Congonhas e o prefeito Zelinho receberam a visita do senador Álvaro Dias, do Paraná, e do prefeito de Betim, Vittorio Medioli. Após posarem de helicóptero no campo de futebol do Clube Esportivo no meio da tarde desta sexta-feira, 25, eles se dirigiram para o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, onde elogiaram o cuidado que a cidade tem com seu patrimônio histórico. Puderam conferir os preparativos finais da restauração do interior da Basílica, que é uma das dez ações do PAC Cidades Históricas na cidade. Em seguida, seguiram para o Museu de Congonhas, que foi comparado por ambos aos melhores museus do Mundo. O senador apontou ainda a gestão de Congonhas e Betim como exemplos para os demais municípios brasileiros.
Segundo Medioli, “o turismo é um dos setores que mais vão crescer no futuro. Nós temos um patrimônio aqui em Congonhas incalculável. Um acervo como este de Congonhas na Europa teria uma fila de pessoas pagando caro para vê-lo. Só essas obras de Aleijadinho podem atrair para cá um mundo inteiro. Temos aqui próximo Inhotim [Museu localizado em Brumadinho], Ouro Preto e lá em Betim estamos construindo um aeroporto que vai possibilitar aos turistas chegaram mais facilmente a estas cidades, a criarmos um circuito cultural, subir e descer pelo rio Paraopeba, levantarmos pousadas e albergues em fazendas. Nós temos de estabelecer uma estrutura para o turismo, valorizar isso, porque no futuro esta será uma indústria de ponta. As pessoas terão mais tempo para gastar com a cultura, porque as máquinas estão substituindo o homem no trabalho. Fiz questão de trazer a Congonhas o senador Álvaro Dias, porque a semente da unidade do Brasil partiu daqui – A Inconfidência Mineira. E a pedra-sabão [material utilizado por Aleijadinho para esculpir os 12 Profetas] está impregnada dessa vontade dos brasileiros de terem liberdade, autonomia e uma vida justa”.
Para o senador Álvaro Dias, é preciso cultivar essa identidade cultural do Brasil a partir de Minas Gerais. “Estamos diante de um Patrimônio Cultural da Humanidade. Temos aqui a devoção ao Bom Jesus e uma grande Romaria o ano todo, graças à religiosidade das pessoas e à grande obra de Aleijadinho. Estamos também, como disse o Medioli, no berço da Inconfidência. E há historiadores neste momento reunidos neste Museu estupendo discutindo exatamente toda esta atmosfera que reúne a fé, a liberdade e a arte. Fiz um curso de História e gosto muito de ver as reservas culturais do Brasil. Se estivéssemos em Milão, esta visita guiada que fizemos teria de ser paga. Estou aprendendo aqui, buscando sugestões em relação à cultura, ao turismo, me inspirando para elaborar proposições. Minas é um patrimônio brasileiro e tem de ser valorizado com tal, este Estado é a síntese do Brasil, e não se faz uma grande nação sem a valorização dos mineiros. Mas Congonhas também é um exemplo de prosperidade. Enquanto concedo esta entrevista, ouço um buzinaço de caminhoneiros, reivindicando preço justo do combustível. Mas este protesto é também generalizado e se volta contra a maioria absoluta dos políticos. Estou ao lado de dois grandes prefeitos que são o Zelinho e o Medioli, que contribuem para valorizar a classe política, que está em baixa. Temos exemplos em Congonhas e Betim de que a administração pública no País ainda é viável. Pelo passado e pelo presente, buscamos em Congonhas inspiração para avançarmos para um novo tempo de prosperidade”, comentou.