A Câmara de Lafaiete entrou de vez na briga pela retomada da obra do hospital regional. Os vereadores apontam que o Governo do Estado de Minas Gerais, de forma intencional, esteja atrasando a efetivação da doação do terreno para a retomada das obras, supostamente em virtude de crise financeira que afeta a arrecadação.
Esta foi a conclusão do relatório final da Comissão Especial de Investigação (CEI), instalada na Casa, após denúncias de abandono da obra e desperdício de dinheiro público. A CEI durou quase 10 meses de trabalhos. O relator foi o vereador Fernando Bandeira (PTB).
Segundo as conclusões o município prestou todas as informações e enviou todos de documentos necessários ao Governo do Estado para a regularização e efetivação da doação da área. No final do ano passado a Câmara autorizou a doação da área, condicionante imposta pelo Estado para agilizar a conclusão do hospital regional, obra iniciada mais de 6 anos.
Depois de ouvir todos os lados envolvidos na querela, o relatório demonstrou que todas as prestações de contas do convênio foram enviadas ao Governo de Minas. Pelas conclusões, o Estado ainda insiste na falta de documentos, porém o município providenciou todos os dados e diligências necessários.
Diante da má vontade do Governo do Estado, a Comissão determinou a remessa de cópia integral do relatório, bem como dos documentos e das fotografias levantados durante os trabalhos, ao Ministério Público Estadual para apuração de possível crime de improbidade administrativa por parte do Governo do Estado de Minas Gerais.
As obras
O relatório expõe que os serviços preliminares, os de infraestrutura e os de estrutura (alvenarias, coberturas, instalações, esquadrias, revestimento de paredes e tetos, execução de revestimento de piso, rodapés, soleiras, peitoris e tabeiras, vidros, pinturas, divisórias, bancadas, elevadores), área externa, limpeza da obra, não foram concluídos. Inclusive, há materiais em estoque no canteiro de obras.
Em diligência de fiscalização, a vistoria constatou inúmeros produtos estocados, em diversos andares do referido hospital, alguns deles, inclusive, com prazos de validade expirados.