Obras estão em fase final faltando apenas o paisagismo
Depois de mais de 2 anos chega ao fim as obra restauração da Fazenda do Paraopeba, em Lafaiete. Resta apenas o paisagismo no local que está em curso.
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A beleza do imóvel chama a atenção e desponta pela imponência do casarão.
A obra é fruto de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em janeiro de 2012 entre o Ministério Público e a Ferrous. “Já estamos debatendo com a Ferrous e a administração municipal (atual e futura) os procedimentos para entrega da fazenda ao Município de Conselheiro Lafaiete”, adiantou a nossa reportagem o promotor Glauco Peregrino, curador do patrimônio histórico.
O valor das obras estava previsto em torno de R$2 milhões, mas a mineradora investiu bem mais do que esta quantia.
Pelo acordo firmado o imóvel do século 17 será transformado em um centro cultural e referência turística da Estrada Real e centro de pesquisa da Inconfidência Mineira. A administração será da prefeitura municipal de Lafaiete que desapropriou o imóvel. À época o bem estava em ruínas e contava somente com a sorte para permanecer em pé.
A história
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Quem passa pela MG-383 perto do limite de Conselheiro Lafaiete e São Braz do Suaçuí, na região central de Minas, e vê uma fazenda dificilmente imagina a história que pesa sobre a estrutura. Mas era ali que o advogado e poeta Inácio José de Alvarenga Peixoto recebia, no século 18, amigos que planejavam se livrar do domínio da coroa portuguesa. O grupo, composto entre outros pelos também poetas Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga e pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, encabeçava a Inconfidência Mineira e usou a Fazenda Paraopeba para reuniões.
Com a restauração afastou-se o risco de que o resto dessa história se perdesse sob os escombros da propriedade, batizada nos Autos da Devassa – inquéritos que incriminaram os conjurados – de Covão, por causa da cova formada pela topografia que a cerca.
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“A fazenda tem grande importância. E a atividade mineradora tem um impacto forte. Dessa forma, todo mundo sai ganhando, porque a fazenda é preservada e a empresa ganha em sua imagem”, avaliou o promotor Glauco Peregrino.
A fazenda é tombada pelo patrimônio histórico municipal.