Cerca de 10 membros votam um aumento que vai repercutir na queda de renda de mais de 120 mil lafaietenses
A Câmara abriu mais um capítulo na novela que deve arrastar até o final de mês e de mobilizar o debate político e em Lafaiete. Ontem o principal assunto que mobilizou os discursos dos vereadores foi o aumento, dia 7, da passagem. Conforme solicitado pela concessionária Viação Presidente, o valor do bilhete passaria dos atuais R$2,90 para R$3,82, um aumento em torno de 30%.
Por outro lado, a fúria verbal dos vereadores foi direcionada ao Presidente do Conselho de Transporte e Trânsito (CMTT), Valdiney Alves. O colegiado é formado por representantes da prefeitura, usuários e da Viação Presidente e é o responsável pela aprovação ou não do aumento.
Uma audiência já está marcada para o dia 24 de março, mas os vereadores relutam em ceder o espaço e temem que a população confunda o Legislativo como o responsável pela aprovação o aumento, ao contrário, o conselho é que tem atribuição exclusiva na matéria.
As falas dos vereadores colocaram em rota de colisão a Câmara e o presidente do conselho com novos desdobramentos políticos em torno do aumento passagem.
Na sessão os parlamentares municipais não pouparam Valdiney e o classificaram como “oportunista e hipócrita”. Segundo os edis, ele estaria jogando responsabilidade pelo aumento à Câmara. “Ele é um oportunista e pouco fez pela classe dos servidores públicos. Ele está no cargo com um mandato prorrogado. Vereador não vota aumento de passagem”, disparou João Paulo Pé Quente, lendo um a um os 10 membros do conselho. “Temos que pressionar estas pessoas para que elas não aprovem o aumento. Está nas mãos delas o poder de aumentar ou vetar este novo valor. A Câmara está apenas cedendo o espaço para audiência”, assinalou Pé Quente. Na sua versão, o presidente do conselho quer jogar a opinião pública contra a Câmara.
Já o vereador Sandro José (PSDB) criticou o presidente do Conselho com adjetivos nada louváveis por declarações na imprensa local de que a Câmara nada faz pela segurança pública, em especial a guarda municipal. “Ele é um hipócrita. Em 2015 direcionamos da sobra de recursos da Câmara cerca de R$ 50 mil para compra de carros para a guarda, mas o prefeito anterior não cumpriu. Volto a frisar, como ele tem dito pela cidade de maneira mentirosa e que vereador não vota aumento de passagem e sim o conselho do qual ele é presidente”, contestou.