Chico Paulo defendeu “aumento zero”, justificando que entre 2011 e 2015, o aumento da passagem foi de 45% enquanto inflação foi de 35%
Cinco dias após a audiência pública, o reajuste da tarifa ainda domina os assuntos políticos como revolta os lafaietenses contra o aumento proposto de R$2,90 para R$3,82.
Insatisfeito com inúmeras informações evasivas da concessionária Viação Presidente, sobre descumprimento do contrato, o vereador João Paulo Pé Quente (DEM) acionou ontem, dia 28, o Ministério Público contra o reajuste da tarifa.
Segundo ele a empresa não presta um serviço de qualidade como também questiona levantamentos ignorados. “A empresa não cumpre diversas leis municipais, tem ônibus acima de 10 anos de uso e emplacados fora de Lafaiete”, pontuou.
Outra denúncia se refere a comprovação da bilhetagem e divergência sobre o número de usuários. “A planilha fala em 500 mil/mês e o site da empresa relata 680 mil/mês. São inúmeras irregularidades que estamos levando ao conhecimento da promotoria que não justificam o aumento. Até agora não discutimos qualidade do serviço o que na audiência ficou comprovada a insatisfação geral”, questionou.
Pé Quente cobrou transparência na reunião em que será definido o reajuste; “Queremos que conselho se reúna às claras e não de portas fechadas”, disparou.
Em seguida, o vereador denunciou que o presidente do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT), Valdneuy Alves, age em favor da Viação Presidente e contra os interesses do povo. “Deu para perceber em suas intervenções que o presidente vem agindo contra a população, blindando a empresa. È um absurdo. A audiência durou estritamente 2 horas sem responder aos questionamentos e ele encerrou a reunião”, criticou cobrando independência na atuação do conselho. “O presidente Valdney nos chamou para uma conversa, mas estamos de lados opostos. Ele está do lado da empresa e nós do lado povo. Nisso não temos acordo qualquer”, frisou.
Desrespeitos
Os vereadores petistas Chico Paulo e Pedro Américo criticaram postura de manifestantes durante a audiência. “Para mim faltou respeito. Há anos que o aumento é votado entre a prefeitura e conselho e pela primeira vez o povo está se manifestando. A Câmara está tendo coragem”, disse Chico Paulo que defendeu “aumento zero”, justificando que entre 2011 e 2015 o aumento da passagem foi de 45% enquanto inflação foi de 35%. Pedro Américo também concordou com seu colega. “Temos que ter diálogo e respeitar os representantes da empresa”, afirmou.
“Na rua!”
Em sua fala ontem na sessão da Câmara, o vereador Fernando Bandeira (PTB) cobrou concorrência no serviço.“Já tem mais de 4 anos que estamos cobrando qualidade e nada de resultado. Promessas sempre houve, mas para mim é rua”, sentenciou.
Fiscalização dos serviço
Em um requerimento ao prefeito Mário Marcus (DEM), o presidente da Câmara, Sandro José (PSDB) cobrando que determine à Secretaria Municipal de Defesa Social uma rigorosa fiscalização na empresa de transporte coletivo urbano e posteriormente informe a Casa Legislativa a situação verificada e as providências tomadas em relação às irregularidades verificadas.