Exposição fica em cartaz até o início de junho, no Escritório Técnico do Iphan
De um centro urbano deteriorado a um dos mais admirados das cidades mineiras, Tiradentes (MG) passou por profunda transformação nas últimas quatro décadas, desde que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) inaugurou seu escritório técnico na cidade, em 1983. Grande parte dessa transformação se deu pelas mãos de profissionais da construção civil – mestres de obra, pedreiros, serventes e marceneiros – contratados pelo Instituto naquele ano para atuar em Tiradentes escorando paredes, renovando telhados e assegurando, de forma geral, que todas as intervenções de restauro seguissem as diretrizes de preservação do conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade, tombado pelo Iphan em 1938.
Agora, o trabalho desses profissionais ganha reconhecimento na exposição “As Mãos da Obra: os trabalhadores do Iphan e a cidade de Tiradentes”, aberta ao público de segunda a sexta, das 9h às 17h, na galeria do Sobrado Ramalho, sede do Escritório Técnico do Iphan.
Reunindo ferramentas e materiais de construção, maquetes e fotografias, a exposição é um passeio pela história da cidade e do Iphan. Nela se encontram registros de imóveis em diversas etapas de reconstrução, telhas representativas de diferentes épocas da arquitetura brasileira, mostruários de madeiras, entre outros itens de um acervo que revela um pouco mais da atuação e da relação do Instituto com Tiradentes.
Histórias de famílias
“Nosso trabalho vai muito além da aprovação de projetos; a relação do Iphan com a cidade tem de ser de proximidade”, diz a chefe do Escritório Técnico, a geógrafa Bruna dos Santos. “Nas primeiras décadas da nossa oficina, quando tivemos essa equipe de obras em nosso corpo técnico para ajudar a recuperar Tiradentes, contribuímos não só para a história da cidade, mas para a de muitas famílias daqui, que são as principais responsáveis pela conservação do patrimônio cultural local”.
Segundo ela, após atenderem ao foco prioritário das residências em situação precária no centro de Tiradentes, a equipe da oficina do Iphan – da qual hoje resta apenas um, Edson Lopes dos Santos – também deu uma grande contribuição ao restauro de bens tombados individualmente pelo órgão, como as igrejas da cidade e da região.
Retratado em algumas das fotos selecionadas para a exposição, Edson dos Santos comenta com orgulho sobre seus anos dedicados à preservação do patrimônio arquitetônico da cidade mineira – vocação que lhe veio de família. “É uma emoção muito forte para mim”, diz ele, destacando que seus avós paterno e materno, bem como seu pai, também trabalharam para o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e para a Fundação Pró-Memória, entidades precursoras do Iphan. “A exposição tem uma foto dos meus avós trabalhando numa obra da Igreja Matriz, um segurando uma forma de tijolos e o outro, uma colher de pedreiro. E tem também a carteira de trabalho do meu pai”, conta ele.
A exposição “As Mãos da Obra: os trabalhadores do Iphan e a cidade de Tiradentes” fica em cartaz até o início de junho.
Serviço:
Exposição “As Mãos da Obra: os trabalhadores do Iphan e a cidade de Tiradentes”
Local: Escritório Técnico do Iphan em Tiradentes – Rua da Câmara, 124 – Centro
Horários: de segunda a sexta, 9h às 17h
Telefones: (32) 3355-1315
Visitação gratuita.
FONTE GOV
