Cerca de 40 padres da Arquidiocese de Mariana lançaram um manifesto em defesa da democracia em uma alerta aos eleitores do risco que regime corre às vésperas das eleições. Sem citar opção, os religiosos rejeitam a violência ou a restrição as liberdades civis. “Estamos convictos de que a DEMOCRACIA é fundamental em todo processo político, bem como a centralidade da pessoa humana, a liberdade, a tolerância, o respeito, a valorização da vida em todas as suas manifestações e formas”, dia o manifesto.
Leia a ìntegra.
“Em Defesa da Democracia. Nós, padres, convivendo com o povo, atentos às justas preocupações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com as Eleições-2018, ao parecer de estudiosos e aos sinais da conjuntura, julgamos ser nosso dever nos posicionar em defesa da Democracia. Nossa principal motivação é o Evangelho.
A CNBB, percebendo a peculiaridade das eleições deste ano, reafirma sua atitude profética, sintetizada em cinco palavras:
– Defesa incondicional da VIDA, que é um dom de Deus e se manifesta de múltiplas formas;
– A construção da PAZ, que passa, necessariamente, pela garantia do Bem Comum e pela melhora da qualidade de vida do povo;
– O fortalecimento das instituições de combate à CORRUPÇÃO e a todo tipo de exploração;
– A defesa do MEIO AMBIENTE e seu uso social, com prioridade para a demarcação e respeito às terras indígenas e quilombolas;
– A defesa da DEMOCRACIA.
Steven Levitsky, professor da Universidade de Harvard e autor do livro COMO AS DEMOCRACIAS MORREM, afirma: “se um candidato, em sua vida, carreira política ou durante a campanha defende ideias antidemocráticas, devemos levá-lo a sério e resistir à tentação de apoiá-lo, ainda que, diante de circunstâncias momentâneas, parece ser uma opção aceitável”.
Steven propõe, ainda, um teste infalível, com apenas quatro perguntas, para identificar se um candidato a cargo público tem tendências autoritárias. São elas:
1 – Rejeita, em palavras ou atos, regras fundamentais da democracia?
2 – Põe em dúvida a legitimidade de seus oponentes?
3 – Tolera ou incentiva a violência política?
4 – Admite ou propõe restringir liberdades civis?
“A maioria dos autocratas não passa nesse simples teste”, conclui Steven.
Estamos convictos de que a DEMOCRACIA é fundamental em todo processo político, bem como a centralidade da pessoa humana, a liberdade, a tolerância, o respeito, a valorização da vida em todas as suas manifestações e formas. Seguidores de Jesus Cristo, vitimado pela violência, mas modelo e defensor da não violência, assumimos nosso compromisso com o povo, sobretudo com os mais pobres, sofredores e excluídos.
Assinam:
Pe. Paulo Barbosa (Padre Paulinho)
Pe. Geraldo Barbosa
Pe. Geraldo Martins Dias
Côn. Lauro Sérgio Versiani Barbosa
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Pe. Wander Torres Costa
Pe José Julião da Silva
Pe. Antônio Claret Fernandes
Pe. João Batista Barbosa (Tista)
Pe. João Paulo Silva
Pe. José Afonso Lemos
Pe. José Antônio de Oliveira
Pe. José Raimundo Alves
Pe. José Maria Coelho da Silva
Pe Oscar de Oliveira Germano
Pe Márcio Vieira Viana
Pe Antônio Carlos Martins Ribeiro
Pe Euder Daniane Canuto Monteiro
Pe José Geraldo Vidal
Pe. Luciano Ferreira de Oliveira
Pe Dario Chaves Pereira
Pe Leandro Marcos Costa
Pe Ronaldo Gomes Chaves
Pe Vicente de Paula Silva
Pe José Maria Dias
Pe Luiz da Paixão Rodrigues
Pe Paulo Edson Moreira
Pe Oldair de Paulo Mateus
Pe Francisco Maria de Castro Moreira
Pe Walter Paixão
Pe João Ferreira da Silva
Pe Sérgio Silva Souza. 7 Lagoas
Pe Wantuil dos Santos Oliveira. 7 Lagoas