A comunidade histórica do Alto Maranhão está em festa pela celebração de sua padroeira, Nossa Senhora da Ajuda. Desde o domingo, dia 6, o Distrito se volta para sua mais importante devoção. Amanhã, dia 15, quando é feriado em Congonhas, celebra-se o grande dia da padroeira com repicar dos sinos às 6:00 horas. Às 7:00, 9:00,11:00 e 15:00 horas acontecem as celebrações religiosas e às 13:00 ocorre o leilão tradicional. Após a missa final ocorre o descerramento do mastro e encerramento da festa.
Reabertura
A emoção vai tomar conta dos moradores. Após 8 anos fechada, a festa será marcada pela reabertura da histórica Igreja de Nossa Senhora da Ajuda marco religioso e cultural do distrito de Alto Maranhão. Interditado em 2009 por questão de segurança, o templo tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) há 39 anos reabre as portas durante a festa recebendo milhares de pessoas que participam da festa da padroeira. Desde aquele ano, ouviu-se um grande clamor dos moradores de Alto Maranhão para o início dos serviços, que foi executado numa parceria entre prefeitura local e Iepha ao custo de R$ 2 milhões.
A situação era de muita fragilidade já que a igreja estava escorada por paus e correndo risco de queda. A comunidade é uma grande devota de Nossa Senhora da Ajuda, e não uma simples tradição. A igreja é muito preciosa no conjunto da arquitetura colonial religiosa mineira como relatam os estudiosos.
A pesquisadora e estudante da história da arte, Maria da Paz Pinto, natural do distrito de Alto Maranhão é mergulhada em levantamentos históricos sobre o templo, atesta que o Alto Maranhão é muito antigo, um dos primeiros arraiais de Minas. Um mapa de 1717 já mostrava o local, que tinha o nome de Redondo.
Maria da Paz adianta que um dos objetivos da comunidade é criar um memorial no espaço do consistório, com exposição de oratórios, casulas (vestimenta sacerdotal), alfaias (paramentos e adornos de igreja), ex-votos (objeto para reconhecimento de graça alcançada), como quadros – “já temos dois, datados de 1746 e 1757” – e outras peças que pertenceram às irmandades religiosas. Num canto, a pesquisadora mostra um arcaz (móvel com gavetões), que será restaurado.
A edificação apresenta, interna e externamente, os elementos típicos dos templos mineiros setecentistas. Além disto, a capela corresponde a um importante registro histórico do período da exploração do ouro em Minas. Implantada em posição privilegiada, situa-se em um platô de onde se tem uma bela visão da paisagem local, integrando-se harmoniosamente a seu entorno, que guarda características arquitetônicas dos arraiais de mineração.
A grande triste da comunidade foram os roubos de imagens dos altares há muitos anos e não recuperadas como Santo Antônio, Nossa Senhora do Rosário, Santana Mestra, São Benedito, Santa Efigênia e São Domingos. No altar-mor, fica a réplica da padroeira e a original, muito bem guardada.