CAUÊ – I Festival de Arte e Cultura da Serra da Moeda acontece nesta tarde (21)

Em formato audiovisual, o Festival Cauê privilegia a presença de mulheres, e mostra expressões culturais de artistas e modos do viver dos povos tradicionais da Serra da Moeda, Reserva da Biosfera (UNESCO).

Privilegiando as manifestações e expressões culturais dos povos e artistas que habitam comunidades tradicionais da Serra da Moeda, o I Festival Cauê destaca uma rica diversidade: apresentações musicais, causos e histórias, mostras de culinária e gastronomia, artesanato, cultura popular, fotografia e poesia, além de oficinas e palestras formativas. Será apresentado em libras, com estréia do primeiro episódio “Memórias de um Quilombo”, em 21 de agosto, às 18 horas, com exibição do musical de “Reibatuque”, Quilombo Marinho da Serra, Brumadinho.

Foto: Ana Paula Pedersoli. Reinaldo Santana Silva (Reibatuque), morador do Quilombo Marinho da Serra, fará a estréia do Projeto Cauê, no sábado, 21 de agosto, às 18 horas. Local: páginas do Coletivo Cauê.

Ao todo, são dez episódios que terão sequência ao longo das semanas, dos meses de agosto, setembro e outubro.  Uma variada programação inclui Laércio Villar, um dos mais antigos bateristas de jazz em atividade no país, morador do Quilombo do Taquaraçu, Moeda; quitandas de Norma Silva, da comunidade de Marinho da Serra; o som da poesia e do rap de MC Tata, Itabirito; as sabenças de Dona Ritinha, benzedeira, sabedora das memórias do Quilombo da Chacrinha dos Pretos, e as quitandas afro-mineiras produzidas pela mestra griô “Tuquinha”, ambas de Belo Vale.

Foto: Guto Côrtes. Maria Aparecida Dias (Tuquinha), especialista em culinária com ervas tradicionais, expressão cultural do Quilombo da Chacrinha dos Pretos, Belo Vale, integra um dos episódios do projeto.

Sol Bueno, idealizadora e produtora cultural do Projeto Cauê, cantora e compositora, conquistou o I Prêmio da Música Popular Mineira, 2020. Entre os recortes do Festival, ela aponta um cuidado especial: a participação de mulheres, presença que sentiu falta observando registros audiovisuais anteriores sobre a região. – “A construção do festival partiu de um olhar de que deveria contemplar um mínimo de 50% de presença de mulheres na programação. Foi bem mais. O Festival tem presença marcante de moradores de comunidades periféricas, rurais e quilombolas, como caminho para se propiciar maior visibilidade às vozes e às riquezas da Serra da Moeda. Essas pessoas representam a Serra da Moeda, e dela dependem para o seu estado de bem viver;” destaca Sol.

O projeto explora a região em que se insere a Serra da Moeda, integrante do quadrilátero ferrífero, uma das mais belas e importantes formações geológicas do Brasil, com variedade de ecossistemas e paisagens deslumbrantes, cachoeiras e comunidades centenárias. Na serra, se desfruta de uma boa gastronomia junto a um povo acolhedor, que ainda conserva modos de vida que remontam às origens de Minas Gerais. Das águas, destaca-se o Aquífero Cauê, nome que em Tupi significa gavião e que batiza o nome do Festival. Cauê é também uma forma de saudação – um salve – que traduz os diversos significados que perpassam os ecos deste Festival.

Todos os protocolos de proteção contra a COVID -19 foram cumpridos. Realização: Pé de Pequi Produções Culturais

Correalização: Coletivo Cauê Cultural e Instituto AQUA XXI

Patrocínio: Governo do Estado de Minas Gerais – Lei Aldir Blanc.

Datas: Agosto, setembro e outubro de 2021.

Lançamento em 21/08/2021 – Páginas do Coletivo Cauê: https://www.youtube.com/channel/UCqgE5GtGy5EYVP1bTyvXIYw

Instagram: https://instagram.com/coletivocaue?utm_medium=copy_link

Facebook: https://www.facebook.com/COLETIVOCAUECULTURAL

Contato: Sol Bueno (31) 986570718

E-mail: solbuenomundica@gmail.com

Tarcísio Martins, jornalista e ambientalista

CAUÊ – I Festival de Arte e Cultura da Serra da Moeda

Em formato audiovisual, o Festival Cauê privilegia a presença de mulheres, e mostra expressões culturais de artistas e modos do viver dos povos tradicionais da Serra da Moeda, Reserva da Biosfera (UNESCO).

Privilegiando as manifestações e expressões culturais dos povos e artistas que habitam comunidades tradicionais da Serra da Moeda, o I Festival Cauê destaca uma rica diversidade: apresentações musicais, causos e histórias, mostras de culinária e gastronomia, artesanato, cultura popular, fotografia e poesia, além de oficinas e palestras formativas. Será apresentado em libras, com estréia do primeiro episódio “Memórias de um Quilombo”, em 21 de agosto, às 18 horas, com exibição do musical de “Reibatuque”, Quilombo Marinho da Serra, Brumadinho.

Foto: Ana Paula Pedersoli. Reinaldo Santana Silva (Reibatuque), morador do Quilombo Marinho da Serra, fará a estréia do Projeto Cauê, no sábado, 21 de agosto, às 18 horas. Local: páginas do Coletivo Cauê.

Ao todo, são dez episódios que terão sequência ao longo das semanas, dos meses de agosto, setembro e outubro.  Uma variada programação inclui Laércio Villar, um dos mais antigos bateristas de jazz em atividade no país, morador do Quilombo do Taquaraçu, Moeda; quitandas de Norma Silva, da comunidade de Marinho da Serra; o som da poesia e do rap de MC Tata, Itabirito; as sabenças de Dona Ritinha, benzedeira, sabedora das memórias do Quilombo da Chacrinha dos Pretos, e as quitandas afro-mineiras produzidas pela mestra griô “Tuquinha”, ambas de Belo Vale.

Foto: Guto Côrtes. Maria Aparecida Dias (Tuquinha), especialista em culinária com ervas tradicionais, expressão cultural do Quilombo da Chacrinha dos Pretos, Belo Vale, integra um dos episódios do projeto.

Sol Bueno, idealizadora e produtora cultural do Projeto Cauê, cantora e compositora, conquistou o I Prêmio da Música Popular Mineira, 2020. Entre os recortes do Festival, ela aponta um cuidado especial: a participação de mulheres, presença que sentiu falta observando registros audiovisuais anteriores sobre a região. – “A construção do festival partiu de um olhar de que deveria contemplar um mínimo de 50% de presença de mulheres na programação. Foi bem mais. O Festival tem presença marcante de moradores de comunidades periféricas, rurais e quilombolas, como caminho para se propiciar maior visibilidade às vozes e às riquezas da Serra da Moeda. Essas pessoas representam a Serra da Moeda, e dela dependem para o seu estado de bem viver;” destaca Sol.

O projeto explora a região em que se insere a Serra da Moeda, integrante do quadrilátero ferrífero, uma das mais belas e importantes formações geológicas do Brasil, com variedade de ecossistemas e paisagens deslumbrantes, cachoeiras e comunidades centenárias. Na serra, se desfruta de uma boa gastronomia junto a um povo acolhedor, que ainda conserva modos de vida que remontam às origens de Minas Gerais. Das águas, destaca-se o Aquífero Cauê, nome que em Tupi significa gavião e que batiza o nome do Festival. Cauê é também uma forma de saudação – um salve – que traduz os diversos significados que perpassam os ecos deste Festival.

Todos os protocolos de proteção contra a COVID -19 foram cumpridos. Realização: Pé de Pequi Produções Culturais

Correalização: Coletivo Cauê Cultural e Instituto AQUA XXI

Patrocínio: Governo do Estado de Minas Gerais – Lei Aldir Blanc.

Datas: Agosto, setembro e outubro de 2021.

Lançamento em 21/08/2021 – Páginas do Coletivo Cauê: https://www.youtube.com/channel/UCqgE5GtGy5EYVP1bTyvXIYw

Instagram: https://instagram.com/coletivocaue?utm_medium=copy_link

Facebook: https://www.facebook.com/COLETIVOCAUECULTURAL

Contato: Sol Bueno (31) 986570718

E-mail: solbuenomundica@gmail.com

 

Tarcísio Martins, jornalista e ambientalista

Ambientalistas e população fazem grande manifestação contra mineração hoje (31)

Entidades ambientais, grupos de redes sociais e movimentos alternativos se organizam para deter avanço de mineração, em unidades de conservação. Manifestação Popular acontecerá em 31 de julho.

Cartazes produzidos por Guilherme Alves alertam para com o respeito às montanhas da serra da Moeda. Grupos organizadores no WhatsApp e Instagram: @Conselho Serra da Moeda @Serra da Moeda Resiste @ Opinião Moeda @nãovaleumamoeda @ movimentonossaserra.

Entidades ambientais e população programam grande manifestação, em 31 de julho, no Mirante da Serra da Moeda, junto à Rodovia Paulo Alves do Carmo. O movimento ganha novos adeptos através de grupos que se formaram nas redes sociais; alguns já contam com mais de 200 participantes. Habitantes, principalmente, que residem na encosta da serra, e dependem da água para sobrevivência e serviços, se manifestam contrários às ações da mineradora Gerdau Açominas S/A. A empresa que atua na Mina Várzea do Lopes, às margens da Rodovia BR-040, busca a ampliação de sua mina e desafetação (redução de área) de uma importante Unidade de Conservação. De acordo com os ambientalistas, a Gerdau invadiu área tombada dentro do Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda (MONA), que integra municípios de Moeda e Itabirito.

“Respeitem-nos, vamos lutar a qualquer custo”

– “Sou da terceira geração dos moinhos de pedras construídos por minha família, há mais de 100 anos. Trabalho com a produção de fubá de canjica, fubá torrado, farinha de arroz; alimentos saudáveis, que fornecemos para o Mercado Central em Belo Horizonte, Moeda e Belo Vale. Os moinhos estão sendo desativados devido à falta d’água que está acabando pelo o uso das mineradoras. Eu perdi quatro deles que funcionavam com bastante água, desde 1972. Cada família que mora aqui tinha um moinho. Não vamos permitir que as mineradoras entrem aqui e nos enganem. Respeitem nossas famílias, ou iremos lutar a qualquer custo. Essas águas que correm limpinhas, futuramente, não serão vistas por nossas crianças. Elas vão correr como as águas de barro do Rio Paraopeba.” Geder Roberto do Carmo, produtor rural, residente no Capoeirão, Moeda.

Ação Civil Pública para coibir invasão da Gerdau no MONA

Em 2020, cinco entidades ambientais de Moeda, Belo Vale e Brumadinho, coordenadas pela Associação de Proteção do Patrimônio da Serra da Moeda (Serra Viva) protocolaram Ação Civil Pública (ACP), na 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, contra a Gerdau Açominas S/A, Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Estado de Minas Gerais. Desde então, negociações estão sendo feitas com o Poder Público e MPMG, para paralisar as ações da Gerdau dentro do MONA, que vêm ocorrendo de forma irregular desde 2017.

No Quadrilátero Ferrífero, Moeda é o único município que não permite minerar na serra da Moeda. Na extensão de seu território, a serra é protegida por lei, desde 2004, além de possuir duas Reservas Biológicas Campos Rupestre de Moeda – Norte e Sul, tombadas por decretos municipais, em 2008. Não houve autorização do CODEMA Moeda, órgão gestor dessas UC’s, para que a Gerdau invadisse o município. As Reservas englobam bens de valor natural, arquitetônico, histórico, arqueológico, e apresentam ricas paisagens com nascentes e atraentes cachoeiras.

Ednei Antunes Amorin, vereador e membro da Associação de Meio Ambiente (AMA Moeda), quer a população informada para valorizar a promoção do turismo, vocação natural de seu município. “Estamos vivendo um momento especial com apoio e força da população nessa frente contra a mineração. Estou feliz com os resultados que estamos colhendo e com participação dos habitantes nos grupos sociais. Não vamos permitir que mineradoras destruam nosso ambiente natural e prejudiquem nossas nascentes;” alertou o vereador.  

Tarcísio Martins, Jornalista e ambientalista

Posicionamento da Gerdau

A Gerdau esclarece que as suas operações de mineração na Mina de Várzea do Lopes, em Itabirito, observam total conformidade com as leis e licenças necessárias. Ainda, a Gerdau afirma que toda sua conduta ao longo de seus 120 anos de história sempre foi pautada pela ética, pela legalidade e pelo desenvolvimento sustentável, o que inclui o fato de que todas suas operações estarem dentro desses princípios. Por fim, a empresa reconhece e respeita o direito à livre manifestação pacífica, e acredita que o diálogo e a construção conjunta são o melhor caminho para soluções que representem os interesses da maioria da população.

Novo incêndio na Serra da Moeda destrói área que corresponde a cerca de 20 campos de futebol

Início de semana começa com novo foco de incêndio na Serra da Moeda, neste mês de outubro. Conforme o Corpo de Bombeiros, a área consumida pela chamas é de aproximadamente 20 hectares, o que corresponde a cerca de 20 campos de futebol. Ainda não se sabe o que originou o fogo. A localização exata do trecho incendiado da Serra da Moeda não foi informada.


Novo incêndio na Serra da Moeda destrói área que corresponde a cerca de 20 campos de futebol

Por volta das 04h30 da madrugada da última segunda feira (5), havia uma linha de fogo de aproximadamente 6 KM em um terreno de difícil acesso, região bem acidentada com mata fechada. As equipes de Bombeiros Militares e Brigadistas, utilizando abafadores, bombas costais e sopradores, controlaram as linhas de fogo por volta das 10h30.(MAIS MOEDA)

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Serra da Moeda: Municípios não contêm queimadas e fogo destrói unidades de conservação

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Na serra dos Mascates, Belo Vale, o fogo iniciou-se no Calundú, e rompeu-se pelo Sítio Arqueológico Ruínas das Casas Velhas.

A política ambiental do governo de Bolsonaro é negacionista e desconstrói o equilíbrio dos biomas e unidades de conservação em todo o país.

O Brasil enfrenta uma série de conflitos ambientais, que provocam discussões nada produtivas, para avançar com a qualidade de vida e equilíbrio do ambiente limpo.  Os conflitos passam pelo desrespeito às normas que regulam a legislação ambiental, e pelo uso de estratégias ilegais para desconstruir os avanços e garantias conquistadas. A expansão das “queimadas” em 2020, desmatamentos, garimpos ilegais, invasão de áreas indígenas, contrabando de madeiras, desconstrução de conselhos representativos e câmaras ambientais são fatores que moldam a postura do presidente Bolsonaro e do ministro do meio ambiente Ricardo Salles. O governo contraria cientistas, ambientalistas, nega dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), além de exercer relação não cordial com a imprensa e organizações mundiais.

O presidente Bolsonaro, em seu discurso de abertura na 75ª Sessão da ONU, em setembro, afirmou: “Somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.”Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente, e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, responsáveis oficiais pelo controle ambiental no país, confirmam que o desmatamento na Amazônia e no Pantanal atingiram índices dos mais elevados, em 2020. O Código Ambiental de proteção à biodiversidade proíbe o uso de fogo e a prática de qualquer ato ou omissão, que possam ocasionar incêndio florestal.

Em audiência pública no Superior Tribunal Federal (STF), em setembro, Salles foi cobrado pelo atraso de repasse de R$ 581 milhões retidos no Fundo Clima, desde 2019. Os recursos deveriam ter sido aplicados em ações para o combate às mudanças climáticas. O reflexo dessa política antiambiental, com tendências a beneficiar corporações e grandes empresas, resulta em danos irreversíveis em biomas preciosos: pantanal, cerrado, amazonas, mata atlântica e, unidades de conservação em todos os cantos do país. Além das queimadas, as conseqüências são desgastantes para a vida de povos de comunidades tradicionais, indígenas, flora, além da interferência na fauna com mortes e traumas de animais.

Chamas arderam por cinco dias em Moeda e Belo Vale

As chamas dessas controvérsias alastraram-se por todo o país, e chegaram até importantes biomas e unidades de conservação da serra da Moeda, reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO – como Reserva da Biosfera. Especialmente em Moeda e Belo Vale o fogo ardeu por cinco dias, deixando um rastro de destruição na paisagem e sítios arqueológicos, pondo em risco dezenas de nascentes que são fontes de abastecimento dos rios Paraopeba e das Velhas. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) diz que a área queimada foi de 4.200 hectares (ha), sendo 1.000 ha no interior do Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda e 3.200 ha na zona de amortecimento da área de preservação. O órgão dispõe do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio), responsável pelas ações de prevenção, controle e combate aos incêndios florestais em 93 unidades de conservação de Minas Gerais.

Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda (MONA)

Criado em 2010, o MONA integra o Sistema de Áreas Protegidas do Vetor Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte – SAP Vetor Sul, em Moeda e Itabirito, com área de 2.372,5572 ha.

Ambientalistas e moradores das encostas da serra em Moeda articularam-se bravamente, para que o fogo não avançasse por outras áreas protegidas do município e atingisse residências. Naquele momento, eles comemoravam duas vitórias recentes contra a Gerdau S/A – arquivamento provisório do PL 1822/2020 que tramitava na ALMG e alteraria os limites do Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda (MONA), conferindo à empresa expansão da Mina Várzea do Lopes em área protegida, e uma liminar expedida por Juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Belo Horizonte, suspendendo a eficácia da votação da 60ª reunião do Conselho estadual de Política Ambiental (COPAM) que autorizou Certificado LIC+LO no. 006/2020, licença ambiental para a Gerdau operar sua expansão. Embora, antes mesmo de obter essa licença em maio desse ano, a Gerdau já havia invadido o MONA. Para a tristeza dos ambientalistas, áreas de proteção em Moeda sofreram impactos danosos com o incêndio.  

Serra dos Mascates: confrontos entre preservação e exploração

Município minerador por tradição, a economia de Belo Vale predomina-se na mineração de ferro, sendo o terceiro no ranking da região do Alto Paraopeba. O orçamento previsto para 2021 é de R$ 85 milhões, sendo 80% dessa receita provenientes dos impostos da mineração. Na serra dos Mascates, mineradoras como Vale S/A e CSN protagonizam uma paisagem assombrosa. Em meio a esse cenário há muita Vida: abundância hidrológica, formações geológicas com escarpas, paredões, campos de canga, fauna.  E duas unidades de conservação em região inserida no bioma mata atlântica, em uma zona de transição com o bioma cerrado, que foram bastante atingidas pelas queimadas. O Conjunto Arqueológico e Paisagístico das Ruínas das Casas Velhas e Calçada de Pedras, com área de 37,8 hectares, tombado pelo município, conjuga os dois patrimônios do século XVIII, em área de propriedade e gestão da VALE Mineração.

A outra, Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Casas Velhas, com 68,77 hectares, situada na Fazenda das Casas Velhas, também de propriedade e gestão da Vale S/A. A criação dessa RPPN deu-se através de um termo de acordo judicial, por uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Estadual e APHAA-Belo Vale, contra a Vale S/A. Em 2004, a empresa desmatou 70 hectares para instalar uma Pilha de Estéril – PDE Marés II e uma barragem de contenção de sólidos, no entorno das unidades de conservação. As Barragens Marés I e II, classificadas no nível de alerta 1, pela Agência Nacional de Mineração (ANM), estão interditadas por não possuírem o certificado de estabilidade.

A prática de trilhas com motos é preocupante nos Mascates

O engenheiro ambientalista Marcos Virgílio Ferreira de Rezende foi apurar o resultado das queimadas na serra dos Mascates e relatou o que vivenciou. – O fogo chegou pelo extremo nordeste do município, região menos povoada, nas localidades rurais de Carazal, Canavial e Calundú, região de manancial da COPASA.  No local queimou-se, além da vegetação nativa, plantações e pastagens, atingindo o topo da mata da Fazenda Boa Esperança. Seguiu queimando pela região de Calçada de Pedras, Água Fria e Santa Fé, manancial de captação de água da Boa Morte. Atingiu vegetação dos biomas Cerrado (Campos de Altitude, Campos Ferruginosos, Campo Cerrado) e Mata Atlântica (Matas de Galeria que margeiam nascentes e cursos d’água). Ainda, queimou a região de Marés próxima ao sitio arqueológico, e a cachoeira da serra, onde foi debelado por bombeiros, brigadistas da Amda e moradores voluntários. Marcos Virgílio alerta para a prática de trilhas com motos, como a única atividade impactante no Sítio Arqueológico.

Dois dias depois de debeladas as chamas, o pesquisador João Luis Lobo fez um reconhecimento da área e registrou uma paisagem sórdida na serra dos Mascates.

Pesquisador relata perdas de espécies raras

Segundo o pesquisador em Direito Ambiental João Luis Lobo, Belo Vale possui uma natureza extremamente singular e importante, para além dos cerrados que compõem suas paisagens nas partes baixas: os Campos Rupestres que ocorrem nos topos dos morros são verdadeiras joias de imensa riqueza. Esse tipo de formação que ocupa menos de 1% do território brasileiro é lar de 15% de todas as espécies de plantas existentes no Brasil, um número que coloca os Campos Rupestres numa condição de maior biodiversidade, se comparado até com grandes florestas como a Mata Atlântica e Amazônia.

Há espécies que provavelmente só existam nas serras de Belo Vale, a exemplo de sempre-vivas descritas antes de a mineração tomar conta da paisagem. A falta dessa proteção tão essencial e urgente do local gera situações como a que presenciei: campos incendiados que nos remetem às paisagens marcianas. Muitas espécies raras de plantas e animais que correm risco de desaparecer por completo foram destruídas pelo fogo, junto à paisagem que compõe esses sítios arqueológicos que contam a história de Minas Gerais; afirmou o advogado João Lobo.  

É fundamental que somemos esforços pela qualidade de vida e a saúde ambiental, evitando que ações humanas transformem a biodiversidade em cinzas.

Há que se ter rigor, disposição e planos eficientes para manter o controle e proteção das unidades de conservação (UC). Evitar que a cada ano o fato se repita, com as mesmas justificativas dos gestores dessas unidades. O resultado mostra que os municípios não priorizam as queimadas como fator de políticas públicas, e não estão estruturados para enfrentar os desmatamentos. O Poder Público e as empresas gestoras das unidades de conservação não fiscalizam e nem aplicam um Plano de Ação para Prevenção e Controle convincente.  Mesmo assim, o governo mineiro informa que vem reforçando os efetivos para conter os incêndios, bem como a contratação de brigadistas para o apoio na contenção das queimadas, que acontecem nessa época do ano. O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais afirma que ações humanas como o vandalismo, queimadas ilegais e fogueiras estão por trás da maioria dos incêndios florestais no Brasil. São necessárias ações contínuas de educação da população para a prevenção de incêndios.

Texto: Tarcísio Martins, jornalista e ambientalista

Fotografias: João Luis Lobo, Marcos Virgílio F. Rezende, Weliton Augusto (Kebu) e Tarcísio Martins.  

Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Vale e VALE S/A não responderam à solicitação de nossa reportagem.

Assembleia detecta fraude em apoio a projeto que amplia área de mineração na Serra da Moeda

A suspeita é que a votação em massa no site estivesse sendo feita por robôs

RESUMO

  • A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) excluiu 1.319 votos de uma consulta popular a favor de um projeto que altera os limites do Monumento Natural da Serra da Moeda (Mona).
  • Ambientalistas notaram um crescimento expressivo de votos a favor do projeto, mas sem argumentação de defesa, e suspeitaram que a votação em massa estivesse sendo feita por robôs.
  • Se aprovada, a área de preservação ambiental poderá passar a ser explorada por uma mineradora na área.

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) excluiu 1.319 votos de uma consulta popular a favor de um projeto que altera os limites do Monumento Natural da Serra da Moeda (Mona). Se aprovada, a área de preservação ambiental poderá passar a ser explorada por uma mineradora na área.

Essa consulta, é um lugar do site da assembleia chamado “Dê sua opinião sobre projetos em tramitação”. No link, a população pode votar contra, ou a favor sobre projetos e fazer comentários.  

Ambientalistas notaram um crescimento expressivo de votos a favor do projeto, mas sem argumentação de defesa, e suspeitaram que a votação em massa estivesse sendo feita por robôs.

Depois de excluir os votos, a Casa respondeu à Itatiaia que, a partir de solicitação recebida pelo “Fale com a Assembleia”, foi detectado um crescimento anormal de votos relativos ao  1.822/2020 e que esses votos estavam concentrados em período curto de tempo e originados de e-mails genéricos. Ainda segundo a ALMG, como esse procedimento fere os Termos de Uso do Portal, esses votos foram removidos.  

A assembleia não apontou responsáveis. A votação popular online não tem efeito direto na aprovação ou reprovação final do projeto de lei. (Itatiaia)

Mineradora recruta profissionais

A Mineração Serra da Moeda (MSM) está recrutando profissionais para vagas de motorista de ônibus com experiência em caminhão traçado, operador de motoniveladora e operador de retroescavadeira.

Os profissionais disponíveis no mercado e interessados na vaga deverão enviar currículo atualizado para: Caixa postal 47, Centro – Congonhas/MG – CEP: 36.415-000 ou para o e-mail: contato@emsm.com.br

Outras vagas de emprego
A Skava Minas, empresa que é referência nacional em soluções para mineração, escavação, carga e transporte de minério estéril, além de locação de equipamentos pesados e terraplanagem, está contratando profissionais em várias áreas, para trabalho na obra da Mina de Pau Branco, da Vallourec, e também vagas em Itabirito e Mariana. (Mais Minas)

Abrace a Serra da Moeda acontece no “topo do Mundo” e mobiliza ambientalistas em torno da preservação

A 12° edição do movimento “Abrace a Serra da Moeda” vai ter como tema a tragédia de Brumadinho. O evento acontece hoje, dia 21, a partir das 10:00 horas, na região conhecida como Topo do Mundo.

O movimento, em prol da preservação da cadeia de montanhas a 30 quilômetros de BH, existe desde 2008 e se destaca pela defesa das águas e serras de Minas Gerais. Este ano, o ato vai ser em solidariedade às vítimas do rompimento da barragem de Córrego do Feijão, da Vale, e em homenagem ao Corpo de Bombeiros, que atuou no resgate dos atingidos. O grupo também vai cobrar mudanças nas políticas públicas e fiscalização de outras empresas da região.

O ápice do encontro, que é quando o público forma um enorme cordão humano no topo da serra, está marcado para acontecer, pontualmente, às 12h28, no mesmo horário do rompimento das barragens. Para reforçar o luto vivido por todos os moradores de Brumadinho, a cor da camisa deste ano não será branca e sim preta.

Além do abraço simbólico, uma grande performance com 32 artistas está prevista para acontecer durante o evento. O ato vai ser dirigido pelo bailarino, ator e coreógrafo mineiro Tiago Gambogi. A participação é gratuita. Os interessados devem se encontrar na rampa de voo livre, no Topo do Mundo. (Portal Mega Notícias FM- Foto Capa: Sandoval de Souza)

 

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