Um rompimento de um duto de rejeitos da Vale atingiu rios na região de Itabirito, Congonhas e Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais.
A Vale informou que a Mina da Fábrica, em Congonhas, ocupa uma área entre as cidades de Congonhas e Ouro Preto, e o vazamento foi localizado nesta segunda-feira (13), em Ouro Preto. Disse ainda que o reparo já foi feito no local.
Segundo o secretário de Meio Ambiente de Itabirito, Antônio Marcos Generoso, após o estouro, o Córrego Prata foi contaminado, depois passou para o Córrego Almas, na sequência atingiu o Ribeirão Mata Porcos que se transforma no Rio Itabirito.
O rejeito foi notado em Itabirito no domingo à tarde. Generoso contou que, na segunda-feira, o ponto de contaminação foi localizado por fiscais da prefeitura e já estava sendo recuperado por técnicos da Vale.
Com relação ao Rio Itabirito, que corta a cidade, o secretário disse que não houve problemas de abastecimento, porque a água é captada de afluentes. Também não houve mortandade de peixes, apesar do aumento do nível de turbidez. Mas segundo Generoso, o vazamento contribuiu para o aumento do assoreamento do rio.
O secretário disse ainda que a Copasa foi acionada porque a água do Rio Itabirito chega ao Rio das Velhas, que abastece a capital mineira e é captada em Bela Fama.
A Secretaria do Meio Ambiente de Itabirito notificou a Vale e esta notificação pode gerar uma multa. A mineradora disse que presta os esclarecimentos aos órgãos ambientais e apura as causas do rompimento.
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que o vazamento foi totalmente contido. O Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) do órgão foi comunicado nessa segunda-feira (13) e um técnico esteve no local junto com representantes do Núcleo de Crimes Ambientais do Ministério Público Estadual. O vazamento ocorreu na junção de dois tubos.
Ainda de acordo com a Semad, o “rejeito atingiu a rede de drenagem pluvial da estrada operacional da Vale e seguiu para a barragem Forquilha IV, por onde vazou, próximo ao vertedouto da barragem, o que ocasionou o carreamento de rejeito para o Córrego do Prata no encontro com o Córrego das Almas e o Córrego Mata Porco, além de uma área de solo dentro da empresa”.
O órgão “determinou que a empresa feche imediatamente o sistema de adução de rejeito, o desvio da drenagem de água pluvial, a implantação de luva de proteção na área de alagamento da barragem Forquilha IV, a troca da tubulação do duto, a realização de um reforço nas juntas e a revegetação da área afetada”.
A Vale deve encaminhar à Semad, em um prazo de sete dias, um cronograma das ações que serão realizadas na área afetada. A empresa será multada, mas o valor não foi calculado.
De acordo com a Copasa, não existe nenhum risco de desabastecimento de água para a população.