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Congonhas viveu intensa atividade turística e competição por três dias

A 3ª etapa da Copa Internacional de Mountain Bike (CIMTB Levorin), realizada em Congonhas, terminou neste domingo, quando várias categorias amadoras desfrutaram das belezas culturais e naturais da cidade, mas também das dificuldades dos percursos. No último dia, foram 44 km percorridos pelas categorias Júnior (masculina e feminina), Sub-15, Sub-17,  Pára-desportista e todas da Copa Sense Bike incluindo Duplas, com destaque para a nova categoria Dupla Feminina.  A competição começou na sexta à noite com o Night Run, em novo percurso, entre as igrejas do Rosário e Basílica, e o Desafio da Ladeira de MTB. O evento atrai cerca de 5 mil pessoas para Congonhas, somente entre ciclistas e familiares. A organização é feita pela CIMTB com total apoio do Governo Municipal, por meio da Fumcult e sua Diretoria de Turismo, além da Secretaria de Esporte e Lazer (Sel) e outros setores da Prefeitura.

A categoria E-bike, que utiliza bicicletas elétricas, foi para a pista neste domingo. Após 23 km percorridos, o ganhador foi Lucas Moreira, em aproximadamente uma hora, fazendo uma média de 23 km/h, similar a média da categoria Super Elite. O vice-campeão foi Bruno Oliveira dos Santos (Piguim).

Super Elite

No sábado, Henrique Avancine confirmou o favoritismo e, após vencer o Desafio da Ladeira na sexta à noite, faturou também a Cross Country Maratona (XCM) na categoria Super Elite com o tempo de 2 horas 21 minutos e 41 segundos. “Congonhas é sempre uma prova bem rápida. Estava bem disputada, mas a partir do Km 15, me desgarrei do pelotão”, comentou o atleta, que manteve a camisa de líder da competição. As novidades do percurso completo de 63 km foram a largada na Alameda das Palmeiras e a chegada por uma trilha atrás do Museu de Congonhas, além de trechos da estrada de Santa Quitéria que foi totalmente asfaltada pela Administração Municipal. O atleta da Seleção Francesa de Maratona, Thibault Sabatier, correu pela primeira vez no Brasil, a convite da organização da prova, mas sentiu os efeitos das diferenças de clima e de pista. “O percurso é muito bom e muito rápido. A prova, ao contrário das que disputo na Europa, é mais físico e a poeira e o calor de 30º realmente formam um desafio grande pra mim. Mas o evento é muito bom. Gostei de vir ao Brasil, engraçado que os demais corredores já me conheciam”, disse sorrindo. Outra atração foi o ator e apresentador Rodrigo Hilbert. Ele completou a prova na 24ª posição da categoria Sub-40, em 3h15min e 3segs.“A prova é muito dura, tem muita subida e tive uma câimbra no final. A organização está de parabéns, os atletas estão de parabéns, todo mundo se respeitando. É por isso que sou apaixonado por este esporte. Fiquei feliz em completar a prova e no ano que vem quero participar de todas as etapas. Só tenho a agradecer, Congonhas está de parabéns, prova magnífica”, disse.

Na Super Elite Feminina, Karen Olímpio, de Tiradentes, que também havia vencido o Desafio da Ladeira, ficou em 1º lugar pela primeira vez. “No começo, a colombiana Valéria tentou escapar na frente, mas não conseguiu. E este novo final de prova é mais duro do que o antigo, que passava pela Ladeira”, assegurou. Durante a premiação do sábado, o namorado da colombiana, que também é ciclista, a pediu em casamento no pódio, o que arrancou aplausos de todo o público presente.

A CIMTB Levorin conta pontos para o ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI), fazendo parte do ciclo Olímpico Tóquio 2020 e também para o ranking Brasileiro, Mineiro e Paulista. Esta é a edição 22ª Edição, que se encerra em São Paulo, entre 22 e 24 de setembro.

Na sexta à noite, as emoções se dividiram entre o Desafio da Ladeira de MTB e o Night Run, ou corrida a pé à noite, que pela primeira vez prestigiou o Circuito Cultural de Museus. A largada aconteceu na Igreja de N. Sra. do Rosário, percorrendo o eixo histórico da cidade até chegar ao Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. No masculino, o congonhense Guilherme Freitas Santiago tornou-se tri campeão. “Este ano o percurso foi maior, por mais que o primeiro trecho seja plano e haja a descida da Matriz para o Centro, ainda tem a Ladeira, que é o trecho mais desafiador. Mas achei legal o trajeto passar em frente às igrejas e outros museus, isso faz com que os turistas vejam todos eles”, disse Guilherme, que neste domingo correu também na categoria Cadete da CIMTB. Em 2º, ficou Wanderson Nascimento, de Barroso, seguido dos outros congonhenses Fernando Guerra, Sílvio Santana e Marcelino Ferreira. A prova feminina contou somente com a vencedora do ano passado, a congonhense Aline Silva.“A descida da Matriz para o Centro foi a maior surpresa, porque é preciso se segurar para evitar contusão. Mas o mais importante é participar da festa”, garantiu Aline, que é também vocalista da banda Couro de Gata.

A torcida joga junto

Mas não só quem está na pista de corrida participa da competição. A família e a torcida são parte integrante do evento. Karine Leite Dias do Pin, de Diamantina, acompanhou o filho Caio Henrique que disputou a categoria Sub-15. “Ele quer ser profissional do ciclismo e eu dou a maior força. Quem dera que Diamantina recebesse  esta Copa, que é internacional, que fortalece o esporte a atrai muitos turistas. Aqui eu que sou turista. Ano passado fomos ao Museu e ao Santuário, como a boa parte histórica da cidade, até porque meu filho estava estudando sobe Aleijadinho na escola e fizemos uma aula prática. Congonhas nos recebe muito bem”, disse agradecida.

As famílias de Congonhas também curtem os três dias de competição. O casal Paulo e Fernanda levaram a filha Valentina até a região do Santuário para ver de perto os ciclistas e suas bikes. Paulo mesmo havia corrido no Night Run e neste domingo prestigiou ex-alunos da Apae, que competiram. “Este é um grande evento, que é bom para a cidade, porque movimenta o comércio, ambulantes e as pessoas vêm conhecer a beleza da nossa cidade”, testemunhou.

Flávia Paixão, Cleiton Pereira e a filha Emanuelle, do Casa de Pedra, acompanharam pela primeira vez o evento. “Superou nossas expectativas, esta competição é internacional, divulga a cidade e atrai muita gente para Congonhas”, comentou.

Economia aquecida

O turismo de aventura contribui para o fortalecimento da economia local. Responsáveis por hotéis, restaurantes, outros estabelecimentos e ambulantes afirmam que a Copa Internacional de Mountain Bik está entre os eventos que mais atraem turistas para a cidade. O proprietário da Pousada Circuito, Warley, diz que, três meses antes da competição, todos os quartos estavam reservados para organizadores, competidores e familiares destes, totalizando 80 pessoas. “Por causa de eventos com este, estamos construindo mais 17 apartamentos e instalando piscina térmica na pousada. O diferencial de Congonhas é o turismo cultural, que traz pra cá pessoas de mais poder aquisitivo. Temos de investir mais no turismo de aventura agora. Este é evento é a maior prova disso. E este público também é exigente. Então tentamos oferecer a essas pessoas conforto parecido com o que eles têm em suas casas”, comenta o membro do Conselho Municipal de Turismo.

Raimundo Osório, gerente do Hotel Colina, afirma que o aumento do número de hóspedes naquele estabelecimento é de 80% nos três dias da CIMTB. “Estamos com 70 clientes estes dias. A maioria deles veio de Uberlândia, Brasília e Ilha Bela (SP). Tivermos de contratar quatro funcionários para este período, para cuidarem da limpeza e do café da manhã”, disse.

“Eu e minha bicicleta”

Duas alunas da Escola Municipal Amyntas Jacques de Moraes, do Distrito de Lobo Leite, foram as vencedoras do 8º Concurso de Poesia e Desenho, realizado em parceria pela organização da CIMTB e a Secretaria Municipal de Educação, por meio da Diretoria de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Júlia Elisa Ferreira, do 3º ano, foi a ganhadora da categoria Desenho e Alexia Eduarda Alves Pereira, do 4º ano, da Poesia. Elas estiveram acompanhadas da professora Márcia Fernandes e da diretora Fátima Lobo. São 24 as escolas da rede municipal de ensino que participam do concurso, pré-selecionando um candidato de cada categoria, para que em seguida fossem escolhidos os dois melhores trabalhos.

Este concurso é uma das ações de Educação Ambiental desenvolvidos pela Secretaria de Educação, por meio da Coordenação de Educação Ambiental.

Júlia Elisa explica o desenho que fez: “Fiz ele com base nas ideias que as professoras foram passando pra mim. Desenhei muitas bicicletas, carros, motos. Agradeço a todos que votaram em mim. Mas eu não tinha bicicleta e agora tenho. Já gostei dela antes de abrir, imagina depois de montada. Já desenhei a praça de Lobo Leite também”, detalhou.

Alexia Eduarda também ficou muito entusiasmada com o 1º lugar de sua poesia “Eu gosto muito de escrever, de vez em quando meu texto se destaca na turma”, lembrou. Ela foi muito aplaudida pelo público da Copa Internacional de Mountain Bike assim que terminou de recitar a poesia ganhadora:

Eu e minha bicicleta

Andar de bicicleta é só pedalar

Se você começar, vai amar

É muito gostoso esse esporte

Você vai para o Sul e o Norte

Pedalar e a vida salvar

Capacete e luva tem que usar

Óculos para o olho proteger

Pedalar aumenta o viver

Com bicicleta em circulação,

A natureza não tem poluição

Não pedale em contramão

No trânsito tenha educação

Com minha bicicleta sou feliz

No trânsito sou aprendiz

Saio sempre para passear e a natureza contemplar

Para a coordenadora de Ensino Fundamentação da Secretaria de Educação, Vanete Silva, “o nível do concurso foi alto. Como esta foi a 8ª edição da Copa Internacional em Congonhas, as professoras e as escolas já consideram este concurso como algo muito importante na rede de ensino. Ele é um incentivo aos jovens e adultos a praticarem esporte. A bicicleta é um veículo integrado ao mundo sustentável, eu mesmo adoro pedalar. E a bicicleta elétrica, que esteve presente na competição deste ano, será também um belo recurso para a inclusão de deficientes”, comentou.

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