Ernani de Souza disputa sua última prova de montanha em 222

O multi atleta lafaiete, Ernani de Sousa, partiu hoje (25) para a cidade histórica de Petrópolis (RJ) para disputar amanhã cedo minha última prova de corrida em Montanha. A competição WTR Séries é um circuito de 5 etapas que tem sua final neste fim de semana. “Por aqui disputa rei a distância de 60 km é espero reviver o bom resultado conquistado aqui lá no ano de 2019 quando fui campeão da distância ultra que na ocasião era de 50 km”, informou a nossa reportagem.

Petrópolis: recordes de mortes e outros números trágicos

Vítimas fatais do temporal na Cidade Imperial ultrapassam os 134 registrados em 1988; números mostram tragédias e perigos no município

Na mesma sexta-feira (18/02) em que o presidente Jair Bolsonaro visitou Petrópolis para ver os estragos de perto e anunciar as medidas de praxe, o número oficial de vítimas fatais chegou a 136, tornando a tempestade de terça (15/02) a maior catástrofe climática dos 178 anos da Cidade Imperial, superando o número de mortes da enchente de 1988. A marca macabra de 2022 ainda vai subir, infelizmente, porque as contas oficiais registravam, também no final da sexta-feira, 213 desaparecidos. Os números superlativos relacionados a eventos climáticos extremos fazem parte desta e de outras tragédias no município, fundado por decreto imperial de Pedro II.

Capa do Diário de Petrópolis em fevereiro de 1988: número de mortos chegou a 134, número superado agora pela tragédia de 2022 (Reprodução)
Capa do Diário de Petrópolis em fevereiro de 1988: número de mortos chegou a 134, número superado agora pela tragédia de 2022 (Reprodução)

134 mortos foi a conta oficial da tragédia das chuvas em 1988. A chuva atingiu o centro de Petrópolis, com mais intensidade nos bairros do Bingen e Quitandinha, e as regiões de Araras e Correias. Naquele 5 de fevereiro, as consequências da tempestade matinal, que provocou inundações e, pelo menos, 20 deslizamentos, foram agravadas por um segundo temporal no fim da tarde. A cidade registrou quase 200 feridos e mais de mil desabrigados. Chuvas igualmente intensas nos verões atingiram Petrópolis em 2001 (67 mortes) e 2002 (50 óbitos)

918 mortes é o número oficial da maior catástrofe climática do país, que ocorreu exatamente na Região Serrana do Rio, onde está Petrópolis, em 2011. Naquela madrugada de 12 de fevereiro, a chuva atingiu principalmente os distritos de Pedro do Rio e Itaipava: a Cidade Imperial registrou 71 mortos, menos do que Nova Friburgo (429) e Teresópolis (392).

Bombeiros e voluntários buscam por soterrados no alto do Morro das Oficinas: Defesa Civil registrou 269 deslizamentos de terra durante o temporal (Foto: Rogério Santana/Governo RJ)
Bombeiros e voluntários buscam por soterrados no alto do Morro das Oficinas: Defesa Civil registrou 269 deslizamentos de terra durante o temporal (Foto: Rogério Santana/Governo RJ)

259 milímetros de chuva em seis horas foram registrados pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) em Petrópolis. Para comparação, a precipitação média de todo o mês de fevereiro é de 240mm

Bombeiros trabalham em operação de resgate em Petrópolis: centro da cidade, atingido pela tempestade, tem 15 mil pessoas morando em áreas de risco (Foto: Carl de Souza / AFP)
Bombeiros trabalham em operação de resgate em Petrópolis: centro da cidade, atingido pela tempestade, tem 15 mil pessoas morando em áreas de risco (Foto: Carl de Souza / AFP)

234 locais na Cidade Imperial foram considerados de risco alto ou muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações (18% do território), pelo Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), elaborado em 2017

27 mil famílias moravam nessas áreas de risco também de acordo com o PMRR: 15 mil apenas no 1º Distrito (Centro). Entres os locais de risco, estavam áreas dos morros do Alto da Independência e das Oficinas, ambos atingidos pelos deslizamentos de terça-feira e onde equipes de resgate seguem na busca por soterrados

Bombeiros em meio a casas destruídas em morro de Petrópolis: ocupação desordenada das encostas com crescimento da população (Foto: Rogério Santana / Governo RJ)
Bombeiros em meio a casas destruídas em morro de Petrópolis: ocupação desordenada das encostas com crescimento da população (Foto: Rogério Santana / Governo RJ)

269 deslizamentos de terra foram registrados pela Defesa Civil de Petrópolis no temporal de 15 de fevereiro de 2022: o município calcula que entre 80 e 100 residências tenham sido inteiramente destruídas.

72,5% foi o crescimento da população de Petrópolis entre 1970 (178 mil, números do Censo) e 2021 (307 mil, cálculo do IBGE); a ocupação desordenada das encostas foi acelerada a partir da segunda metade da década de 70

FONTE PROJETO COLABORA

‘Não dá para ser forte’: moradores resgatam corpos em Petrópolis

Pouco mais de 12 horas após o início da chuva que provocou o deslizamento de parte do Morro da Oficina, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, moradores ainda faziam o trabalho de resgate e aguardavam notícias. Muitos deles passaram a noite na busca por sobreviventes.

Em uma das primeiras curvas do morro, um ponto de apoio do Corpo dos Bombeiros é utilizado para deixar corpos que são resgatados. Homens encharcados de lama que passaram a madrugada procurando vizinhos e parentes carregam corpos em sacos pretos e avisam os bombeiros, que por sua vez levam ao ponto de apoio e contabilizam as vítimas. Oficialmente, são ao menos 94 mortos —a identidade das vítimas não foi divulgada.

O deslizamento destruiu ao menos 80 casas no Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, segundo estima a Defesa Civil. Os homens se dividiram em subgrupos para agilizar o resgate. Apesar de a previsão ser de chuva fraca para o dia de hoje, moradores têm receio que um temporal impeça que seus familiares sejam encontrados.

Corpos contabilizados geram revolta

Por volta das 7h30, a reportagem testemunhou um resgate. O corpo de um jovem identificado como Lucas, de 19 anos, era carregado pelo tio em uma das escadarias. Resignado, o homem contava com os olhos cheios de lágrimas a notícia aos vizinhos que perguntavam “como ele chegou”.

O mesmo grupo que resgatou Lucas relata já ter resgatado outras cinco pessoas —três sem vida. Ao deixar o corpo do rapaz aos pés do morro, o tio reclamava da atuação dos bombeiros.

Na avaliação dele, os agentes atuam com lentidão e abrem espaço para que familiares sejam obrigados a fazer o resgate de quem ama, sem direito a um luto digno.

Às 7h50, o grupo voltou ao mesmo ponto com outro corpo, uma mulher. “Não dá para saber quem é”, disse um dos rapazes, sugerindo o nome de três vizinhas que moravam em casas próximas.

Enquanto consolavam familiares que moravam nas tais casas, antes de abrir o saco preto, outras mulheres clamavam por notícias de netos, filhos, genros e maridos.

Às 8h20, uma mulher chegou ao ponto desesperada. Ela gritava e lamentava a falta de notícias: seu irmão e sua sobrinha ainda não foram encontrados. Ora pedindo para que eles aparecessem, ora gritando que não podia ser verdade, ela não parava de chorar.

Ao ser consolada e ouvir que precisava ser forte, gritava: “Eu não consigo ser forte, não dá para ser forte. É quem eu amo, é maior do que eu”.

As famílias que minutos antes tinham passado pela mesma situação seguravam a sua mão, ofereciam água e tentavam acalmá-la.

A cerca de 1 m de distância, um homem chorava —como nas últimas duas horas. Ele contou à reportagem que a casa em que morava toda sua família está destruída, mas ainda não encontraram corpos ou sobreviventes. Sua sogra, filha e irmã estavam no local.

Móveis e objetos estão comprimidos embaixo da laje do lugar. O grupo de homens que resgata corpos prometeu: “Vamos lá te ajudar”, mas temem a queda da laje e novas vítimas.

Além dos mais de 50 mortos já contabilizados, a Defesa Civil informa que ao menos 21 pessoas foram resgatadas com vida. O Morro da Oficina é considerado o local mais atingido e não há um número oficial de desaparecidos.

FONTE UOL

Petrópolis: imagem de Nossa Senhora das Graças, intacta após deslizamentos, vira símbolo de fé

Moradores encontram força e esperança em histórias de fé registradas na cidade pós-tragédia, que matou 152 pessoas e deixou outras centenas desabrigadas

No sexto dia de buscas aos desaparecidos da tragédia da Petrópolis, cidade da Região Serrana do Rio, uma cena chama a atenção em meio ao trabalho de bombeiros e a circulação de máquinas pesadas que reviram os escombros em busca de sobreviventes no BNH (Banco Nacional da Habitação), como é conhecido o conjunto habitacional do bairo Alto da Serra. Uma imagem de Nossa Senhora das Graças colocada em um dos muros do condomínio ficou intacta mesmo após parte da estrutura ser derrubada pela força dos deslizamentos.

Após as fortes chuvas que atingiram a Cidade Imperial na última terça-feira (15), o cenário no município é de destruição. Casas, comércios e veículos foram encobertos por lama que desceu das montanhas. Histórias de vida foram arrastadas pela enchente. Porém, moradores encontraram força e esperança em histórias de fé que estão sendo registradas na cidade pós-tragédia, que matou 152 pessoas e deixou outras centenas desabrigadas.

Nas redes sociais internautas se emocionam com as imagens: “Maria sempre de pé, como esteve ao lado de Jesus na cruz”, diz um. “Mãezinha, cuide dos seus filhos aqui na terra”, diz outro.

Apesar do enorme quantitativo de doações e do esforço incansável das equipes de ajuda, voluntários, jipeiros e motoqueiros, ainda há moradores em Petrópolis sofrendo com a falta de alimentos e, principalmente, produtos de higiene básica e pessoal. Em áreas altas e com difícil acesso, como Chácara Flora, Rua 24 de Maio e partes do Caxambu, a população sofre e cada cesta básica que chega é disputada por quem precisa.

Ações para tentar suprir as necessidades mais básicas têm se multiplicado, através de grupos e de empreendimentos da própria região. Ainda assim, há momentos em que a quantidade de itens não é o suficiente para todos. Na sexta-feira (18), a reportagem de O GLOBO flagrou a correria e o empurra-empurra de moradores da Chácara Flora, BNH, Eucalipto e Caminho do Paraíso após a chegada de um caminhão com cestas básicas, água e quentinhas em uma igreja que serve como ponto de apoio. Nesse sábado, moradores que não conseguiram pegar as cestas no dia anterior, retornaram ao local, mas saíram de mãos vazias.

FONTE FOLHA DE PERNAMBUCO

Tragédia em Petrópolis: ‘Quero dar enterro digno’, diz pai que procura corpo do filho há 3 dias

Atenção: esta reportagem contém relatos que podem ser considerados perturbadores por alguns leitores.

Em meio aos escombros e à lama que restaram do deslizamento do Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, em Petrópolis (RJ), um homem busca há três dias pelo corpo do filho.

O rapaz de 18 anos estava com a avó, também desaparecida sob os destroços, em uma casa na parte inferior do morro, que veio abaixo sob a maior chuva que atingiu a região desde 1932.

Nesta quinta-feira (17/2), faz sol em Petrópolis, mas a previsão é de que pode voltar a chover mais tarde.

“Só saio daqui quando encontrá-lo”, diz Paulo Roberto de Oliveira, de 40 anos, assessor parlamentar.

Em meio à busca, Paulo convive com o horror da perda de outras pessoas: em algum momento, conta que encontrou em meio à lama uma perna humana, que desceu do morro junto aos restos de móveis e eletrodomésticos que um dia pertenceram a outros avós, pais e filhos.

“Nascido e criado em Petrópolis”, esta não é a primeira vez que o assessor tem a vida afetada pelos efeitos de eventos climáticos extremos na cidade.

Em 2011, ele perdeu a casa nas fortes chuvas que mataram mais de 900 pessoas na região serrana do Rio naquele ano. Na ocasião, toda a família dele ficou desabrigada, indo para centros de acolhida.

“Só não perdemos a vida”, conta Paulo à BBC News Brasil, acrescentando que, em 2011, 110 casas de seu bairro foram interditadas. “Mas quando você vai lá hoje está tudo invadido”, relata.

A história revela como a ocupação irregular em áreas de risco se perpetua, sem a ação do poder público.

Destroços e lama no Morro da Oficina
Legenda da foto,Destroços e lama no Morro da Oficina, uma das comunidades mais atingidas pela forte chuva de terça-feira (15/2)

“A Prefeitura está esperando morrer mais gente para fazer alguma coisa”, reclama Paulo.

Questionado de onde tira forças para estar ali, ele diz que é “só Deus”, que não há estrutura nenhuma. “Minha esperança é encontrar meu filho, para dar um enterro digno a ele. É o amor da minha vida”, afirma.

O volume de chuvas que caiu em Petrópolis na última terça-feira (15/2) foi o maior registrado na cidade nos últimos 90 anos pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), choveu na cidade 259,8 milímetros em 24 horas, maior volume registrado desde que têm início os registros, em 1932.

As chuvas desta semana superaram em muito o recorde anterior, de 168,2 milímetros registrados em 20 de agosto de 1952.

Nesta quinta-feira, os bombeiros ainda trabalham no resgate de corpos, que podem ampliar um número de mortos que já supera 100, nas contagens mais recentes, sendo ao menos oito crianças.

Bombeiros no Morro da Oficina
Legenda da foto,Equipes trabalham no resgate de corpos nesta quinta-feira (17/2), que podem ampliar um número de mortos que já supera 100, nas contagens mais recentes

Moradores, parentes e amigos de vítimas tentam encontrar pessoas desaparecidas ou entrar nas casas para recuperar objetos.

Com uma enxada nas mãos, o feirante Luciano Gonçalves, de 26 anos, tenta ajudar.

Ele conta que não mora no bairro, mas perdeu seis ou sete amigos com as chuvas. No dia anterior, esteve em outros bairros auxiliando nos resgates, nesta quinta, veio para o Morro da Oficina, onde também perdeu amigos nas tempestades de 2011.

“Achar com vida vai ser difícil, mas pelo menos quero achar o corpo, para que as pessoas possam enterrar quem amam com dignidade”, diz o feirante.

Segundo ele, sobreviver a uma tragédia desse porte também é um sofrimento. “Mas vamos lutar, vamos tentar recomeçar”, diz.

Luciano Gonçalves
Legenda da foto,Com uma enxada nas mãos, o feirante Luciano Gonçalves, de 26 anos, tenta ajudar no resgate de corpos

Para quem perdeu amigos e familiares, as lembranças da forte chuva causam dor.

Sueli Alcântara perdeu cinco sobrinhos, uma delas grávida. “Perdi todos os meus vizinhos, do lado direito não sobrou uma casa”, conta Sueli.

Ela estava em casa quando a chuva começou. Após a casa do vizinho bloquear a dela, precisou sair pela janela e buscar abrigo do outro lado do morro.

Agora, cobra as autoridades. “Cadê vereador, cadê o prefeito? Não tem ninguém com uma enxada para ajudar a gente aqui agora. Cadê essa gente toda que fica pedindo voto pra gente?”

Sueli Alcântara
Legenda da foto,Sueli Alcântara perdeu cinco sobrinhos, uma delas grávida. ‘Cadê vereador, cadê o prefeito?’, questiona

A crítica dos moradores com relação à resposta das autoridades é generalizada.

Com mais de 80 casas atingidas no Morro da Oficina, os moradores relatam que, na quarta-feira (16/2), havia muitos corpos no local e a estrutura de remoção era precária, com lençóis sendo usados para proteger os restos mortais, diante da falta de plásticos adequados.

Nesta quinta, além de dezenas de bombeiros, maquinário pesado, como escavadeiras, deverá ser utilizado para retirar a grande quantidade de entulho do local.

Na quarta-feira, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que há um déficit histórico na prevenção de desastres no estado e que “não se resolvem 20, 30, 40 anos em um ano” durante entrevista coletiva em Petrópolis.

A Prefeitura de Petrópolis decretou estado de calamidade pública. Nos hospitais, segundo a gestão local, as equipes foram reforçadas para atender as vítimas.

Na segunda-feira (14/2), o Cemaden havia alertado para o risco de fortes chuvas na região, com possibilidade de deslizamentos. No entanto, as áreas de perigo não foram evacuadas preventivamente.

FONTE BBC NEWS

‘Cena de filme de terror’: os relatos sobre o temporal que virou tragédia com mais de 100 mortos em Petrópolis

“Foi cena de um filme de terror”, define o dentista Lucas Ribas sobre o que presenciou em Petrópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, após o município ser atingido por um temporal na terça-feira (15/2).

Lucas saía do trabalho durante a noite quando viu o cenário de destruição deixado pela forte chuva.

“No Centro da cidade havia muitos corpos, muita gente morta que foi levada pela chuva, se afogaram, bateram em algum lugar ou ficaram presas nos carros”, diz à BBC News Brasil.

De acordo com a Secretaria Estadual de Defesa Civil, até o final da noite de quarta (16), foram contabilizadas 104 pessoas mortas em decorrência da forte chuva de terça-feira.

Nas redes sociais, enquanto algumas pessoas compartilharam registros do impacto causado pela chuva, outras divulgaram fotos de entes queridos que desapareceram em meio ao temporal.

O volume de água acumulada na cidade chegou a 259 milímetros em apenas seis horas de terça-feira, segundo o Climatempo. O valor supera o que era esperado para todo o mês de fevereiro: 238,2 milímetros.

De acordo com o jornal O Globo, dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontam que há pelo menos 90 anos Petrópolis não enfrentava uma chuva tão volumosa em 24 horas como a de terça.

O temporal causou estragos em diversos pontos do município. Segundo o governo do Rio de Janeiro, foram registradas 89 áreas atingidas, com 26 deslizamentos.

A Prefeitura de Petrópolis decretou estado de calamidade pública. Nos hospitais, segundo a gestão local, as equipes foram reforçadas para atender as vítimas.

Ônibus em meio a enchente e pessoas tentando deixar o veículo
Legenda da foto,Imagens registrada pelo dentista Lucas Ribas mostram passageiros em ônibus tomado pela enchente

Para os moradores, as cenas presenciadas em razão do temporal nunca serão esquecidas.

“Ainda não caiu a ficha. Eu tenho 44 anos, nasci em Petrópolis, a gente sempre presenciou várias tragédias, mas sempre em lugares isolados e não também no Centro da cidade. O que aconteceu aqui ontem acho que nunca mais vai acontecer porque foi algo impressionante”, diz a professora Bianca Maria Leite.

‘Foi tudo muito rápido’

O temporal culminou em um cenário desolador em Petrópolis. Em vários vídeos que circulam pela internet, é possível ver imagens de árvores, eletrodomésticos, móveis e veículos sendo levados durante a enchente.

Inúmeras casas foram atingidas. Em algumas, os moradores perderam todos os eletrodomésticos e móveis, enquanto em outras a própria construção foi devastada pela forte chuva.

“Perdi tudo, não tem nada. Levou tudo embora. Não sei o que a gente vai fazer a partir de agora, porque a pedra ali tá quase caindo de novo. Se descer vai pegar mais casas para baixo”, disse, em entrevista ao telejornal SBT Rio, um morador que teve a casa atingida.

Segundo o governo do Rio de Janeiro, ao menos 372 pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas na cidade.

O comércio local também foi atingido e muitos ficaram embaixo d’água. Em vídeos que circulam nas redes é possível ver diversos estabelecimentos alagados.

“Eu estava na academia e ela começou a alagar. Eu só senti que tinha que sair dali. Um pessoal ficou limpando a água do chão e jogando pro ralo. Nisso, consegui ir ao shopping, que tem três andares de estacionamento. Fiquei aguardando e não parava de chover nunca. Quando vi, a rua parecia um rio muito fundo, porque passava muita água. Olhei pro lado da academia e ela estava toda revirada: a água entrou no fundo da academia, foi destruindo tudo e jogou os equipamentos na metade da rua”, detalha o universitário Vinícius Magini.

O dentista Lucas Ribas conta que ele e outros funcionários lutaram para salvar os equipamentos do consultório em que ele trabalha. “Foi tudo muito rápido, como se fosse um tsunami de lama. Quando a gente viu era uma aguinha entrando no consultório, logo isso virou muita água, depois começou a transbordar e virou enchente. Foi tempo de a gente subir com equipamentos, fechar as portas, tirar tudo de valor que tinha e salvar o máximo de coisas que podia. Foi desesperador”, diz.

Vítima é resgatada por bombeiros em Petrópolis
Legenda da foto,Bombeiros atuam em resgates de vítimas da tragédia

Na noite de terça, inúmeros pontos da cidade ficaram sem energia elétrica. Na região central houve diversos relatos de roubos e estabelecimentos saqueados em meio ao rastro de destruição do temporal.

Os desaparecidos

Em meio ao temporal, inúmeras pessoas desapareceram. Há registros de busca por moradores de diferentes idades, de crianças a idosos.

Há relatos de pessoas que teriam sido levadas pela água, outras que estariam em regiões que foram soterradas e pessoas que estavam em veículos que foram carregados pela enchente.

De acordo com as autoridades locais, não há números oficiais de desaparecidos na cidade.

Atualmente, cerca de 400 bombeiros auxiliam nas buscas em diferentes áreas da cidade.

Sem respostas, familiares buscam notícias pelas redes sociais. Em alguns posts feitos na terça-feira, é possível observar atualizações de familiares que comemoram que a pessoa foi encontrada bem. Em outros, porém, há a confirmação de que a pessoa foi uma das vítimas das consequências do temporal.

“Infelizmente acharam ele sem vida. Pra ser sincera, não sei o que realmente houve, só tive a notícia de que o corpo dele está no IML”, diz uma amiga de um adolescente que teve a morte confirmada. Ela havia disponibilizado o seu número de celular para receber notícias sobre o amigo na noite de terça, após ele ser considerado desaparecido.

No Instituto Médico Legal (IML) da cidade, familiares buscam respostas sobre os desaparecidos.

Destruição causada pela chuva
Legenda da foto,Chuva causou enchentes e deslizamentos em diversos pontos da cidade

“Vi a chegada de três carros da Defesa Civil com corpos. É angustiante”, diz Anallu Andrade. Ela é prima de um garoto de oito anos que estava em um ônibus que foi levado pela enchente.

“Fui para o IML porque um policial viu meu story (postagem temporária no Instagram; nela, Anallu buscava pelo primo) e disse que possivelmente meu primo já foi encontrado sem vida, porque encontraram um menino na faixa etária dele que parecia com ele, só não tinha como me dar certeza. Sabendo disso, eu cheguei ao IML sem nenhuma certeza se é ele ou não”, diz Anallu.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou que montou uma força-tarefa com cerca de 200 agentes, com profissionais como peritos legistas e criminais papiloscopistas, auxiliares de necropsia e servidores de cartório para auxiliar na identificação das vítimas.

Após passar algumas horas no IML, Anallu voltou para casa sem respostas. Ela deverá retornar ao local nesta quinta-feira (17/2). “A avó e a mãe dele estão sem condições de ir (ao IML)”, explica.

Depois do temporal

Na quarta-feira, Petrópolis amanheceu em clima de luto. Os números de corpos encontrados foram atualizados ao longo do dia.

“O dia seguinte é triste. A cidade embaixo da lama e as pessoas sem nem saber por onde começar”, diz o dentista Lucas Ribas.

O fotógrafo Breno Luis Telles fez registros na manhã seguinte ao temporal. “Fiz imagens no Centro Histórico e infelizmente o cenário é de guerra. Nunca vi uma coisa assim. Gente morta em todos os lados, carros em cima de carros, um cheiro horrível. Infelizmente, a gente vê uma cidade que parece que foi bombardeada”, diz à BBC News Brasil.

Imagens da cidade com entulhos e lama após o temporal
Legenda da foto,Fotógrafo registrou Petrópolis na manhã de quarta-feira após o temporal

Na cidade, foi possível ver cenas como morros que vieram abaixo, ruas bloqueadas por materiais deixados pela inundação, veículos empilhados, casas destruídas, estabelecimentos atingidos pela lama, comerciantes tentando estimar o prejuízo causado pela tragédia e famílias buscando formas para recomeçar.

Nas redes sociais e em vários pontos da cidade foram organizadas campanhas para arrecadar itens para ajudar as pessoas afetadas de diferentes formas pela chuva.

Os moradores convivem com o temor de novos temporais. Na quarta, a previsão era de chuva fraca a moderada para a região. A Secretaria de Estado de Defesa Civil alertou que o município segue em estágio operacional de crise e orientou a população a ficar atenta aos informes, porque alertas sobre a situação podem ser atualizados a qualquer momento.

A Defesa Civil municipal argumentou que o temporal foi causado pela “passagem de uma frente fria pelo oceano, em conjunto com as instabilidades geradas pelo aquecimento diurno, mais a disponibilidade de umidade”.

FONTE BBC.COM

Rio em Petrópolis vira ‘depósito’ de carros arrastados após fortes chuvas

Carros foram levados pela água e caíram no rio, que fica no bairro Bom Retiro

Moradores de Petrópolis, no Rio de Janeiro, ainda contabilizam os prejuízos e tentam salvar algo que não foi destruído pelas fortes chuvas que atingiram a cidade na última terça-feira (15). Nesta quinta-feira (17), diversos carros são retirados do Rio Piabanha, que virou um “depósito” de veículos que foram arrastados pela água. 

A chuva que atingiu a cidade causou muitos estragos e já é considerada a pior dos últimos tempos. A tempestade causou mais de 100 mortes e pelo menos 35 pessoas foram dadas como desaparecidas.  

Além disso, mais de 300 pessoas tiveram que deixar suas casas e estão acolhidas em abrigos ou em casas de parentes e amigos. 

Mais de 20 pontos de deslizamento foram registrados na cidade. Vários pontos do Centro estão bloqueados por conta de objetos arrastados e de ruas destruídas.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que essa foi a pior chuva da região desde 1932. Outros desastres já ocorreram na serra fluminense. Em 1988, foram 134 mortos em Petrópolis. Em 2011, 918 pessoas morreram e outras dezenas desapareceram na região serrana, principalmente em Nova Friburgo e Teresópolis. 

FONTE ITATIAIA

Até o momento, 54 mortes já foram confirmadas devido a tempestade que destruiu grande parte da cidade

A Prefeitura de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e o Corpo de Bombeiros informaram na tarde desta quarta-feira (16) que subiu para 54 o número de mortos após a tempestade da tarde de terça (15). O Corpo de Bombeiros ainda não tem ideia do número de desaparecidos.

A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento às vítimas. Quem tiver parentes desaparecidos deve procurar a delegacia.

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