Feriados fixos? Papa Francisco quer mudar as datas do Carnaval e da Páscoa a partir do ano que vem

É só começar o ano que a mesma dúvida se repete: quando é a Páscoa? Quando é o Carnaval? E o Corpus Christi? Como esses são feriados móveis, a cada ano eles caem em uma data diferente, mas isso pode mudar a partir de 2025. E você sabe quem determina a data deles? A Igreja Católica. E o Papa Francisco está empenhado em mudar o sistema e adotar uma data fixa para os feriados, assim como Natal, outra importante data cristã.

A ideia é unificar a data da Páscoa católica com a da Igreja Ortodoxa a partir do ano que vem, quando os feriados vão coincidir. É a data da Páscoa que determina a do Carnaval e Corpus Christi.

Essa é uma discussão já antiga. Em 2022, o Papa Francisco falou sobre o assunto em um encontro com o patriarca ortodoxo Bartolomeu de Constantinopla. A ideia é que todos os cristãos possam celebrar a ressurreição de Jesus em conjunto – hoje, as duas Igrejas seguem um calendário diferente.

“Tenhamos a coragem de acabar com esta divisão, que às vezes nos faz rir… ‘O seu Cristo ressuscita quando? E o seu Cristo, quando ressuscita?’ Não. O sinal é um só Cristo para todos nós”, disse o papa Francisco à época.

Coincidentemente, a Páscoa em 2025 será comemorada na mesma data para a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Ortodoxa Bizantina após 1.700 anos: dia 20 de abril.

Mudanças no calendário

A semana de Páscoa é a data mais importante do calendário cristão, marcando a ressurreição de Cristo. A data da Páscoa cristã foi estabelecida no ano 325, durante o Concílio de Niceia.

Na época, acharam por bem adotar uma fórmula complicada: ela é sempre celebrada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio de primavera. Assim, ela sempre cai entre os fins de março e abril.

Caso realmente seja estabelecida uma data fixa para a Páscoa, outras datas festivas também vão sofrer alterações, já que o Carnaval e Corpus Christi são comemoradas de acordo com a Páscoa. O primeiro é hoje festejado 47 dias antes da Páscoa, já que são os dias que antecedem a Quaresma. O segundo, uma solenidade que festeja o Corpo e Sangue de Cristo na Eucaristia, acontece 60 dias depois.

O domingo de Páscoa de 2024 foi celebrado ontem. Assim, o Corpus Christi será no dia 30 de maio.

Como a Páscoa em 2025 já será no mesmo dia para católicos e ortodoxos, a ideia de ambas as igrejas é unificar a comemoração a partir do ano que vem, deixando sempre no segundo ou terceiro domingo de abril.

Apesar de as Igrejas Anglicana e Luterana quererem chegar a um acordo, o empecilho pode estar no Patriarcado de Moscou, que segundo matéria do Estadão pode acabar isolado na discussão. As Igrejas Luterana e Anglicana, na Inglaterra, também apoiam a unificação da Páscoa.

Ainda é preciso muita conversa e acordos para unificar as datas da Páscoa, que marcaria também uma união entre católicos e ortodoxos. O provável encontro entre os líderes religiosos está sendo especulado para acontecer em Jerusalém ou em Niceia (atual Iznik, na Turquia). Vamos aguardar!

 

FONTE MELHORES DESTINOS

Minas Gerais também participou da vitória da Viradouro na Sapucaí

O livro “Sacerdotisas voduns e Rainhas do Rosário” , organizado por Aldair Rodrigues e Moacir Maia, serviu de inspiração para o enredo da campeã do carnaval 2024

A beleza do desfile da Viradouro na Sapucaí ainda acende os comentários sobre o carnaval. O que pouca gente sabe é que o livro “Sacerdotisas voduns e Rainhas do Rosário”, organizado por Aldair Rodrigues e Moacir Maia, serviu de norte para que o carnavalesco Tarcísio Zanon mergulhasse na cultura vodum, que inspirou o enredo campeão de 2024.

O livro narra de forma inédita a presença de lideranças femininas africanas da área vodum em Minas Gerais, destacadas sacerdotisas voduns e que se tornaram também juízas e rainhas nas irmandades negras no estado. Na pesquisa, Zanon e o enredista Guga Melo foram para a Bahia e encontraram dois terreiros centenários dessa herança africana, o Bogum e o Seja Hundé.

O resultado foi a consagração da escola de samba, que fez o peito dos foliões explodir com o samba “Ê alafiou, ê alafiá! É o ninho da serpente, jamais tente afrontar! Ê alafiou, ê alafiá! É o ninho da serpente preparado para lutar! Arroboboi, meu pai! Arroboboi, dangbé! Destila seu axé na alma e no couro”.

JILÓ COM MEL


Começa nesta quarta (28/2), em Portugal, a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), uma das maiores e mais importantes feiras do segmento no mundo. O governo de Minas Gerais participa com estande próprio, e todas as ações terão como foco a promoção da cozinha mineira. O chef Felipe Rameh vai acompanhar o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, nessa jornada gastronômica até domingo (3/3). Ele será o responsável por apresentar nossa cozinha através de um menu com quatro pratos: jiló tostado, mel, mostarda, pimenta caipira e angu de milho crioulo; porquinho crocante, banana caramelada, minivegetais tostados e rotti; galinha na lata, creme de baroa, pequi e castanha de baru; e goiabada frita Tragaluz. Duas das receitas serão servidas para cerca de 40 a 50 participantes da feira. Portugal é hoje responsável por 23% dos turistas estrangeiros que vêm a Minas.

FOTOLIVROS


Cinquenta e dois livros de fotografia serão apresentados durante a 13ª edição do Festival de Fotografia de Tiradentes, dias 8 e 9 de março, na cidade histórica. Entre os títulos, “Tramas”, do coletivo Nitro; “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”, de Erick Peres; “Óris”, de Bárbara Lissa, Maria Vaz (Duo Paisagens Móveis); “Diário de Viagem”, de Alice Grou; “Hêmba”, Edgar Kanaykõ Xakriabá; “Olhar Oriente”, de Mário Matias; “Qual o tamanho da sua loucura?”, de Laure Gomes; “Rota dos 88 templos – caminhos de ascensão”, de Antonio Jr.; “Chapada dos Veadeiros: povos dos Campos Gerais”, de André Dib.

VISITANTE ILUSTRE


O Instituto Cervantes recebeu a visita de Luis García Montero, diretor da instituição na Espanha desde 2018. García Montero é professor de literatura espanhola na Universidade de Granada, poeta e ensaísta premiado. Sua visita possibilitou aos colaboradores um rico intercâmbio cultural e fez parte de um roteiro de visitas do diretor a quatro centros no Brasil: Curitiba, Porto Alegre, Recife e BH. Uma viagem que reforça o caráter estratégico do Brasil para o Instituto Cervantes, tanto cultural quanto educacionalmente.

ESTREIA


Natural de Belo Horizonte, Monique Curi lança amanhã (29/2) o seu primeiro livro, “A virada de chave, o dia em que parei de esperar”. A noite de autógrafos será realizada, às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro. No Rio, onde mora, Monique iniciou sua carreira de atriz e atuou nas novelas “Baila comigo”, “Felicidade”, “História de amor”, “Laços de família” e “Salve Jorge”.

FONTE ESTADO DE MINAS

Escola de Samba é suspensa dos desfiles carnavalescos de Ouro Preto

Comunicado
As Escolas de Samba de Ouro Preto, Acadêmicos de São Cristóvão, Unidos do Padre Faria, Império de Morro Santana, Mocidade Independente dePrincesa Isabel e União Recreativa do Santa Cruz, reunidas no dia 14 de fevereiro, decidiram por unanimidade que a Escola de Samba Aliança da Piedade ficará suspensa dos desfiles carnavalescos de Ouro preto, até o final do ano de 2027.

Tal decisão foi reafirmada em 28 de fevereiro, quando Acadêmicos de São Cristóvão, Unidos do Padre Faria, Império de Morro Santana e Mocidade Independente de Princesa Isabel validaram novamente seu posicionamento. Estiveram presentes também na reunião, a Escola de Samba União Recreativa de Cachoeira do Campo, e a Escola de Samba Inconfidência Mineira.

A atitude tomada pelas escolas tem como embasamento o fato de a Escola de Samba Aliança da Piedade não ter participado do desfile das Escolas de Samba que deve ocorreu em 12 de fevereiro, na Praça Tiradentes, uma vez que, assim como as demais agremiações, recebeu os recursos destinados ao desfile, e comunicou a decisão de não desfilar dias antes da sua apresentação, após todos os tramites burocráticos para a realização do evento serem concluídos.

Deixamos aqui nosso fraterno abraço a toda a população do Bairro Piedade, que tanto se empenhou e se preparou para esse momento único de desfilar na Praça Tiradentes e ser o centro das atenções do Carnaval de Ouro Preto.

Ouro Preto, 29 de fevereiro de 2024
Escolas de Samba de Ouro Preto

Enredo da Viradouro, campeã no Rio, foi inspirado em livro de coautoria de pesquisador marianense

“Essa é a importância do enredo: é mostrar a beleza dessa história, a beleza do culto Vodum, a riqueza e a complexidade desse culto, que é de uma religião aberta, agregadora à África e dinâmica. Ela tem um ensinamento belíssimo, pela tolerância religiosa e pelo respeito com outras manifestações religiosas. É importante dar visibilidade a essa herança africana”explica Moacir Maia, doutor marianense.

O livro “Sacerdotisas Voduns e Rainhas do Rosário” (Editora Chão), de autoria do marianense Moacir Maia – doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – e do professor Aldair Rodrigues – do Departamento de História do IFCH Unicamp -, inspirou o enredo “Arroboboi, Dangbé” da Unidos do Viradouro. A escola de samba de Niterói foi campeã do Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro 2024.

A Viradouro foi vitoriosa bem no ano em que o Sambódromo da Marquês de Sapucaí comemora o 40ª aniversário. A escola teve o melhor desempenho entre as 12 escolas de samba carioca do Grupo Especial: 270 pontos. Foi o terceiro título da escola, já que o segundo havia sido em 2020.

Moacir Maia

O Galilé conversou com o autor marianense Moacir Rodrigo de Castro Maia sobre a vitória. Ele é historiador, pesquisador associado ao NPHED/UFMG. Doutor em História Social pela UFRJ e especialista em História da África, da diáspora africana e História do Brasil Colonial.

Ao tratar sobre a importância do enredo, que tratou de sacerdotisas africanas, dos povos e costumes trazidos para o Brasil, ele destacou a representação da cultura Vodum, que veio ao país com a migração forçada.

Moacir Maia | Foto: Foca Lisboa

“É importante porque ainda é muito invisibilizado, esse passado, essa história africana, essa herança africana, que é tão importante e que faz parte da história e formação brasileira. Ela é muito desconhecida. É preciso desmistificar todo aquele universo negativo que foi criado ao longo dos séculos pela opressão contra os povos africanos e pelo processo cruel da escravização. É preciso desmistificar tudo aquilo do racismo religioso, que condena as religiões de matriz africana”relata.

Vodum

De acordo com o historiador, o enredo se inspira no livro, que trata sobre um reposicionamento de Minas Gerais na história, na tentativa de mostrar a grande presença dos povos do Golfo do Benim, da cultura Vodum e de outras culturas religiosas no estado. Em respeito ao culto, para que o enredo pudesse ser levado à avenida, foram jogados os búzios e houve autorização da entidade para a realização da homenagem.

Os voduns serpentes, como Dangbé – vodum homenageado no enredo – representam a força vital, a prosperidade, a riqueza, a fertilidade e, principalmente, o espírito da transformação e da continuidade da vida. Esse espírito é representado na figura da serpente que morde a própria cauda, mostrando um círculo de vida, que tem início, meio e fim: um eterno reconheço que está sempre em movimento e transformação.

Há dois séculos, o Reino de Daomé, atual Benin, na África Ocidental, tinha como proteção a força de uma elite de guerreiras. Assim, o enredo fala também das guerreiras do Daomé, o exército feminino. No culto, havia um ritual de sagração dessas guerreiras pelos voduns. Além disso, esse exército inspirou a representação de mulheres guerreiras nas telonas do cinema, como no filme “A Mulher Rei”, estrelado por Viola Davis.

Intolerância religiosa e racismo

Moacir ressalta a necessidade de políticas públicas para que a sociedade possa avançar e se tornar antirracista. Ele fala sobre o papel do Carnaval e das escolas de samba como espaços de sociabilidade, encontro e manifestação das artes de comunidades periféricas.

“O Carnaval tem uma função muito especial, não só o Carnaval especificamente, mas a escola de samba. Porque, se pensarmos, na fundação de várias dessas escolas, por exemplo, do Rio de Janeiro, elas surgem algumas décadas após a abolição da escravidão no Brasil e se localizam nas periferias do Rio de Janeiro. Elas se tornam um ponto de sociabilidade e de encontro daquela população que estava sendo colocada à margem pela sociedade brasileira daquele momento. Principalmente a população mais empobrecida, periférica; é essa a população que vai construir a escola de samba e a maior parte dessa população é negra, muitos são de origem africana. São afro-brasileiros, em sua maioria, que fundam a escola de samba”discorre.

Para o historiador, a escola de samba cumpre um papel social essencial em diversos níveis. Os enredos retratam questões importantes da vida brasileira e passam a desmistificar e “desdemonizar” temas, religiões e assuntos. “A escola de samba nos ensina […]. Mostra a complexidade da vida, a heterogeneidade, a diversidade e a importância do respeito ao outro: ao que é igual ou ao que professa alguma coisa que você não professa. É o respeito, é uma sociedade que evolui a esse outro espaço”, Moacir reforça.

Livro de Moacir (Arquivo Nacional) que deu origem à pesquisa inicial dos enredos

Considerado o maior espetáculo da face da terra, o Carnaval do Rio de Janeiro sempre traz temas relevantes e discussões interessantes. Além disso, os compositores e enredistas sempre procuram valorizar as diversas formas de conhecimento, como história e antropologia. Ocorre, anualmente, a valorização da ciência e da arte na brasilidade em um só espetáculo. Pensando nisso, Moacir agradece pela valorização de seu trabalho.

“Como historiador, como profissional da história, para mim e para o Aldair, é uma alegria muito grande perceber como esse livro que publicamos encantou e inspirou uma escola de samba a olhar para uma cultura africana, para essa herança que temos no Brasil, para esse passado e presente brasileiro. E poder, então, tocar a partir desse desfile, tantas outras pessoas”destaca Moacir.

FONTE JORNAL GALILÉ

Morre homem atropelado em bloco de carnaval no interior de Minas

Vítima era uma das 35 pessoas atingidas por um motorista embriagado. A Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo lamentou a morte

O homem de 51 anos que estava internado em estado gravíssimo depois de ter sido atropelado na noite de sexta-feira (9/2), em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central de Minas Gerais, morreu na manhã deste domingo (18). A informação foi divulgada pela prefeitura do município nas redes sociais.

Em nota, a administração municipal lamentou a morte do homem. “Expressamos nossas sinceras condolências à família e amigos de Edmir Nunes Gomes, unindo-nos em solidariedade pela perda irreparável. Que possam encontrar conforto e força para superar este momento tão difícil.”

A Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo emitiu nota de pesar lamentando a morte do homem
Redes sociais/Reprodução

O homem estava internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, após o atropelamento. O motorista, de 43 anos, está preso.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), foram atingidas 35 pessoas, homens e mulheres com idades entre 12 e 59 anos, que estavam seguindo um bloco na parte de trás do cortejo.

“O condutor do veículo Fiat Palio, de 43 anos, foi ouvido pela autoridade policial, que ratificou a prisão em flagrante delito pelos crimes de tentativa de homicídio e conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência. Ele foi encaminhado ao sistema prisional e segue à disposição da Justiça”, informou a instituição.

FONTE ESTADO DE MINAS

ReciclaBelô: quase 30 toneladas de materiais recicláveis são coletados durante o Carnaval de BH

Cerca de 130 blocos de Carnaval foram atendidos por 240 catadores durante os quatro dias de folia na capital mineira. Ao todo, mais de R$ 110 mil foram repassados aos trabalhadores pelos serviços ambientais prestados

O Carnaval de Belo Horizonte ficou ainda mais sustentável e rentável em 2024 com a participação dos catadores do ReciclaBelô, programa de reciclagem popular do Carnaval de BH de iniciativa de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, lançado neste ano com o apoio do Governo de Minas e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Durante os quatro dias de folia, foram quase 30 toneladas de materiais recicláveis coletados pelos trabalhadores, que foram remunerados pelos serviços ambientais prestados.

Ao todo, 240 catadores foram atendidos nas três centrais de reciclagem disponíveis em diferentes regiões de Belo Horizonte, como Centro, Savassi e Santa Tereza. Foram apurados 29.726,2 kg de materiais coletados em cerca de 130 blocos espalhados pela capital mineira. Somente na triagem montada no Centro, foram entregues 11.151 kg, enquanto o ponto montado na Savassi recebeu 9.339 kg, número quase semelhante ao registrado no Bairro Santa Tereza, que apurou 9.236 kg de recicláveis.

Além de servirem como ponto de apoio logístico para a coleta, as centrais foram referência para distribuição de equipamentos de proteção individual (EPIs) aos trabalhadores e alimentação, além de acesso exclusivo a banheiros e energia elétrica. Os profissionais também receberam blusa, protetor solar com repelente, capa de chuva, tênis, chapéu e mochila-saco para armazenamento dos pertences.

“Essa parceria nos ajudou demais, dando condições dignas de trabalho e visibilidade. Tivemos uniforme, EPIs, alimentação e água para todos os catadores, fazendo com que o nosso trabalho fosse realizado com mais dignidade, além de gerar uma renda, que é fundamental para a nossa sobrevivência. Foi muito satisfatório e emocionante”, ressaltou Neli Medeiros, representante do Movimento Nacional dos Catadores.

O material recolhido pelos catadores foi encaminhado a galpões de triagem das cooperativas que são referência, onde serão prensados e armazenados para comercialização junto a indústrias de reciclagem.

“Como previsto, os catadores tiveram participação fundamental no processo de limpeza da cidade. Com o ReciclaBelô, foi garantida a destinação apropriada dos materiais recicláveis e foi gerada, também, uma atividade econômica e social”, enfatizou a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo.

Geração de renda

Os trabalhadores que participaram do ReciclaBelô receberam uma diária de R$ 150 pelos serviços ambientais prestados, além da quantia referente ao material recolhido. Ao todo, foram repassados mais de R$ 110 mil entre diárias de serviço e remuneração, o que equivale a uma média de cerca de R$ 466 pagos aos 240 participantes do projeto.

Somente aos catadores que deixaram o material reciclável na central de triagem do Centro, foi paga a quantia de R$ 36.750, seguido pela central da Savassi, que registrou a marca de R$ 29.700 em transferências. Já a central localizada em Santa Tereza repassou R$ 27.300 aos trabalhadores que atuaram no local, totalizando R$ 93.750.

A remuneração por serviços ambientais, que foi paga de forma proporcional à produção dos catadores durante os quatro dias de folia em BH, chegou a R$ 18.575,31.

“Tivemos momentos de catadores chorando quando recebiam o recurso da diária de trabalho e o complemento pela produção e prestação de serviço, porque eles nunca receberam pelo serviço que eles prestam à cidade”, relatou Neli Medeiros.

Reconhecimento e sustentabilidade

Os catadores de materiais recicláveis de Belo Horizonte já promoveram a reciclagem no Carnaval da cidade em outros anos, porém, de forma autônoma, sem apoio financeiro e institucional. O ReciclaBelô, portanto, é a representação do reconhecimento da importância dos profissionais ao meio ambiente.

Latinhas e plásticos, por exemplo, sem a atividade dos catadores, iriam para lixões e aterros sanitários. Dessa vez, com o importante trabalho dos profissionais, os materiais terão uma duração maior e se transformaram em renda.

“É importante salientar que foi uma iniciativa dos próprios catadores, trazendo essa percepção do que era necessário adequar para a realidade do trabalho deles no dia a dia. Sendo assim, o ReciclaBelô foi uma experiência bem positiva, no sentido que ele trouxe mais dignidade para o trabalho dos catadores, trazendo uma remuneração mais adequada em relação não só ao que eles comercializaram em termos de material recolhido, mas pelo serviço que eles prestam”, destacou a superintendente de Resíduos da Semad, Alice Libânia.

O ReciclaBelô

O ReciclaBelô foi idealizado por lideranças de catadores em BH e pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O programa recebeu financiamento de R$ 592 mil por meio da Plataforma Semente, do MPMG, que gerencia recursos de Medidas Compensatórias Ambientais. Essa plataforma recebe propostas socioambientais de instituições do terceiro setor, empresas privadas e do poder público. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) também investiu R$ 282 mil no ReciclaBelô, ampliando o alcance da iniciativa.

FONTE AGÊNCIA MINAS

Mais de 60 presos com tornozeleira burlam regras no carnaval em Minas

Segundo o MP, alguns ainda praticaram crimes; Detentos de Além Paraíba, Barbacena e Bicas estão entre os que terão benefício revogado

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vai pedir a revogação do uso de tornozeleira eletrônica de 64 pessoas que descumpriram as regras estabelecidas pelo Poder Judiciário durante o carnaval no estado. Além de burlarem as medidas, alguns detentos monitorados ainda praticaram crimes como tráfico e uso de drogas, furto de celulares, porte de arma branca, porte de arma de fogo e ameaça. Na região próxima a Juiz de Fora, há detentos de Além Paraíba, Barbacena e Bicas entre aqueles que perderão o benefício.

As regras impostas pela Justiça àqueles que utilizam o equipamento são recolhimento domiciliar, proibição de consumo de bebidas alcoólicas, não participar de eventos festivos públicos, além de não frequentar bares, boates e estabelecimentos similares, entre outras determinações. As irregularidades também ocorreram nas cidades de Barão de Cocais, Belo Horizonte, Betim, Brasópolis, Contagem, Extrema, Itajubá, Ouro Preto, Planura, Porteirinha, Prudente de Morais, Riacho dos Machados, Santa Luzia, Uberaba e Uberlândia.

“O Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais, de Execução Penal, do Tribunal do Júri e da Auditoria Militar (Caocrim) e o Núcleo de Execução Penal (Nepe) estão analisando as ocorrências policiais e farão o seu encaminhamento aos promotores de Justiça com atuação nos processos criminais ou de execução penal em que o benefício foi concedido para que analisem o cabimento da revogação do benefício concedido pela Justiça em razão do descumprimento constatado”, informou o MPMG.

Conforme o órgão, as ocorrências poderão levar à responsabilização dos infratores pela prática de “desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito”. O crime, previsto no artigo 359 do Código Penal, tem pena de detenção de três meses a dois anos ou multa.

501 usam tornozeleira em JF

Em toda Minas Gerais, 5.894 pessoas utilizam tornozeleira eletrônica, segundo dados anteriores ao carnaval. Dessas, 2.214 estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Outras 501 são monitoradas em Juiz de Fora, onde não foi detectado nenhum descumprimento de regra pela Polícia Militar.

“A fiscalização dos tornozelados durante o carnaval decorreu de estratégias definidas conjuntamente pelo MPMG, Poder Judiciário, Secretaria de Justiça e Segurança Pública, e Polícias Civil, Militar e Penal, com o objetivo de prevenir ações criminosas durante as festividades carnavalescas”, destacou o órgão.

Pessoas que descumpriram regras no carnaval vão perder o benefício da tornozeleira (Foto: Divulgação/Sejusp)

Além de monitorar tornozeleira, Estado suspendeu ‘saidinha’

Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) anunciou, no dia 8 de fevereiro, a suspensão das saídas temporárias de presos durante o período do carnaval em todo o estado de Minas Gerais. A decisão foi tomada em conjunto com as instituições de Justiça a fim de garantir a segurança dos foliões. A medida foi válida apenas para casos em que a marcação é realizada pela unidade prisional. Já a Justiça teve autonomia para deliberar sobre o tema em cada situação.

A “saidinha” é um benefício concedido por lei, aplicado pela Justiça a determinado perfil de preso. São 35 dias divididos em cinco saídas de sete dias ao longo do ano, em datas consideradas favoráveis à ressocialização. “O cancelamento das saídas temporárias durante o carnaval adia as saídas solicitadas ou previstas para outra época do ano, a ser definida pela administração do sistema prisional”, esclareceu a pasta.

FONTE TRIBUNA DE MINAS

Mortes nas rodovias federais de Minas Gerais sobem quase 130% no Carnaval

Radares da PRF flagraram 14.802 veículos trafegando com excesso de velocidade

Dezesseis pessoas morreram nas rodovias federais de Minas Gerais durante o Carnaval 2024. É o que indica o balanço da Operação Rodovida da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado nesta quinta-feira (15 de fevereiro). O dado é 128% a mais do que o registrado em 2023 — sete óbitos. 

No Carnaval deste ano foram registrados 158 sinistros, que ocasionaram 204 vítimas com ferimentos. Os radares da PRF flagraram 14.802 veículos trafegando com excesso de velocidade, aumento de 176% quando comparado com a folia do ano passado. 

As ultrapassagens proibidas fizeram com que 960 motoristas fossem flagrados e autuados pelo cometimento de infração de trânsito. 

A embriaguez ao volante fez com que 102 motoristas fossem autuados e um preso. No total, a PRF realizou 4.056 testes de alcoolemia. No decorrer do feriado mais de 14 mil veículos foram fiscalizados e cerca de 15 mil pessoas participaram de algum procedimento de fiscalização em ações da PRF no Estado.

Durante as fiscalizações, 458 motoristas foram flagrados sem utilizar o cinto de segurança. Os policiais também lavraram 329 autuações por passageiros sem utilizar o acessório. Mais de 60 crianças foram flagradas sendo transportadas de forma inadequada e irregular, dentro de veículos.

Com PRF

FONTE O TEMPO

Impulsionado pela economia da criatividade, Carnaval em Minas Gerais movimenta mais de R$ 4,7 bilhões no estado

Com crescimento no fluxo de pessoas e iniciativas como sonorização de blocos e Palácio do Samba, estado se firma como um dos principais destinos do país para a folia

Minas Gerais sediou um Carnaval histórico, registrando número recorde de turistas e de impacto da festa na economia.

Conforme levantamento realizado pelo Observatório do Turismo de Minas Gerais, foram mais de 557 mil visitantes de outros estados, com destaque para São Paulo, Distrito Federal e Bahia. A festa, impulsionada pela economia da criatividade, gerou R$ 4,7 bilhões.

Os resultados da folia no estado foram divulgados pelo Governo de Minas, nesta quinta-feira (15/2), no Palácio da Liberdade, durante coletiva de imprensa, que contou com a presença do governador Romeu Zema, secretários de estado e chefes das forças de segurança. A entrevista apresentou o balanço dos principais dados do Carnaval em Minas Gerais.

Em todo o estado, foram mais de 12 milhões de foliões, sendo 6,5 milhões no interior e 5,5 milhões em Belo Horizonte. Os números mostram o crescimento descentralizado da folia, além do registro de alta de 9% em relação ao ano passado. Durante o período, também foram criadas 100 mil novas vagas temporárias de trabalho no estado.

Cristiano Machado / Imprensa MG

O resultado demonstra os efeitos das ações do Governo de Minas, que tem reconhecido o Carnaval como uma importante política pública, com grande potencial de gerar emprego e renda, ao fortalecer o trabalho dos artistas, estruturar a festa, valorizando a experiência do público e dos turistas.

“As mudanças que nós tivemos aqui em BH se mostraram acertadas (…)  As pesquisas mostraram que estas ações foram importantes para que os turistas desejem voltar outras vezes”

Romeu Zema

Governador de Minas Gerais


Ao analisar os números do Carnaval no estado, o governador Romeu Zema enalteceu o trabalho realizado pelo Governo de Minas que fez do Carnaval de 2024 o maior da história de Minas.

“Tivemos um Carnaval da Liberdade e da Tranquilidade que fluiu muito bem. Podemos, sem querer exagerar, dizer que foi o maior e melhor Carnaval da história de Minas, com número recorde de foliões e a diminuição no número de criminalidade, mostrando que gestão dá resultado”, comemorou.

Números de Belo Horizonte

Entre os 5,5 milhões de foliões de Belo Horizonte, 312 mil foram turistas. O ticket médio de gasto do visitante foi de cerca de R$ 650, e do folião de aproximadamente R$ 250. Neste período, foram gerados 50 mil novos empregos.

Na capital, também houve aumento na ocupação hoteleira. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-MG), os hotéis da região Centro-Sul tiveram média de 82% de ocupação, de sábado (10/2) a terça-feira (13/2). Em todas as regionais da cidade, a diária-média cresceu 17% na comparação com 2023.

Cristiano Machado / Imprensa MG

Os dados mostram o bom desempenho e potencial de expansão durante o festejo. Segundo pesquisa realizada pelo Observatório do Turismo de Minas Gerais, 19% dos turistas que vieram para Belo Horizonte no Carnaval se hospedaram em hotéis. A grande maioria (67%) ficou na casa de parentes ou amigos, enquanto 14% optaram por aluguéis de temporada.

O levantamento apontou, ainda, a oportunidade do feriado para o turismo nas cidades vizinhas, interesse revelado por 30% dos entrevistados. O fluxo de pessoas também foi intenso, tendo em vista que 76% dos turistas vieram para Belo Horizonte em grupo, sendo 32% em companhia de quatro pessoas ou mais. Segundo a pesquisa, 30% dos entrevistados se identificaram como LGBTQIAPN+.

“Quando 90% das pessoas  que vêm ao Carnaval de Minas Gerais querem voltar, significa muito (…) As pessoas que agora têm a oportunidade de conhecer o estado pelo festa do Carnaval querem voltar”

Leônidas de Oliveira

Secretário de Estado de Cultura e Turismo

O Carnaval da cidade foi muito bem avaliado. De acordo com o estudo, 88% dos foliões consideraram o festejo “ótimo”, atribuindo nota entre oito e dez (em uma escala de zero a dez), sendo que mais da metade (52,4%) deu nota dez. A maioria absoluta (90%) pretende passar novamente o Carnaval em Belo Horizonte em 2025.

Para o governador Romeu Zema os altos índices de aprovação no Carnaval da capital mineira se dá as ações implementadas pelo Estado, que garantiu mais conforto e segurança para o folião.

“As mudanças que nós tivemos aqui em BH se mostraram acertadas. A sonorização nas Avenidas Amazonas e dos Andradas a cada 30 metros mostrou que o Carnaval fica mais organizado, mais seguro e que não há tanta concentração de pessoas por metro quadrado. As pesquisas mostraram que estas ações foram importantes para que os turistas desejem voltar outras vezes”, avaliou.

Cristiano Machado / Imprensa MG

Interior de Minas

O interior recebeu 245 mil turistas, e, no total, 6,5 milhões de foliões brincaram nos quatro dias de festa. O número representa um aumento de 8% no fluxo em relação a 2023, que registrou 6 milhões de turistas. Isso contribuiu para gerar 50 mil empregos no período.

Dados do Observatório do Turismo de Minas Gerais mostram que 97% dos municípios identificaram aumento no fluxo de pessoas, na comparação com o último ano. Para 72% destes, o crescimento foi superior a 25%. A ocupação hoteleira ficou acima de 80% para metade das cidades, sendo que 60% destas chegaram a ter 100% de ocupação dos quartos.

O secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas de Oliveira, comemorou o resultado obtido neste Carnaval para o turismo mineiro. Para ele, o sucesso se deu pela soma da organização da festa com os atrativos que turísticos e culturais que se encontram em Minas.

“Quando 90% das pessoas  que vêm ao Carnaval de Minas Gerais querem voltar, significa muito. Isso corrobora com pesquisas recentes que mostram que nós somos os melhores anfitriões, que algumas das nossas cidades estão entre as mais acolhedoras do planeta e que a gastronomia mineira é um forte fator. As pessoas que agora têm a oportunidade de conhecer o estado pelo festa do Carnaval querem voltar”, ressaltou.

Estradas, aeroportos e rodoviária

A pesquisa apontou que o carro foi o meio de transporte favorito dos foliões que se deslocaram para Belo Horizonte. Aproximadamente 45% utilizaram automóvel próprio ou carona, 35% utilizaram ônibus e 20% escolheram o avião.

Na Rodoviária de Belo Horizonte, a estimativa é a de que cerca de 260 mil pessoas terão transitado entre a quinta-feira (8/2) e a próxima segunda-feira (19/2). Para o período, estão previstas 5.961 chegadas de ônibus, um aumento de 5% em relação a 2023, com aproximadamente 128.750 pessoas desembarcando no terminal.

Nos ônibus metropolitanos, 678.625 passageiros embarcaram e desembarcaram nos quatro dias de Carnaval. Foram 34% no sábado (10/2), 18% no domingo (11/2), 27% na segunda-feira (12/2) e 21% na terça-feira (13/2). O tráfego aéreo também aumentou: o Aeroporto da Pampulha teve 420 movimentações de aeronaves, sendo 209 pousos e 211 decolagens.


Avenidas com sonorização

Uma das grandes novidades do Carnaval da Liberdade 2024 foi o sistema de sonorização implementado nas Avenidas dos Andradas e Amazonas.

As caixas de som distribuídas ao longo dos trajetos amplificaram a música dos artistas, garantindo uma melhor experiência para os 1,5 milhão de foliões que foram conferir os desfiles de 14 blocos entre os dias 10 e 13/2.

A iniciativa foi elogiada por músicos e pelo público. O fundador do bloco Baianas Ozadas, Geo Cardoso enalteceu a iniciativa da sonorização e destacou a participação do Estado na estruturação do Carnaval de Belo Horizonte.

“A experiência das avenidas sonorizadas no Carnaval funcionou bem demais e é um avanço para a festa da capital mineira que vive, há uma década, o ressurgimento do seu Carnaval através dos blocos de rua. Esta iniciativa que aconteceu este ano é fruto do diálogo entre o poder público e os organizadores dos blocos e gostaria de agradecer ao Governo do Estado por oferecer esta estrutura para que pudéssemos ter o nosso som chegando ao público com mais qualidade”, disse.

Cristiano Machado / Imprensa MG

Atrium da Liberdade ampliado

O Carnaval de Belo Horizonte, pela primeira vez, contou com o Atrium da Liberdade em dois espaços: na Praça da Liberdade, como na primeira edição, e na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza. De sábado a terça-feira (10 a 13/2), cerca de 600 mil pessoas passaram pelos dois ambientes abertos e gratuitos, concebidos para proporcionar um momento de descanso para os foliões entre um bloco e outro.

Com decoração especial, as praças ganharam diversas atrações, incluindo shows, aulas de dança, elaboração de penteados, maquiagem, além de apresentações musicais de artistas, grupos e DJs, totalizando 267 artistas contratados, com geração de mil empregos diretos e indiretos. O posto de informações registrou cerca de 6 mil atendimentos.

O Atrium da Liberdade é uma ação do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e Fundação Clóvis Salgado. Foi realizado com patrocínio da Gasmig, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e apoio da CemigCodemge e Copasa, que distribuiu água para 280 mil foliões na Praça da Liberdade. A produção é da Nossa Senhora Produções.

Estreia do Palácio do Samba

Outra ação inédita do Carnaval da Liberdade foi o Palácio do Samba. Pela primeira vez na história, o Palácio da Liberdade foi aberto durante o Carnaval, servindo como lugar de preservação e valorização do samba.

Cerca de 15 mil pessoas acompanharam as oito apresentações no local. Diariamente, a programação contou com dois momentos: às 16h, uma roda de samba na entrada principal e, na sequência, um show de membros de velhas guardas do samba. Mestres-sala, porta-bandeiras, baianas e passistas também participaram dos espetáculos, que envolveram mais de 120 artistas no total.

Os portões do Palácio abriram às 12h para receber o público para o Circuito Gastronômico de Favelas. Chefs de diversas periferias prepararam pratos especiais. O resultado foi uma movimentação de R$ 85 mil pessoas nos quatro dias do Palácio do Samba. A iniciativa foi realizada com patrocínio da Gasmig, em parceria com a Casulo Cultura.

Cristiano Machado / Imprensa MG

FONTE AGÊNCIA MINAS

Alta de dengue e Covid deve sobrecarregar serviço de saúde após Carnaval

Gestores estaduais e municipais de saúde preveem uma maior sobrecarga dos serviços nas próximas semanas e já planejam aumentar equipes

Com o aumento de casos de dengue e o avanço da Covid, gestores estaduais e municipais de saúde preveem uma maior sobrecarga dos serviços nas próximas semanas e já planejam mudanças de horário de funcionamento das unidades e aumento e capacitação de equipes. Nas seis primeiras semanas do ano, os casos de dengue quadruplicaram, segundo o Ministério da Saúde. São 512.353 casos suspeitos, contra 128.842 registrados no mesmo período de 2023 (128.842). O país soma 75 mortes.

Ao mesmo tempo, o número de novos casos semanais de Covid está acima de 36 mil, com aumento consistente nas últimas cinco semanas. Até o dia 8 de fevereiro, havia um total de 194 óbitos. Esse cenário não era observado desde abril de 2023, de acordo com o painel de monitoramento do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde).

Em duas semanas, a média móvel de casos de Covid na capital paulista subiu de 168 para 404 casos, um aumento de 140%. Segundo Jurandi Frutuoso, secretário-executivo do Conass, a pressão causada pela alta da dengue e da Covid representa um desafio adicional aos serviços de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) situação que deve piorar nas próximas semanas.

“Aglomerações de pessoas, como ocorre no Carnaval e o retorno as aulas, são fatores diretos para intensificar a transmissão da Covid-19. Ao mesmo tempo, é esperada uma alta de casos de dengue uma vez que a doença ainda não atingiu o pico”, explica.

Ele diz que as duas doenças apresentam sintomas que podem ser confundidos, dificultando o diagnóstico diferencial. “Casos de dengue podem ser manejados em leitos de observação e, se isso é feito adequadamente, poucos serão os casos que necessitarão de leitos de internação ou UTI [Unidade de Terapia Intensiva].”

De acordo com ele, os gestores das três esferas do SUS estão empenhados no enfrentamento do aumento de casos de dengue, com esforços voltados para a ampliação das equipes, do horário de funcionamento das unidades de saúde e para a capacitação dos profissionais.

Segundo o médico Geraldo Reple Sobrinho, presidente do Cosems-SP (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de São Paulo), a maioria dos municípios já criou comitês de crise e está alinhado com as ações do governo paulista. Porém, ele relata que cidades menores enfrentam falta de recursos materiais e de pessoal.

“Ainda não tivemos aumento importante de internações por dengue, mas já temos casos graves e óbitos. A impressão é que logo teremos uma epidemia generalizada. A quantidade de vacina é irrisória para este ano.” Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que a primeira medida do COE (Centro de Operações de Emergências), criado na semana passada, foi destinar R$ 200 milhões do IGM (Incentivo à Gestão Municipal, do SUS paulista) aos 645 municípios do estado para o enfrentamento ao mosquito da dengue.

Disse também que 600 equipamentos portáteis e pesados para ações de campo como a nebulização, o chamado fumacê, estão disponíveis para a utilização das cidades. O trabalho será coordenado pela Defesa Civil do Estado. Para Wallace Casaca, coordenador da Infotracker, plataforma criada por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unifesp Universidade Federal de São Paulo) que monitora a Covid no estado de São Paulo, os esforços dos gestores estão mobilizados para atender os casos de dengue, mas falta uma maior atenção à Covid.

“Os casos têm aumentado consideravelmente e possivelmente serão necessárias mais estruturas nos serviços de saúde para suprir essas duas demandas”, afirma. A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emilio Ribas, diz que o cenário de se ter duas viroses co-circulando ao mesmo tempo deve piorar no pós-Carnaval.

“Não será nenhuma novidade para nós começar observar aumento do número de casos de dengue em locais onde não haviam tantos registros.”
Embora não exista transmissão da dengue de pessoa para pessoa, alguém infectado em um local epidêmico pode retornar ao seu lugar de origem, ser picado pelo mosquito Aedes aegypti, que vai, então, picar outras pessoas e dar início a novos ciclos de transmissão.

Com relação à Covid, a situação é pior porque a cepa que está em circulação no país tem uma taxa de transmissão muito elevada.
“Minha preocupação não é quem foi para o Carnaval, porque são pessoas mais hígidas [saudáveis]. O problema é que, na volta para casa, elas vão encontrar suas avós, seus parentes. Aí podemos ter não só um aumento de casos, mas uma demanda importante em termos de saúde pública.”

Ritchmann lembra que essa população mais idosa está vulnerável porque recebeu a dose da vacina bivalente já há algum tempo, e o imunizante não é específico para a cepa que está circulando. “Estamos com uma junção de problemas. Falta de vacinas melhores [versões atualizadas para as novas cepas] e a co-circulação de duas doenças importantes em termos de demanda.”

Para a infectologista, é fundamental que a rede de saúde esteja bem preparada para o diagnóstico e conduta correta. “Ninguém deve morrer de dengue. São mortes evitáveis desde que se tenha uma estrutura adequada para reconhecer e classificar os pacientes o mais rápido possível e adotar as medidas adequadas.”

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo informou que todas as unidades de saúde, como as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e PSs (Prontos-socorros) estão devidamente preparadas para prestar atendimento a casos de ambas as doenças.

“Caso necessário, leitos específicos podem ser ativados. Os fluxos de atendimento para pacientes com Covid-19 e outras doenças respiratórias ocorrem separadamente.” Segundo a secretaria, os pacientes passam por um processo de acolhimento nas UBSs, ou triagem na rede de urgência e emergência, e são encaminhados conforme suas necessidades. Reforça também que as unidades de saúde possuem testes disponíveis para as duas doenças.

No último dia 6, foi aberta uma tenda dedicada ao atendimento de pacientes com sintomas de dengue que funciona 24h em Itaquera, na zona leste da capital. Outras tendas poderão ser instaladas dependendo da demanda, segundo a pasta.

A Secretaria de Estado da Saúde informou ainda que mantém o monitoramento constante do cenário epidemiológico das duas doenças em todo o território estadual e reforça a importância da vacinação contra a Covid, em especial as doses de reforço.

Desde o fim do ano passado, o Ministério da Saúde estabeleceu um reforço da vacina bivalente para pessoas com mais de 60 anos e para imunocomprometidos com mais de 12 anos que tenham recebido a última dose há mais de seis meses.

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