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Congonhenses e turistas já podem usufruir de uma nova Alameda

A Prefeitura de Congonhas, o Ministério da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entregaram aos congonhenses, nesse sábado, 17 de dezembro, aniversário de 78 anos da emancipação política e administrativa de Congonhas, a requalificação urbanística da Alameda “Cidade de Matosinhos – Portugal”. A obra, patrocinada com recursos do PAC Cidades Históricas e com contrapartida da Prefeitura, foi orçada em R$ 2,3 milhões. Ela é reflexo de um novo tempo vivido pela cidade Patrimônio Cultural do Mundo. Também neste sábado foi inaugurada a restauração dos elementos artísticos da Igreja do Rosário. A Prefeitura teve aprovados pelo Iphan dez projetos elaborados com recursos próprios. Seguem em execução os restauros na Basílica, Matriz de N. Sra. da Conceição e a criação do Parque Natural da Romaria. Outras cinco ações do PAC CH estão previstas para Congonhas.

A Alameda é um espaço de referência simbólica com localização privilegiada por servir de eixo de ligação entre os principais monumentos históricos e equipamentos urbanos de Congonhas. E a sua requalificação é a demonstração de amor para com a história da cidade. Integram-se neste espaço o maior conjunto arquitetônico do barroco das Américas, a história e estórias, a arte e a fé, os santos e romeiros.

romariaAlém da população, do prefeito Zelinho e do secretário de Planejamento Antônio Odaque, da secretária de Obras Rosemary Benedito e equipe; outros secretários e servidores municipais; prestigiaram o evento vereadores; a presidente do Iphan, Kátia Bogéa; o diretor do PAC das Cidades Históricas, Robson de Almeida; a superintendente do IPHAN em Minas Gerais, Célia Corsino; e a diretora de Cultura da Unesco, Patrícia Reis; o cônego Geraldo Leocádio, reitor da Basílica do Senhor Bom Jesus e o reitor emérito, Padre Rocha. A Banda Bom Jesus executou os hinos Nacional e o de Congonhas.

Robson de Almeida, diretor do PAC Cidades Históricas, explicou o motivo de o Governo Federal disponibilizar recursos para a requalificação de espaços públicos como este. “O PAC CH está presente em 44 cidades brasileiras. É um grande prazer para nós, do Iphan, participar deste momento de entrega desta requalificação, que é resultado do esforço de várias mãos. Entre elas as da equipe competente da Prefeitura de Congonhas. O patrimônio tem de trazer as pessoas para o espaço público, em vez de servir somente para a fruição. A importância da Alameda está em ser o elo entre elementos relacionados diretamente à religiosidade”, afirmou.

Kátia Bogéa afirmou que “estar em Minas Gerais é sempre muito prazeroso, especialmente em Congonhas no seu aniversário. O cuidado do Iphan com a Cidade dos Profetas não é recente. O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos foi tombado pelo Iphan, em 1939, e o conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade, em 1941. O Instituto esteve presente na restauração de vários bens tombados nas décadas posteriores. O Museu de Congonhas, em quê somos parceiros da Unesco e da Prefeitura, trouxe mais conhecimento  aos congonhenses, mas também aos visitantes, que, se bem tratados, retornam à cidade, movimentando a economia. Esta obra da Alameda é outro exemplo de como o Iphan está ligado à memória e ao desenvolvimento da cidade. Este era o caminho que levava os romeiros da Romaria, onde pernoitavam, ao Santuário. A população verá que a Alameda requalificada trará mais conforto aos moradores e aos turistas. Mas a parceria com a Prefeitura através do PAC CH vai além. Em breve, se Deus quiser, entregaremos, outros sete bens à Congonhas. O Governo Municipal apresentou os projetos, dos quais dois estamos entregando hoje (sábado) e segue executando outros três. A Prefeitura possui técnicos empenhados. Que sigamos tendo esta consciência da necessidade de preservar nosso patrimônio histórico”. Foram investidos recursos da União e do Município.

romaria-1O prefeito Zelinho lembrou que as fortes chuvas que assolaram Congonhas atrasaram a obra, apesar de a empreiteira OSW Manutenção ter se desdobrado nos últimos meses para entregá-la. “Por isso faltam retoques finais para conclusão da Alameda das Palmeiras, que agora faz as vezes de uma bela praça também”. Zelinho ressaltou que sempre foi bem recebido pela Kátia Bogéa e pelo Robson de Almeida em Brasília e que sabe dos empenhos dos dois para que as cinco ações que ainda aguardam recursos possam também se tornarem realidade. “Uma delas é a requalificação da Romaria e a criação do teatro anexo a ela. Sabemos das dificuldades orçamentárias. Mas Congonhas fez seu dever de casa, elaborando projetos e os encaminhando ao Iphan/Minc, enquanto outras cidades ficaram aguardando dinheiro para os projetos. Aí vamos deixar tudo em condições de atender os congonhenses e os turistas, da Romaria ao prédio do antigo seminário, onde funciona atualmente a E. M. Fortunata de Freitas Junqueira. Lá iremos criar um centro de formação e aprimoramento da nossa arte”, disse.

O conceito da nova Alameda

A nova Alameda contempla calçadas largas em quartzito e sem obstáculos que atrapalhem a caminhada; passarelas elevadas para travessia de pedestres; sinalização tátil auxiliando deficientes visuais; mobiliário urbano planejado e posicionado de forma adequada no ambiente; espaços de permanência; luminárias padrão; guarda-corpo em aço corten; estreitamento de pista de carros, com objetivo de diminuir o tráfego de veículos devido à proximidade com o Santuário. Nos horários de missas, o espaço da Romaria já está disponível para estacionamento de veículos.

“Esperamos que os congonhenses e os visitantes se apropriem deste espaço, como fizeram com a praça JK. O projeto da Alameda é bem leve. Iremos disponibilizar internet livre lá. Na semana passada já iríamos instalar a sinalização para pessoas com mobilidade reduzida, mas as chuvas nos impediram de concluir  o trabalho que estamos retomando esta semana”, explica o secretário de Planejamento e coordenador do PAC CH em Congonhas, Antônio Odaque da Silva.

A declividade da pista de rolamento foi corrigida, as sarjetas melhoradas e toda a água das chuvas foi canalizada e jogada na rede pluvial, garantindo a integridade estrutural do muro da Romaria. Foram realizadas ainda obras do projeto luminotécnico, do sistema de irrigação, do paisagismo e da recomposição do muro da Romaria.

Com relação à instalação do guarda-corpo em substituição ao antigo balaústre, Odaque faz um pequeno histórico para facilitar o entendimento por parte da população. “Um estudo minucioso foi realizado pela empresa de arquitetura Ethos, acostumada a desenvolver projetos de bens culturais tombados. Os balaústres não eram originais da Alameda, criada pelo padre redentorista Avelino no início da década de 1950. Feitos em concreto, eles datam da década de 1970 e foram instalados também na rua Paulo Mendes, na av. Bias Fortes, no Cemitério N. Sr. da Conceição, na rua Pedro II e na av. Marechal, onde foi substituído por outro mais leve. O guarda-corpo, além de mais seguro, não sendo instalados para as pessoas se apoiarem nele, é um elemento da composição estética, não concorre com os bens tombados, permitindo a quem passa pela rua Paulo Mendes ver a Alameda e o Museu”, explica.

 

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