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CSN pode vender parte de mineradora para fazer caixa

Rumores são que grupo negocia participação na Congonhas Minérios

 

No segundo trimestre deste ano, Congonhas Minérios produziu 8,5 milhões de toneladas/Divulgação

Para analistas consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, a possibilidade de a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) estar negociando a venda de participação minoritária da Congonhas Minérios, braço da siderúrgica que reúne ativos de logística e mineração, indica uma provável tentativa de injetar dinheiro no caixa e reduzir a dívida.

Nos últimos dias, a imprensa nacional noticiou que a siderúrgica de Benjamin Steinbruch estaria negociando com a estatal chinesa CBSteel a venda de uma participação minoritária na Congonhas Minérios, o que seria uma estratégia para reduzir sua dívida de R$ 25,8 bilhões e aproveitar a atratividade de ativos como a mina Casa de Pedra, em Congonhas (Campo das Vertentes), que possui um dos minérios com maior teor de pureza (até 68% de ferro) do mundo. Procurada pela reportagem, a CSN não comentou o assunto.

No segundo trimestre deste ano, Congonhas Minérios produziu 8,5 milhões de toneladas/Divulgação
No segundo trimestre deste ano, Congonhas Minérios produziu 8,5 milhões de toneladas/Divulgação

Na avaliação do analista de Mineração e Siderurgia da Tendências Consultoria Integrada, Felipe Beraldi, uma negociação nesses moldes permitiria reduzir a dívida e ainda aproveitar a parceria com os chineses para vender parte da produção de minério dos seus ativos.

“A estratégia de uma negociação desse tipo tem duas vertentes: uma é a de reduzir a dívida e a outra é já criar, ao mesmo tempo, uma parceria para escoar minério direto para a estatal chinesa”, afirmou o analista da Tendências.

Na mesma direção, o analista da Upside Investor, Pedro Galdi, acredita que a venda de uma participação na Congonhas Minérios “faz todo sentido”. “A CSN está muito endividada. É uma negociação interessante porque o sócio teria uma fatia no ativo, mas ele continuaria sendo da companhia. Seria como uma parceria: ela venderia o minério para a própria siderúrgica chinesa”, disse.

O analista do Banco Geração Futuro, Rafael Weber, tem a mesma opinião. Para ele, a empresa está com um nível de alavancagem muito alto e a tentativa de vender ativos e, ao mesmo tempo, focar no core business, significa reduzir a dívida e gerar caixa. “A estratégia de negociar participações em ativos atrativos para investidores é uma forma da siderúrgica manter controle sobre o ativo e ao mesmo tempo alavancar o caixa”, avaliou.

A CSN mantinha conversas apenas com interessados nos ativos não estratégicos, como o terminal de contêineres, em Itaguaí, no litoral fluminense, e a fábrica de embalagens Metalic, negociada em julho. A Congonhas Minérios, por sua vez, produz o minério de ferro que alimenta os altos-fornos da usina de Volta Redonda (RJ).

Produção – No segundo trimestre deste ano, a produção de minério de ferro da CSN a partir de seus ativos minerários em Casa de Pedra e da Nacional Minérios S/A (Namisa), localizados em Congonhas (Campo das Vertentes), e que fazem parte da Congonhas Minérios, alcançou 8,5 milhões de toneladas, sem considerar compras de terceiros. O volume foi 17% maior do que nos três meses anteriores e 26% superior ao do mesmo período de 2015.

A área de mineração representou 25,6% da receita líquida da siderúrgica no segundo trimestre (R$ 4,3 bilhões), somando R$ 1,1 bilhão. A maior parte do faturamento foi gerado a partir das vendas ao mercado externo, que renderam um giro de R$ 1,1 bilhão, enquanto as vendas domésticos chegaram a R$ 77 milhões.

Ações –  Com os rumores de uma provável negociação envolvendo a Congonhas Minérios, as ações ordinárias da CSN subiram 6,12% no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a maior alta registrada no dia.

Fonte: Diário do comércio

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