A polêmica em torno do desemprego, a discriminação e o boicote que trabalhadores lafaietenses estão sofrendo por parte das grandes empresas na contratação e seleção nos SINE’s (Sistema Nacional de Emprego) de Ouro Branco e Congonhas foram alvo de protestos na rua esta semana na cidade. Em reunião ontem, dia 24, um grupo esteve com o prefeito Mário Marcus (DEM) buscando uma ação conjunta para cobrar das empresas um apoio aos trabalhadores.
Mas este problema já alvo de intensas discussões desde o início do ano quando o assunto foi levado a Câmara pelo vereador Pedro Américo (PT) que chegou a propor uma moção de repúdio ao prefeito de Congonhas, Zelinho (PSDB), quando o tucano pediu a priorização as mineradoras por mão de obra local. A iniciativa de Pedro Américo não prosperou.
Ainda em janeiro, o prefeito Mário Marcus (DEM) e a Câmara assinaram em conjunto um documento em que reforçaram o pedido de que as vagas de empregos ofertadas pelas mineradoras e siderúrgicas da região, como também nos SINE’s, sejam oferecidas em igualdade de oportunidade aos trabalhadores lafaietense. No documento a principal ação seria a promoção de visitas a MRS, Vale, CSN, Gerdau, Ferrous e VSB para aproximação das empresas com Lafaiete, buscando uma parceria em prol dos trabalhadores locais, cobrando e o não direcionamento das vagas em função do domicílio.
Em abril o vereador Chico Paulo (PT) acionou Ministério Público do Trabalho (Procuradoria Regional do Trabalho 3ª Região), em Belo Horizonte, onde protocolou uma representação, assinada por todos os vereadores, na qual relatava inúmeras reclamações e denúncias de que trabalhadores de Lafaiete estariam sendo discriminados e não conseguiriam vagas oferecidas nos SINE’s pelas empresas de Ouro Branco e Congonhas. A denúncia aponta que as empresas não ficham trabalhadores de Lafaiete e ainda exigem título de eleitor. E mais: muitas empreiteiras trazem de ônibus trabalhadores de outras regiões e Estados.
Esta semana, o Ministério Público do Trabalho indeferiu o pedido de instauração de inquérito contra a suposta prática de discriminação na seleção e contratação de trabalhadores por parte dos dois SINE’S. As procuradoras do Trabalho, Priscila Boaroto e Andréa Ferreira, da 3ª Região, alegaram em que pese a gravidade da conduta das empresas “entendemos que a atuação do Ministério Público do Trabalho não se deve voltar aos SINE’s envolvidos, e sim, em face das empresas que supostamente praticam tal ato discriminatório, sendo o SINE apenas um órgão de disponibilidade das vagas existentes”, diz o documento.
Por outro lado, as procuradoras instauraram procedimentos para investigar a condutas discriminatórias em relação aos trabalhadores lafaietenses nas empresas em face das denúncias, entre CSN Mineração, Ferrous, Gerdau Açominas, Vale Manganês e VSB. As empresas já foram notificadas.