Escrita por Matheus Filipe Lopes Silva, 23 anos, estudante do 4º período habilitação em canto lírico do curso de Música, da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), a ópera “A Bênção do adio” é uma obra inédita que conta uma história bastante peculiar. Trata-se de um drama onde uma família de italianos imigrantes instala-se no Brasil por volta de 1875, onde um homem aceita um pacto sangrento onde deve oferecer a vida do seu filho em sacrifício em troca de riqueza e sucesso, e é a partir daí que começa a história apresentada na obra.
O compositor conta com cerca de 40 músicos envolvidos na montagem da ópera, sendo eles também do curso de música, voluntários locais e também do curso de teatro. Escrita a partir do ano de 2017, a proposta foi apresentada ao professor Modesto Fonseca no final de 2018, onde iniciou ao direcionamento do trabalho que haveria de ser feito a partir dali.
Muito se questiona o que fez um compositor de música popular e oboísta há muitos anos, escrever uma ópera em plena segunda década do século XXI. Ele explica que, quando comunicou à alguns de seus antigos professores, antes do ingresso no curso superior, que pretendia se habilitar em canto erudito, muitos deles retrucaram dizendo que não haveria possibilidade e que não acreditavam que isso fosse possível. “Você nunca poderá ser solista de uma ópera”, foi uma das muitas coisas que foram ditas por muitos profissionais do ramo.
Mas ao contrário, isso foi um dos maiores estímulos para que a obra fosse escrita a partir daquele momento. “Se eu não posso ser solista de uma ópera escrita no passado, eu mesmo escrevo uma em que eu possa ser solista”, alega o compositor. Bruna Pércia, (São Brás do Suaçuí) uma aluna do sexto período do mesmo curso, também ouviu essas mesmas palavras e hoje é uma das solistas do espetáculo. Os dois músicos trilharam o mesmo caminho antes da universidade, dando início à seus estudos na escola de música de São Brás do Suaçuí, escola essa responsável pelo ingresso de 14 pessoas em cursos superiores até hoje.
Além de Matheus e Bruna, Carmem Célia Gomes, de Congonhas, Daniela Procópio, de Caxambu, Isabella Lima, de São Gonçalo do Pará e Ítalo Silva, de Diamantina, compõem o corpo de solistas da primeira montagem do espetáculo, todos da classe de canto lírico do curso de música da UFSJ, iniciados pela professora Elenis Guimarães, e hoje sob tutoria da professora Elisabete Mendonça.
Ainda em 2019, haverá concertos em formato “Pocket” em algumas cidades, incluindo São João del-Rei. A estreia da obra completa acontece no primeiro semestre de 2020 em São João del-Rei, estreia essa que traz à tona a primeira grande obra autoral mineira em formato de ópera, escrita e executada por músicos universitários na segunda década do século XXI.
- Violinos
Lucas Gabriel Ferreira Paiva
Thaís Fátima Rodrigues Santos
Víctor Emanuel Pereira Sousa
Ketlyn Pinheiro de Moura
Guilherme S. Cardoso Oliveira - Violas
Shylaver Glaydson Abreu Souza
Kennedy Henrique de Oliveira
Bruno Felipe de Lucena - Violoncelos
Lara de Castro Cota
Beatriz de Castro Cota
Caroline Oseti Lopes - Baixos
Marcos Antônio P. Anunciação
Eduardo F. Ávila Guimarães - Madeiras
José Edgard Rosas
Maria Rita Morandi Maia
Indianara Aparecida P. Gomes - Coro
Ana Carolina C. dos Santos
Pamela Dognini Ferrari
Marcos P. Guilherme Carvalho
Gabriel Maciel
Kelen C. Ávila Dias Bento
Cesar Leandro Borges
Robson dos Anjos Oliveira
Rickson dos Anjos Oliveira
Miriã Bitencourt Tomaz
Rodolfo Rodrigues Nogueira
Assistente de produção: Jéssica Bento
Regência: Modesto Fonseca