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Vereadores lavam roupa suja, mas aprovam lei que dá direito a esposa herdar placa de taxi em Lafaiete

O resultado das eleições ainda contamina o ambiente político interno na Câmara.  O que parecia ser ontem a noite uma sessão tranquila aos poucos ganhou contornos mais ríspidos, troca de farpas e até mesmo um clima de lavar a roupa encardida dos últimos 4 anos.  “Se eu for mudar minha opinião acredito que não voltarei a esta Casa mais. Nunca trabalhei pesando em eleições e acho que por isso não fui reeleito”, desabafou Gildo Dutra (PV) ao ser provocado por seu colega João Paulo Pé Quente (DEM) de que muitos projetos se fossem votados durante o período eleitoral passariam na Câmara.

Câmara Vereadores
O clima vai esquentar internamente na Câmara de Lafaiete

O debate acalorado foi provocado durante a discussão de um projeto de lei, de autoria de Zezé do Salão (PMN),  em caso de divórcio, partilha de bens ou mesmo doação o descendente ou ascendente tenha direito na titularidade no ponto de taxis. Isso abre precedente para que a esposa tenha também o direito a concessão do serviço. O projeto tinha sido retirado de pauta há mais de 2 meses para não provocar polêmicas eleitorais. “Ao que parece o projeto torna privado um serviço público e isso ultrapassa nos poder”, pontuou Tarciano Franco (PRTB). Gildo Dutra seguiu a argumentação de seu colega. “Tomara que a nova Câmara tenha mais juridicidade com os projetos apresentados. Vou votar como sempre votei seguindo meus princípios”.

Ao afinal por 6 votos  a 5 (Divino Pereira, Pedro Américo, Pastor Boaventura, Tarcino Franco e Gildo Dutra) o projeto passou em 1ª votação e ao justificar seu voto, Gildo insinuou que a Câmara estava exorbitando seu poder e cutucou seus colegas de que agem de maneira equivocada, outorgando privilégios e alertou que a Justiça iria derrubar a nova lei, como também o prefeito vetaria. “Acredito que você deve respeitar a opinião de seus colegas. Você não manda na opinião dos demais”, criticou Benito Laporte  (PROS) que foi corroborado por Zezé do Salão.

E João Paulo provocou ainda mais o debate direcionando seu aparte codntra Gildo Dutra. “Se não fossem as eleições o meu projeto que flexibilizava a concessão de alvará não passava. Ele foi barrado nas comissões durante meses e só passou que era eleição. O senhor foi um dos que mais tentou barrar o projeto e depois aprovou”, provocou. “Votei depois que vi que o prefeito tinha exorbitado poder e feito a lei por decreto. Isso estava errado. Sigo minha consciência por isso não voltei a esta Casa”, retrucou.

Após as longas discussões, o Presidente Pedro Loureiro  (DEM) terminou a sessão.

O clima promete esquentar até o final do ano.

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