Por Leleco Pimentel – Deputado Estadual do projeto Juntos Para Servir
Nossa voz ecoa como um grito de indignação contra a injustiça que assola a Bacia do Rio Doce e os atingidos e atingidas. Um grito que ecoou alto no Debate Público sobre os Impactos e a Revitalização da Bacia do Rio Doce, realizado neste último dia 6 de maio, convocado por mim, Leleco Pimentel, enquanto coordenador da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce (CIPE – Rio Doce) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em parceria com o deputado federal Padre João, Relator-Parcial da Comissão de Fiscalização dos Rompimentos de Barragens e Repactuação (CEXMABRU), com o qual atuo em conjunto no projeto “Juntos Para Servir”.
Desde o rompimento da barragem de Fundão, em 05/11/2015, perpetrado pelas mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, o crime do rompimento da barragem de Fundão se estende como uma ferida aberta, sangrando nossas comunidades, poluindo nossos rios, envenenando nosso solo e alimentos, e adoecendo nosso povo. Mas o que vemos hoje não é apenas a negligência das empresas, é a cumplicidade de certos atores do poder público em manter essa injustiça, ou pior, em querer usar o dinheiro da repactuação para fazer politicagem.
No cerne do debate, sintetizamos um documento que reúne todas as contribuições e recomendações dos atingidos, dos pesquisadores, das Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) e dos defensores do meio ambiente. Um documento que é a voz dos atingidos e atingidas e que é mais um instrumento de planejamento e luta.
É revoltante ver como as mineradoras, mesmo após mais de oito anos, continuam a protelar a repactuação dos danos, oferecendo migalhas enquanto lucram bilhões. E o que dizer da Fundação Renova, que deveria ser a voz dos atingidos, mas nunca se fez presente em nenhum debate, mostrando seu verdadeiro compromisso com os interesses das empresas.
Nossa atuação na CIPE – Rio Doce não é apenas uma formalidade, é uma batalha diária pela justiça. Exigimos a participação dos atingidos nas negociações, pois são eles os legítimos donos dessa luta.
Como afirma Padre João: “Não descansaremos até que cada comunidade afetada seja devidamente reparada e cada direito violado seja plenamente restabelecido.” O “Juntos Para Servir” luta por isso.
Cuidemos de nossa “Casa Comum”, nosso planeta Terra, de nossas florestas e de nossas águas. Não existe plano B. Só temos este planeta para sobreviver, para morar e para compartilhar a plenitude da vida.
