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Atingidos pela tragédia em Mariana criticam ações da Samarco

Moradores relatam dificuldades e criticam controle da empresa para definir ações reparatórias.

“No dia dos fatos, foi como se a vida dos moradores de Paracatu de Baixo parasse e ela continua parada até agora”, disse Rosária Ferreira Duarte, moradora do distrito que pertence a Mariana (Região Central do Estado). Rosária é uma das pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, em novembro de 2015, e que esteve presente nesta segunda-feira (25/1/15) em audiência promovida pela Comissão Extraordinária das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O controle exercido pela empresa na condução dos procedimentos subsequentes ao desastre, incluindo a definição de quem seria ou não considerado atingido pela tragédia e, portanto, detentor de direitos reparatórios por parte da empresa, estão entre as principais críticas apresentadas por moradores das regiões afetadas.

Na avaliação de Rosária, as famílias, acostumadas a viver na roça, da lavoura, encontram-se agora em casas alugadas, perdendo a sua própria identidade. “Queremos que sejam resgatadas primeiro as comunidades perdidas no acidente, para que as pessoas não percam suas histórias no meio do caminho”, considerou.

Ela também destacou que, embora existam negociações com a Samarco, elas não estão ocorrendo de forma satisfatória. Segundo ela, a empresa entende que o processo social deveria ser tratado em esfera federal e, em virtude disso, não estaria facilitando as negociações. Entretanto, de acordo com Rosária, as comunidades atingidas desejam que as negociações continuem na comarca de Mariana, para que possam participar. “Paracatu de Baixo foi riscada do mapa e queremos que ela seja colocada no mapa de novo”, disse.

Representante de comunidades menores pertencentes a Mariana e que foram atingidas pelo rompimento da barragem, Mauro Lúcio Santos Paes Pinto, defendeu que o processo social da tragédia seja mantido em Mariana. Ele pediu o apoio da comissão para isso, questionando como seria possível que as comunidades acompanhassem o processo, caso ele fosse transferido para o âmbito federal.

 

Foto: Pollyanna Maliniak

 

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