreja, associações comunitárias e o MAB (Movimento dos Atingidos pelas Barragens)

Ao final de mais de 3 horas de intensa e acalorada, duas propostas principais foram definidas como as principais ações: realização de uma audiência pública pela Câmara Municipal e retirada dos moradores que vivem ao entorno da Barragem Casa de Pedra até o descomissionamento da barragem. “Vocês já são atingidos pelo medo, pela depressão e pela angústia. Não existe solução diferente do que vocês terem a escolha de poder morar em outro lugar. Vamos lutar para que todos os moradores tenham este direito e CSN é obrigada a atender todos vocês”, declinou o deputado federal Padre João (PT) que defendeu que a realização de uma audiência pública promovida pela Câmara dos Deputados e a participação também do Ministério Público Federal.

Lideranças, sindicalistas, deputados, promotor e representantes da sociedade civil organizada defenderam maior transparência da CSN / CORREIO DE MINAS

O deputado federal, Fred Costa (AVANTE), defendeu o direito dos moradores escolherem suas moradias distante da barragem. “Isso é um monstro e as mineradoras visam apenas o lucro. Onde os pais poderiam deixar seus filhos para estudar se onde eles moram é um lugar totalmente de risco?”, questionou. “O direito de vocês é legítimo. Não dá para confiar em nenhuma mineradora”,

Reunião Ecumênica protestou contra as mineradoras e alertou catástrofe em congonhas / CORREIO DE MINAS

completou.

O Promotor, Vinicius Alcântara, fez um histórico do engajamento do Ministério Público desde 2013 em favor da estabilidade e segurança na barragem. “Foi graças a nossa atuação que diversas intervenções foram promovidas pela CSN na barragem quando detectamos riscos de rompimento. Através de TAC, a CSN foi obrigada a pagar uma multa de R$1,5 milhão, deste valor R$1 milhão destinado ao Asilo. Agora vamos exigir uma manifestação pericial sobre o descomissionamento da barragem e processo anunciado de que até 2019 os rejeitos serão a seco”, informou.

A  Deputada Estadual Beatriz Cerqueira (PT) antecipou que hoje apresentaria um requerimento na Assembleia de Minas para a realização de uma audiência pública para discutir a desativação da barragem a imediata transferência da escola e de uma creche municipal, já que moradores relataram o drama de deixar seus filhos em um local inseguro.

Adolescente disse que sua família não dorme com medo da possibilidade do rompimento da barragem

O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Neilor Aarão, mostrou diversas ações da pasta para impor medidas rigorosas às mineradoras que visam a segurança e afirmou que não haverá mais alteamento em Congonhas. Segundo elas, Gerdau, vale, Ferrous e CSN foram multadas em mais de R$2 milhões por descumprimento de medidas previstas no Plano Municipal de Barragens, iniciativa ainda inédita no Brasil em que o Município toma para si a responsabilidade de fiscalizar os empreendimentos minerários, exigir segurança, transparência em licenciamentos ambientais e participação popular. “Eles virão com chantagem do emprego”, desabafou Ivan, representante do Sindicato Metabase. “Temos urgência em uma solução de levar tranquilidade aos moradores”, afirmou José Vieira, representante da OAB.

A ausência de representantes da CSN foi criticada. Os deputados Bartô Estaduais (NOVO) e Cleitinho (PPS) 0 estiveram presente na reunião.

“Nós vamos morrer. Não temos chances”, desabafa moradora

Um dos momentos mais marcantes da reunião foi quando os moradores usaram o microfone para relatar o drama vivido sob barragem. Em certos momentos os depoimentos expressaram a dor, a angústia e o sofrimento de ser obrigados a viver perto de um empreendimento comparado a uma “bomba relógio”. “Nós vamos morrer e não temos chances. Queremos que a CSN pague o aluguel para morarmos em outro lugar. Estamos vivendo um pesadelo há mais de 10 anos”, declarou Marlúcia Resende, afirmando que acorda durante a noite omada de medo da possibilidade de rompimento da barragem Casa de Pedra.

Moradores de Brumadinho, participaram de reunião

O temor que a barragem desperta nos moradores é algo que assusta pelas declarações. São pessoas que não dormem, fazem uso de remédios para controlar a medo e uma série de relatos que testemunham o sofrimento latente de pessoas e famílias a beira de uma catástrofe anunciada. “Oito minutos são insuficientes para a gente deixar nossas casas. Se romper não há tempo de salvar nada. Nossas vidas são um drama diário de viver sob esta barragem. Vivemos sob a intranquilidade. Acordo de noite e não durmo mais. Não temos mais paz aqui”, comentou Silmara Viana Azevedo. “Nossa vida é chorar. Como vamos viver sabendo que estamos a menos de 300 metros da barragem? Queremos ao menos dormir em paz”, completou a moradora que cobrou incisivamente a retirada dos alunos da creche e da escola do Residencial. Silmara contou que seu irmão deixou o bairro e alugou uma casa outra região diante da situação de crescente temor e medo.

Evento prestou solidariedade a ás centenas de vitimas de Brumadinho / CORREIO DE MINAS

Um dos momentos mais marcantes foi o depoimento de Geraldo Alcir, de 63 anos, que veio de Brumadinho para ajudar os congonhenses. Ele é um dos fundadores do SOS Piedade do Paraopeba, associação que defende os moradores do distrito que fica a menos de 30 km da Barragem da Vale. “Nós convivemos com uma barragem em Piedade do Paraopeba e não queremos que os moradores de Congonhas passem o que estamos passando”, disse arrancando aplausos.

“De nada adianta siriene, rotas de fugas e plano de evacuação se temos apenas 8 minutos para deixar nossas casas?”, avaliou a professora Adriane. O líder comunitário Sandoval de Souza salientou que desde 2008 Congonhas vive o medo. “As mineradoras escondem as informações e a comunidade fica a ver navios. Não há transparência. Elas só visam lucros e pouco se lixam para Congonhas. A população é contada como números e os moradores vivem o risco do rompimento e zona da incerteza”, comentou. “Temos que cobrar a instalação de uma CPI das Barragem para investigar os deputados financiados pelas mineradores. Eles também são culpados na tragédia de Brumadinho”, salientou a liderança congonhense Leleco. “Eles vem aqui buscam votos, depois viram às costas e votam contra a gente”, completou.

Comunidades de diversas cidades da região protestaram na reunião / CORREIO DE MINAS

O cenário descrito em depoimentos expressam o medo e inconformismo dos moradores que defendem a desativação da Barragem Casa de Pedra, a maior da América Latina em área urbana. Esta situação dramática cresceu desde que o mar de lama da Vale varreu Brumadinho e tem levado os moradores de Congonhas a constantes reuniões, protestos e manifestações.

O Presidente da Câmara de Jeceaba, cidade que seria afetada com um rompimento da barragem de Casa de Pedra cobrou mobilização. “A tragédia alimenta a mídia mas não podemos deixa cair no esquecimento. Passou Mariana e agora vai passando Brumadinho. Uma tragédia em Congonhas acaba com Jeceaba em poucos minutos e até mesmo Belo vale”, alertou.

Na semana passada a CSN comunicou que até o final do ano vai encerrar a disposição de rejeitos na barragem Casa de Pedra. A desativação será feita gradualmente, após a entrada em vigor da segunda fase do projeto de processamento industrial, que permite a recuperação de parte do minério de ferro presente nos rejeitos. “Vamos cobrar da mineradora do processo e colocar a comunidade participantes deste processo de descomissionamento”, disse o promotor Vinicius Alcântara.

Confira as fotos na galeria:

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Clima de medo: moradores promovem reunião e deputados se encontram com promotor para discutir segurança em barragem

Moradores defendem suspensão das atividades da barragem Casa de Pedra/ Divulgação

O Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criou Comissão Externa destina da fazer  o acompanhamento e fiscalizar as barragens existentes no Brasil e acompanhar as investigações relacionadas ao rompimento da barragem da Vale de Brumadinho ocorrida no dia 25.

Hoje por volta das 16:00 horas, um grupo de deputados federais Padre João, Fred Costa e  Rogério Correa e os deputados estaduais Cleitinho, Beatriz Cerqueira e Bartô se reúnem com o promotor da comarca de Congonhas, Vinícius Alcântara Galvão quando discutem os riscos e segurança da barragem de rejeitos de Casa de Pedra de propriedade da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

Reunião

Por volta das 18:00 horas, moradores dos Bairros Residencial e adjacentes se reúnem na Quadra do Dom Oscar, em Congonhas, para discutir ações em torno de ações em torno da barragem Casa de Pedra. Eles buscam apoio para pressionar pela suspensão das atividades e transferência de suas casas distantes da barragem, cujo empreendimento a mineradora antecipou que será desativada no final de 2019.

Suspensão

A CSN planeja encerrar a disposição de rejeitos na barragem Casa de Pedra, em Congonhas (MG), até o fim do ano. A desativação da barragem de mineração, apontada como uma das maiores do mundo localizada em área urbana, será feita gradualmente, após a entrada em vigor da segunda fase do projeto de processamento industrial, que permite a recuperação de parte do minério de ferro presente nos rejeitos.

A mineradora já consegue “secar”, ou seja, extrair a água e recuperar parte do minério de ferro, de quase metade dos rejeitos atualmente produzidos no complexo Casa de Pedra. Com a conclusão da segunda etapa do projeto, já em fase de testes, quase 100% do material hoje descartado passará a ser submetido ao processo de filtragem e separação magnética. Toda a água retirada do material antes descartado poderá ser reutilizada nos processos produtivos. Já os resíduos sólidos passarão a ser empilhados em outro local.

https://www.facebook.com/2277751452507444/videos/2104973456285132/

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Gerente da Defesa Civil afirma que lagoas rurais oferecem mais riscos do que barragens

da CSN e Vale em Lafaiete

Moradores e representantes de diversos setores se reuniram ontem a noite, dia 1º, para discutir medidas e esclarecimentos em torno da insegurança que tomou os moradores do Morro da Mina pela barragens da Vale.

Um comissão foi formada no Bairro e esteve na quinta feira, dia 31, na promotoria para buscar informações sobre os riscos dos empreendimentos já que a comunidade está apreensiva.

Moradores e lideranças discutiram a segurança em barragem

A comunicação é de que o próximo dia 8 técnicos da FEAM e a promotoria estarão visitando as barragens e a tarde haverá uma audiência com a finalidade de serem apresentados os resultados dos trabalhos de descaracterização dos empreendimentos e rediscutida a necessidade de elaboração de plano de emergência para o local. A Câmara também propôs a realização de uma audiência pública.

Na reunião alguns moradores levantaram questionamentos sobre a  estabilidade das barragens. Um morador explicou que não há barragens de rejeitos da Vale no Morro da Mina e sim duas lagoas e dois diques de contenção.

O Gerente da Defesa Civil, da Prefeitura de Lafaiete, Augusto Júnior Araújo reforçou que as barragens da Vale estão em processo final de descaracterização e não oferecem riscos de rompimento, apesar de “ão haver risco zero”. Augusto disse que as duas barragens da CSN na água Preta, estão em final de descomissionamento e sedimentadas. “Como tal não existem barragem de rejeito de mineração em Lafaiete. Já acompanhamos a situação deste o ano passado. Nossa preocupação maior o Município são represas construídas sem quaisquer técnicas na zona rural. Estas oferecem grandes riscos”, relatou.

Uma próxima reunião ocorre a semana que vem como os moradores. Ao longo da semana, diversas visitas foram realizadas nas barragens da Vale em diversas iniciativas. Moradores questionaram as constantes detonação da mina da Vale o Morro da Mina.

 

Congonhas: tragédia eleva tensão e reacende a discussão sobre barragem; “não haverá tolerância em relação à segurança”, salienta secretário; barragem é inspecionada

O resultado de uma nova auditoria na barragem Casa de Pedra, em Congonhas,

solicitada pelo Ministério Público, deverá ser divulgado em breve

Enquanto o Brasil e mundo se debruçam sobre as causas da tragédia em Brumadinho,  na “Cidade dos Profetas” reacendeu a discussão sobre a barragem Casa de Pedra, da CSN. Nas redes sociais multiplicam áudios, fotos críticas, análises, reflexões em meio ao alarmismo como também a seriedade e urgência que desperta em termos de segurança e estabilidade.  “Precisamos exercer pressão e mobilização pelo o que representa o potencial de risco.”

Ângulo de visão da Basílica e da Romaria pouco conhecido.Imagem feita na estrada Congonhas/Jeceaba ( caminho de Plataforma – Esmeril- Coelhos. Ponto – antes do primeiro cruzamento com a ferrovia/Sandoval Souza

Esta foi a afirmação do ambientalista Sandoval Souza Pinto ao falar sobre as discussões que desde sexta feira, após o rompimento da barragem Córrego do Feijão, da Vale, inflamaram o assunto sobre as barragens, em especial da CSN.

O assunto voltou a ordem e pauta dos mais de 50 mil moradores. Tensão e apreensão povoam o imaginário popular como também deixam em alerta as autoridades quando o medo traz a tona a insegurança sobre segurança da barragem que se situa na área central da cidade.

Os movimentos sociais, políticos, lideranças religiosas e sociedade civil se mobilizam para discutir a segurança da barragem e o risco de rompimento que poderia provocar uma tragédia sem precedentes, em proporções bem maiores que Fundão e Brumadinho.

A mobilização já toma a cidade em níveis e contornos que agregam os moradores que vão exigir mais segurança sobre a estabilidade da barragem.

O que assusta os congonhenses é que a barragem da CSN está a 15 km de Belo Vale e é a maior da América Latina em área urbana com 50 milhões de m³. Ela fica na parte alta da cidade. Monitoramento atual não indica possibilidade de rompimento, mas os laudos não geram confiança a população e  incertezas assustam os habitantes.

Foto indicando entre os pontos de referência como a barragem Casa de Pedra, Igreja de São José e o centro de Congonhas

Ao certo, a discussão sobre a segurança na barragem tomou um sentimento de comoção e medo em uma proporção em que a atividade mineradora está a mira crescente dos movimentos sociais que procuram por maior fiscalização e controle como também conter a expansão na região pelos impactos gerados.

Ano passado, laudo da Central de Apoio Técnico (Ceat) e do Núcleo de Crimes Ambientais (Nucrim) do Ministério Público declararam a estabilidade da Casa de Pedra. A estrutura é uma das mais perigosas do estado, pois se ergue sobre três bairros com cerca de 4,8 mil pessoas que estão no raio de uma ameaça em caso de rompimento.

Apesar de garantias, a comunidade congonhense vive sob a tensão recorrente da barragem. Como dormir com um fantasma deste?

“Tolerância zero às barragens”, diz secretário de meio ambiente

A barragem da CSN, em Congonhas, tem capacidade para receber volume 4 vezes maior de rejeitos do que a barragem Córrego Feijão. A cobrança de moradores e políticos por garantias das mineradoras sobre a segurança das barragens tomou conta das conversas nas praças da cidade e se espalhou pelas redes sociais e grupos de mensagens. Segundo dados, há pelo menos 30 barragens no Município pertencentes a CS, Vale e Gerdau.

Barragem da CSN é 4 vezes maior do que do Córrego do Feijão e a maior doa América Latina em área urbana

Depois de um longo estudo, a prefeitura apresentou em novembro de 2018 o Plano Municipal de Gestão de Barragens através levantamento de todas as estruturas de barragens localizadas na cidade e recomendou uma série de medidas a serem adotadas pelas empresas. A proposta é inovadora na área de mineração é muito utilizada em países desenvolvidos e indústrias petroquímicas. “As empresa já têm conhecido do plano. Agora vamos exigir o seu cumprimento. Estamos chocados com o que ocorreu em Brumadinho e temos que os prevenir aqui em Congonhas. Não haverá tolerância em termos de segurança de barragens. Se temos as melhores empresas do mundo, temos que ter também o que de melhor acontece no mundo em termos de segurança de barragens”, assinalou o secretário.  Ele informou que o setor de fiscalização já vai agir para cobrar das mineradoras aplicação do plano. “Se necessário, vamos autuar e multar. Seremos rígidos a fiscalização. Nosso compromisso não é com as empresa mas com os cidadãos. Caso não cumpram, que se entendam com o Ministério Público”, pontuou Aarão que vai o plano à apreciação dos vereadores para que ele se torne legislação.

Na próxima terça feira, dia 29, às 19:00 horas, acontece uma reunião o Bairro Residencial, para discutir sobre a barragem da CSN. Os moradores e movimentos sociais querem interferir e cobrar da mineradora uma posição oficial.

Barragem é inspecionada, diz promotor

A CSN possuiu dez barragens do complexo Casa de Pedra em Congonhas e geram muita tensão entre os moradores. “Em 2013, tinha uma situação grave, com várias não conformidades. Mas as modificações foram feitas a pedido do Ministério Público. Em 2017, também foram necessárias medidas que, se não fossem tomadas, o risco ia crescer”, pontua o promotor de Meio Ambiente da Comarca de Congonhas, Vinícius Alcântara.

O Promotor Vinicius Alcântara Galvão/PMC

Ele não garante, no entanto, que a estrutura é segura: “No momento, foi comprovado que estava estável, mas a garantia de estabilidade tem que ser anualmente renovada”.

O resultado de uma nova auditoria na barragem Casa de Pedra, em Congonhas, solicitada pelo Ministério Público, deverá ser divulgado em breve, segundo o promotor de Meio Ambiente da Comarca de Congonhas, Vinícius Alcântara Galvão. A inspeção ocorreu no último dia 24.

Procurada por nossa reportagem para falar sobre as condições da estrutura, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) não se pronunciou.

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Vereador Oswaldo Barbosa: “a rodoviária dá medo e vergonha”, desabafa

Usado a Tribuna da Câmara, ontem à noite, dia 27, durante sessão, o vereador Oswaldo Barbosa (PP) (foto) fez um desabafo sobre a situação de abandono da rodoviária de Lafaiete, expressando seu descontentamento com o Executivo. “Através de denúncias que recebi de amigos fiz algumas visitas a rodoviária. Posso dizer que em determinadas horas dá medo. Em determinadas horas do dia, dá vergonha. É um lugar abandonado pelo Executivo”, assinalou.

Oswaldo afirmou que a presença de drogados e pedintes, vivendo a margem da sociedade, deveria ser alvo de políticas públicas. “Depois das 23 horas, o banheiro tem dono”, comentou.

“Fui procurar saber que é o responsável pela manutenção da rodoviária e fiquei sem resposta. Estou apresentando um requerimento cobrando informações e um plano e ação para o local e quero respostas concretas”, observou Oswaldo.

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