18 de maio de 2024 14:35

Secretário de Cultura visita Santana dos Montes e prepara tombamento do núcleo histórico e bens imateriais

Com raízes no século 18, olhos no presente e portas abertas às oportunidades futuras, o município de Santana dos Montes, na Região Central de Minas, está na reta final para ser protegido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) com uma novidade: o tombamento híbrido. Pela primeira vez, serão agregados ao dossiê elementos do patrimônio imaterial, incluindo atividades artísticas, como a Escola de Violeiros, e manifestações populares (congado e folia de reis). “Teremos, dessa forma, mais garantia de participação comunitária e menos arbitrariedades no processo”, disse, ontem, o presidente do Iepha, Felipe Pires.

Hoje (19) e domingo (20) Pires estará em Santana dos Montes, a 130 quilômetros de Belo Horizonte, para encontro com autoridades municipais, integrantes do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac) e outros representantes da cidade. “Vamos fazer um inventário participativo, com informações que serão adicionadas ao dossiê convencional de tombamento”, disse Felipe Pires, que é engenheiro civil, arquiteto e tem especialização em engenharia de monumentos. Amanhã, a reunião terá a presença do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, e do prefeito local, Avanilson Alves de Oliveira.

A expectativa é de que o tombamento do núcleo histórico ocorra no próximo mês pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep). O órgão tem Leônidas Oliveira como presidente e Felipe Pires como secretário-executivo, e apresentará nova composição (21 conselheiros) para o período 2022-2024. Para o secretário estadual, a cidade de Santana dos Montes é singular, e merece destaque o inédito tombamento híbrido. “A paisagem cultural que a circunda, seu casario, igrejas e fazendas são de uma beleza ímpar. Ao terminar esse dossiê e propor sua ampla proteção como patrimônio cultural material e imaterial do estado, o governo de Minas quer eternizar mais um capítulo importante da história originária da mineiridade, fundada no período colonial brasileiro. Ao proteger arquitetura, estilos e, de forma conjunta, suas tradições, torna-se também o primeiro modelo de tombamento híbrido.”

O secretário destaca que arte, materialidade e modos de vida são fundamentos de um povo. “Ganhamos enquanto povo, enquanto governo, e ganha o Brasil. Esperamos que a economia criativa promovida pelo turismo possa ser, a partir desse momento, indutora do desenvolvimento local, tendo o patrimônio histórico como centralidade. São dias de festa para a mineiridade. Ao povo de Santana, nossa reverência e gratidão por preservar a história de Minas Gerais.”

VALORIZAÇÃO

A expectativa é grande no município de 3,8 mil habitantes, que comemora este ano o cinquentenário de emancipação de Conselheiro Lafaiete. “O tombamento do conjunto edificado e o reconhecimento do patrimônio imaterial são importantes não só para a valorização cultural e preservação dos monumentos, como para alavancar nosso turismo, que perdeu muito no período da pandemia”, ressalta a secretária Municipal de Cultura, Desenvolvimento, Turismo, Esportes e Lazer, Adriana Couto.

“Temos belos casarões, imponentes fazendas coloniais, natureza, a Igreja Matriz de Santana, da qual há registro em 1740, a Escola de Violeiros, fundada há 16 anos e reconhecida como patrimônio do município…”, enumera a secretária, lembrando que o núcleo histórico tem proteção municipal desde 2003. Outra iniciativa importante é a Via Liberdade, eixo turístico-cultural ligando o Rio de Janeiro (RJ) a Brasília (DF) pela rodovia BR-040, caminho que atravessa 70% do patrimônio nacional tombado e nove sítios reconhecidos como patrimônio mundial. “Estamos a 17 quilômetros da estrada. Conforto e tranquilidade são ingredientes de destaque nos hotéis-fazenda e pousadas da região”, observa Adriana Couto.

A secretária conta que a região foi habitada inicialmente por indígenas do povo carijó, seguidos dos colonizadores portugueses. Depois, recebeu escravizados africanos, cujos descendentes “mantêm viva a tradição da Festa do Rosário, a folia de reis e o congado”.

A história

O N.H.U (Núcleo Histórico Urbano, nome técnico atual para Centro Histórico) em Santana dos Montes foi protegido por lei em 2003. Composto das praças Aristides Teixeira e Oscar Teixeira, onde a igreja matriz de Santa Ana e a Fazenda da Mamona imperam graciosas perante quase 3 séculos, o conjunto arquitetônico das praças abriga também harmoniosamente casas e sobrados.
É uma história viva, contada por suas edificações dos séculos XVIII, XIX e XX. Bem cuidados por seus moradores, o poder público se juntou a esses desde 2001 para a proteção e salvaguarda da história local. O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, que congrega moradores, agentes e ONGs locais é deliberativo e tem efetiva ação de proteção naquela localidade, de expressiva importância cultural para a antiga grande Queluz de Minas. Santana dos Montes é cidade desde 1962, se tornando independente de Conselheiro Lafaiete da qual era distrito até então.
Em 2010, o município encaminhou demanda de tombamento estadual pelo IEPHA/MG, onde sua diretoria já cientificava através de seus técnicos da importância desse pleito para a cidade e para a própria instituição. Iniciados estudos e diagnósticos foi na gestão do secretário de Estado da Cultura Angelo Osvaldo Santos (hoje prefeito de Ouro Preto) que se iniciou em parceria com o município, o dossiê de tombamento a nível de Minas Gerais.

Evento

O evento vai contar com a presença do secretário de estado de Cultura e Turismo. Para fortalecer a imagem, os atrativos e as potencialidades de Santana dos Montes, no próximo sábado (19) será apresentada a nova MARCA DO DESTINO TURÍSTICO da cidade. O evento de lançamento será às 11h, no Salão de eventos Solar dos Montes (MG) e você é nosso convidado especial.

O objetivo da marca é também ser a identidade do destino, selando tudo o que ele representa, independente de gestão política, para que esta perdure e seja utilizada de forma ampla por todos os atores da cadeia produtiva do turismo, se estendendo também a outros setores que queiram identificar seus produtos. A marca de destino se vincula às características do lugar, fazendo referência a seus atributos e talentos.

Vamos juntos, estruturar para crescer!

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