Certa ocasião, nos primeiros prêmios da loteria, um cidadão simples da nossa Lafaiete foi contemplado com um polpudo premio. Caso verdadeiro. Cidadão normal, e em sendo assim, a primeira coisa que se pensa é num carro, mesmo não tendo garagem e não sabendo dirigir. Isso lá longe no passado. O carro inexoravelmente é o totem do capitalismo.
Foi ele na Concessionária com a roupa simples e de chinelo (com camisa, é claro) e um embornal com o dinheiro. O vendedor simplesmente ignorou. Foi uma confusão danada, quase que houve demissão pelo falta de profissionalismo, e lá foi o comprador montado num Jeep Willys e pago em dinheiro. O caso foi comentado muito tempo. Casos idênticos são inúmeros. Aliás, tem gente até hoje que possui centenas de imóveis e milhões de dinheiro no banco e se gaba de não pagar lotação e andar de Fusca nos finais de semana. Na acepção da palavra e na vida: um FDP. Isso por que: a beleza, riqueza, educação, elegância, e gastar dinheiro, devem ser externadas, mostradas, pois, são coisas que devem ser almejadas e vivenciadas, ao contrário das atitudes e jeito de um rico pobre miserável – FDP. Mas, nada de suntuoso, que aí é boçalidade.
Mas, felizmente o tempo traz novos valores. Certa ocasião, alguém registrou com propriedade: você meu caro, que vai adquirir um veículo, vá com a melhor roupa, limpo e cheiroso, afinal, vai comprar um bem para o uso pessoal e da família. Vai com certeza proporcionar alegria e conforto, ter patrimônio, gastar um dinheiro ganhado com trabalho ou mesmo merecimento. O momento pede valorização à pessoa, ao bem, ao estabelecimento, ao vendedor, ao fabricante, enfim: a tudo e a todos. E após fechar o negócio, o aperto de mãos é alguma coisa de social e tem lá o momento de valor e solene. A questão na vida em muitos casos é o dinheiro, mas, fica ainda mais bonito se ele for adornado e valorizado. Por tudo isso, vem à lume o seguinte: podendo, devemos andar arrumados, dia e noite, noite e dia, respeitosos com a presença dos outros, alegres em podermos participar de momentos que a cada dia vão mais e mais escasseando. Então é procurar usar a melhor roupa, o melhor perfume, buscar no fundo do baú um bom assunto e por aí afora. Por sinal, não mudamos, crescemos. É algo simples e objetivo: é apenas ter o propósito de legar boas lembranças e saudade. Todo mundo gosta e aprecia ser valorizado. Até a vida!
Um Feliz 2017 de carro novo e muito mais.
Imagem de capa: Ilustrativa/reprodução
Reuber L. Antoniazzi
(Dez16)