Profetas de Congonhas reagem bem a banho com biocida

Estátuas de Aleijadinho se livram aos poucos dos líquens para retomar a beleza esculpida pelo mestre. Equipe de restauro segue monitorando efeitos do tratamento

Congonhas – Os líquens morreram e se desprendem lentamente da superfície de pedra-sabão, deixando à mostra a verdadeira face dos profetas. O bom resultado estimula os especialistas encarregados da limpeza das 12 obras esculpidas por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), destaques do Santuário Basílica Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na Região Central de Minas. “Nosso objetivo é retirar as colônias de micro-organismos. Durante oito meses, vamos fazer o monitoramento”, informa o especialista Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro.

Há dois meses, conforme documentado pelo Estado de Minas, foi aplicado um biocida para limpeza de braços, cabeça e demais partes das peças esculpidas entre 1800 e 1805. “Além da interferência na beleza dos profetas, os líquens podem ser depositários de poluição, por isso ficamos em alerta”, avisa o restaurador. Desde o início de junho, foram feitas duas aplicações do produto, serviço custeado pela prefeitura local com acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A equipe responsável pelo trabalho de aplicação do produto, coordenada por Adriano Ramos e pela também restauradora Rosângela Reis Costa, é composta ainda pelo geólogo Antônio Gilberto Costa e pelo biólogo Aristóteles Goes Neto, com consultoria do geólogo português José Delgado Rodrigues. “Estamos com um grupo multidisciplinar para estudar todos os aspectos envolvendo os profetas”, ressalta o coordenador diante do extraordinário conjunto, composto ainda pela basílica e por seis capelas (Passos da Paixão de Cristo), reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco).

O restaurador Adriano Ramos aponta evolução positiva do trabalho e explica que a retirada dos líquens é benéfica também como proteção contra efeitos da poluição

Referência

Congonhas viveu, recentemente, os efeitos de uma nuvem de poeira, proveniente da mineração, e os profetas, testemunhas de pedra da história local em mais de 200 anos, podem funcionar como um termômetro da situação. “Para avaliar qualquer fator externo nas peças, temos um geólogo, um biólogo e um consultor internacional, também geólogo, na nossa equipe”, diz Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro. Além da limpeza com o biocida para retirada dos líquens, a equipe vai verificar, via monitoramento de oito meses, se a poluição vem causando danos às peças esculpidas por Aleijadinho.

Olhando para as obras-primas em pedra-sabão, Adriano explica que os líquens, quando crescem, podem ser depositários de poluentes. “Há dois tipos: os folhosos, que se assemelham, guardadas as devidas proporções, a uma couve-flor, e os crostosos, que entranham na pedra e são de mais difícil remoção. Estamos diante de um patrimônio mundial, e faremos o melhor. Mas, resultados, só mesmo daqui a alguns meses”.

Na estátua de Habacuque, uma das 12 que compõem o conjunto, o desprendimento dos %u201Ctufos%u201D de micro-organismos que cobriam a obra já pode ser percebido

Tratamento

A limpeza dos profetas demandou três aplicações, sendo a primeira no início de junho, conforme documentado pelo EM. O tratamento é altamente especializado, para não interferir na beleza e integridade do conjunto bicentenário. A última limpeza, com biocida, ocorreu em 2012.

Programada para ocorrer de cinco em cinco anos, a limpeza estava atrasada em seis anos, e foi alvo de reportagem do jornal, em 3 de novembro de 2021, quando visitantes mostraram essa preocupação com o bem cultural histórico e religioso. A Prefeitura de Congonhas custeia e está à frente do serviço, conforme entendimento com o Iphan, responsável pelo tombamento do conjunto em 1939, e autorização do santuário basílica vinculado à Arquidiocese de Mariana.

Réplicas

Quem visita o Museu de Congonhas, a poucos metros da basílica, pode ver a Galeria das Réplicas, que tem 10 lugares reservados para os profetas, com seus nomes, e expostos apenas Jonas e Joel. Em 18 de novembro de 2011, conforme documentou o EM, os dois profetas foram escaneados em 3D, com uso de um robô usado na indústria automotiva de Minas.

Com atraso de seis anos, os banhos começaram a ser dados em junho(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

Na sequência, foram feitas as duas peças em fibra de vidro. A explicação, na época, é que, caso os profetas em pedra-sabão presentes no adro da basílica sofressem algum ato de vandalismo, mesmo com segurança, seria possível fazer a restauração com total fidelidade. Além disso, as peças seriam mapeadas, e alvo de mais pesquisas.

Passados quase 12 anos, o serviço está paralisado. De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão/Prefeitura de Congonhas, todo o projeto de confecção das réplicas dos profetas de Aleijadinho é realizado juntamente com o Iphan.

Técnicos preparam o biocida, que já foi usado em três aplicações(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

Em nota, as autoridades municipais informam que o projeto se encontra em andamento “adotando condicionantes estabelecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendo uma das condicionantes a limpeza das peças originais com aplicação do biocida.

Ainda segundo a nota oficial, “após essa etapa, serão realizados estudos para mudança da metodologia de escaneamento e confecção das réplicas”. A expectativa é que este processo esteja concluído nos próximos meses.

Obra-prima

De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento, esculpido por Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, no Santuário Bom Jesus de Matosinhos, é considerado uma das obras-primas do barroco mundial. O conjunto foi tombado pelo Iphan em 1939 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial em 1985.

O conjunto se compõe da igreja, com interior em estilo rococó e seis capelas dispostas lado a lado, denominadas de Passos, com a via-crúcis de Jesus, além de um adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com estátuas de 12 profetas.

Réplicas das esculturas de Joel e Jonas: trabalho segue inacabado

A escolha de 12, dentre os 16 profetas que constituem a série do Antigo Testamento, se deve, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, à disposição arquitetônica dos suportes para as esculturas. Assim, o artista, restrito a esse número, selecionou os profetas na ordem de sua entrada na Bíblia, excluindo Miquéias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravado em latim nos rolos de pergaminhos.

A riqueza de detalhes pode ser percebida pelos visitantes, seja no expressionismo das estátuas ou nas exóticas vestimentas dos profetas barrocos. Essa última foi, inclusive, tema de pesquisa do historiador Robert Smith, que verificou referências à arte religiosa portuguesa no período de 1500-1800, inspirada nas pinturas flamengas do fim da era medieval.

FONTE ESTADO DE MINAS

Profetas de Congonhas reagem bem a banho com biocida

Estátuas de Aleijadinho se livram aos poucos dos líquens para retomar a beleza esculpida pelo mestre. Equipe de restauro segue monitorando efeitos do tratamento

Congonhas – Os líquens morreram e se desprendem lentamente da superfície de pedra-sabão, deixando à mostra a verdadeira face dos profetas. O bom resultado estimula os especialistas encarregados da limpeza das 12 obras esculpidas por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), destaques do Santuário Basílica Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na Região Central de Minas. “Nosso objetivo é retirar as colônias de micro-organismos. Durante oito meses, vamos fazer o monitoramento”, informa o especialista Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro.

Há dois meses, conforme documentado pelo Estado de Minas, foi aplicado um biocida para limpeza de braços, cabeça e demais partes das peças esculpidas entre 1800 e 1805. “Além da interferência na beleza dos profetas, os líquens podem ser depositários de poluição, por isso ficamos em alerta”, avisa o restaurador. Desde o início de junho, foram feitas duas aplicações do produto, serviço custeado pela prefeitura local com acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A equipe responsável pelo trabalho de aplicação do produto, coordenada por Adriano Ramos e pela também restauradora Rosângela Reis Costa, é composta ainda pelo geólogo Antônio Gilberto Costa e pelo biólogo Aristóteles Goes Neto, com consultoria do geólogo português José Delgado Rodrigues. “Estamos com um grupo multidisciplinar para estudar todos os aspectos envolvendo os profetas”, ressalta o coordenador diante do extraordinário conjunto, composto ainda pela basílica e por seis capelas (Passos da Paixão de Cristo), reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco).

O restaurador Adriano Ramos aponta evolução positiva do trabalho e explica que a retirada dos líquens é benéfica também como proteção contra efeitos da poluição

Referência

Congonhas viveu, recentemente, os efeitos de uma nuvem de poeira, proveniente da mineração, e os profetas, testemunhas de pedra da história local em mais de 200 anos, podem funcionar como um termômetro da situação. “Para avaliar qualquer fator externo nas peças, temos um geólogo, um biólogo e um consultor internacional, também geólogo, na nossa equipe”, diz Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro. Além da limpeza com o biocida para retirada dos líquens, a equipe vai verificar, via monitoramento de oito meses, se a poluição vem causando danos às peças esculpidas por Aleijadinho.

Olhando para as obras-primas em pedra-sabão, Adriano explica que os líquens, quando crescem, podem ser depositários de poluentes. “Há dois tipos: os folhosos, que se assemelham, guardadas as devidas proporções, a uma couve-flor, e os crostosos, que entranham na pedra e são de mais difícil remoção. Estamos diante de um patrimônio mundial, e faremos o melhor. Mas, resultados, só mesmo daqui a alguns meses”.

Na estátua de Habacuque, uma das 12 que compõem o conjunto, o desprendimento dos %u201Ctufos%u201D de micro-organismos que cobriam a obra já pode ser percebido

Tratamento

A limpeza dos profetas demandou três aplicações, sendo a primeira no início de junho, conforme documentado pelo EM. O tratamento é altamente especializado, para não interferir na beleza e integridade do conjunto bicentenário. A última limpeza, com biocida, ocorreu em 2012.

Programada para ocorrer de cinco em cinco anos, a limpeza estava atrasada em seis anos, e foi alvo de reportagem do jornal, em 3 de novembro de 2021, quando visitantes mostraram essa preocupação com o bem cultural histórico e religioso. A Prefeitura de Congonhas custeia e está à frente do serviço, conforme entendimento com o Iphan, responsável pelo tombamento do conjunto em 1939, e autorização do santuário basílica vinculado à Arquidiocese de Mariana.

Réplicas

Quem visita o Museu de Congonhas, a poucos metros da basílica, pode ver a Galeria das Réplicas, que tem 10 lugares reservados para os profetas, com seus nomes, e expostos apenas Jonas e Joel. Em 18 de novembro de 2011, conforme documentou o EM, os dois profetas foram escaneados em 3D, com uso de um robô usado na indústria automotiva de Minas.

Com atraso de seis anos, os banhos começaram a ser dados em junho(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

Na sequência, foram feitas as duas peças em fibra de vidro. A explicação, na época, é que, caso os profetas em pedra-sabão presentes no adro da basílica sofressem algum ato de vandalismo, mesmo com segurança, seria possível fazer a restauração com total fidelidade. Além disso, as peças seriam mapeadas, e alvo de mais pesquisas.

Passados quase 12 anos, o serviço está paralisado. De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão/Prefeitura de Congonhas, todo o projeto de confecção das réplicas dos profetas de Aleijadinho é realizado juntamente com o Iphan.

Técnicos preparam o biocida, que já foi usado em três aplicações(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

Em nota, as autoridades municipais informam que o projeto se encontra em andamento “adotando condicionantes estabelecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendo uma das condicionantes a limpeza das peças originais com aplicação do biocida.

Ainda segundo a nota oficial, “após essa etapa, serão realizados estudos para mudança da metodologia de escaneamento e confecção das réplicas”. A expectativa é que este processo esteja concluído nos próximos meses.

Obra-prima

De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento, esculpido por Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, no Santuário Bom Jesus de Matosinhos, é considerado uma das obras-primas do barroco mundial. O conjunto foi tombado pelo Iphan em 1939 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial em 1985.

O conjunto se compõe da igreja, com interior em estilo rococó e seis capelas dispostas lado a lado, denominadas de Passos, com a via-crúcis de Jesus, além de um adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com estátuas de 12 profetas.

Réplicas das esculturas de Joel e Jonas: trabalho segue inacabado

A escolha de 12, dentre os 16 profetas que constituem a série do Antigo Testamento, se deve, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, à disposição arquitetônica dos suportes para as esculturas. Assim, o artista, restrito a esse número, selecionou os profetas na ordem de sua entrada na Bíblia, excluindo Miquéias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravado em latim nos rolos de pergaminhos.

A riqueza de detalhes pode ser percebida pelos visitantes, seja no expressionismo das estátuas ou nas exóticas vestimentas dos profetas barrocos. Essa última foi, inclusive, tema de pesquisa do historiador Robert Smith, que verificou referências à arte religiosa portuguesa no período de 1500-1800, inspirada nas pinturas flamengas do fim da era medieval.

FONTE ESTADO DE MINAS

Começa a limpeza dos 12 profetas de Congonhas, em Minas Gerais, obra prima do barroco mundial

Limpeza dos 12 profetas esculpidos por Aleijadinho teve início nesta terça-feira (6); serviço, com atraso de seis anos, é feito com aplicação de biocida

Começou na manhã desta terça-feira (6) o tão esperado trabalho de limpeza dos 12 profetas esculpidos por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814) e destaque do adro do Santuário Basílica Bom Jesus de Matosinhos, Patrimônio Mundial e cartão postal de Congonhas, na Região Central de Minas.

Com andaimes montados em quatro esculturas (Abdias, Habacuc, Naum e Amós), que ficam em plano mais elevado e extremidades do adro do santuário, a equipe do Grupo Oficina de Restauro, de BH, fez aplicação de álcool 70, e, em seguida, do biocida na superfície de pedra-sabão.

A limpeza com o biocida é feita em braços, cabeça e outras partes das esculturas em pedra-sabão para remoção de líquens e fungos que demandam tratamento especializado e sem interferir na beleza e integridade do conjunto bicentenário. A última limpeza dos profetas, com aplicação de biocida, produto totalmente natural segundo especialistas, ocorreu em 2012. O serviço, na parte da manhã, foi acompanhando pelo prefeito local, Cláudio Antônio de Souza, pelo reitor do santuário, cônego Nedson Pereira de Assis, e pelo diretor de Patrimônio Histórico de Congonhas, Hugo Cordeiro.  

A limpeza com o biocida é feita em braços, cabeça e outras partes das esculturas em pedra-sabão para remoção de líquens e fungos(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)

“Fizemos a limpeza nos quatro profetas, e, amanhã, vamos trabalhar nos oito restantes. O álcool, que evapora rapidamente, é usado para ‘preparar o terreno’ para a aplicação do biocida”, explicou Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, que atua, nesse empreitada, com a também restauradora Rosângela Reis Costa.

Serviço

A Prefeitura de Congonhas custeia e está à frente do serviço, conforme entendimento com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento do conjunto em 1939, e autorização do reitor do santuário basílica, padre Geraldo Gabriel Pinto. A limpeza, programada para ocorrer de cinco em cinco anos, está atrasada em seis anos, e foi alvo de reportagem do Estado de Minas em 3 de novembro de 2021, quando visitantes mostraram essa preocupação com o bem cultural histórico e religioso.

Nascido e criado em Congonhas, o escultor Luciomar Sebastião de Jesus diz que, com a limpeza, moradores e visitantes poderão ver os 12 profetas em toda a beleza concebida por Aleijadinho. “O trabalho minimiza o impacto visual causado pelos líquens, que vão se enraizando na pedra-sabão e causando interferência nas peças”, afirmou o escultor.

Obra-prima

De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento, esculpido por Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, em conjunto com o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, é considerado uma das obras-primas do barroco mundial. O conjunto foi tombado pelo Iphan em 1939 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial em 1985.

Com grande visitação turística, o conjunto se compõe da  igreja, com interior em estilo rococó e seis capelas dispostas lado a lado denominadas de Passos – ilustrando a via-crúcis de Jesus –, além de um adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com estátuas de 12 profetas esculpidas em pedra-sabão entre 1800 e 1805.

A escolha de 12, dentre os 16 profetas que constituem a série do Antigo Testamento, se deve, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, à disposição arquitetônica dos suportes para as esculturas. Assim, o artista restrito a esse número selecionou os profetas na ordem de sua entrada na Bíblia, excluindo Miquéias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravados em latim nos rolos de pergaminhos.

A riqueza de detalhes pode ser percebida pelos visitantes, seja no expressionismo das estátuas ou nas exóticas vestimentas dos profetas barrocos. Essa última foi, inclusive, tema de pesquisa do historiador Robert Smith, que verificou referências à arte religiosa portuguesa no período de 1500-1800, inspirada nas pinturas flamengas do fim da era medieval.

FONTE ESTADO DE MINAS

Congonhas: aplicação do biocida nas esculturas dos 12 Profetas de Pedra Sabão, do Mestre Aleijadinho, e a implantação do Centro de Estudo da Pedra

A Prefeitura de Congonhas, por meio da Seplag – Secretaria de Planejamento e Gestão, realizou na tarde desta quinta-feira (11), no auditório da Romaria, a assinatura das ordens de serviço da aplicação do biocida nas esculturas dos 12 Profetas de Pedra Sabão, do Mestre Aleijadinho, e a implantação do Centro de Estudo da Pedra.

O Prefeito Municipal de Congonhas, Dr. Cláudio Antônio de Souza, a Superintendente do Iphan, Daniela Lorena Fagundes de Castro, o Prof. da UFMG, Antônio Gilberto, responsável pelo Estudo da Pedra, Cônego Nedson, Reitor da Basílica, entre representantes de outras entidades e Secretários Municipais, estiveram reunidos e apresentaram a importância destes contratos.

A assinatura das Ordens de Serviço da aplicação do Biocida tem como objetivo a remoção de colônias de microorganismos das esculturas dos 12 Profetas de pedra sabão, localizados no adro da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, de acordo com projeto básico apresentado pela Diretoria de Patrimônio, bem como, o estudo da metodologia que está sendo aplicada e sua eficiência através da coleta e análise de equipe técnica de microbiologistas. A aplicação do biocida tem início no dia 16 de maio.

Por Lílian Gonçalves

“Lifting” para os profetas: limpeza vai rejuvenescer obra de Aleijadinho

Parte do conjunto declarado Patrimônio da Humanidade, esculturas passarão por processo que deve ocorrer a cada cinco anos e já está atrasado há quatro

Congonhas – Bastou o temporal típico da estação passar para os visitantes saírem às ruas e caminhar até o Santuário Basílica Bom Jesus de Matosinhos, patrimônio da humanidade e cartão-postal de Congonhas, conhecida como a Cidade dos Profetas. No adro do templo, o foco principal da admiração: as 12 esculturas em pedra-sabão divinamente criadas por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), e, agora, com a retomada do turismo no estado, atraindo admiradores de todo canto.

Com a chuva forte no início da tarde de uma segunda-feira, os profetas pareciam ter tomado um banho, livrando-se da poeira. Mas a limpeza não veio de forma completa: em braços, cabeças e outras partes das esculturas, os líquens e fungos tomam conta, demandando tratamento especializado, a fim de garantir integridade e beleza do conjunto bicentenário.

A última limpeza dos profetas de Congonhas, com aplicação de um biocida, produto totalmente natural, segundo especialistas, ocorreu em 2012 e deverá se repetir até o fim deste ano. A prefeitura local vai estar à frente do serviço e custeá-lo, conforme entendimento com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento do conjunto em 1939, e com autorização do reitor do santuário basílica, padre Geraldo Gabriel Pinto. A limpeza, que deve ocorrer de cinco em cinco anos, chega atrasada desta vez, e o cenário preocupa os visitantes.

“Recebemos ofício da prefeitura informando sobre a limpeza dos profetas e vamos autorizar. Só está faltando uma reunião na Arquidiocese de Mariana (à qual o santuário é vinculado) para acertar os detalhes”, informou o padre Geraldo. Assessor da Diretoria de Patrimônio Histórico da Prefeitura de Congonhas, o arquiteto Hugo Cordeiro adiantou que o serviço será feito pelo restaurador Antônio Fernando dos Santos, professor universitário e funcionário aposentado do Iphan, também responsável pela última limpeza das esculturas.

Os produtos serão comprados pela Prefeitura de Congonhas, no valor de R$ 11 mil, e Antônio Fernando dos Santos não cobrará pelo serviço. Com o restaurador e professor da Universidade Fumec estarão os biólogos Maria Aparecida de Resende Stoianoff e Douglas Boniek, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com participação de equipe do Iphan, todos em esquema colaborativo.

Restaurador experiente, Antônio Fernando explica que o biocida atua na estrutura dos líquens (simbiose de fungos e algas, de coloração verde) matando-os. “Eles se
desenvolvem na superfície da pedra-sabão e se concentram, criando raízes onde há muita umidade”, informa o restaurador. A limpeza não tem caráter apenas estético. “Os líquens causam danos à pedra, fragilizando-a, e produzem corantes que podem dar um tom avermelhado à superfície.”

Segundo a Superintendência do Iphan em Minas, vários métodos de limpeza de microorganismos contaminantes da superfície das pedras dos monumentos históricos de Minas foram pesquisados, entre eles o uso de diferentes biocidas, sendo testados também vários para remoção dos líquens das esculturas. Em nota, a direção da autarquia federal esclarece: “O produto que apresentou melhor resultado na limpeza, e que será novamente usado, é o para-hidroxibenzoato de etila, que promove a remoção dos líquens sem afetar a estrutura da pedra.

Outras nomenclaturas encontradas para a fórmula são: p-hidroxibenzoato de etila, 4- hidroxibenzoato de etila, etilparabeno e Asseptin A. A frequência de aplicações é em média a cada cinco anos ou conforme a demanda do conjunto, pois a proliferação de líquens é irregular e nem sempre ocorre com a mesma velocidade e constância. As esculturas são monitoradas ao longo do tempo e acompanhadas pelo escritório técnico do Iphan em Congonhas.”

Ainda segundo a nota, “cabe destacar que a responsabilidade sobre a preservação do patrimônio cultural, incluindo os declarados como patrimônio mundial pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é descentralizada, compartilhada e participativa, sendo descrita, no artigo 23 da
Constituição Federal de 1988, como competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Assim, a Prefeitura de Congonhas assumiu o
procedimento de aplicação de biocida nos profetas de Aleijadinho do Santuário de Bom Jesus de Matozinhos, com acompanhamento técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional”.

Foto: Jornalista Silas Ferreira/REPRODUÇÃO

Tradicional Semana Santa da Cidade dos Profetas ganha versão virtual

Congonhas realiza, todos os anos, uma das mais belas semanas santas do país. Infelizmente, em 2020, com escalada das infecções pelo coronavírus, a festa religiosa não poderá ser realizada da forma convencional, mas isto não será empecilho para manter viva a tradição. Em mais uma ação para a disseminação da arte e cultura nesses tempos difíceis, o Museu de Congonhas, em parceria com a Secretaria de Cultura da cidade, estreia neste Domingo de Ramos, dia 5 de abril, uma minissérie no Canal Congonhas no Youtube, de cinco capítulos, que recontam os passos de Jesus até a ressurreição.

A série é a segunda produção que o Museu de Congonhas estreia desde que precisou fechar as suas portas temporariamente em meados de março. A outra, que já começou a ser exibida, tem como tema o Jubileu do Senhor do Bom Jesus de Matosinhos, festa que acontece anualmente na “Cidade dos Profetas”.

Além destas produções, a instituição tem mantido uma diversificada programação virtual marcadas pela #MCoemCasa como visita virtual, quiz, indicações de entretenimento cultural entre outras ações. A ampla agenda cultural, em 2020, conta com patrocínio da Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A minissérie sobre a Semana Santa de Congonhas traz um diferencial: o cenário. A maioria das cenas foi gravada no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, onde Aleijadinho recriar as cenas da Via Sacra. Cada um dos episódios trará passagens que relatam, por meio dos personagens como Jesus, Maria, Pilatos, Tomé, Madalena, Pedro e Judas, os principais acontecimentos da história da Crucificação e Ressurreição de Cristo.

Os vídeos serão exibidos no Canal Congonhas no Youtube, no Domingo de Ramos, Terça-feira Santa (Encontro de Jesus com Maria), Quinta-feira Santa (Lava-pés), Sexta-feira da Paixão e Domingo de Páscoa.

“Resolvemos criar esta série para que mesmo neste momento em que estamos recolhidos em nossas casas, nesta quaresma/quarentena, a gente possa continuar divulgando essa mensagem do amor de Cristo por todos nós. Momento importante para as pessoas refletiram e verem esperança, renovação e transformação assim como na ressurreição. Os atores de diversos grupos de teatro de Congonhas se reúnem para ensaiar as encenações meses antes da Semana Santa e esta série resgata um pouco deste trabalho que foi interrompido tão inesperadamente. É também um alento aos milhares de fiéis que esperam todos os anos para participar destes momentos”, explica José Felix Junqueira, o Zezeca, diretor artístico da Semana Santa.

Os vídeos estarão disponíveis a partir deste domingo, dia 5 de abril, sempre a partir das 8h da manhã, no Canal Congonhas https://www.youtube.com/canalcongonhas e nas redes sociais do Museu de Congonhas www.facebook.com/museudecongonhas e @museusdecongonhas.

Congonhas passa a integrar o Mapa do Turismo Brasileiro 2019

Na atual administração, basílica passou por sua maior restauração/DIVULGAÇÃO

Considerada Patrimônio Mundial pelo conjunto do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas é uma cidade com grande potencial turístico. Nesse sentido, a promoção do setor tem sido intensificada pelo governo municipal, por meio de diversas ações, como os investimentos no patrimônio histórico, por meio do PAC Cidades Históricas.

Um dos cartões-postais da cidade, a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos passou pela maior e mais importante restauração de sua história.

Outra medida importante foi o desenvolvimento do Plano de Implementação da Política Municipal de Turismo, que oferece um panorama do desenvolvimento turístico, apresentando o que já foi implementado e apontando metas para o fortalecimento dessa atividade em Congonhas. A cidade conta, ainda, com o Conselho Municipal de Turismo (COMTUR). Já os visitantes recebem acolhimento e orientações nos centros de apoio ao turista (CATs), localizados na entrada da cidade e no Santuário.

Todo esse trabalho contribuiu para que Congonhas integrasse o Mapa do Turismo Brasileiro, já que, entre outros, os critérios para seleção contemplavam a existência de órgão de turismo em atividade, conselho municipal de turismo em funcionamento e orçamento próprio destinado ao turismo local.

Operação agita Congonhas e força tarefa cumpre 3 mandados de prisão e apreensão por tráfico de drogas

Policiais militares, civis e federais chegaram as 5:00 h da manhã para cumprir diversos mandados em Congonhas/Reprodução

A Polícia Federal deflagrou hoje (15/5) a Operação Profetas, para investigar organização criminosa especializada em tráfico de drogas, nas cidades de Congonhas e Belo Horizonte. A ação é um trabalho desenvolvido pela Força-Tarefa composta pela PF, pela Polícia Civil e pela Polícia Rodoviária Federal.

Segundo informações foram cumpridos pelo menos 3 mandados em Congonhas e resultou em diversas prisões cujos nomes são mantidos em segredo. A operação esteve na região da Basílica e em diversas localidades da zona rural.

De acordo com as investigações, a organização criminosa trazia a droga do Mato Grosso do Sul para distribuição nas duas cidades mineiras, onde era enterrada em áreas rurais para posterior venda por serviço de delivery. O grupo era liderado por três integrantes recolhidos em estabelecimentos prisionais, os quais comandavam o chamado “tele droga” na cidade de Congonhas.

Além de tráfico de drogas, a organização criminosa praticava furtos, roubos e homicídios, com a utilização de armas de grosso calibre, na região de Congonhas.

As informações são de um rede de traficantes com um braço na Cidades dos Profetas e há mais de um ano esta ramificação era investigada.

Operação Profetas desarticula esquema de tráfico de drogas em Congonhas e BH

Operação da Polícia Federal desarticula tráfico de drogas em Congonhas/Reprodução

A Polícia Federal deflagrou hoje (15/5) a Operação Profetas, para investigar organização criminosa especializada em tráfico de drogas, nas cidades de Congonhas e Belo Horizonte/MG. A ação de hoje é um trabalho desenvolvido pela Força-Tarefa composta pela PF, pela Polícia Civil e pela Polícia Rodoviária Federal.

Foram cumpridos 11 mandados judiciais de prisão preventiva e 15 mandados judiciais de busca e apreensão, inclusive em estabelecimentos prisionais, nas cidades mineiras de Congonhas e Belo Horizonte, além de Dourados/MS.

De acordo com as investigações, a organização criminosa trazia a droga do Mato Grosso do Sul para distribuição nas duas cidades mineiras, onde era enterrada em áreas rurais para posterior venda por serviço de delivery. O grupo era liderado por três integrantes recolhidos em estabelecimentos prisionais, os quais comandavam o chamado “tele droga” na cidade de Congonhas.

Além de tráfico de drogas, a organização criminosa praticava furtos, roubos e homicídios, com a utilização de armas de grosso calibre, na região de Congonhas.

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