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Clima eleitoral ainda contamina Itaverava e alimenta onda de boatos de demissões de contratos e suspensão de serviços essenciais

As eleições terminaram no último domingo, mas ainda acirram o enfrentamento de dois grupos rivais na simpática Itaverava. Nas esquinas e nas conversas de pé de ouvido o assunto principal é o resultado do pleito e seus efeitos. Ainda há provocações do grupo José Flaviano (PR), mai conhecido “Nô do Sindicato”, nas quais correligionários e simpatizantes soltam foguetes zombando dos adversários. A diferença aperta, com vantagem 199 votos, amplia a disputa pós eleição. “Nunca vi um clima tão acirrado. O grupo que perdeu não engole a derrota”, diz um cidadão. O atual prefeito Nicolau de Carvalho PTC) tentava sua reeleição e completar 4 mandatos a frente da prefeitura.

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Com consulta marcada, o paciente José Joaquim não sabe se terá transporte
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Luzinete Simão questionou as demissão e está preocupada já que a cidade pode perder programas

Na segunda feira, um dia após a divulgação do resultado, não se sabe por retaliação ou não, a prefeitura amanheceu fechada. O clima pós eleição alimenta o temor e as denúncias de demissões em massa de funcionários contratados.

Na cidade a oposição diz que as exonerações vão comprometer serviços essenciais já que afetam programas na área da saúde, como PSF’s, serviço de transporte escolar e pacientes para outras cidades e setor da assistência social como também da educação. A justificativa do corte de gastos se faz necessária diante de uma dívida gigante que o próximo prefeito vai herdar. Serviços de conservação de estradas foram suspensos, entre outros. Para alguns a cidade está parada, perto de uma calamidade pública ou caos administrativo. Ambulâncias e máquinas paralisadas. O corte é tão profundo que, segundo informações, 17 agentes de saúde perderam seus empregos no município. “Muitos paciente com consultas, exames e cirurgias marcados não sabem o que fazem e estão preocupados. Os estudantes não sabem se terão transporte. E assim vai. È uma total irresponsabilidade com a vida de 6 mil habitantes. Isso somente por que o prefeito perdeu uma eleição?”, questionou Luzinete Simão Lopes. Alguns demitidos ou outros que podem também entrar na fila não quiseram falar a nossa reportagem com medo de perseguição.

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Unidade Básica teve cortes de serviços da saúde

Na Unidade Básica de Saúde, onde funcionava o PSF da área urbana, logo às 4:00 horas de ontem, terça feria, dia 5, estava fechado. Diversos profissionais foram demitidos, como enfermeiro, dentista, etc. No Distrito de Monsenhor Isidro, onde residem mais de 1,2 mil habitantes, a situação registrada é dolorosa com a total ausência dos serviços básicos de saúde. Os profissionais do PSF de lá também foram para na rua.

Protestos na Câmara

Um grupo de demitidos e populares encheram ontem à noite a primeira sessão pós eleição na Câmara. Eles foram protestar contra a situação caótica em que se encontra o município, sem qualquer informação oficial ou dos rumos administrativos da cidade. “Estamos á beira da calamidade pública. O prefeito sumiu, não temos serviços e alguns foram suspensos. È uma dura situação para os cidadãos”, criticou Luzinete.

Nas mais variadas falas o tom é de descaso, surpresa e irritação. “Fomos demitidos nos corredores através de coordenadores. Sequer foram leais conosco. Haveria uma forma mais justa e legal de demitir um profissional. Não houve uma rescisão”, desabafou a enfermeira Rúbia.

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Demitidos lotaram a Câmara para pedir apoio aos vereadores

Para muitos o prefeito faz corte para pagar dívidas. “Sabemos que os recursos para os programas e funcionários existem e são verbas carimbadas. Onde ele vai investir esta economia gerada com as demissões? Os serviços tem ser mantidos até 31 de dezembro”, disse Luiz Reis.

Os vereadores foram cobrados e questionados sobre uma posição em relação crise por que passa a prefeitura e insegurança vivida pela população sem cobertura de serviços essenciais. “É lamentável esta situação. Vamos cobrar uma posição da prefeitura. Ainda não fomos informados de nada”, disse o presidente da Casa, o vereador reeleito, Wagner Carvalho (PSB), o Tate”.  Pela forma como foram demitidos, os funcionários foram orientados a acionar o Ministério Público.

Dos 9 vereadores, apenas 3 foram reeleitos. O orçamento de Itaverava para 2017 é de R$16 milhões. Segundo vereador Vinicius Mangueira (DEM), o município deve cerca de R$ 5 milhões de INSS. O próximo prefeito deve comprometer o orçamento em cerca de R$ 80 mil/mês com esta dívida.

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Máquinas e veículos parados na garagem da prefeitura

Já o vereador Tatu (PTC), que não concorreu às eleições defendeu que o próximo prefeito abra imediatamente concurso público pondo um fim a esta situação de irregularidade nas contratações.

O vereador reeleito Onil elogiou a participação popular na Câmara. “Esperamos que sempre a Casa esteja repleta de gente e vamos juntos cobrar do próximo prefeitos as melhorias prometidas”, comentou. O prefeito eleito, Nô do Sindicato, que também é vereador, não participou da sessão. Na nova Câmara o prefeito não tem maioria.

Fotos: CORREIO DE MINAS

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