Está nas mãos dos conselheiros o destino de mais de 140 mil lafaietenses. Hoje é o dia de exercer a cidadania, ir às ruas e lotar o plenário da Câmara onde acontece, a partir das 19:00 horas, audiência que pode definir o percentual de reajuste da tarifa de ônibus.
Uma passeata está marcada para iniciar às 17:00 horas na praça da Rodoviária onde os manifestantes vão seguir até a Casa Legislativa.
Os protestos contra o abusivo aumento sugerido pela Viação Presidente, cerca de 35%, elevaria a passagem de R$ 2,90 para R3,82. As contestações ecoam nas redes sociais e assunto domina os lafaietenses há mais de 20 dias.
Na berlinda o Conselho Municipal de Transporte e Transito (MTT), formado por membros da sociedade, prefeitura e usuários é soberano na aprovação ou não. Cabe ao prefeito Mário Marcus (DEM) sancionar o aumento.
Imprensa barrada
Ontem, dia 23, nossa reportagem esteve no Solar do Barão de Suassuí onde aconteceria uma reunião do conselho. Os vereadores foram convidados para assistir a reunião, mas não votam aumento.
Antes da reunião, o presidente Valdney Alves, que é também presidente do sindicado dos servidores, avisou a nossa reportagem não poderia participar da reunião, sem citar qualquer motivação legal, mesmo sendo o assunto de interesse público.
Ao barrar a imprensa ele despertou a repúdio dos lafaietenses que protestaram nas redes sociais contra sua decisão unilateral e arbitrária. Quando o assunto ganhou às ruas através de um carro de som em frente ao Solar, alguns participantes abriram a porta da sala de reunião. Houve confusão e os vereadores deixaram o local protestando com reunião de portas fechadas.
Porém o aumento não foi definido e a audiência pública que terá legitimidade para definir os parâmetros do aumento. A população promete ir ás ruas contra o descaso e péssimo serviço prestado pela concessionária, alvo de reclamações dos usuários de todos os bairros.
Sem compromisso
Ontem, dia 23, na reunião da Câmara, os vereadores voltaram disparar críticas contra a Presidente por descumprimento do contrato. Fernando Bandeira (PTB), que já comparou os ônibus às carroças, cobrou da empresa respeito uma lei municipal que obriga a instalação de placas indicativas em todos os terminais de horários e rotas dos ônibus. “Estamos exaustos de promessas da empresa em melhorar o serviço de transporte”. Frisou.
Carla Sassi (PSB) reclamou que informações solicitadas em janeiro sequer receberam respostas ou justificativas como pontos de ônibus abandonados. “Eu cobrei as rotas e itinerários e a empresa sequer me respondeu. Diversas cláusulas do contrato não são cumpridas”, assinalou. “Eu não acredito em nada do que a empresa promete”, pontuou Pé Quente.
O vereador André Menezes (PP) cobrou da prefeitura notificação e aplicação de multas a empresa pelas recorrentes reclamações. “A empresa é campeã de reclamações em Lafaiete. Estive no Bairro São Geraldo e a principal queixa é o transporte público”, afirmou.
Ao se referir que a Presidente presta melhor serviço em São João del Rei do que em Lafaiete, João Paulo rebateu prontamente o seu colega André Menezes. “Lá o povo foi às ruas e protestou e conquistou a meia passagem”.