A tendência é que Júlio Barros e Vicente Faria venham para a disputa em campos opostos; decisão favorece reeleição de Ivar
O acordo inédito entre o “grupão” e a “frente de esquerda” ganhou esta semana mais um capítulo. Ontem, dia 30, prazo final determinado pelo PT para definir a composição da chapa, aconteceu mais uma rodada de negociações, onde estiveram presentes em uma reunião, em Belo Horizonte, o deputado Glaycon Franco (PV), o pré candidato Júlio Barros (PT) e a executiva estadual e membros do PT de Lafaiete.
Glaycon apresentou o resultado da pesquisa eleitoral realizada pelo “Instituto Multidados” na semana passada. Porém a decisão ganhou mais uma semana para acertar mais detalhes entre os grupos e pacificar algumas lideranças ainda resistentes à aliança.
O impasse gira em torno da composição da chapa. Por ser prefeito por 3 mandatos, Vicente Faria se julga no direito e não abre mão de ser o cabeça de chapa. Júlio Barros até aceitaria ser vice, mas esbarra na ampla resistência interna do PT. Por outro lado, Faria não aceita ser vice em uma eventual chapa encabeçada por Júlio.O acordo preliminar é que a pesquisa balizaria a escolha. O candidato melhor avaliado, seja ele do grupão ou da frente de esquerda, seria o cabeça. O vice viria também do melhor colocado do outro grupo. Há informações de que este critério estaria ruindo e o impasse poderia colocar os dois grupos em rotas opostas.
Entra aí o protagonismo do deputado Glaycon Franco que em hipótese nenhuma deseja a divisão, já que estaria em uma posição desconfortável. Primeiro que faz parte da base de Pimentel e o governador deseja participar do processo eleitoral nas cidades acima de 100 mil habitantes. Neste caso, Lafaiete seria estratégica e o Glaycon Franco seria o articulador para que o governador tivesse uma palanque competitivo, incluindo os dois grupos, como é seu sonho.
Por outro lado, a possibilidade de divisão forçaria o deputado manter-se neutro na disputa já que estaria com dois candidatos. Para manter a fidelidade e aproximação com o governador e ao mesmo tempo não perder o apoio do grupo local que historicamente com qual tem ligação e o apoiou, o deputado afastaria da disputa.
O esforço de Glaycon procede quando ele fala que somente uma grande aliança governaria Lafaiete, caso contrário a próxima gestão estaria fadada ao fracasso, frente à precariedade financeira do município. As articulações avançaram, mas a hipótese de duas candidaturas não está descartada.
Neste pacote da aliança ainda está indefinida a participação do pré candidato, o vereador Benito Laporte (PROS) que adiantou que não arreda é de sua intenção.
Com o impasse, a divisão favorece a reeleição da dobradinha Ivar Cerqueira e Darci Tavares. “Água e óleo não se misturam”, ironizou Ivar, em entrevista ao CORREIO DE MINAS, no passado, quando já ventilam os rumores de uma possível aliança entre Barros e Faria Paiva.