Ouro Preto: patrimônio cercado pelo medo

Chuvas elevam a tensão em Ouro Preto, cidade com mais áreas de risco geológico no país. Pontos críticos ainda esperam obras para evitar repetição de deslizamentos

Moradores de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, se assustam a cada nuvem escura no céu. Todos os anos, durante o período chuvoso, o drama de deslizamentos de encostas se repete na cidade, classificada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) como o município com maior número de áreas de risco geológico do país.

São 313, sendo que pelo menos 97% delas estão no patamar de risco geológico alto e 2,8%, muito alto. Um ano depois de noticiar a chegada do município ao topo do ranking do SGB, a reportagem do Estado de Minas voltou à cidade histórica para ver o que mudou de lá para cá.

Considerado um trecho crítico durante os períodos chuvosos em Ouro Preto, o Morro da Forca, local conhecido pelo deslizamento de terra que há dois anos soterrou a primeira construção neocolonial da cidade – o Casarão Baeta Neves–, no Centro Histórico, segue sem solução à vista. A administração municipal afirma ter feito uma obra “mínima” para reduzir os riscos e aguarda a liberação de R$ 36 milhões para drenagem e contenção do relevo pelo “PAC das Encostas”, programa do governo federal. O recurso, concedido ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), começou a ser negociado em 2012, mas está parado desde então.

Até lá, moradores e funcionários de estabelecimentos nas proximidades da encosta vivem sob o medo e tensão constante pela possibilidade de novos deslizamentos. Mostrando a casa atingida, Bárbara Maria de Souza, de 68 anos, se emociona. “Foi um susto. Minha cozinha foi destruída. Medo? Temos muito, mas o que a gente pode fazer?”, declara. Quatro gerações da família já moraram no terreno, a menos de 200 metros da Estação Ferroviária de Ouro Preto. Hoje, ela, a irmã, os filhos, netos e bisnetos vivem em duas casas no local.

Com um filho autista e epilético, a irmã de Bárbara, Eliane, de 64, acumula, com a chegada do período chuvoso, mais uma preocupação diária, que, inclusive, tira seu sono à noite. Desesperançosa, ela diz que a cidade é ‘feita’ para turistas. “Eu não sou geóloga, mas eu observo. Eu vejo cada dia descendo mais um pouco, é só observar as árvores”, disse apontando para o Morro da Forca. O desabamento da encosta traz um risco adicional para as famílias que moram ali: a inundação do Rio Funil, que corre à vista da janela de Bárbara.

Mesmo assim, as irmãs voltaram para a casa sem o parecer da Defesa Civil, que não retornou à residência depois do deslizamento em 2022. “Ficamos na casa de um amigo em Saramenha. Mas não tinha como ficar muito tempo na casa dos outros. Tenho meu filho, ele é especial. Todas as nossas coisas, nossa vida, está aqui”, diz Eliane.

Depois de anos assistindo de camarote à novela de deslizamentos no Morro da Forca, que, segundo Eliane, tem picos mais intensos a cada 10 anos, a família se sente desamparada. “Caiu em cima de um supermercado uma vez, 10 anos depois cai de novo, passados 10 anos, de novo. E por aí vai até hoje. É sempre um medo, uma incerteza. Estamos abandonados. Aqui é só para turista ver”, critica.

Apesar do risco, a família não pretende se mudar e a menção dessa possibilidade chega a arrancar lágrimas de Bárbara. “Meu pai trabalhou tantos anos para dar esta casa para nós. Toda nossa história está aqui”, diz, emocionada.

“É sempre um medo, uma incerteza”, diz Eliane de Souza (D), moradora de Ouro Preto, que vive com a irmã Bárbara e netos no entorno do Morro da Forca
Fotos: Leandro Couri/EM/D.A Press

Quem vive em áreas de risco já conhece os perigos, aprende a “vigiar” o tempo e reúne todas as forças para lutar. Caminhando pelo Bairro Taquaral, área devastada pelas chuvas de 2022/2023, a reportagem viu ares de cidade-fantasma. Após deslizamento de uma encosta, alguns moradores tiveram que abandonar suas casas, deixando para trás até mesmo pertences pessoais, como um quadro da Nossa Senhora das Graças, flagrado pela reportagem ainda pendurado na parede de um dos imóveis.

A característica do solo na região é um agravante. A área tem o que especialistas chamam de movimento de rastejo ou de massa, que, potencializado pela ação da chuva, contribui para a instabilidade da encosta. Antônio Carlos, de 36, está entre os moradores que saíram às pressas de sua casa na época. Depois de quase dois anos morando na residência da sogra e sem perspectiva de uma solução definitiva para o problema, ele pensa em voltar para o imóvel, que hoje está cheio de rachaduras.

“Se até maio não tiver nada, a nossa intenção é reformar e voltar. Com medo, sim, mas não tem como ficar morando de favor”, afirma. Nascido e criado na casa, o apego emocional também é mais forte. “Ter que sair é difícil demais. Se ao menos tivesse uma resposta se vamos ter indenização ou aluguel social, mas não houve nenhum retorno”, disse à reportagem do Estado de Minas.

A funcionária pública, Mônica Dias, de 42, ficou um tempo na casa de parentes em Mariana, porém acabou retornando. “Não consegui manter isso por muito tempo, porque trabalho aqui, meus filhos estudam aqui e tínhamos que fazer esse trajeto todos os dias. Era muito gasto. Até então, o suporte que tenho é o que eu mesma me dou. Não tem ninguém que olhe por nós”, disse.

A ela foi oferecido o aluguel social, pago pela prefeitura, o que, no entanto, não resolveu o problema. “Olha a estrutura da minha casa. Como eu vou arrumar uma casa de R$ 700 em Ouro Preto? O mínimo que eu estava olhando era R$ 1.600. Rodei a cidade inteira e não existe imóvel nesse valor. Tenho a minha mãe que mora comigo também, é uma idosa”, aponta.

VISTA DE OURO PRETO
Construção da cidade em área montanhosa desafia a prevenção de deslizamentosLeandro Couri/EM/D.A Press

Herança perigosa em Ouro Preto

Quem se aventura por Ouro Preto já conhece o sobe e desce de ladeiras. Essa característica montanhosa coloca o município em um cenário geológico complexo, que culminou na classificação da cidade como a de maior número de áreas de risco do país, conforme levantamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Localizada em uma região marcada por relevo montanhoso e solos sensíveis ao deslizamento de terra, o município soma essa peculiaridade geológica a construções frágeis em um relevo de morros, fatores que contribuem para que tragédias se tornem recorrentes.

A peculiaridade geológica da região traz desafios intrínsecos para garantir a segurança dos moradores e a proteção do patrimônio da cidade, que já foi capital de Minas Gerais, quando ainda era chamada de Vila Rica. “Ouro Preto foi construída em uma região de encostas muito acidentadas. Hoje, um projetista não construiria uma cidade em um local como esse. Aqui só foi construído em função das minas de ouro descobertas na serra”, explica o engenheiro de minas e professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) Hernani Mota de Lima.

Na cidade histórica, a população ocupa os espaços entre as montanhas e o Parque do Itacolomi desde o Ciclo do Ouro. Muitas construções são irregulares, erguidas nas encostas. Somadas à falta de políticas públicas de moradia e urbanização, essas áreas colocam em risco também o patrimônio histórico e cultural do município.

“O crescimento urbano foi empurrado para áreas de instabilidade. Em locais que eles escolheram como mais seguros ou menos inseguros. Infelizmente, é a população de baixa renda que está mais suscetível, mas isso é um caso de todo o Brasil”, destaca o professor.

A herança histórica da mineração também potencializa o risco e torna o município mais suscetível a escorregamentos de terra. “Ao longo de mais de 100 anos, a serra foi toda revirada, foram construídas inúmeras minas subterrâneas. Depois que acabou o Ciclo do Ouro, a região começou a ser ocupada por moradias em uma encosta que já tinha tendência ao escorregamento por causa da sua formação geológica”, explica o engenheiro civil Eduardo Evangelista Ferreira, morador do Bairro São Cristóvão, que se especializou em geologia para entender as demandas de sua cidade.

Não é raro as fortes chuvas provocarem desmoronamento de casas, e os moradores acabarem descobrindo que o imóvel estava em cima de mina de ouro. Até hoje, no entanto, o município não mapeou esses pontos de minas subterrâneas, herança do período colonial. “São aberturas pequenas, mas, por outro lado, são muito próximas à superfície. Na maioria dos casos, menos de 10 metros. Com isso, o terreno acaba colapsando, o que chega a afetar as estruturas da superfície”, explica Hernani Mota.

Agora, uma iniciativa da Ufop pretende fazer esse trabalho. Só na área do Bairro São Cristóvão, segundo Eduardo, já foram identificadas 43 escavações. A Defesa Civil do município reconhece o risco e diz estar trabalhando junto à universidade para o mapeamento dessas áreas.

O secretário municipal de Defesa Social de Ouro Preto, Juscelino Gonçalves, avalia o risco deste período chuvoso como baixo. “Em relação aos anos anteriores, estamos ‘confortáveis’ no que diz respeito aos estragos que as chuvas provocam”, disse em conversa com a reportagem do Estado de Minas. Isso se deve ao baixo volume de chuvas. “Não estamos nem no alerta laranja”, afirma.

Plano para contenção de riscos

Depois do estudo publicado pelo SGB, que identificou 313 áreas de risco geológico na cidade, Gonçalves diz que a administração municipal aperfeiçoou ponto a ponto as áreas classificadas como de risco, e criou um plano municipal de redução de risco.

A Prefeitura de Ouro Preto especificou 182 pontos de atenção. No Bairro Taquaral, por exemplo, que era considerado uma área “perdida”, a delimitação exigiu a desocupação apenas de 34 casas. “Tivemos uma grande remoção no ano passado, acreditando que o risco alcançava todo o bairro, mas as análises mostraram que só essas estavam sob esse efeito”, diz o secretário. As famílias em áreas de alto risco foram desabrigadas e encaminhadas para o aluguel social ou indenização.

Moradores e especialistas, no entanto, cobram maior efetividade nas ações de prevenção, antes do início do período chuvoso. “Não há investimento em prevenção, só em tapar buraco. Quando chega o período chuvoso fica todo mundo sobrecarregado lá, os colegas da Defesa Civil, mas não há um plano de obras para poder reestruturar a cidade”, afirma Eduardo Evangelista.

OUTRO LADO 

Após a publicação desta reportagem, a Prefeitura de Ouro Preto, por meio de nota, detalhou ações de prevenção aos danos causados pela chuva. Leia na íntegra: 

De 22 de dezembro a 22 de março, ocorre oficialmente o verão, quando mudanças repentinas do tempo são esperadas. Apesar da combinação do calor com a umidade favorecer a ocorrência de tempestades, neste ano, em Ouro Preto, Minas Gerais, o índice de chuvas vem proporcionando uma tranquilidade histórica aos moradores, que já estão empolgados e empenhados nos preparativos de um grande carnaval.

Em termos comparativos, em janeiro de 2023, a cidade chegou a ser castigada com 190 mm de chuvas em apenas 72 horas. Já neste verão, em todo o mês de dezembro, choveu apenas 126 mm e, até agora, em janeiro, ainda não foi ultrapassada a marca de 200 mm.

Mas, mesmo com as condições climáticas sendo favoráveis, a Prefeitura de Ouro Preto optou por realizar um criterioso acompanhamento das áreas de risco mapeadas em todo o município. Por segurança, preparou, com bastante antecedência, várias ações de cuidados. Em 2023, o prefeito Angelo Oswaldo convocou equipes de diversas secretarias para elaboração e execução de um plano de contingência, um instrumento metodológico de prevenção e ação em situações de emergências.

Felizmente, de acordo com o secretário municipal da Segurança e Trânsito de Ouro Preto, Juscelino Gonçalves, diferente dos anos anteriores, até agora, não houve nenhuma ocorrência grave na cidade, nem registro de nenhuma vítima das chuvas: “Mesmo assim, seguimos atentos no monitoramento e acompanhamento”, garante o secretário.

Ações de prevenção e reparação

Nas vias urbanas, as ações preventivas estão fazendo a diferença em Ouro Preto. É o caso da Avenida Lima Júnior, popularmente chamada de “Curva do Vento”, que ficou comprometida e interditada no verão passado mas, em 2023, recebeu uma grande obra de contenção e drenagem. A última etapa da obra foi marcada pela construção de um muro de contenção, uma cortina atirantada em concreto armado com 70 metros de extensão e fixada na rocha com 130 tirantes, elementos de alta resistência à tração, integrados à pista como âncoras de sustentação, o que torna o terreno estável e seguro.

Em novembro de 2023, foram finalizadas as obras de drenagem e contenção da Rua Padre Rolim, principal via de acesso ao centro da cidade. A Rua das Violetas e a Rua das Orquídeas, no bairro Santa Cruz, a Rua Santa Marta, no Morro São João, e vários outros logradouros duramente castigados por chuvas passadas, também receberam projetos arrojados de contenção e drenagem e foram totalmente revitalizados.

Para o Morro da Forca, local conhecido pelo deslizamento de terra ocorrido em janeiro de 2022, depois de adotar medidas emergenciais na ocasião, a Prefeitura se empenhou para desenvolver um projeto de drenagem que no ano passado, foi aprovado na Secretaria de Infraestrutura do Estado, um processo que passou pelo DER, pela Caixa Econômica Federal e também pelo Ministério das Cidades.

Já as vias que dão acesso aos distritos, neste ano, todas permanecem operantes graças às intervenções realizadas nas estradas e pontes.

Por fim, com um clima favorável e com todas essas obras e intervenções, foi possível estabelecer um cenário de otimismo que os ouro-pretanos celebraram, em grande estilo, as festas de fim de ano. E, bastante animada, a cidade de Ouro Preto, reconhecida como um dos principais destinos turísticos brasileiros, já se prepara para receber, em fevereiro, visitantes do mundo inteiro, no Carnaval 2024.

FONTE ESTADO DE MINAS

Fim da concessão da BR-040 traz medo de abandono e risco de aumento de fretes

Usuários temem uma possível falta de manutenção da via nos próximos anos, com impacto nas condições de trafegabilidade e custos de manutenção

Com o último dia de concessão da BR-040 na próxima quinta-feira (17 de agosto), o futuro de uma das principais rodovias de Minas Gerais gera incertezas e medo a quem transita diariamente pela rodovia, que liga Minas ao Rio de Janeiro e a Brasília (DF). Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antônio Luís da Silva Júnior teme uma possível falta de manutenção da via nos próximos anos, com impacto nas condições de trafegabilidade e custos de manutenção. Uma conta que, segundo ele, será dividida até mesmo por quem não passa por lá, mas consome produtos escoados pela rodovia.   

“A Via 040 não fez muito, ficou devendo muito e errou ao dar o preço dos pedágios, tendo em vista um relevo elevado e montanhoso como o de Minas. No entanto, o DNIT, que deve assumir a manutenção, tem regras mais burocráticas e lentas em termos de fiscalização e podemos viver um momento crítico, a rodovia já está péssima, não estão fazendo manutenção mesmo com pedágio e agora podemos piorar a condição da via”, afirma.  

Ele estima ainda que a realidade pode acarretar um aumento dos preços dos fretes a longo prazo. “Além da tendência de aumento do número de acidentes e aumento do tempo de viagem. Isso impacta no preço do frete e na jornada dos motoristas, cansaço hoje o tempo que o motorista perde em trânsito e em bloqueios de estrada eleva o grau de insegurança porque depois ele quer compensar o tempo perdido. A médio e longo prazos podemos estimar um aumento das tarifas”, afirma. 

Entretanto, apesar das incertezas, o sonho de poder transitar por uma estrada segura ainda segue vivo no coração de quem vive às margens da BR-040. “Não sabemos porque isso acontece, mas sabemos que com o fim da concessão vai ser muito complicado para nós e tememos o aumento de acidentes. Eu espero que quem pegar a próxima licitação tome uma atitude. Eu espero que quando meu filho (Samuel, de 2) tiver 20 anos, que tenhamos uma BR-040 segura, sobretudo pelo o que pagamos de pedágio. Eu tenho essa esperança”, diz Steferson Gonçalves, 30, que é ex-presidente da associação dos moradores do bairro Pires, em Congonhas, na região Central de Minas, que é cortado pela BR-040.   

Sentimento parecido tem o mecânico Rafael, pai de dois filhos de 20 e 22 anos. “Temos a expectativa e a esperança que isso melhore, até para que nossos filhos trafeguem com segurança”, pontua. Proprietário de uma agência de automóveis usados, Vagnaldo Souza Cruz, 54, endossa o coro. “Todos nós temos essa esperança, de vim uma empresa competente e de alto nível que assuma e faça”, pede.  

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foi procurado e disse que a situação da BR-040 deve ser tratada com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Em nota, o órgão disse que “a definição do poder público sobre a administração da BR-040, entre Juiz de Fora/MG e Brasília/DF, ainda está em tratativa. Atualmente, está em vigor o Termo Aditivo ao Contrato de Concessão da Via 040, com vencimento em agosto. Legalmente, a Agência pode estender o prazo de operação da concessionária para prestação de serviços essenciais por mais seis meses. No entanto, a solução para o assunto segue em discussão entre a diretoria da Agência, o Ministério dos Transportes e o Tribunal de Contas da União (TCU). A Agência também informa que os trâmites da nova licitação da BR-040 estão em andamento”.

O que diz a Via 040?

Em nota, a Via 040 afirmou que desde o início da operação, a Via 040 vem enfrentando um quadro setorial desafiador, diferente do momento anterior ao leilão realizado em 2013. Segundo a concessionária, as condições de financiamento bancário para investimentos foram modificadas, houve atrasos e fragmentação na emissão das licenças ambientais para execução de obras e, além disso, a redução significativa da atividade econômica brasileira afetou diretamente o tráfego de veículos e passageiros. A empresa afirma que está solicitando a rescisão amigável do contrato de concessão, para que ocorra um novo leilão do trecho e outra empresa assuma a gestão (veja a íntegra do posicionamento). 

FONTE O TEMPO

Fim da concessão da BR-040 traz medo de abandono e risco de aumento de fretes

Usuários temem uma possível falta de manutenção da via nos próximos anos, com impacto nas condições de trafegabilidade e custos de manutenção

Com o último dia de concessão da BR-040 na próxima quinta-feira (17 de agosto), o futuro de uma das principais rodovias de Minas Gerais gera incertezas e medo a quem transita diariamente pela rodovia, que liga Minas ao Rio de Janeiro e a Brasília (DF). Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antônio Luís da Silva Júnior teme uma possível falta de manutenção da via nos próximos anos, com impacto nas condições de trafegabilidade e custos de manutenção. Uma conta que, segundo ele, será dividida até mesmo por quem não passa por lá, mas consome produtos escoados pela rodovia.   

“A Via 040 não fez muito, ficou devendo muito e errou ao dar o preço dos pedágios, tendo em vista um relevo elevado e montanhoso como o de Minas. No entanto, o DNIT, que deve assumir a manutenção, tem regras mais burocráticas e lentas em termos de fiscalização e podemos viver um momento crítico, a rodovia já está péssima, não estão fazendo manutenção mesmo com pedágio e agora podemos piorar a condição da via”, afirma.  

Ele estima ainda que a realidade pode acarretar um aumento dos preços dos fretes a longo prazo. “Além da tendência de aumento do número de acidentes e aumento do tempo de viagem. Isso impacta no preço do frete e na jornada dos motoristas, cansaço hoje o tempo que o motorista perde em trânsito e em bloqueios de estrada eleva o grau de insegurança porque depois ele quer compensar o tempo perdido. A médio e longo prazos podemos estimar um aumento das tarifas”, afirma. 

Entretanto, apesar das incertezas, o sonho de poder transitar por uma estrada segura ainda segue vivo no coração de quem vive às margens da BR-040. “Não sabemos porque isso acontece, mas sabemos que com o fim da concessão vai ser muito complicado para nós e tememos o aumento de acidentes. Eu espero que quem pegar a próxima licitação tome uma atitude. Eu espero que quando meu filho (Samuel, de 2) tiver 20 anos, que tenhamos uma BR-040 segura, sobretudo pelo o que pagamos de pedágio. Eu tenho essa esperança”, diz Steferson Gonçalves, 30, que é ex-presidente da associação dos moradores do bairro Pires, em Congonhas, na região Central de Minas, que é cortado pela BR-040.   

Sentimento parecido tem o mecânico Rafael, pai de dois filhos de 20 e 22 anos. “Temos a expectativa e a esperança que isso melhore, até para que nossos filhos trafeguem com segurança”, pontua. Proprietário de uma agência de automóveis usados, Vagnaldo Souza Cruz, 54, endossa o coro. “Todos nós temos essa esperança, de vim uma empresa competente e de alto nível que assuma e faça”, pede.  

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foi procurado e disse que a situação da BR-040 deve ser tratada com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Em nota, o órgão disse que “a definição do poder público sobre a administração da BR-040, entre Juiz de Fora/MG e Brasília/DF, ainda está em tratativa. Atualmente, está em vigor o Termo Aditivo ao Contrato de Concessão da Via 040, com vencimento em agosto. Legalmente, a Agência pode estender o prazo de operação da concessionária para prestação de serviços essenciais por mais seis meses. No entanto, a solução para o assunto segue em discussão entre a diretoria da Agência, o Ministério dos Transportes e o Tribunal de Contas da União (TCU). A Agência também informa que os trâmites da nova licitação da BR-040 estão em andamento”.

O que diz a Via 040?

Em nota, a Via 040 afirmou que desde o início da operação, a Via 040 vem enfrentando um quadro setorial desafiador, diferente do momento anterior ao leilão realizado em 2013. Segundo a concessionária, as condições de financiamento bancário para investimentos foram modificadas, houve atrasos e fragmentação na emissão das licenças ambientais para execução de obras e, além disso, a redução significativa da atividade econômica brasileira afetou diretamente o tráfego de veículos e passageiros. A empresa afirma que está solicitando a rescisão amigável do contrato de concessão, para que ocorra um novo leilão do trecho e outra empresa assuma a gestão (veja a íntegra do posicionamento). 

FONTE O TEMPO

Mineração provoca adoecimento e medo em Barão de Cocais

Risco de rompimento de barragem da Vale estressa moradores e afugenta turistas, segundo relatos de participantes de audiência na ALMG.

Em 8 de fevereiro de 2019, a Vale acionou suas sirenes para fazer a retirada forçada de cerca de 500 pessoas de 150 famílias que viviam em quatro comunidades de Barão de Cocais (Região Central), hospedando-as em hotéis. A empresa alegou riscos de rompimento da Barragem Sul Superior da Mina Gongo Soco, no município.

Após a maioria voltar a suas casas, quatro anos depois, os moradores enfrentam o adoecimento provocado pelas adversidades enfrentadas. Eles convivem ainda com o medo de problemas na barragem, considerada atualmente em nível 3 de emergência, quando há risco grave e iminente de rompimento. Para completar, não receberam indenização da mineradora e, diariamente, veem a destruição gradual do município pela mineração.

Esse cenário, apresentado à Comissão de Administração Pública em audiência nesta terça-feira (16/5/23), não condiz com os direitos reconhecidos pela Lei 23.795, de 2021, que instituiu a Política Estadual dos Atingidos por Barragens.

Moradores das comunidades afetadas e instituições que os apoiam participaram da reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e apresentaram denúncias que evidenciam o descumprimento da norma estadual. Na contramão das expectativas, os órgãos estaduais convidados não enviaram representantes ao evento.

Mineração clandestina

Maria Júlia Andrade, que coordena o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), traçou um quadro completo da situação precária dos moradores das comunidades atingidas. Segundo ela, nunca houve algo parecido em Minas Gerais e a Vale deveria ser responsabilizada mais fortemente, pois todo o município de Barão de Cocais foi afetado, não só algumas regiões.

Ela justifica que a cidade sofreu com a queda no número de visitantes e o crescimento da mineração, principalmente a clandestina. A população não tem mais sossego, uma vez que as sirenes tocam frequentemente, deixando todos apreensivos.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que solicitou a audiência pública, concordou, acrescentando que a situação em Barão de Cocais é muito grave. Além dos problemas enfrentados pelos moradores, agora está sendo discutido um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) a ser assinado pela Vale e os Ministérios Públicos Estadual e Federal, além da Defensoria Pública.

Só que nas negociações não está prevista a participação dos principais interessados, os próprios moradores de Barão de Cocais. 

“A lei aprovada aqui nesta Casa prevê que um dos direitos dos atingidos é participar e essas pessoas não estão participando”, denunciou Beatriz Cerqueira. Segundo a parlamentar, após a ameaça de rompimento em 2019, a Vale passou a utilizar sirenes na cidade para controlar os territórios.

Cleonice Gomes, moradora ribeirinha do Rio São João, disse que ela e toda a população local se tornaram doentes, tomando remédios controlados e alguns usando drogas.

“A Vale tem que nos indenizar. Acabaram com nossa cidade, que agora é só poeira e caminhão de minério passando o tempo todo. E as nossas casas não têm mais o mesmo valor.”

Cleonice Gomes

Moradora ribeirinha do Rio São João

Nicólson Resende disse que, avisado pela Vale da emergência de sair da sua casa, foi morar em outro local, onde, tempos depois, chegou a ser baleado por ter pedido a um vizinho para abaixar o som. Ele reclamou da Justiça, que tem falhado na defesa dos atingidos.

Neusa Celestina, moradora de Barão de Cocais, queixou-se da construção desenfreada de vias, em diferentes partes do município, para atender ao tráfego de caminhões da mineração. Guia de turismo, ela disse que não consegue mais trabalhar, pois “todos têm medo de ir a Barão”. 

Violência contra a identidade e o futuro de Barão de Cocais

Além dos problemas citados pelos moradores, o vereador local Rafael Gomes acrescentou que a violência sobre as comunidades não é apenas psicológica, social e econômica, mas também contra a identidade e o futuro.

Ele destacou que a localidade de Socorro, uma das mais atingidas pela mineração, é o berço do município e era povoada por indígenas. “O mais antigo patrimônio de Barão é Socorro. Nossa identidade está sendo destruída”, denunciou.

Ele completou que também o futuro da cidade é ameaçado: “As comunidades de Barão são entraves ao grande projeto de mineração da Vale, que promove o terrorismo de barragem e desarticula nosso futuro; tudo isso com a conivência das instituições, o que é comprovado pela ausência delas nesta reunião”.

Ainda deixou um alerta ao povo mineiro, ao lembrar que a Serra da Gandarela, na mesma região, tem minério de ferro de alta qualidade e a mineradora tem planos de explorá-lo por meio do Projeto Apolo. Só que esse minério fica no topo da serra, onde também se situa o aquífero que abastece Belo Horizonte.

“Essa não é uma discussão de Barão de Cocais apenas. Ontem, os atingidos foram os índios. Hoje, somos nós do município. Amanhã, serão vocês da Capital e Região Metropolitana”.

Rafael Gomes

Vereador de Barão de Cocais

Prefeitura

Igor Tavares, procurador-geral da Prefeitura de Barão Cocais, afirmou que o município vem acompanhando a trajetória de luta dos moradores e das instituições contra a Vale e que a prefeitura tem buscado na Justiça mecanismos de mediação tentando ampliar a participação dos moradores.

Compromissos da comissão

Ao final da reunião, Beatriz Cerqueira fez alguns compromissos com os moradores, dentre eles, o de contatar os órgãos envolvidos no TAC para solicitar: a inclusão de representantes das comunidades nas negociações; informações sobre os termos e prazos do TAC; e o reconhecimento de todos os munícipes como atingidos, garantindo-lhes assessoria técnica.

A deputada ainda informou que pedirá à Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) o reforço na fiscalização da mineração em Barão de Cocais e entorno.

FONTE ALMG

Bandidos incendeiam caixas eletrônicos e fogem com medo do fogo

O fogo foi iniciado pelos suspeitos

Segundo relato, dois suspeitos chegaram no local, um deles armado com arma de fogo e o outro com um galão contendo gasolina. Eles anunciaram o roubo e atearam fogo sobre dois caixas. Devido as chamas terem alastrado, eles se assustaram e fugiram sem levar nada.

Segundo testemunhas, um veículo GM/Monza de cor prata estava dando cobertura à ação criminosa, tendo sido a placa do veículo identificada. Algumas cédulas foram danificadas pelo fogo, não sendo possível informar o valor correspondente.

A perícia esteve no local e realizou os trabalhos de praxe. As vítimas foram orientadas quanto às demais providências. A PM segue em rastreamento para localização dos suspeitos, tendo sido um deles identificado.

FONTE FOLHA DE BARBACENA

Amontoado de terra para nivelar lote deixa moradores em pânico

A construção de um aterro para o nivelamento de um lote particular na rua Esmeralda Cândida de Rezende, próximo ao número 280, no bairro Satélite, em Conselheiro Lafaiete, está deixando os moradores das casas vizinhas a obra aflitos, principalmente os moradores da parte baixa.

A terra está sendo colocada no local desde o mês de agosto do ano passado. Durante o período chuvoso já causou grandes transtornos aos moradores em virtude do lamaçal e do medo do desmoronamento do aterro.

O maior temor dos moradores é que a terra acumulada no local possa desestabilizar e atingir os imóveis que ficam próximos e abaixo do nível do aterro, o que poderá resultar em uma grande tragédia com perda de vidas humanas.

Segundo alguns moradores, várias solicitações de providências já foram feitas ao dono da obra e também a prefeitura, inclusive através de um Email enviado nesta terça-feira (14) ao setor responsável na prefeitura, formalizando a reclamação e o pedido de providências urgentes no local.

A situação reclamada pelos moradores agora se tornou pública após a postagem desta matéria endossando o pedido dos moradores junto aos órgãos públicos competentes, entre eles, a Defesa Civil Municipal, para que realizem uma fiscalização imediata no local, com aplicação das providências legais. (AFX Notícias)

Terror e medo em Carandaí: bandidos explodem caixas eletrônicos na madrugada

Nessa quinta-feira, (09), a cidade de Carandaí acorda assustada com a notícia de bancos explodidos na madrugada.

Os bancos Bradesco, Caixa e Itaú, por volta de 1:30 horas, bandidos abordaram os locais, e a população vizinha pode ouvir os barulhos de bombas e tiros.

Uma nuvem de fumaça pode ser observada no céu, e pessoas compartilharam nas redes sociais, o pânico que sentiram no momento.

A Polícia Militar está no local averiguando o o assustador ocorrido e em breve mais informações. (UAI News)

Veja o vídeo abaixo:

https://youtu.be/DTrRos6fgcE

Há 23 anos na França, lafaitense relata a apreensão e o medo no país diante do coronavírus; “tenho fé que tudo isso vai passar”, conta Céline

A lafaietense Francelina Gomes mora em Crosne, distante 17 km de Paris,e  há 23 anos está radicada na França. Ela trocou o nome para Francéline, conhecida Céline. Ela tem 3 nacionalidades, francesa, portuguesa e Brasileira.
No último sábado (7) ela foi entrevista pelo jornalista Ricardo Alexandre, em seu programa Ricardo Alexandre, pela Rádio Carijós. Céline contou um pouco da situação de apreensiva por que passam os franceses e a Europa diante do coronavírus.

Ricardo -Como tem sido a rotina após o surgimento do coronavírus?

Céline está radicada na França há 23 anos e relata carestia de produtos e mudança de habitos / DIVULGAÇÃO

Céline -A minha rotina aqui na França continua normal só com algumas cautelas até porque nem sempre as informações divulgadas pelas imprensa são verídicas. Estamos tomando precauções que são normais como higienizando sempre as mãos, alguns casos usando máscaras, mas a rotina mesmo continua normal. Há muitas pessoas que nem saem de casa por medo, principalmente as idosas que preferem ficar em casa contratam empregados para fazer as compras.

Ricardo -Você disse dos preços de álcool gel e máscaras.
Céline – O álcool estava 1,99 euros e agora subiu para 6,99 é equivalente à R$29,00. Eu comprei 10 e está sendo difícil encontrar. Paguei 59,60 euros que é equivalente a R$298,00. As máscaras também não se encontram. Você consegue encontrar na internet mais 20 mascaras custam 100 euros que chegam a quase R$500,00. Isso porque as máscaras que tinham aqui na França o presidente quando começou mandou tudo para a China e acabamos ficando sem. As pessoas quando saem colocam o cachecol no nariz porque não tem máscara, esta sendo um pouco difícil mas acaba que tudo vai passando e eu tenho muita fé em Deus que isso vai passar.

Ricardo– Quanto tempo aí na França?
Céline -23 anos

Ricardo -Você já veio em Lafaiete durante esses 23 anos?
Céline -Sim fui depois não voltei mais

Ricardo: Você tem parentes em Lafaiete próximo ao Santuário, não é isso?
Céline -É no Bairro Santo Antonio que é a Maria dos Anjos (irmã), tenho também muitos amigos que falo pelo whatsapp.

Ricardo -Céline em relação ao coronavírus, como é estar lutando contra um inimigo invisível?
Céline -Olha muita gente pergunta para mim porque eu não volto para o Brasil por causa desse vírus. Eu vou continuar as prevenções porque é muito importante. Eu tenho minha vida aqui, minha família que mora no Brasil, mas não posso deixar tudo aqui e ir desesperada por Brasil. Eu sei que aí tenho meus amigos, minha família, mais vou continuar vivendo aqui. Eu sei que vai ter uma solução e vou continuar aqui. Para você imaginar, nos anos 90, tinha o vírus do HIV que não tinha cura, mas hoje as pessoas já conseguem conviver com ele, eu tenho certeza que logo aparece a solução.

Ricardo: Tivemos também o H1N1 que são praticamente os mesmos cuidados e a higiene ajuda a prevenir essa doença.
Celine – A higiene ajuda como gel na desinfetação mas não é o suficiente

Ricardo– Você acompanha muito os noticiários aqui no Brasil e a população francesa principalmente as pessoas de Crosne estão com muito medo dos efeitos na economia?
Céline -Olha a situação nesse momento não está muito boa porque tem muita ligação de ponte aérea, agora começa a primavera e muita gente viaja para muitos países, muitos gostam de ir para Portugal porque faz muito calor lá.

Céline demonstra otimismo que em breve a situação se normalize na França / DIVULGAÇÃO

Ricardo: Paris vai estar deserto
Celine -Está deserta já não tem muito turista, muitos hotéis também estão sendo arrumados e as pessoas evitam e mesmo nos restaurantes já não têm muitas pessoas. Até mesmo no shopping já não tem muita gente. Fui ao shopping para comprar flores que vai começar a primavera aqui já estava praticamente vazio não tinha ninguém só tinha eu e outra senhora, muitas pessoas tem muito medo de sair de casa e acham que vai pegar o vírus. A gente não pode colocar na cabeça que vai pegar esse vírus, assim eu jamais iria sair mesmo. As escolas irão fechar por causa do vírus como as faculdades. São 716 pessoas contaminadas aqui, 11 mortos e as crianças nas escolas. Isso me machucou muito ontem na reunião da minha filha que as crianças foram perguntar para os professores se não irão ficar órfão de pai e mãe. Está sendo um pouco difícil mas a verdade eu consigo entender,  tenho fé em Deus que tudo vai passar que esse vírus não vai chegar em mim e nem na minha família. Eu recebo muitas mensagens do povo daí de Lafaiete falando que estão rezando por mim e até mesmo o pastor Reginaldo que é de Presidente Prudente (SP).

Ricardo -A gente percebe o quanto esse coronavírus tem influenciado as famílias, as relações sociais aí na França.
Céline -Agora neste momento por causa do vírus não tem mais beijo, não tem aperto de mão os vizinhos ficam um pouco mais afastados de todos. Se eu saio para o portão da minha casa agora eu não vejo ninguém as ruas estão todas desertas. Eu moro a 50 metros de uma grande floresta, sempre que as crianças saem da escola e os pais vinham passear com elas, agora esta tudo deserto. A França está deserta agora. Os franceses como não são muitos religiosos. Se fossem um pouco mais com Deus no coração de repente ajudaria um pouco.

Ricardo -Você fala de religiosidade.As igreja estão restringindo ou mudaram a rotina? Ou alguma e outra continua aberta recebendo os fiéis?
Céline -Aqui não é como no Brasil, Lafaiete que tem muitas igrejas. Aqui pode ter igreja mais o máximo que vão na igreja no domingo é 30 pessoas. Os franceses mesmo não vão a igreja, vão mais os emigrantes como eu. Igrejas evangélicas não têm, tinha uma Universal mais não ficou aberta nem um mês. Os franceses não muito religiosos

Ricardo – A respeito da saúde, no Brasil temos o SUS. Como funciona o acesso ou só ficando em casa mesmo?
Celina A saúde aqui é ótima, é maravilhosa

Ricardo: Feliz de falar com você, mas triste pela situação do coronavírus.
Céline – Exatamente espero que isso passe o mais rápido possível, possamos encontrar uma vacina no máximo em abril porque o que acontece agora, no verão, minha menina não vai poder nem viajar, não vai poder nem sair porque eles vão fechar as fronteiras em Portugal. Também não está muito boa a situação porque o Santuário de Fátima já está fechado, como tenho muito contato em Portugal, as coisas lá não estão muito boas, eles querem fechar todas as fronteiras para ninguém entrar ou sair.

Ricardo – Sobre os itens básicos de supermercado está subindo muito? Você já fez o estoque em casa?
Céline – Eu fiz estoque das coisas mais necessárias, se todo mundo começar a fazer eu tenho fazer porque se adoece e não puder sair mais de casa. Hoje mesmo fui repor água mineral porque estão aumentando sim os preços, já estão um pouquinho mais caros, mesmo frutas também. Para você ver a diferença mesmo longe tudo inflacionando o pão também, uma baguete custava 1 euro agora já esta 1,50 euro. Então já estão aumentando umas coisinhas sim e estão fechando as fronteiras ninguém sai ninguém entra.

Infestação de escorpiões espalha pânico e provoca medo em famílias em Entre Rios de Minas

Escorpião da espécie amarela invade área urbana de Entre Rios de Minas

Uma infestação de escorpiões da espécie amarela, extremamente perigosa, tem assustado moradores da cidade de Entre Rios de Minas. Dezenas de imagens estão sendo compartilhadas nas redes sociais por moradores que, na tentativa desesperada de evitar esses animais dentro de casa, tentam, sem nenhuma orientação, captar o escorpião de forma errada e perigosa.

Os escorpiões costumam aparecer no período de chuva e calor no qual é propício à proliferação de animais peçonhentos. Porém, com o calor acima da média durante o inverno, muitos animais peçonhentos estão aparecendo em regiões urbanas e rurais.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), somente entre janeiro e fevereiro deste ano, sete pessoas já morreram vítimas de picadas de escorpião, o que representa uma morte a cada seis dias em Minas Gerais. Esse número aumentou em relação ao ano passado, quando foram registradas em média uma morte a cada nove dias. O SES-MG também apontou 2.779 acidentes com escorpiões somente em 2019.

A população de Entre Rios de Minas pede socorro às autoridades, pois há casos de pessoas que já foram picadas. Tentamos contato com os órgãos competentes da Prefeitura de Entre Rios de Minas desde quarta-feira, mas sem sucesso devido ao feriado e ponto facultativo dado pela prefeitura nos dias 15 e 16 de agosto. (Mais Vertentes)

MPMG cobra da CSN medidas para proteger população que reside próximo a barragem Casa de Pedra

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou hoje, 29 de abril, uma Ação Civil Pública (ACP) contra a CSN Mineração. Na ACP, a Promotoria de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente e de Defesa do Meio Ambiente de Congonhas pede à Justiça que obrigue a mineradora a adotar medidas para proteger a população que reside próximo a barragem Casa de Pedra.

Entre os pedidos, estão, o pagamento mensal de R$ 3 mil às famílias que residem nos bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro e que desejarem sair desses locais por medo de morarem perto da barragem. O valor, segundo o promotor de Justiça Vinícius Galvão, seria para o pagamento de aluguel e para ressarcir as famílias pela perda da identidade social e histórica ao terem de abandonar o local.

Barragem Casa de Pedra tem capacidade para 21 milhões de metros cúbicos, quase o dobro da estrutura que se rompeu em Brumadinho/REPRODUÇÃO

Esse valor dever ser pago, de acordo com a ACP, até que a mineradora providencie nova residência ou indenize essas pessoas. O MPMG cobra na Justiça também que a CSN arque com os custos da criação de uma equipe independente multidisciplinar para auxiliar os moradores desses locais.

Em outro ponto, o promotor de Justiça Vinícius Galvão quer que a mineradora arque, primeiramente, com o aluguel de creches e escolas em locais seguros para as crianças e os adolescentes desses bairros, depois apresente um projeto arquitetônico para a construção de novos estabelecimentos de ensino.

Os bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro têm aproximadamente 600 residências e 2.500 moradores. Segundo o promotor de Justiça, o alteamento da barragem Casa de Pedra é posterior à consolidação da área urbana no entorno do empreendimento e as pessoas que residem próximas à barragem estariam vivendo sob forte pressão psicológica devido ao risco de rompimento.

Antes de propor a ACP, o promotor de Justiça enviou Recomendação à CSN, cobrando da mineradora a transferência da creche Dom Luciano e da Escola Municipal Conceição Lima Guimarães para lugar seguro, mas a orientação não foi seguida. A creche, que atende 130 crianças, está com as atividades suspensas em decorrência da insegurança, e a escola, que atendia 104 alunos, teve esse número reduzido depois que precisou mudar de endereço para fora da área de abrangência da barragem Casa de Pedra.

Trecho da ACP destaca que, em caso de rompimento da barragem Casa de Pedra, a onda de inundação atingiria as primeiras edificações dos bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro em até 30 segundos, tornando impossível qualquer tipo de atuação da Defesa Civil ou do Corpo de Bombeiros para o salvamento de vidas.

Leia também: CSN ganha tempo para decidir se removerá moradores próximos à barragem de Congonhas

CSN diz que barragem tem estabilidade e não acata recomendação para retirada de moradores; promotoria diz que negociações esgotaram e vai propor ação

Imagens de satélite indicam rachadura em barragem da CSN em Congonhas

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