Os 4 candidatos a prefeito em Lafaiete mantêm uma característica comum que os une pelos laços políticos e ideológicos. Todos fizeram ou fazem parte de um mesmo grupo formando um grande caldeirão político.
Apesar de pregarem a mudança e a renovação, como motes de campanha, os prefeitáveis mantiveram ao longo de suas carreiras políticas um ninho político comum ou integraram o mesmo bloco partidário.
Nos últimos 20 anos o quadro político alterou em Lafaiete com mudanças e movimentações de grupos tanto ao sabor dos mais variados interesses como na acomodação das forças. Senão vejamos a análise conjuntural.
Comecemos pelo atual prefeito. Durante os dois mandatos como vereador, entre 2005 e 2012, Ivar Cerqueira esteve ao lado de José Milton. Tanto um como o outro estiveram juntos Glaycon Franco.
Em 2012, Ivar rompeu com seu colega tucano e mudou de sigla indo para o PSB. A troca lhe rendeu a perda do mandato porém foi alçado ao cargo de prefeito no mesmo ano.
Desafetos políticos desde as eleições municipais de 2012, o deputado Glaycon Franco e o atual mandatário estiveram juntos em parte de suas carreiras. Apesar de campos políticos opostos hoje, eles comungaram o mesmo grupo político do qual fez parte o ex prefeito Vicente Faria (DEM). O candidato Mário Marcus (DEM) vem de parte desta estirpe política também participando do Governo Vicente Faria entre 1997 e 2004 como Secretário de Obras.
Cabe lembrar que em 2010 o prefeito Ivar foi candidato a deputado federal, então pelo PSDB, como apoio do grupo de José Milton/Vicente Faria/Glaycon Franco. Nesta eleição, Ivar obteve quase 37 mil votos.
Benito Laporte
O candidato Benito Laporte integrou parte de sua carreira política no grupo de Vicente Faria. Em 1992 Laporte foi eleito vereador mais votado pelo PDS que apoiou a candidatura derrotada de Vicente Faria. Já entre 2001 e 2004 Laporte fez parte da base de sustentação do prefeito Vicente Faria na Câmara.
Em 2004, Benito apoiou o candidato derrotado a sucessão municipal, o então deputado estadual José Milton, como também o atual prefeito apoiou o tucano.
Já em 2005, na gestão petista, Benito esteve na trincheira oposicionista na Câmara contra o ex prefeito e mais tarde passou a base de apoio. Hoje compõe a dobradinha tendo Barros como vice. Outro dado: Benito e Ivar estiveram no mesmo lado político, em uma dobradinha na eleição de 1996.
E o candidato Edie Resende (PTC) já comungou dos grupos de Vicente Faria e José Milton. Em 2014, pediu votos para o então candidato a deputado estadual, Glaycon Franco.
O que se conclui que apesar das diferenças os 4 candidatos estiveram juntos em parte de suas carreiras e são originários do mesmo grupo que ao longo dos anos se dividiu em diversas frentes políticas. Este é pano de fundo do quadro eleitoral se descortina ao eleitor. Um outro viés, todos os 4 candidatos já mudaram pelo menos 3 a 4 vezes de partido nos últimos anos.
Podemos conjecturar ainda mais: os candidatos a vice prefeitos, Marco Antônio Reis Carvalho e Darci Tavares, integraram o grupo Vicente Faria. E até o ex prefeito Júlio Barros chegou a ser cortejado pelo deputado Glaycon Franco para ser seu candidato a prefeito nestas eleições.
Incoerências à parte, a situação do contexto dos momentos forçaram os candidatos as mudanças de grupos. Em resumo, a atual corrida municipal gira em torno de um grupo político de origem que ao longo dos tempos os políticos debandaram em diversas frentes políticas. A peça é a mesma ou trocaram os atores? Cabe ao leitor se debruçar sobre o assunto.
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