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Gentileza urbana: lafaietense dá exemplo de cidadania e enche a cidade de árvores

Coração valente, espírito de empreendedora, postura de cidadã, defensora incontestável da sustentabilidade e da causa do bem comum. A lafaietense Hilária Souza é um grande exemplo de que cada um pode contribuir com a melhoria do espaço onde vivemos.  Ele é daquelas que espalha alegria por onde passa. Em plena manhã de domingo, dia 30, ela pegou seu carro, encheu de mudas nativas e frutíferas e partiu para a margem do rio Bananeiras, ao longo da avenida Monsenhor Moreira.  Cabe lembrar que as mudas foram preparadas em seu viveiro próprio que ela cuida com total esmero. Com ajuda de um amigo os dois furaram buracos e plantaram perto de 30 mudas que em breve vão embelezar, ajudar preservar as margens onde justamente em 2009 as chuvas destruíram parte da via interditando por vários anos o local. Um gesto de cidadania, nobreza de espírito de uma cidadã consciente de seu dever pelo bem da cidade, das águas e do meio ambiente.  O plantio às margens do castigado Rio Bananeira desperta o sentimento de amor pela natureza e vai incentivar novas iniciativas como de Hilária. Já pensou se este bom exemplo vingar entre as pessoas e se multiplicar? “O dia foi de graça e glória. Até o pobre Rio desrespeitado, mal cheiroso e todo sujo, parece ter ficado feliz! Eu fiquei”, disse Hilária a nossa reportagem.

Margem do Rio Bananeiras recebeu plantio/Reprodução

Aversa e tímida em divulgar suas ações cidadãs na imprensa, ela prefere o anonimato, (está não é a primeira ação), Hilária resume que percebeu que esse seu gesto tem estimulado outras pessoas, levando-as a querer ajudar, querer ir molhar as plantas, ajudar de alguma forma. “Acho que posso e devo “aparecer” com esse objetivo e a imprensa é o melhor meio de divulgar”, comentou.

Outras iniciativas

Em várias partes da cidade por onde passa Hilária deixa sua marca de amor pela natureza

Hilária também desenvolve outras iniciativas ambientais em Lafaiete.  Por ponde passa deixa seu sinal de gentileza. “Eu planto em qualquer lugar que vejo e que comporta uma árvore. Assim eu tenho plantas em vários pontos. Nos Colibris por exemplo tenho várias. No Campo Alegre, na Arão Bank e várias ruas que nem lembro de todas”, afirmou a ambientalista de carteirinha, claro longe rótulos.

Ela conta que sempre plantou “por que amo plantar”, iniciativa que fio do berço familiar. “Instruída pelo meu pai, sempre gostei de fazer mudas e dar para as pessoas plantarem. Até que ninguém mais queria minhas mudas. Como não havia mais demandas eu decidi ir para as ruas e usar o espaço público. E é gratificante. Para minha surpresa algumas pessoas que presenciam isso já se sentem motivadas a ajudarem”, comentou satisfeita com o resultado e a mobilização das pessoas.

Hilária conta que caminhava sozinha, cavando, plantando, indo molhar porém hoje já encontra parceiros, principalmente quando pessoas percebem que aquela árvore que plantada e cuidada já está florindo e frutificando bem pertinho da sua casa, dando sombra e melhorando a qualidade do ar e de vida daqueles moradores. “Hoje, eu que comecei a plantar por gostar demais dessa atividade, vejo que, além do amor ao verde preciso, precisamos todos, plantar e cuidar do meio em que vivemos, não apenas por hobbie ou amor, mas por necessidade de uma vida com qualidade, por um ar mais puro, por um aquecimento global menos agressivo ou paralisado se todos nós fizermos a nossa parte”, contou emocionada.

Um dia o poeta e religioso, Jonh Donne, escreveu: “Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por vós”. Lafaiete agradece do gesto nobre de sensibilidade extrema pelo bem da humanidade.

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