19 de abril de 2024 15:05

Sob ameaça de paralisação das atividades, CSN consegue licença para barragem no complexo Casa de Pedra

Após ameaçar paralisar a operação na mina Casa de Pedra, em Congonhas (MG), a CSN Mineração –braço da CSN– conseguiu aprovar na última semana a licença para retirar rejeitos da barragem B4, parte do complexo Casa de Pedra (a 80 quilômetros de Belo Horizonte).

Com 6 bilhões de toneladas em recursos e capacidade de produção de 30 milhões de toneladas por ano, é a segunda maior reserva de minério de ferro do Brasil, atrás apenas de Carajás, no Pará, operada pela Vale.

A CSN tenta licenciar desde 2014 o alteamento (aumento da capacidade) da barragem Casa de Pedra, a maior do complexo. Diante da demora, a empresa requisitou uma licença de operação corretiva para retirar rejeitos da B4 e conseguir mais espaço enquanto o alteamento da barragem não é autorizado.

“Caso a CSN não consiga um lugar para destinação do material atualmente no processo de beneficiamento do minério, terá que paralisar suas atividades”, atestou o parecer técnico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semad). O gestor ambiental José Pires, afirma que a possibilidade de paralisação é retirada dos relatórios da própria CSN. “É inverídica. Fui ao local e confirmei. O material está chegando na crista”, disse.

Secretaria de Estado do Meio ambiente aprovou licença para a CSN mesmo como o temor dos moradores de Congonhas

O único voto contrário, Maria Tereza Viana, do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês das Bacias Hidrográficas, lamentou a velocidade da aprovação. “È uma forma de impedir possam ser usados em ações judiciais futuramente caso algo aconteça”, afirmou. A Semad disse que as reuniões extraordinárias acontecem devido ao acúmulo de processos.

Por detrás dom imbróglio está o temor do rompimento de barragens. Foi durante as obras de alteamento que ocorreu o rompimento da barragem da Samarco há um ano e nove meses cujo desastre deixou 19 mortes e amedrontou as cidades vizinhas nas quais há estes tipos de empreendimentos.

Diferente de Mariana a barragem da CSN fica em uma área bem próxima de residências. UM estudo contrato pela CNS avalia, caso haja um rompimento provocaria a destruição de 350 casas e 1,5 mortes.

Fonte: Folha de São Paulo

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