Fora poluição! 20 estações vão monitorar em 24 horas a qualidade do ar em Congonhas

Congonhas passa a ter monitoramento diário da qualidade do ar/DIVULGAÇÃO

Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e empresas mineradoras lançaram, nesta quinta-feira, 30, a Rede Otimizada de Qualidade do Ar. O evento, realizado no Museu de Congonhas, fez parte da programação da Semana do Meio Ambiente, que é comemorada até o dia 5.

As 13 estações de monitoramento do ar estão em funcionamento desde o início de 2018, nos bairros Matriz, Basílica, Jardim Profeta, Pires, Plataforma e Lobo Leite, além de sete nas áreas das mineradoras CSN Mineração, VALE, Ferrous, Ferro+ e Gerdau, graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público Estadual e as empresas. A Prefeitura de Congonhas participou das negociações desde o início e seguirá com a função de monitoramento e fiscalização, juntamente com a FEAM através da Gerência de Monitoramento da Qualidade do ar e Emissões.

As estações são equipamentos que medem a qualidade do ar no Município com objetivo de verificar se estão de acordo com a norma ambiental vigente, estabelecida pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). O Centro Supervisório da Rede Otimizada faz o monitoramento 24h por dia e as informações são enviadas simultaneamente à Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura e à Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), que fazem o monitoramento e a validação dos dados.

20 estações espalhadas no território do município vão monitorar o ar/DIVULGAÇÃO

Graças a este monitoramento, já está sendo emitido o Boletim Diário da Qualidade do Ar, que tem como objetivo monitorar a qualidade do ar e verificar quaisquer ocorrências de anormalidades que possam alterar os índices de monitoramento ou a qualidade do ar em períodos específicos.

Segundo a diretora de Gestão Ambiental, Diana Sena, da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura, “tendo acesso a esses dados, a Prefeitura poderá formular políticas e executar as ações necessárias, com objetivo de preservar e melhorar a qualidade do ar. Os boletins diários são um mecanismo de fácil acesso para a população que poderá acompanhar, diariamente, a qualidade do ar da sua região da cidade. Lembrando que os veículos automotores, as queimadas e processos industriais, como o da mineração e siderurgia, são as maiores causas da introdução de substâncias poluentes na atmosfera. Muitas delas são tóxicas e produzem, portanto, danos à saúde humana, danos à fauna e à flora”.

Para facilitar a compreensão do índice IQAr contido no boletim, há uma classificação expressa por cor, que indica a qualidade do ar como boa (verde), regular (amarela), inadequada (vermelha), ruim ou péssima (roxa).

Os dados são coletados pelas estações automáticas de propriedade das empresas mineradoras instaladas no município de Congonhas: CSN Mineração S.A, Ferrous Resources do Brasil S.A, Vale S.A, Gerdau Açominas S.A e Ferro+ Mineração S.A.

O Secretário de Meio Ambiente Neylor Aarão falou sobre a importância do sistema de monitoramento/DIVULGAÇÃO

Entre os parâmetros que são analisados pela rede, estão partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, direção e velocidade do vento, pressão atmosférica, precipitação pluviométrica, radiação solar global, umidade relativa do ar, temperatura, entre outros.

O Boletim Diário da Qualidade do Ar, com as novas diretrizes estabelecidas, está disponível no link: http://www.feam.br/images/Boletim_Maio.xlsx a partir de 5 de junho. Os boletins diários também estarão disponíveis na página de Facebook https://www.facebook.com/comunicacaoambientalcongonhas e em breve no site da Prefeitura de Congonhas.

7 toneladas de pó de minério nas ruas

Instalação do sistema de monitoramento durou 10 anos e teve papel decisivo no ministério público/DIVULGAÇÃO

O processo de monitoramento do ar começou a ser organizado  em 2009, quando o Promotor de Justiça,  Vinícius Alcântara Galvão, chegou a Congonhas. “Ainda em 2008, fui informado pela população de que uma das principais preocupações dela era a qualidade do ar. Buscamos informações na coordenação de meio ambiente do Ministério Público e marcamos uma reunião com a FEAM. A proposta foi, primeiro, fazer um inventário sobre a quantidade de particulados que havia no ar de Congonhas. Houve um acordo com a Ferrous, referente ao seu procedimento de licenciamento da Mina Viga, que tornou possível contratar a EcoSoft [empresa é especialista em soluções ambientais, com foco na gestão da emissões de poluentes atmosféricos e da qualidade do ar] e, em dois anos, se fez o levantamento acerca de todas as fontes de poeira no ar. Com isso, foi possível detectar o percentual de participação das empresas de mineração e siderurgia na poluição atmosférica. Em um segundo momento, começamos a implantar uma rede de monitoramento, também com base neste estudo que apontou as condições eólicas, climáticas, etc. Adotamos o modelo público do princípio que norteia o direito ambiental, que é o do poluidor pagador, assim as empresas que produzem mais, têm maior participação nos custos da implantação do sistema. Esta rede de monitoramento do ar de Congonhas é modelo para o Brasil todo, porque foi fruto de acordo entre Ministério Público, empresas, Prefeitura, FEAM e sociedade e ser estudada pelos meios acadêmicos e outros órgãos até de outros estados”, contextualizou Vinícius.

Segundo o secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Congonhas, Neylor Aarão, “este Centro Supervisório é muito importante para o Município, sobretudo porque passaremos a contar com elementos técnicos para revisar as legislações e procedimentos. Passaremos a monitorar a qualidade de ar e o resultado que as empresas apresentam em relação a minimização dos impactos, pois nossa cidade sofre com a poeira e o carreamento de material. As próprias empresas passarão também a contar com estes elementos concretos para definirem suas políticas internas de combate a estes impactos. Já conversamos com a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o uso destes estudos ambientais para formular pesquisas do ponto de vista da saúde. Isto, porque Congonhas pode estar num nível de controle ambiental de material particulado que respeita a legislação ambiental, mas que, do ponto de vista da saúde, pode causar sério problemas às pessoas. A partir de agora, poderemos monitorar estes impactos e estes reflexos, pois temos dados para identificar de maneira segura o que está e pode acontecer, bem como o que precisa ser feito para resolver a questão”, avalia.

Monitoramento possibilitará cobrar das mineradoras compromisso com a qualidade do ar/REPRODUÇÃO

O prefeito Zelinho agradeceu aos parceiros desta empreitada e lembrou que é preciso encontrar soluções para problemas causados pela produção mineração, já que a principal vocação da cidade é exatamente esta. “O Dr. Vinícius está há 10 anos em Congonhas e tem sido um grande parceiro do Município e das mineradoras, porque sabe dialogar e adquiriu o respeito de todos. A FEAM e a Secretaria de Meio Ambiente também são grandes colaboradores do Município, que também tem feito a sua parte. Criamos há 2 anos a Secretaria de Meio Ambiente e, como resultado, receberemos um prêmio em São Paulo no mês que vem. Quando assumimos a Prefeitura, os garis recolhiam 7 toneladas de pó de minério do Centro de Congonhas. Então fizemos a avenida Contorno Norte para que 200 ônibus, além de caminhões não entrassem mais na cidade, o que contribuiu para aliviar a poeira. Esta iniciativa para melhorar a qualidade do ar faz parte da nova mineração que todos juntos batalhamos para  que surja, porque a vocação de Congonhas é para a mineração, então agradeço também às empresas mineradoras, que movem boa parte de nossa economia e agora também contribuem para a instalação e operação desta rede”.

Diretor da FEAM, Thiago Augusto Lopes da Silva felicitou ao prefeito, ao secretário de Meio Ambiente e ao Promotor de Justiça por esta ação que, segundo ele, “vai trazer qualidade de vida da população de Congonhas. Esta inclinação do Município e do MP para esta causa ambiental nos traz bastante safisfação. A FEAM está à disposição para apoiá-la tecnicamente, porque esta ação não termina aqui, ela é contínua e as proposições acontecem na medida do grau de qualidade do ar”.

Leia mais: Perigo e poluição: sem qualquer fiscalização, caminhões de minério levantam poeira e espalham barro BR 040

Prefeitura discute com mineradoras ações para diminuir a poeira em Congonhas

Moradores de Gagé fazem protesto e fecham trânsito; tráfego intenso de carretas impacta na comunidade

Minério corre pelas ruas de Gagé/DIVULGAÇÃO

Moradores do Gagé, em Lafaiete, promovem, neste momento, um protesto por mais segurança no Bairro como também buscam solução para o túnel que liga a BR 040. A manifestação chama a atenção das autoridades para o grande fluxo de carretas pelas ruas de Gagé. Moradores atearam fogo em pneus.

A situação

Três anos após nossa primeira reportagem, os moradores de Gagé, bairro de Lafaiete, ainda vivem o drama do tráfego intenso das caminhões. Porém a situação piorou já que o fluxo dobrou chegando a travar a trânsito como ocorreu há duas semanas. Nossa reportagem visitou o bairro para verificar e constatar como vivem os moradores.

Em 2016, o Ministério Público e a empresa Scof e prefeitura assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que restringia o trânsito de carretas. Segundo moradores, elas não respeitam os horários de tráfego determinados de segunda a sexta (6:00 às 2:00 horas) e sábado (6:00 às 14:00 horas).

Minério escorre para os cursos d´água/DIVULGAÇÃO

“O trânsito aqui começa é de madrugada com buzina, má conduta do motorista e excesso de velocidade”, protestou o morador. Ele cobrou fiscalização do Departamento Municipal de Trânsito. “Tem dias aqui que ninguém entra o sai de Gagé. È um caos. Estamos abandonados a própria sorte”, denunciou. Ele calcula que mais de 800 carretas transitam por Gagé diariamente.

As carretas que cortam a estreita rua Santa Efigênia usam o trajeto para transportar minério até a ferrovia via Joaquim Murtinho e assim ganhar a exportação. A empresa responsável pelo embarque é a Scoffi que há mais de 5 anos asfaltou as ruas de Gagé. O minério vem de grandes empresas do setor como Vale Gerdau, JMM, entre outras.

Moradores querem solução para o túnel em Gagé /DIVULGAÇÃO

Os moradores reclamam da falta de segurança, poeira e poluição sonora. São comuns relatos de problemas respiratórios em pessoas, principalmente crianças. Um morador mostrou vídeos e fotos que evidenciam o intenso tráfego nas ruas, o excesso de velocidade e a poeira que se levanta quando as carretas cortam Gagé. Quando chove a situação piora já que o pó do minério é carreado para os córregos e nascentes. Segundo informações, a Scoff busca parceria para construir um viaduto que interligaria a MG 383 ao embarque em Joaquim Murtinho, porém a obra está orçada em cerca de R$ 9 milhões.

Pó de minério invadem casas e traz prejuízos a saúde dos moradores/DIVULGAÇÃO

Prejuízos a saúde

Á época, através de um abaixo assinado, promotoria foi provocada a entrar na questão em favor dos moradores. Um laudo do Ministério Público, divulgado em 14 de abril de 2016, após medição sonora, constatou que a “passagem continuada de veículos pesados na rua Santa Efigênia, com o nível de impacto sonoro apurado, prejudica a qualidade de vida dos moradores, podendo prejudicar o estado de saúde físico psíquico e social destes”.

Nossa reportagem entrou em contato com a empresa Scoff, porém não respondeu aos nossos questionamentos.

Perigo e poluição: sem qualquer fiscalização, caminhões de minério levantam poeira e espalham barro BR 040

Perigo e poluição: sem qualquer fiscalização, caminhões de minério levantam poeira e espalham barro BR 040/CORREIO DE MINAS

A situação é de indignação pela falta de respeito como os motoristas trafegam pela BR 040 sem qualquer segurança na região do Pires, na antiga Ferteco, em Congonhas.

O cenário à margem da lei passa despercebido pelas autoridades dos setores fiscalizador e regulador e já perdura há vários anos sem uma solução para aqueles utilizam diariamente a rodovia.

O problema crônico surge quando caminhões de minério provocam uma nuvem de poeira nociva que afeta a visibilidade dos motoristas. Some a isso o barro acumulado que torna a pista ainda mais perigosa e escorregadia.

A situação é dramática e cercada de altos riscos de acidente, sem contar como o excesso de velocidade e a irresponsabilidade de caminhoneiros.

Nossa reportagem flagrou a situação crítica na BR 040, principalmente ao entardecer quando a poeira transforma rodovia em uma trincheira de perigo. Uma névoa envolta toma a conta do local provocando uma sensação de insegurança e transtornos.

Secretário vai abrir procedimento contra mineradoras

Secretário Municipal de Meio Ambiente de Congonhas, Neylor Aarão/Reprodução

Atendendo a nossa reportagem o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Neilor Aarão, garantiu que vai abrir um procedimento administrativo sobre transporte de minério em rodovias públicas.  A ideia é investigar os impactos e propor uma alternativa.

Segundo ele, os trabalhos devem ser finalizados nos próximos 30 dias. O secretário acredita que a maneira como é realizado o transporte não atende às normas de trânsito meio ambiente, colocando em risco a segurança dos demais usuários das rodovias e prejudicando o meio ambiente.

O estudo será encaminhado ao ministério público para uma ação conjunta. Segundo o secretário Neylor Aarão, as rodovias para transporte de minério recebem procedimentos de licenciamento diferenciados das rodovias comuns e o que se percebe hoje é que as empresas de mineração fazem delas públicas uma extensão de suas atividades, trazendo para fora de suas instalações, impactados que não estão previstos em nenhum procedimento.

A promotoria aplica multas mas faltam fiscais; monitoramento vai por fim a poluição

Nossa reportagem relatou o caso ao promotor Vinicius Galvão, Curador do Meio Ambiente, da Comarca de Congonhas. Ele afirmou que sua luta é de longa data quando entrou com ações contra a Vale, Namisa e CSN (as duas últimas empresas foram fundidas em Congonhas Minérios) para que, além de manterem as vias limpas, construíssem um sistema de lava-rodas, de modo que os caminhões que deixassem as Minas fossem previamente lavados antes de retornarem à BR-040.

Promotor Vinicius Galvão, Curador do Meio Ambiente, da Comarca de Congonhas/Reprodução

O promotor disse que celebrou acordos e as mineradoras construíram lava-rodas. A multa da Vale resultou na instalação de uma RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural em Congonhas) no montante de R$ 120 mil que auxiliou na instalação de uma Unidade do Corpo de Bombeiros em Congonhas.

A multa da Congonhas Minérios foi de R$ 1 milhão recurso disponibilizado como medida socioambiental para a construção de um Abrigo para menores em Congonhas cujas obras estão em andamento.  “A grande dificuldade de averiguação está na falta de fiscalização que é de responsabilidade dos órgãos administrativos, já que a emissão de poeira (seja por arraste eólica, seja por meio de lama espargida pelos caminhões) é passível de multa”, afirmou.

O promotor apontou avanços na questão do monitoramento da poeira em Congonhas através de um acordo com as empresas mineradoras, a FEAM e a Prefeitura e já está em vias de ser implantada (os equipamentos já estão sedimentos) uma rede de  monitoramento do ar, com informações que serão disponibilizadas on-line.

Ele explicou que este mecanismo é mais eficiente do que o de lava-rodas já que a informação é captada por meios tecnológicos, enquanto a dispersão de poeira nas estradas depende de uma fiscalização e os órgãos responsáveis atualmente contam com poucos fiscais.  “Essa medida, a da rede de monitoramento, é restrita ao município de Congonhas e será um marco nacional na luta contra a poluição atmosférica”, avaliou Vinicius Galvão.

Laticínio despeja soro em curso d’água, tem atividades suspensas e é multado em mais de R$22 mil

Guarnição da Polícia Militar do meio ambiente compareceu na zona rural de Lagoa Dourada para atendimento de denúncia de poluição ambiental em um laticínio na manhã de terça-feira (30). No local foi constatado lançamento de soro lácteo (subproduto do leite) proveniente do laticínio em um curso d’água.

Vários fazendeiros da região utilização o soro para alimentação do gado. O responsável pelo transporte do soro da fazenda de 58 anos relatou que nos meses em que não consegue vender todo o soro proveniente do laticínio, lança sem nenhum tratamento cerca de 1000 litros dessa substância em uma canaleta que desagua em um córrego.

Em contato com um representante do laticínio de 62 anos relatou que desconhecia tal prática pelo transportador do soro. Diante das irregularidades e atividades potencialmente poluidoras foram lavrados autos de infração no valor de R$22.428,95 e as atividades de lançamento de desejos foram suspensas até a regularização. Eles foram orientados sobre qualquer intervenção ambiental que queiram fazer, primeiro procurar o órgão competente, bem como se desrespeitarem a suspensão estarão cometendo crime de desobediência.

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.