Brasil é o 2º país mais infeliz da OCDE, com alta taxa de desemprego e inflação

Os dados do IBGE e da OCDE mostram que a taxa de desconforto socioeconômico no Brasil chegou a 19,83% no 1º trimestre de 2021.

Parece estar cada vez mais difícil viver no Brasil. De acordo com um levamento do pesquisador Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a combinação do desemprego recorde com a alta inflação deixam o país em 2º lugar no ranking do índice de mal-estar. A pesquisa engloba 38 países. 

Sobre o levantamento do IBGE

A lista presente no estudo relaciona os membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne economias avançadas, e o Brasil. Os dados do IBGE e da OCDE mostram que a taxa de desconforto socioeconômico no Brasil chegou a 19,83% no 1º trimestre de 2021. 

Dessa forma, o país perde apenas para a Turquia. O último registro, referente ao 4º trimestre de 2020, chegou a 26,28%. Atrás do Brasil, encontram-se a Espanha (16,09%), a Colômbia (15,63%), a Grécia (14,08%) e o Chile (13,42%), por exemplo.

Quanto mais alto o percentual, pior é a taxa. O índice de mal-estar, ou taxa de desconforto, leva em conta a situação do mercado de trabalho, bem como o comportamento dos preços. Por meio desses índices, os economistas avaliam como o cidadão médio percebe os efeitos da economia ao longo do tempo. 

Outra utilidade do estudo é avaliar a reação entre o desemprego e a inflação. Afinal, a literatura entende que uma boa gestão macroeconômica precisa ser capaz de minimizar as duas taxas. Além disso, entende-se que pode haver entre elas, uma relação trade-off, ou seja, quando a alta de uma, reduz a outra. 

Brasil é o 2º país mais infeliz do OCDE, com alta taxa de desemprego e inflação

No Brasil, as pessoas estão com uma pior percepção quanto a situação econômica desde a recessão de 2016. Naquele período, o indicador chegou a 20,6% no 3º trimestre. Já entre 2017 e 2020, a taxa de desconforto chegou a cair para 15,32%. Entretanto, diante da pandemia, voltou a crescer e chegou aos 19,83% no 1º trimestre deste ano. 

Realiza-se o cálculo levando em conta as taxas de desemprego e de inflação em 12 meses. Neste caso, foi considerada uma média trimestral da inflação e do desemprego. No Brasil, de acordo com o IBGE, a taxa de desemprego chegou a 14,49% em março, enquanto a inflação pelo IPCA foi de 6,1% em 12 meses. Para 2021, a meta do Banco Central é de 3,75%. 

De acordo com Duque, ocorreu uma piora tanto no mercado de trabalho, quanto na inflação diante da pandemia. Conforme o IBGE, 29,7% da força de trabalho do Brasil são de subutilizados; ou seja, desempregados, desalentados, ou ainda, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam.

O real desvalorizado diante do dólar, somado à alta dos preços de commodities, pressiona a inflação. Dessa forma, os alimentos e demais itens essenciais à sobrevivência aumentam de preço e corroem a renda das famílias. 

A economia está em situação aparente de melhora, mas a população está em mal-estar. A recuperação tem sido puxada por agropecuária e indústria, que naturalmente já empregam menos do que o setor de serviços. Esses setores aumentaram a sua produtividade nesse período, o que gera maior produção sem aumento de emprego”, cita Duque.

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