A matéria que houve queimaduras pelo corpo e lesões nas vias respiratórias causadas pela inalação de fumaça tóxica. Esses são os ferimentos das 10 vítimas da explosão em uma usina da Gerdau, em Ouro Brancos. O acidente aconteceu na manhã desta terça-feira (15), por volta das 11h, e matou outras duas pessoas: um funcionário da própria empresa e outro terceirizado.
Um dos mortos foi identificado como Cristiano Rodrigues Marcelino, de 35 anos, funcionário da Convaço, uma empresa que presta manutenção para a Gerdau. Ele morava em Ipatinga, na região do Vale do Aço, e era casado. O outro morto é funcionário da Gerdau, mas ainda não teve a identidade divulgada.
Entre os 10 feridos, quatro estão em estado grave e, por isso, foram encaminhados para hospitais de Belo Horizonte. Dois deles para o João XXIII, um para o Felício Rocho e outro para uma unidade de saúde da Unimed. Os demais permanecem no Hospital Fundação Ouro Branco.
Um funcionário da Convaço, que não quis se identificar, disse à reportagem de O TEMPO que estava na siderúrgica quando houve a explosão. Ele correu para o coqueria 2, local onde aconteceu o acidente, e disse ter entrado no subsolo para resgatar os colegas.
Com as roupas sujas de sangue e cinzas, ele contou que a maioria dos trabalhadores foram retirados rapidamente do local. Mas alguns familiares no hospital de Ouro Branco comentaram que ainda haveriam pessoas soterradas e chegaram a falar em um terceiro morto. As informações não foram confirmadas pela Gerdau.
Um representante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil, Edificações, Mobiliário e Montagens Industriais do Alto Paranaiba (Sindconstrumonti) – que representa os trabalhadores de montagem -, Geraldo Magela, diz que já tinha feito vários comunicados à Gerdau sobre a falta de manutenção das instalações e a precarização das relações de trabalho.
“Tem muita terceirização, são poucos os funcionários da Gerdau mesmo. Direto acontece acidente menor lá dentro, mas ninguém fica sabendo”, afirmou Magela.