Congonhas já é referência para entusiastas e colecionadores de carros antigos. Em janeiro deste ano, a cidade foi sede do lançamento da Associação Mineira de Antigomobilismo e vem preservando essa cultura. Nesses sábado e domingo (4 e 5), a Romaria foi palco do 7° Encontro de Autos Antigos, que contou com cerca de 500 veículos em exposição, vendas de artefatos e atrações musicais. O evento é promovido pelo Clube de Autos Antigos de Congonhas (CAAC), com apoio da Prefeitura e parceria dos clubes congonhenses Opaleiros da Real e Clube do Quadrado, além da Associação Mineira de Antigomobilismo (AMA).
Proprietários dos veículos que ficaram em exposição doaram 5 kg de alimento não perecíveis ou R$ 20, que serão repassados à APAE de Congonhas. A presidente da entidade, Sônia Maria dos Santos, agradeceu: “Sozinhos não podemos oferecer educação e outros benefícios a nossos alunos, mas unidos com movimentos como este, sempre avançamos. Obrigado pelo apoio de todos os anos”. Além dos clubes congonhenses Opaleiros da Real, Clube do Quadrado, Escorteiros de Congonhas e Uno Clube de Congonhas, marcaram presença clubes diversas partes de Minas Gerais e também do Rio de Janeiro.
O presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), Roberto Suga, acompanhado pelo presidente da Associação Mineira de Antigomobilismo, Antônio do Monte Furtado Filho, e do anfitrião, Robson dos Santos Elias, presidente do Clube de Autos Antigos de Congonhas, lembrou que a Federação Internacional de Veículos Antigos (FIVA) recebeu o patrocínio oficial da UNESCO ao Ano Mundial do Antigomobilismo (Ano Mundial da Herança Automotiva) 2016, promovendo, assim, endosso moral e suporte ao excepcional programa da FIVA e reconhecendo no Antigomobilismo um Patrimônio Cultural Mundial. Aproveitando a presença do deputado federal Marcus Pestana, autor da lei que instituiu o Dia Estadual do Antigomobilismo (28 de outubro), pediu apoio para que haja o mesmo reconhecimento por parte do Governo Federal.
O deputado foi um dos condecorados pelo Clube de Autos Antigos de Congonhas e da Associação Mineira de Antigomobilismo. “Agradeço essa deferência. Tenho muitos amigos colecionadores de autos antigos. Mas precisamos propagar ainda mais esta ideia. Quando propusemos a aprovação desta lei, muitos deputados não conheciam o movimento e me questionaram sobre ‘o que era isso’. Assim como todos os esforços de Congonhas para preservar as belas obras dos mestres Aleijadinho e Ataíde, este trabalho preserva a memória do Antigomobilismo. Estes carros trazem consigo a história do século XX”, disse. Diante dos componentes do movimento, afirmou: “Contem com meu apoio para proliferar a cultura dos carros antigos”.
“Ficamos muito felizes em estar em uma cidade que tem o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Esse é um dos raros momentos do antigomobilismo brasileiro. O evento de automóvel antigo consegue impactar o fluxo turístico das cidades que sediam estes encontros. Temos visto isso em cerca de 800 eventos que acontecem em todo o Brasil, movimentando um milhão e meio de entusiastas”, completou Roberto Suga.
De acordo Antônio do Monte Furtado Filho, Congonhas foi escolhida para sediar a Associação Mineira de Antigomobilismo por ser Patrimônio Cultural da Humanidade. “É muito bom estar aqui pela sétima vez, prestigiando esse evento tradicional. Se trata de um dos melhores eventos do gênero do estado”, destaca.
Também homenageado por apoiar o evento e ceder espaço para os bate-papos mensais na Estação Ferroviária de Congonhas, o prefeito de Congonhas destacou a tradição do evento, dizendo que pessoas de várias cidades expõem belíssimos e raros veículos. O Governo Municipal está sempre disposto a apoiar o movimento.
Para o presidente do Clube de Autos Antigos de Congonhas, Robson dos Santos Elias, Congonhas é referência no turismo e na cultura. “É muito importante esse evento. O encontro de Autos Antigos já faz parte do calendário cultural do Município”, completa.
Membro do Opaleiros da Real, Rômulo Moreira Abreu, levou uma Chevrolet C10 de 1973 e um Opala de 1976 para visitação. Para ele, o evento é bom para toda a família e para os amantes de carros antigos. “Além de arrecadar alimentos para doação à APAE de Congonhas, atrai turistas para visitar nosso centro histórico”, completa.
Marília Aparecida Elias, proprietária de um Opala Comodoro e um Corcel GT 1971, é membro do movimento e participou de todas as edições do Encontro de Autos Antigos de Congonhas. “Esta confraternização representa o sonho dos antigomobilistas. Os automóveis remetem a história, reúne pessoas e, assim fazemos novas amizades. A Romaria se torna um Museu do Antigomobilismo uma vez por ano”, comenta.
As atrações musicais ficaram por conta da fanfarra da Escola Estadual Lamartine de Freitas, banda Estado Crítico, Corporação Musical Bom Jesus e Samba de Casa. O presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos, Roberto Suga, também ministrou uma palestra.
Fotos:Divulgação/SECOM