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Moradores dormem mais aliviados com plano de desativação de barragens em Congonhas

CSN pretende, até janeiro de 2020, encerrar a utilização de barragens em seu processo produtivo

Foi com grande alívio e esperança que a população de Congonhas, principalmente de bairros localizados a poucos metros do Complexo Casa de Pedra, da CSN Mineração, recebe o comunicado de encerramento das três barragens de contenção de rejeitos que fazem parte da unidade.  O anúncio foi feito nesta terça-feira (11) durante encontro, na sede da mineradora, entre representantes da empresa, moradores e imprensa de Congonhas e Lafaiete.

Estão sendo investidos cerca de R$ 250 milhões na implantação de novo processo de disposição de rejeitos como alternativa às barragens. Segundo a CSN, atualmente a unidade realiza grandes esforços operacionais a fim de implantar a filtragem, um método considerado pioneiro, seguro e com impactos ambientais reduzidos.

Esse processo foi iniciado em agosto de 2018, e deverá ir até janeiro de 2020, quando a mineradora pretende eliminar definitivamente o uso das barragens em Congonhas, bem como em outras 20 estruturas espalhadas por outras localidades. Um exemplo é a recente desativação de duas barragens da Mina de Água Preta, em Lafaiete.

No âmbito do complexo Casa de Pedra, a CSN anunciou que a barragem B5 já está totalmente descaracterizada. Ou seja, a estrutura deixou de receber rejeitos, água e não mantém as características de barragem. Em seguida, ela passará por processo de recomposição do ambiente natural, conhecido por descomissionamento. Por outra via, as barragens Casa de Pedra (BCP) e B4 atualmente estão em fase implantação desses procedimentos.

Barragem Casa de Pedra passa por processo de retirada de água

A mineradora anunciou que hoje 45% do rejeito gerado já é feito pelo método de filtragem, que vai permitir também reaproveitar grande quantidade de água usada no processo produtivo, por meio da disposição de rejeitos em pilhas a seco.

 

Barulhos e reivindicações

Os moradores dos bairros Cristo Rei e Residencial, localizados próximos à Barragem Casa de Pedra, levaram aos representantes da empresa a preocupação com barulhos ouvidos na área, especialmente à noite. A mineradora esclareceu que os ruídos se devem às obras do processo da filtragem do rejeito, cujo carregamento pelos caminhões funcionaria 24 horas.

Em entrevista, o gerente de projetos da mineradora, Tadeu Torquato, garantiu que “a Barragem Casa de Pedra está segura e, portanto, livre de rompimentos”. Além disso, informou que ela “passa por constantes monitoramentos e auditorias internas e externas de órgãos de fiscalização que atestam sua segurança” .

Durante o encontro, os moradores ainda aproveitaram para cobrar uma maior proximidade da CSN com a população, especialmente com relação à real situação das barragens, uma vez que a falta  de informação vem dando espaço para humores e especulações a respeito da segurança das estruturas.

Comunidade esclareceu dúvidas e questionamentos com a empresa

Comerciantes e líderes comunitários também expuseram insatisfação com a realidade de Congonhas, uma das cidades do Estado com maior arrecadação de Cfem (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais). Segundo eles, apesar de os royalties pagos pela CSN responder por 40% da receita do município, tais recursos não têm sido revertidos na melhoria da condição socioeconômica da população.

 

 

 

Reportagem: Eduardo Maia/Jornalista

 

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