Uma noite inesquecível que encantou o público ao som das Violas de Queluz

No último domingo de julho (31), o público que levou um 1 kg de alimento ao Teatro Municipal de Lafaiete para assistir aos violeiros, foi agraciado pela belíssima apresentação oficial da recém-criada Orquestra Violas de Queluz  que tocaram e cantaram grandes sucessos das modas de violas de raiz que encantou o publico presente. Foi possível perceber como o povo de Lafaiete gosta de cultura e como a  preservação da sua memória faz bem para a alma e o coração. 

Vivemos um momento onde a banalização a cultura tornou uma política de Estado por parte do atual governo federal que ao invés de fomentá-la e preserva-la, tenta destruí-la e colocar no lugar uma cultura ogro, sem chão, sem cara, anti-criativa e paternalista. Por isso que defendo que a cultura deva estar onde o povo está, nas ruas, nos bairros, nas praças publicas, nos espaços públicos permanentemente fomentando, incentivando todas as manifestações culturais, principalmente de natureza popular. Já dizia o poeta baiano do século XIX, Castro Alves: “A praça é do povo como céu é do Condor” e a celebre frase popular que a voz do povo é a voz de Deus e o povo quer mais cultura e menos armas e Deus agradece.

Viva a Cultura.Viva as Violas de Queluz.

João Vicente, articulista do CM

 Um pouco da história das Violas de Queluz

Viola de Queluz é uma das variantes regionais da viola brasileira, especificamente produzida em oficinas da região de Queluz (atual Conselheiro Lafaiete – MG), entre o final do século XIX e início do século XX, tendo sido registrada como um patrimônio imaterial da cidade.

De fabricação artesanal, foram inspirada nas “violas toeiras”, de Portugal. As famílias Meirelles e Salgado eram donas das oficinas mais famosas da região.

Sobre as famosas violas de Queluz, os Meirelles e os Salgado, duas famílias de artesãos do final do século XIX e início do XX, se sobressaíram na confecção destas violas. Seus instrumentos eram vendidos principalmente por ocasião do jubileu que se realizava em Congonhas do Campo, ponto de convergência de fiéis das mais diversas procedências, atraídos pelos milagres do Senhor de Bom Jesus (que dá nome ao Santuário de Matosinhos em Congonhas, também conhecido pelas obras de Aleijadinho e Ataíde).

O violeiro e artesão de maior prestígio da antiga Queluz foi José Rodrigues Salgado, que, após ter tocado para Pedro II na residência do Barão de Queluz (quando da viagem do Imperador a Ouro Preto, em 1889, para a inauguração do ramal férreo), passou a fabricar violas para a Corte. Seu ofício – arte repassada ao longo de gerações – foi transmitido a seus descendentes, que até meados do século passado ainda construíam violas. A última viola fabricada pela família Salgado foi feita no ano de 1969. ( Fonte: Wikipédia- a enciclopédia livre)

Orquestra de Violas de Queluz se apresenta hoje (31) em Lafaiete

Será no próximo domingo, 31 de julho a primeira apresentação da Orquestra de Violas Queluz de Minas. O lançamento marca uma união de músicos em prol da propagação da identidade cultural de Conselheiro Lafaiete. Um dos integrantes, Valter Salgado, traz em seu legado, as famosas lutherias, onde eram produzidas as «Violas de Queluz» que deram à cidade, o registro de Bem Imaterial. Davi Tavares, outro componente, é um dos únicos luthieres ainda existentes, que persistem na delicada arte de produzir um instrumento.
A Orquestra de Violas Queluz de Minas é composta por 13 violeiros, e juntos, pretendem deixar viva a identidade
artística de Conselheiro Lafaiete. O evento tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e será realizado no Teatro Municipal Placidina de Queiroz, neste domingo dia 3, às 19h. A entrada é 1KG de alimento não perecível. O teatro será aberto às 18h.

Violas de Queluz: Lafaiete celebra a maior expressão de sua cultura

DE QUELUZ À LAFAIETE

Em 29 de março, comemora-se o Dia Municipal da Viola. Celebrando a data, a Secretaria de Cultura promoveu um encontro entre Davi Tavares e Valter Salgado – mestre e aluno na arte de fazer e tocar o queluziano instrumento. Antigamente, as lutherias representavam um dos fatores econômicos da Vila Real de Queluz. Atualmente as violas não são mais fabricadas em grande escala, mas, se transformaram em relíquias para colecionadores e desafio para resistentes apaixonados pela história deste instrumento, que, convivendo com este tema, o ano inteiro, encontram no mês de março motivos para a divulgação e a popularização da Viola de Queluz.

A ARTE DE SER VIOLEIRO

A Viola de Queluz é uma das identidades culturais mais importantes de Conselheiro Lafaiete. Reconhecida como Patrimônio Histórico Imaterial, sua origem remete ao período colonial e a história conta que o Imperador Dom Pedro II em 1881, ao passar pela cidade, ouviu uma apresentação do violeiro José de Souza Salgado. Quase duzentos anos depois, a arte de ser violeiro é apresentada por fiéis adeptos, que mantêm viva a tradição de fazer e tocar o instrumento.

DAVI TAVARES – O LUTHIER

Já se contam doze anos desde que Davi Tavares confeccionou o primeiro instrumento. Desta produção, existem 41 exemplares distribuídos entre colecionadores e amantes da sonoridade da viola caipira. «A música é muito importante, seja ela em qualquer estilo, clássica, popular, sertaneja. A música retrata a cultura de um povo» – relata Davi. Ser luthier envolve a vocação nata, o aprender com cada nova descoberta e o amor incondicional àquilo que se faz – «quando a gente conserta, a gente aprende», completa o mestre sobre seus feitos.
Os detalhes da marchetaria nas obras de Davi Tavares, evidenciam o modo original de fazer as Violas de Queluz, sendo ele, um dos poucos representantes desta arte nos tempos atuais no município.

VALTER SALGADO – O APRENDIZ

Para contar a história da Viola de Queluz é preciso mencionar a família Salgado, que segundo a história, foi uma das que mais promoveram a musicalidade deste instrumento, bem como, a arte de confeccioná-lo. Valter Salgado – Valtinho, como é conhecido – é carnavalesco, escritor e acrescenta agora em seu currículo, o aprendizado de se fabricar a Viola de Queluz. A investida no ramo, aproximou dois grandes conhecidos: «Já conheço Davi há muitos anos e quando trouxe a minha primeira viola para ele dar nota, meu mestre me chamou atenção aos detalhes, ao cuidado que é preciso para se fazer o instrumento»; resumiu Valtinho sobre a experiência de ser aluno de luthier. «A minha vontade e acredito que a do Davi, é de que a cidade possa ter uma lutheria. Que os jovens possam ter interesse em aprender como fazer um instrumento.

CONTANDO A HISTÓRIA

Dada a importância histórica da fabricação das Violas de Queluz a Secretaria de Cultura através do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico está acompanhando o processo de criação do livro Violas e Violeiros de Queluz
O livro organizado por Gracia Meireles – foto – vai apresentar memórias e pesquisas, que apontam a identidade histórica de fábricas e fabricantes de violas da região.

Durante a realização da Semana das Violas serão entregues Certificados de Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial dos Festivais de Banda, de Congado e de Artes Cênicas – FACE

PROGRAMAÇÕ DA SEMANA DA VIOLA

Local: Solar Barão de Suaçuí
PROGRAMAÇÃO
DIA 27 – 16H – Cerimônia comemorativa do Dia Municipal da Viola Participação: CONPHIC
DIA 28 – Bate papo Tema: Violas de Queluz
DIA 29 – Bate papo Tema: Violas de Queluz – Curso de Violas

As Violas de Queluz e o Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos…

A vocação musical dos mineiros e, principalmente, a prática de tocar violas é atestada em diversos registros, documentos e publicações já no século XVIII. Os viajantes que por aqui passaram nas primeiras décadas do século XIX como os franceses Auguste Saint Hilaire e Ferdinand Denis dão fartas referências sobre o cenário e costumes provincianos. Estes relatos nos mostram a importância da música no cotidiano da sociedade brasileira recém-liberta do julgo português.

As festas religiosas assim como as reuniões familiares, são os principais espaços para a prática musical popular na primeira metade do século XIX, onde se destacam a presença de violas e rabecas nas apresentações, configurando os principais instrumentos dessa época.

E um fator que contribuiu para isso foi a presença de músicos portugueses em território mineiro no século XVIII, que difundiu a tradição de fabricar a viola na região central de Minas Gerais, inspirada nas “violas toeiras”.

Pelo interior de nosso Estado as violas de cordas tornavam-se cada vez mais populares e instrumento de ofício para celebrações religiosas e festividades domésticas.

E um dos centros produtores de maior fama foi em Queluz (antiga Real Villa de Queluz), atual Conselheiro Lafaiete, região que até 1790 ainda pertencia a Vila de São José del Rei (Tiradentes).

Durante o curso de todo o século XIX Queluz chegou a ter cerca de quinze oficinas de instrumentos musicais. Oficinas essas que se estenderam por um longo período no século seguinte.

1955 – de autoria da revista Alterosa, edição de outubro de 1955, que veio a Congonhas fazer uma reportagem sobre o jubileu… e o fotógrafo captou o momento em que os violeiros faziam uma demonstração das Vilas de Queluz… algo emblemático e mítico da história da música mineira…

Possuindo doze cordas (três duplas e duas triplas), as violas de Queluz traziam elementos em sua composição que acabaram servindo de modelo aos produtores da época. A sua marchetaria adornava as violas ao esculpir artesanalmente formas e desenhos.

Seja símbolos ou desenhos de decantada beleza, a marchetaria tornou-se uma característica ímpar que os fabricantes desenvolveram e que ajudaram a consolidar a reputação de preciosidade artística dos instrumentos fabricados em Queluz.

A família portuguesa dos Meireles, que se estabeleceu como uma das mais antigas do território mineiro chegou a Queluz ainda no século XVIII e ali se estabeleceu. Seus membros tinham diversas habilidades como carpinteiros e marceneiros. Foram os primeiros na confecção e fabricação de violas em Queluz e um dos pioneiros foi Francisco Cândido de Meireles, que ficou conhecido como “Chico Meireles”.

Outro famoso fabricante foi o Ventura; José Meireles ou Juca Meireles como era conhecido.

Uma das particularidades dos Meireles, é que, com raras exceções, quase todos os homens são marceneiros, profissão esta que, ao lado do fabrico das violas, é transmitida de pai para filho.

Benjamim Cândido Meireles e seus filhos possuíam uma das melhores fábricas de Queluz (Conselheiro Lafaiete).

Entre os pertences da família Meireles estava uma caderneta datada entre 1916 a 1929 que contabilizava a produção de 958 violas nesse período. Um número realmente expressivo para o início do século XX.

Outro afamado fabricante da viola de Queluz foi José de Souza Dias que nasceu no ano de 1858 e devido a questões familiares, quando tinha 18 anos alterou, seu nome para José de Souza Salgado, ficando assim conhecido. Não se sabe ao certo mais é provável que José de Souza Salgado tenha aprendido o ofício da fabricação e execução da viola com Antônio Gonçalves Martins.

Em pouco tempo tornou-se o mais famoso fabricante das violas em Queluz, fama essa aumentada pela grande exibição que fez à sua Majestade, o Imperador Dom Pedro II quando de passagem pela cidade no ano 1881. Ao lado do amigo violeiro Luiz Dias de Souza, José de Souza Salgado proporcionou a Dom Pedro II uma inesquecível serenata, fato que o deixara orgulhoso.

A partir de então, as Violas de Queluz ganharam prestígio e valorização na Corte que passou a fazer encomendas dos instrumentos queluzianos devido à boa qualidade do timbre e excelência na fabricação.

E não tardou para que a cidade ficasse conhecida em toda a extensão da Estrada Real como a Terra das Violas.

Vale destacar que José de Souza Salgado manteve por décadas a sua fábrica de violas na antiga rua do Rosário, a atual Assis Andrade. A oficina ficou carinhosamente conhecida como Tenda, local de intensas reuniões de violeiros de toda região. A última viola fabricada pela família Salgado foi feita no ano de 1969.

Em 1908 durante a exposição nacional realizada na Urca, Rio de janeiro, as violas de Queluz ratificaram a fama de serem as melhores violas do Brasil e foram admiradas exaustivamente no pavilhão Minas Gerais, espaço destinado durante a exposição à cultura mineira.

Anos antes, em 1902, as Violas de Queluz já tinham sido premiadas e alcançado fama internacional ao receber o prêmio de melhor instrumento estrangeiro durante a exposição anual realizada na Pensilvânia, nos EUA.

As violas de Queluz foram ainda premiadas no Congresso Internacional de Folclore em 1954 realizado na cidade de São Paulo.

Diante da fama alcançada pelas violas produzidas em Queluz desde a aurora do século XIX até a segunda metade do século XX – sobretudo pelas famílias Salgado e Meirelles – uma pergunta paira sempre. Como pôde o instrumento alcançar tal projeção por toda Minas Gerais e o Brasil numa época provinciana com meios de comunicação e transporte bastante limitados? A resposta é o pujante Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas.

A festa religiosa atraía, e ainda atrai, milhares de romeiros devotos do Bom Jesus de Matosinhos que também propiciou um forte e diversificado comércio nas ladeiras de Congonhas. Entre as inúmeras barracas e seus produtos, a viola de Queluz era exposta e comercializada no Jubileu onde luthiers realizavam rodas de violas para chamar a atenção dos romeiros. Assim, as violas de Queluz encontravam muitos compradores e o instrumento chegava a “rincões distantes de Minas Gerais, Bahia, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados”.

Em Congonhas destacamos o Sr. Geraldino Navarro, autodidata, que passou a fazer instrumentos de corda ainda em sua juventude em Caranaíba, sua terra natal. Mudou-se para Congonhas onde montou sua oficina e foi professor e maestro da Corporação Musical Senhor Bom Jesus. Fabricou as violas de Queluz para os Meireles. Seu trabalho de marchetaria era considerado magnífico, arrematado pelo singular cavalete-bigode. Geraldino Navarro faleceu aos 52 anos e seu filho, Jair Navarro herdou o saber e continua fabricando instrumentos em seu atelier em Congonhas. Geraldino Navarro é avô do afamado escultor congonhense Luciomar.

As violas de Queluz, hoje seculares, continuam encantando gerações com destaque para Chico Lobo, Max Rosa e Claudio Alexandrino, músicos e luthiers, que ao fazerem suas coleções preservam a alma desse instrumento mágico e que, desde 2007, foram reconhecidas por lei como patrimônio cultural de Conselheiro Lafaiete.

A importância das Violas de Queluz como patrimônio histórico e cultural de Conselheiro Lafaiete está diretamente ligada a história musical brasileira e desde 2018 se tornaram também patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais.

Viva a “Viola de Queluz”.

* André Candreva

Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas (IHGC)

José Robert: Lafaiete perde ícone das Violas de Queluz

Faleceu na manhã desta segunda-feira (01), José Robert André.  Ele que era luthier e um dos últimos a fabricar as tradicionais Violas de Queluz.

José Robert era casado com Alcione Meireles, uma das herdeiras do legado das Violas de Queluz.

Pelo Facebook, a Prefeitura de Lafaiete manifestou pesar por seu falecimento, e relembrou o trabalho de José Robert, um dos remanescentes das Violas de Queluz.

Andarilhos

Última caminhada de José Robert em 22 de junho deste ano, em Miguel Burnier

José Robert fazia parte do grupo Andarilhos Queluzianos. No Whatsapp do grupo, amigos e companheiros prestaram homenagem ao amigo:

Confira alguns dos depoimentos:

“Agradeço a Deus a oportunidade que tive de conhecer o Zé Robert, pessoa tão boa por quem tenho admiração e respeito. Peço a Deus que conforte aos familiares e também a nós AQ’s pela inestimável perda”.

“As “Violas de Queluz” estão de luto.  Devemos ter em mente que na vida nada acontece por acaso. Sentimentos profundo a toda família. Que Deus conforte todos nós”.

Durante seu velório e sepultamento, os integrantes dos Andarilhos Queluzianos farão uma homenagem a José Robert. Os participantes irão caracterizados com a camisa oficial do grupo, um dos principais hobbies de José Robert.

Sepultamento

O corpo de José Robert André está sendo velado no Velório Sagrado Coração de Jesus e será sepultado às 17 horas no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Lafaiete.

 

Violas de Queluz: Lafaiete celebra seu maior símbolo cultural

Valter Salgado que lançou recentemente um livro sobre a história das violas de Queluz/REPRODUÇÃO

Hoje dia 29, Lafaiete celebra o Dia Municipal das Violas, o maior símbolo cultural. Em comemoração, a Secretaria Municipal de Cultura preparou uma programação especial no Solar do Barão de Suassuí. Confira e participe!

Programação

  • Dia :29 (sexta feira)
  • Local: Rua Barão de Suassui, 116.
  • 09:30 – Abertura da Exposição (nome) dos alunos do Colégio Nazaré – Prof. Wal Barbosa
  • 09:30 – Visitação de escolas à Exposição e ao memorial das Violas
  • 10:00 – Bate Papo com o Sr. Walter salgado
  • 14hs às 17hs – Visitação de Escolas à Exposição e ao memorial das Violas
  • 19:30 – Cerimonial “Violas de Queluz”
  • 20:30 – Apresentação de Violeiros de Conselheiro Lafaiete

A história

Lafaiete não é só berço da indústria ferroviária, mas também da cultura musical brasileira. Conhecida como “Cidade das Violas de Queluz”, Conselheiro Lafaiete homenageia aqueles que respeitam, preservam e difundem sua história. Como ocorre desde o ano de 2009, quando foi sancionada a Lei Nº 5.141 que instituiu o “Dia Municipal das Violas de Queluz”, acontece sexta feira, dia 29, a solenidade alusiva a data.

Violas são o maior símbolo cultural de Lafaiete/Reprodução

A data é uma referência às raízes da riqueza cultural quando em 29 de março de 1881 o imperador Dom Pedro II visitou antiga Queluz de Minas e se encantou com som que o instrumento produzia. 138 anos depois a história está preservada e Lafaiete mantém viva uma de suas mais importantes e originais tradições que levou o nome da cidade além dos continentes..

Este ano acontecerá a instalação do quadro de Quinas Alves na Biblioteca Pública, historiador que escreve a segunda edição do livro sobre Revolução Liberal, de 1842. Também ocorre a reabertura do memorial das Violas de Queluz que contará um pouco da história a importância deste instrumento na identidade cultural desde o império.

A importância das Violas de Queluz como patrimônio histórico e cultural do município de Conselheiro Lafaiete, que eram produzidas pelas famílias Meirelles e Salgado entre o final do século XIX e início do século XX, está diretamente ligada a história musical brasileira.

Dia 29 é comemorado a data que D. Pedro II visitou Lafaiete e se encantou com as violas de Queluz/Reprodução

Em quase 10 anos de estudo do poder público municipal, levantando a historia, os registros, as pessoas e as famílias das Violas de Queluz, foi possível produzir dossiê fundamentando o decreto municipal que em 2014 registrando o modo de fazer Violas de Queluz como patrimônio imaterial do município.

Leia mais:

Violas de Queluz: vereador Darcy homenageia o maior símbolo cultura de Lafaiete

Dia das Violas de Queluz homenageia a cultura lafaietense e seu maior símbolo

Do esquecimento ao resgate das Violas de Queluz: noite memorável revive a história do maior símbolo da cultura de Lafaiete

Uma noite para ficar nos anais da memória, da cultura e da história de Lafaiete. Foi lançada ontem, a noite o Solar Barão do Suassuí, a primeira obra que resgata o valor do maior patrimônio cultural, as Vilas de Queluz, tradição até então esquecida da historiográfica local.

Lançamento foi prestigiado pelo público em reconhecimento do valor das Violas de Queluz

O livro”Viola de Queluza-Família Souza Salgado”, de Valter Salgado de Souza, o Valtinho, editado pela Liga Ecológica Santa Matilde (LESMA) foi saudado como divisor de águas na memória, registro e preservação do grande ícone da cultura e devolve o sentido de pertencimento e auto estima de um povo. Depois do tombamento como patrimônio imaterial de Minas, o livro é o primeiro passo para soerguer a Violas de Queluz na memória local e preservá-las para as futuras gerações. O livro relata a trajetória da Família Salgado na fabricação das Violas e sua importância a história cultural e musical em Lafaiete, Minas e o Brasil.

O público lotou o lançamento da obra em uma plateia formada por descendentes das famílias Salgado e Meireles, precursoras das Violas, tradição que viveu seu auge ainda no final do século XVIII quando Lafaiete chegou a possuir 15 fábricas. “Espero que não seja o primeiro livro, muito menos o primeiro passo para preservamos a memória das Vilas de Queluz”, apontou o vice prefeito, Marco Antônio Reis Carvalho em seu discurso.

Entre momentos poéticos apresentados pela LESMA, a solenidade percorreu a tradição da musical dos tradicionais violeiros. O historiador congonhense, André Candreva, autor de um dos capítulos da obra, lembrou que o Jubileu do Bom Jesus de Matozinhos foi uma vitrine de propagação das Violas de Queluz, quando fabricantes se dirigiam a Congonhas para comercializar os instrumentos de cordas para além das fronteiras de Minas.

Historiadores, estudiosos e autoridades o lançameto

Lucionar de Jesus, ilustrador da obra e autor de um dos capítulo, traçou a ligação das violas com a formação de sua família. “Esta obra não só conta a histórias das violas, mas é uma amálgama que une os laços familiares seculares. É um livro de famílias”, assinalou emocionado.

Um dos momentos marcantes foi quando o historiador Cláudio Alexandrino, apresentou uma autêntica Viola de Queluz, fabricada por José de Souza Salgado, avô do escritor Valter Salgado.  O instrumento foi descoberto em total abandono na cidade de Passa Tempo e totalmente restaurado.

Cláudio mantém um acervo de 40 Violas de Queluz que ele garimpa por Minas na intenção de preservar o instrumento. “Estive aqui em Lafaiete em 2002 para pesquisas, mas fique triste com a falta de informações e abandono de parte da história da cidade. Esta obra resgata grande parte das Violas”, observou o colecionador.

O colecionador, Cláudio Alexandrino, apresenta exemplar das Violas, fabricado pelo avô do escritor Valtinho

Por último discursou o protagonista do evento, Valter Salgado, que também lembrou foi através da visita de Cláudio Alexandrino a sua casa que iniciou o reconhecimento das famílias, como também dos setores culturais, a importância das Violas na história de Lafaiete. “Eu mesmo cheguei a deixar muitos instrumentos abandonados e esquecidos por uma suposta falta de valor. Mas é um ressurgimento da história e da nossa cultura”, comentou. Valtinho lembrou que violeiro Chico Lobo levará dois exemplares a Portugal para presentear os estudiosos lusitanos Manuel Moraes e Pedro Mestre.

Após a sessão de autógrafos, o evento foi encerrado em grande estilo com uma roda de violeiros.  Viva a Viola de Queluz, chora viola!

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.