A deflagração da greve no transporte público, hoje pela manhã, dia 2, é ponta de um problema que se vem se arrastando a anos: a crescente queda na qualidade do serviço prestação pela Viação Presidente.Há quase 20 anos atuando como concessionária do serviço de transporte público coletivo em Lafaiete a Viação Presidente, extinta São Miguel, passa por um momento delicado e turbulento. Em todos os setores lafaietenses a empresa é atacada pela má qualidade dos serviços prestados e vive sob o fogo cruzado.
Câmara
Ao contrário de legislaturas anteriores, a empresa mantinha uma parceria de troca de favores com vereadores para votar projetos de interesses da Presidente. Em contrapartida os edis recebiam serviços como ônibus para transportar eleitores em festas, funerais, etc. Quando não recebia bilhetes para ofertar aos cidadãos. Neste período a empresa sofria pouca pressão na Casa Legislativa com poucas vozes descontentes.Hoje, com o cenário de crescente descontentamento popular as críticas a empresa ecoam na Câmara. Em discursos, alguns já até pediram que Presidente deixe o serviço caso não preste um serviço de qualidade.Na Casa também foram criadas comissões especiais para investigar as constantes denúncias de não cumprimento de itinerários e horários. Os vereadores aumentaram a pressão sobre a empresa cobrando resultados a população.
Barrar aumento
Em mais uma ofensiva na Câmara o vereador João Paulo Pé Quente acionou a justiça contra o aumento da passagem (de R$2,60 para 2,90) que começou a vigorar em abril. Ele alega que houve irregularidades no aumento.
Abaixo assinado
Em outra frente de descontentamento, nesta segunda feira, dia 30, um abaixo assinado contendo mais de 1 mil assinaturas foi entregue na promotoria pedindo mais rigor na qualidade do serviço da Presidente.
Ministério Público
E o Ministério Público (MP) ao longo dos anos vem pressionado a empresa inclusive com a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que tornou mais rígido e transparente os critérios para aumento de passagem.
Prefeitura
Pressionada pela população e MP, a prefeitura começou a exercer seu papel de fiscalizadora do contratado tanto que criou uma comissão para investigar as denúncias de má qualidade do serviço prestado.
Funcionários
O que ainda era incomum, pelo menos sem conhecimento público, era o descontentamento dos trocadores e motoristas. Depois de esbarrem na negociação, a categoria entrou em greve aumentando ainda mais a pressão sobre a empresa.
De todos os lados, a Viação Presidente vive sob fogo cruzado e precisa dar uma resposta aos usuários e a sociedade.