Ao todo, 10 pessoas ficaram feridas, sendo que duas delas em estado grave; outras duas pessoas morreram
As vítimas da explosão em uma usina da Gerdau, em Ouro Branco, na região Central de Minas Gerais, estão sendo transferidas de helicóptero para Belo Horizonte, enquanto familiares assistem aos prantos. Ao todo, 10 pessoas ficaram feridas, sendo que duas delas em estado grave. Outras duas pessoas morreram com a explosão que aconteceu por volta das 11h desta terça-feira (15).
Até o momento, somente um dos feridos foi identificado. Se trata do engenheiro Levindo Vista Carvalho Neto, 60, que teve queimaduras e está sendo transferido para BH. Ele é um dos feridos em estado mais grave.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco, a unidade da Gerdau na cidade tem cerca de 3.000 funcionários. Um dos mortos era um trabalhador terceirizado e o outro contratado pela Gerdau. As vítimas fatais ainda não foram identificadas. Ainda conforme o sindicato, o fato de os funcionários não poderem circular dentro do local com celulares pode ter dificultado o pedido de ajuda.
Um ex-funcionário relatou sobre a falta de segurança no local, o que motivou a sua saída. “Trabalhei por dois anos ali como soldador, mas saí porque sou pai de família e não estava sentindo segurança. É muito gás passando pelas coqueiras, muito perigoso”, relata.
Um acidente semelhante no mesmo local ocorrido em novembro do ano passado matou três funcionários. Neste caso, a explosão aconteceu durante a manutenção de uma torre de gás. Mãe e tia de duas vítimas, Celsina Prado conta que ver o acidente desta terça-feira é como viver tudo o que aconteceu novamente no dia 14 de novembro do ano passado.
“Cada acidente parece que revivemos tudo novamente, estou muito triste até hoje, o tempo parou e choro todos os dias pelo meu filho Allan Roger e meu sobrinho Douglas Eduardo. É uma dor sem fim e sinto muito em saber que mais famílias estão sofrendo pela falta de segurança nesta área”, lamenta.
Além de Allan Roger Prado, 23, e Douglas Eduardo Neto, 24, também morreu Cezar Miguel, 51, na ocasião. Celsina ainda conta que tem um cunhado que trabalha na Gerdau Ouro Branco e que ainda está apreensiva sem saber a identificação dos mortos e feridos, uma vez que o cunhado não deu notícias.
Sindicato
Em entrevista do site CORREIO DE MINAS, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos acusou a empresa de omissão ao deixar de investir em manutenção dos equipamento e comparou o acidente como um “crônica de mortes anunciadas”. “Ainda não tive conhecimento de uma siderúrgica no Brasil em em nove meses ocorre duas explosões com 5 mortes”, disse.