O Dr. Drauzio Varella cravou na Revista Veja: “O cidadão também tem responsabilidade pela sua saúde. Então eu fumo, bebo, passo o dia sentado, não faço exercício nenhum e na hora em que fico doente é dever do Estado me tratar?” É algo que merece reflexão e atitude. Os tempos mudaram, e ponto final. Mas, guardando as exceções, somos resistentes a mudanças. É muito difícil mudar de hábitos depois de certa idade. Muito. Estão enraizados. Mas… se tudo no mundo muda todo dia, e nós fazemos parte, com certeza também podemos mudar. Por exemplo: colocar o distintivo de empatia no peito e olhar com outros olhos a rua que moramos e a vizinhança. Aliás, a rua que moramos é a estrada da nossa vida, merecendo tudo de bom. Caso seja necessário é nivelar buracos, tirar a pedra do caminho, semear, e até arrumar a cerca do vizinho. É manter na área ou no terreiro uma cebolinha e salsa, nem que seja com garrafa pet. O papai Google ensina. É nas horas vagas colher fruta no pomar do parente e levar até quem precisa, fazer a entrega direitinho e agradecer. É arrumar trem pra fazer, pois, é nefanda e ingrata a estagnação da pessoa com vida cair nas garras da mensagem do dr. Drauzio. Alguma coisa tem que ser feita no presente para distanciar o futuro, pois, esse não pára. De mais a mais, é exemplo que se passa pra frente. É o bonde da vida que passa na estação e a gente ali comendo mosca, exatamente por estar sem pensar e fazer nada. E pode ter certeza: tem uma linha que jamais retorna. De mais a mais, o governo e entidades dão incentivo em todo norte com a promoção de encontros, cursos, lazer, locais de ginástica, e outros bichos… É abrir as portas e pedir licença nas entidades filantrópicas, instituições religiosas e ver o que pode fazer. É difícil, mas consegue. Vale até o cultivo de minhoca para abastecer e agradar o amigo que gosta de pescar. Enfim: antes andar à toa do que ficar à toa dentro de casa. Com isso, até a patroa vai passar a buscar o pão, leite, e andar com o cachorrinho. É inventar acontecimentos, soltar tudo que viveu e sabe pra quem puder. Uma boa parcela de gente deixará de ouvir, mas, a minoria que escutar vai valer a pena. Valores vão e voltam. Todos sabemos de algo que o outro desconhece. As diferenças é que são a beleza do retrato da vida. Depois de certo tempo é inventar moda, até para renovar o tempo. Desafios merecem acontecer. É onde repousam as histórias. O que é bom é perene. Tudo no presente é cópia estilizada do passado. Cada um deve tocar a vida de acordo com a sua viola, e se ela for de Queluz, nossa Lafaiete, nas Minas Gerais, feita pelo artesão José Robert, melhor ainda, o som é da melhor qualidade. É botar na toada o caso do garoto que perguntou ao tio mais idoso da família como é chegar lá na frente em idade, e disse: Escute, tio, o senhor não acha triste, essa história de envelhecer? – Triste nada menino! Exclamou o aniversariante, se eu não fosse velho, eu estava era morto! Viver é o que há de bom e verdadeiro. Assim, é afastar o mais que puder de lamurias, ingratidão, aliás, é conscientizar que o que vier é lucro. É tudo muito simples. É alterar como puder a rota do tempo pra frente. Conhecer novos caminhos e trilhas. Faz parte. A nostalgia e saudade é uma constante em todos que alcançam a graça da grande maior idade. É natural, haja vista que os neurônios à época dos acontecimentos eram verdes, viçosos, fortes e salientes. Na ocasião, almejavam só o presente, sem preocupação com o futuro. E tudo isso e mais alguma coisa, que diga o Amaral – sênior do grupo Andarilhos Queluzianos, que na profissão de eletricista está sempre fazendo uma coisinha aqui, outra ali, ofício religioso à riste, arruma tempo para caminhadas, drinques com os amigos, e também de curtir com moderação um banco da Praça São Sebastião, para lembrar do passado, pensar no presente, e contemplar o futuro.
Reuber L. Antoniazzi Jan.17