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Greenpeace denuncia vazamento de rejeitos em Congonhas: “Até quando seremos reféns da Vale”?

Duto da mineradora rompe no município de Congonhas (MG) e polui rios da região

Minas Gerais carrega a dependência econômica da mineração em seu nome. E depender do minério significa se sujeitar a poucas empresas que dominam a região, patrocinam eleições e estão enraizadas na vida econômica das cidades. Nesta última segunda-feira (13), um duto da Vale se rompeu na cidade de Congonhas, na Mina da Fábrica, e atingiu os córregos e rios da região. A contaminação de rejeitos foi autuada pelo órgão ambiental e está prestes a ser esquecido. Em reportagem do Bom Dia Brasil, o secretário de Meio Ambiente de Itabirito apenas afirmou que: “o vazamento foi localizado e já estava sendo consertado por técnicos da mineradora.”

Vazamento em duto da Vale causa contaminação em córregos e rios na região de Congonhas, Ouro Preto e Itabirito/Reprodução

Nos corredores parlamentares, a muitos quilômetros dali, congressistas buscam “flexibilizar” o licenciamento ambiental no Brasil, que já é bastante fraco pois há carência de corpo técnico no governo para fazer as análises adequadas dos danos humanos e ambientais de obras. Há sempre o interesse das empresas em operar com menor custo possível de implementação, muitas vezes reduzindo as medidas de prevenção de danos. Isso significa que grandes empresas, como a Vale, continuam causando desastres socioambientais em seus empreendimentos. As consequências são sentidas por quem depende dos recursos naturais para sua sobrevivência, como a vulnerabilidade social e econômica nas regiões que desaprenderam a diversificar sua fonte de renda, sendo manipuladas e obrigadas a aceitar o patriarcalismo da mineração.

O emblemático caso do desastre de Mariana (MG) é apenas um exemplo de situação em que os moradores da cidade culpam os atingidos pela crise econômica após o fechamento da empresa Samarco, cujas donas são Vale e BHP Billiton. Eles se esquecem que a culpa pela falta de empregos e a crise econômica é da mineradora, que age de maneira irresponsável, matando fauna, flora, destruindo enormes regiões, que ficam sem poder realizar outra atividade econômica. Pescadores e pequenos produtores ao longo do rio Doce, e agora, no caso deste vazamento no rio Itabirito, são estrangulados pelas mineradoras. Minas Gerais, em muitas regiões, fez sua população depender da extração do minério e do comércio alimentado por ele, quando não, dos cartões sociais para quem foi atingido por um desastre. O patriarcalismo da Vale tem que acabar em prol de um desenvolvimento de estado sustentável, diversificado e inclusivo.

Fonte: Greenpeace

Matéria atualizada ás 21:00 horas.

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