Vereador André Menezes denunciou que o Estado não efetivou a doação do terreno
Uma reportagem da TV Bandeirantes, exibida na semana passada, repercutiu na sessão da Câmara ontem à noite em Lafaiete. O debate foi provocado pelo vereador André Menezes (PP) que cobrou do Executivo informações sobre a responsabilidade pela obra do Hospital Regional seria do Município e não do Estado. A dúvida levantada na reportagem gerou uma acalourada discussão. “Ali é um memorial da incompetência e um monumento da irresponsabilidade. O hospital é palco e trampolim para eleição de governadores. Foram devolvidos mais de R$3 milhões no governo passado. O Município ficou de doar o terreno ao Estado para o término do hospital, mas a reportagem afirmou que ele ainda é do Município. No dia 21 de dezembro de 2015, a Câmara aprovou a doação do terreno ao Estado. Eu procurei o cartório e constatei que o Estado não efetivou a doação e o terreno continua sob a responsabilidade do Município. Precisamos esclarecer esta situação”, assinalou Menezes.
O vereador Sandro José (PSDB) lançou dúvidas sobre a conclusão da obra. “Filho feio não tem pai. Não acredito que o hospital seja concluído. O terreno foi doado para que o Estado assuma e invista recursos no local. Talvez a conclusão ao seja difícil, mas a manutenção com quem ficará a responsabilidade? São R$8 milhões ao mês para o seu funcionamento”, questionou o tucano. “É uma situação caótica. Lá é um monumento das pulgas e baratas. A continuar assim a obra vai se deteriorar e não vamos ter nada”, completou.
O vereador André Menezes sugeriu que se conclua a obra e se transfira a policlínica para o hospital regional. “O local da policlínica é muito valorizado e não se oferece condições de atendimento pleno com conforto. Que se venda e conclua o hospital”, ressaltou.
O vereador Lúcio Barbosa explicou que à época 84% da obra estava concluída. “Ele estava praticamente pronto. Temos que levar para o hospital a pactuação de alta complexidade”, comentou.
Fernando Bandeira (PTB) também duvidou do funcionamento do hospital regional. “Não acredito a sua conclusão e seria oportuno definir a responsabilidade pela sua manutenção. Sabemos das dificuldades que passam nossos hospitais”, observou.
O vereador Chico Paulo (PT) classificou o hospital como obra eleitoreira. “Quando anunciaram a construção de 12 hospitais em Minas em 2010 fizeram um alarde danado. O resultado está ainda. Tudo que começa errada termia errado. Não terminaram nenhum deles. Essa é a verdade”, criticou. A obra do hospital já dura mais de 9 anos e se arrasta há 3 administrações.