Grande volume de material deslocado levou mineradora Samarco a emitir um alerta na última quarta (27).
Os efeitos do novo vazamento de rejeitos da Barragem do Fundão, da mineradora Samarco, ocorrido na última quarta-feira (27), serão averiguados pelos deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em visita à Mina Germano, no município de Mariana (Região Central), nesta sexta-feira (29/1/16), a partir das 9h30. Requerimento nesse sentido foi aprovado nesta quinta (28/1/16) pela Comissão Extraordinária das Barragens. O relator da comissão, deputado Rogério Correia (PT), foi quem propôs a visita.
Durante audiência pública realizada nesta quinta, a comissão já ouviu representantes da Samarco Mineração sobre o novo vazamento. O responsável pela área de licenciamento da empresa, Márcio Perdigão, afirmou que o que ocorreu no dia 27 foi uma movimentação de massa residual presente na barragem, principalmente em virtude das chuvas. Segundo ele, o material residual permaneceu na área de propriedade da Samarco, sem prejudicar a estrutura das barragens de Germano e Santarém, que ficam abaixo da barragem de Fundão. O grande volume de material deslocado, no entanto, preocupou representante do Ministério Público que participou da audiência pública.
Após movimentação de rejeitos ontem em Fundão, autoridades acreditam que empresa não tem condições de retomar atividade.
A mineradora Samarco não tem possibilidade de garantir a segurança das populações às margens do Rio Doce, incapacidade esta que foi demonstrada após o novo acidente ocorrido na tarde dessa quarta-feira (27/1/16), em Mariana (Região Central do Estado), com mais um deslocamento de rejeitos na barragem de Fundão. A afirmação foi feita pelo procurador regional dos direitos do cidadão da Procuradoria da República em Minas Gerais, Edmundo Antônio Dias Netto Júnior, que participou da audiência promovida pale Comissão Extraordinária das Barragens, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quinta-feira (28/1/16).
O procurador apresentou um vídeo feito por uma colega que inspecionava as instalações do complexo da barragem de Germano no momento da movimentação da massa de rejeitos, na tarde de quarta-feira (27), e disse que pelo volume de material deslocado, segundo ele, oriundo de um processo de erosão, é possível ver que não se trata de um incidente de pequenas proporções. “Todo plano emergencial da empresa precisa ser reavaliado diante do acidente ocorrido ontem, para garantir a segurança da população”, considerou.
O responsável pela área de licenciamento da Samarco, Márcio Perdigão, afirmou que o que ocorreu foi uma movimentação de massa residual presente na barragem, principalmente em virtude das chuvas dos últimos dias, e não o rompimento do dique de Sela, que sustenta a barragem de Germano. Ele considerou que o sisitema de emergência funcionou, na medida em que os operadores do sistema de monitoramento orientaram as pessoas que estavam trabalhando no local a saírem da região. “O material residual ficou paralisado entre Fundão e Santarém, ou seja, dentro da área da Samarco”, disse. Ainda segundo Perdigão, o deslocamento não provocou danos nas estruturas de Germano e Santarém, com os níveis de segurança monitorados.
Fonte: ALMG
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